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TCC - ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO

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1 
 
FATOR CRÍTICO DE SUCESSO NA ENGENHARIA CIVIL: 
SEGURANÇA NO TRABALHO 
 
José Geraldo de Figueiredo1 
 
RESUMO 
 
 
Nos últimos anos, o ramo da construção civil tem apresentado expressivo crescimento, de forma que 
a Engenharia civil tem dedicado atenção ao tema da Segurança do trabalho, visto que muitos 
acidentes acontecem na área e as perícias demonstram que a maioria deles ocorre por imprudência 
do empregado ou da falta de processos adequados por parte do empregador. O objetivo deste estudo 
é discutir a importância do entendimento da segurança como um fator crítico de sucesso na 
construção civil. Para realiza-lo, optou-se pelo método de pesquisa bibliográfica, por meio da 
abordagem a diversos autores e materiais da área de Engenharia Civil. Os resultados da pesquisa 
demonstram que a Qualidade tornou-se um quesito prioritário para as Empresas do ramo, visto que 
suas ferramentas, baseadas em controle e rastreabilidade, permitem conduzir com eficiência os 
processos relativos à segurança no trabalho. Além disso, confirmou-se a segurança como fator de 
sucesso ao negócio, uma vez que a legislação aplicável ao setor está cada vez mais rigorosa e a 
tendência é um mercado de clientes mais exigentes em relação ao cumprimento das normas que 
resguardem a vida. 
 
Palavras-chave: Engenharia, Construção, Civil, Segurança. 
 
Introdução 
 
O presente trabalho tem como tema a importância da segurança do trabalho 
na Engenharia civil e o entendimento desta matéria como um fator crítico de sucesso 
no ramo da Construção civil. 
Nesta abordagem, é objetivo da pesquisa responder às seguintes questões: 
• Como a segurança no trabalho tem sido praticada no ramo da construção 
civil? 
• Qual o papel da segurança do trabalho na Gestão Estratégia de uma empresa 
do ramo de Engenharia Civil? 
O objetivo primordial deste estudo é apresentar a importância do 
entendimento da segurança do trabalho como um fator crítico de sucesso para as 
empresas do ramo de construção civil, de forma a despertar nos gestores a atenção 
estratégica a respeito do assunto. 
Segundo os estudos de Junior (2002), o ramo da construção civil está entre 
os setores que possuem maior número de vagas para o trabalho e 
 
1
 Bacharel em Administração, Engenheiro Civil. Pós graduando de Engenharia de Segurança e Ambiental. 
2 
 
consequentemente é a área que mais emprega operários. Junto ao grande número 
de obras para se trabalhar está o destaque em números de acidentes. 
“A indústria da construção civil durante muito tempo foi destaque em 
números de acidentes e mortes do trabalho no Brasil, mas que com a 
revisão da NR-18 em 1995, empresários, trabalhadores e o governo 
passaram a ver com outros olhos a questão e se empenham para reverter o 
quadro com resultados positivos.”(JUNIOR, 2002). 
 
As leis relativas à segurança do trabalho ficam cada vez mais rigorosas. 
Hainzenreder e Quadros (2014) afirmam que a eficiência no combate a acidentes só 
é possível por meio de uma política de conscientização do trabalhador. Entretanto, 
para que uma política de segurança esteja efetivamente implementada, a 
administração da obra precisa garantir um contínuo planejamento e desenvolvimento 
dos processos baseados em ações preventivas. 
A referida eficiência deve contemplar desde elaboração do PCMAT - 
Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção 
Civil, o cumprimento de suas medidas previstas e o entendimento e 
comprometimento da força de trabalho, pois são os principais envolvidos na 
utilização dos Equipamentos de Proteção Individual e na execução das medidas 
coletivas. 
Conforme os estudos de Junior (2002), identificar o problema da falta de 
segurança em obras ou da pouca aplicação de medidas seguras nos canteiros, 
tornou-se uma preocupação frequente. Há, portanto, uma importância que vai além 
da constatação e que deve diagnosticar os pontos críticos e os motivos pelos quais 
os acidentes, de forma que as estratégias sejam definidas para garantir a prevenção 
e correção de pontos críticos que podem colocar em risco a saúde e ou segurança. 
Para aprofundamento neste assunto, foram utilizados artigos e publicações de 
Junior (2002), Hainzenreder e Quadros (2014), Ludovice (2014), Saurin e Ribeiro 
(2015), Sampaio (1998), dentre outros cujos estudos tratam da aplicabilidade de 
normas de segurança em obras da construção civil. 
 
Desenvolvimento 
 
“Constituem acidentes aqueles ocorridos por motivos do exercício 
profissional, resultando em agressões a saúde ou perturbações funcionais, que 
3 
 
podem culminar em incapacidades ou até o óbito do indivíduo.” (CARMO et al, 1995; 
VILELA, 2000; BRASIL, 2009 apud HAINZENREDER e QUADROS, 2014). 
“O setor da construção civil é o quarto maior gerador de acidentes fatais em 
termos de freqüência e o segundo em termos de coeficiente por cem mil 
trabalhadores.” (SAURIN e RIBEIRO, 2015). Hainzenreder e Quadros (2014) 
acreditam que construção civil seja responsável por grande parte do emprego das 
camadas pobres da população masculina, liderando as taxas de acidentes de 
trabalho fatais. 
“Embora os custos econômicos e sociais dos acidentes de trabalho sejam 
altos, geralmente as empresas não procuram evitá-los através de abordagens 
sistemáticas, limitando-se ao cumprimento da legislação.” (HINZE,1991 apud 
SAURIN e RIBEIRO 2015) “Os acidentes evidenciam a violenta exploração e 
precárias condições de trabalho e são, em sua grande maioria, passíveis de 
prevenção e/ou de serem evitados.” (CARMO et al, 1995; VILELA, 2000; BRASIL, 
2009 apud HAINZENREDER e QUADROS, 2014). 
Para Junior (2002), as normas brasileiras possuem um escopo restrito, 
focando principalmente na implantação de medidas relacionadas às instalações 
físicas de segurança e deixando de exigir medidas preventivas mais amplas para 
eliminar ou reduzir os riscos nas suas origens. 
 De acordo com Pessoa (2014), o problema da segurança está relacionado a 
vários fatores, como a falta de programas de segurança mais detalhados para 
melhor aplicação, pouco apoio da alta direção da empresa para adesão aos 
programas, inexistência da realização inspeções formais de segurança em cada 
obra, alta rotatividade, ausência de reuniões formais com empreiteiros, baixo 
investimento em campanhas de conscientização. 
Seis causas de razões para os acidentes na construção civil são citadas de 
acordo com Arrudas (1993 apud NEVES, 1998). A primeira é a ausência de um 
planejamento adequado, a segunda a não previsão dos riscos na fase de projeto, a 
terceira refere-se a utilização inadequada de materiais e equipamentos, a quarta diz 
respeito aos erros na execução, a quinta, a inexistência da definição de 
responsabilidades e a sexta, a falta de informação. 
Além disso, há outro aspecto importante que Saurin e Ribeiro (2015) 
ressaltam: a necessidade da segurança no trabalho ser parte do planejamento, 
4 
 
constituindo uma etapa de projeto do empreendimento. (Hinze, 1997; Smallwood, 
1996; Churcher e Starr, 1996 apud SAURIN e RIBEIRO, 2015). 
 Os estudos de Pessoa (2014) demonstram que, entre os fatores que afetam a 
segurança nas obras de construção civil está a percepção de cada nível hierárquico 
quanto às atividades de maior risco, carga de trabalho, principal prioridade, 
freqüência de ocorrência de pequenos acidentes e nível de conscientização dos 
operários em relação à segurança. É perceptível que, o nível gerencial, 
normalmente, detém uma visão mais ampla sobre os riscos no canteiro de obras. Os 
operários, que são os principais envolvidos em acidentes, tem a tendência em 
dispensar maior atençãoaos riscos mais visíveis e ligados às suas funções. 
“O estresse devido à transitoriedade e a alta rotatividade são fatores de risco 
que podem causar acidentes.” (HAINZENREDER e QUADROS, 2014). Pessoa 
(2014) explica que as pessoas que gerenciam as obras representam dados 
estatísticos alarmantes: em média, trinta por cento deles são irresponsáveis quanto 
a quesitos de segurança e ainda, são de difícil relacionamento com a equipe. 
Outros fatores que podem contribuir para problemas relacionados à segurança são o 
tempo e a pressão no trabalho: 
A existência de uma rotina estressante na qual há pouco ou nenhum 
tempo para tarefas de treinamento de pessoal ou planejamento das 
atividades. No caso do engenheiro, a carga de trabalho excessiva decorre 
do montante de tarefas burocráticas. De outra parte, no caso do mestre de 
obras, as causas estão relacionadas à pressão exercida pelo engenheiro e 
à dificuldade de gerenciar os operários. ( PESSOA, 2014). 
 
Segundo Hainzenreder e Quadros (2014), as razões apontadas para a 
ocorrência de mortes em acidentes de trabalho na construção civil baseiam-se nos 
riscos ocupacionais, como o uso de máquinas, equipamentos e ferramentas 
cortantes, como o trabalho em alturas, instalações elétricas, veículos automotores, 
elevação de pesos. 
“Entre as causas de tantos acidentes, está a falta da cultura da prevenção e 
um ritmo de trabalho cada vez mais denso, tenso e intenso”. (PESSOA, 2014). Isso 
porque os trabalhadores do canteiro de obras acreditam que o acidente faz parte da 
produção, e que o mais importante é produzir dentro do pouco tempo estimado. 
Forma-se uma cultura de que o acidente em determinadas circunstâncias é algo 
normal. Além disso, a improvisação do canteiro de obras aliada à falta de 
treinamentos e a baixa qualificação dos trabalhadores agravam o problema da 
segurança. 
5 
 
"Os trabalhadores, acostumados a conviver com a precariedade das 
condições de trabalho, desenvolvem o senso comum de que estas 
condições são normais, próprias do trabalho em obra, que “o cabra que 
precisa tem que enfrentar sem medo” e transmitem esse conceito aos 
companheiros nas várias obras em que atuam”. ( SALDANHA ,1997) 
 
“Todo administrador tem vários papéis nas organizações, mas o gestor da 
construção civil, assim como qualquer gestor deve estar preparado para os desafios 
impostos pelas dinâmicas do mercado.” (HAINZENREDER e QUADROS, 2014). O 
bem-estar do trabalhador, no que se refere à sua segurança pessoal, é prioridade. E 
o papel do gestor é enxergar o bem estar num âmbito mais amplo, incluindo sua 
saúde e a motivação para o trabalho. 
Os estudos de Gualberto (1990) apontam para a existência de três linhas de 
defesa da saúde do trabalhador. A primeira é eliminar as possibilidades de geração 
de riscos na fase de concepção da obra, ou seja, ainda em fase de planejamento da 
obra ou na correção de um sistema de produção. Assim, deve-se selecionar 
insumos inócuos, redesenhar produtos componentes de um sistema de produção; 
alterar a organização do trabalho. Aqui espera-se o emprego da ferramenta da 
PDCA, pois é o momento de chegar se o padrão está conforme. Quando não há 
possibilidade de aplicar a primeira linha, deve-se aplicar ao máximo de controle na 
conivência e convivência com o risco. 
A segunda linha trata de uma solução que precisa ser avaliada pelo custo-
benefício, pois diz respeito ao uso de Equipamentos de Segurança Coletivo. A 
terceira e última linha de defesa do trabalhador, compreende a proteção individual 
como a seleção médica e profissional; realização de exames periódicos; rodízio ou 
limitação do tempo da exposição ao risco; higiene pessoal e das roupas; uso dos 
equipamentos de proteção individual. “Muitos acidentes, poderiam ser evitados se 
as empresas tivessem desenvolvido ou implantado programas de segurança e 
saúde no trabalho, além de oferecer maior atenção à educação e ao treinamento de 
seus operários.” (SAMPAIO, 1998). 
A inexistência de sistemas gerenciais dos canteiros de obras é ainda cenário 
comum. A organização e ou a distribuição de materiais, ferramentas, utensílios de 
obras podem contribuir significativamente e oferecer bons resultados no campo 
organizacional que diretamente atingem o setor da segurança em obra. “Os 
programas de qualidade, no início não conseguem trazer resultados imediatos e, por 
6 
 
isso, caem no descrédito de medíocres e impacientes empresários”. (ESTEFAN, 
2002, p. 26 apud JUNIOR, 2002) 
O PCMAT - Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho, é um 
instrumento de trabalho que, de acordo com Sampaio (1998), é imprescindível nos 
canteiros de obra com qualidade e controle da mão de obra. O Programa previne 
riscos e educa os trabalhadores para que se diminuam as possibilidades de 
ocorrência de acidentes. “Também tem a intenção da implantação de um programa 
de segurança e saúde, regido pelas normas de segurança, principalmente pela NR 
18, além de haver a integração entre a segurança, o projeto e a execução da obra” 
(SAMPAIO, 1998). 
Junior (2002) também acredita que a inexistência de técnicos e engenheiros 
de segurança nos canteiros de obra é o mais um dos motivos da grande dificuldade 
de fazer o operário tornar a sua higiene pessoal e segurança no ambiente de 
trabalho um hábito. Se há a presença contínua de alguém para fiscalizar e educar, 
estes procedimentos tem a possibilidade de serem executados diariamente. 
Segundo Medeiros e Rodrigues (2015), a conscientização dos trabalhadores 
não é difícil se houver a presença do profissional engenheiro de segurança ou do 
técnico que seja capaz de fazer que os trabalhadores enxerguem-no como amigo, 
que valoriza suas atividades e preza por sua vida e segurança da empresa, exigindo 
assim as medidas seguras de trabalho. 
 Pela importância do papel da segurança, é preciso que seja entendida como 
parte da estratégia empresarial. “Em síntese, a aplicação das leis de prevenção de 
acidentes, para além dos benefícios sociais, influi em uma maior produtividade dos 
serviços e previne maiores custos com indenizações, caso venha a ocorrer um 
acidente.” (HAINZENREDER e QUADROS, 2014) Deve ser um fator crítico a ser 
controlado para garantia do cumprimento do Objetivo estratégico. 
A estratégia empresarial é composta pelo negócio da empresa, a missão da 
empresa, os princípios, a análise do ambiente e os objetivos estratégicos. “Os 
elementos de identidade da empresa devem ser permanentes, sem sofrerem 
mudanças, enquanto, a análise do ambiente e os objetivos estratégicos devem ser 
reavaliados periodicamente ou assim que ocorrer mudança significativa no ambiente 
de negócios.” (SANTOS, 1998 et al, apud NEVES 1998). 
 Santos (1998 apud NEVES, 1998) explica que estratégias de produção 
devem considerar a avaliação das necessidades dos clientes, do desempenho da 
7 
 
produção, definição dos objetivos da produção. Entre eles, comumente está a 
redução da rotatividade da mão de obra, a manutenção preventiva de equipamentos 
no canteiro; a parceria para implantação de pallet, inovação em formas, 
revestimentos e instalações, informatização dos canteiros e planejamento e controle 
da obra. Neste último, é preciso enquadrar a segurança do trabalho. “É importante 
ressaltar que todos esses elementos que compõem a situação de trabalho, não 
podem ser analisados isoladamente na prática, pois interferem uns nos outros”. 
(LAVILLE, 1977 apud NEVES 1998). 
O canteiro de obras, é pouco valorizado por ser considerado como parte 
provisória do processo. Se ao iniciar a obra já existir um projeto de canteiro, 
realizado de forma planejada e organizada, este terá uma grande influência para aredução do tempo improdutivo e ainda poderá apresentar menor índice de 
acidentes. Os principais aspectos do custo humano do trabalho: “as doenças 
profissionais e as ligadas ao trabalho, os acidentes, o desgaste e a fadiga, o 
sofrimento, o desinteresse.” (WISNER, 1987 apud NEVES, 1998). 
Deve-se lembrar que os acidentes oneram não apenas o operário, mas a 
empresa, pois promove paradas e perdas. Segundo Carvalho (1984 apud NEVES, 
1998), os custos gerados pelos acidentes de trabalho são dificilmente estimados, 
pois envolvem despesas de diversas naturezas. Quando há um acidente na obra, 
alguns gastos devem ser citados como exemplo: reparo ou substituição de máquinas 
com consequente custo e queda de produção pela interrupção do funcionamento da 
máquina ou da operação de que estava incumbido o acidentado, o salário dos 
primeiros 15 dias de afastamento do acidentado. 
Além da complementação salarial, faz-se necessário o pagamento de horas 
extras em decorrência do acidente, despesas judiciais, desperdício de material ou 
produção fora de especificação, horas de trabalho dispendidas pelos empregados 
que suspendem seu trabalho para ajudar o acidentado; e horas de trabalho 
dispendidas pelos supervisores na investigação da causa do acidente, para 
estabelecer ação corretiva e preventiva para futuros acidentes e em providências 
para que o trabalho do acidentado continue a ser executado. 
Ainda há, conforme lembra Carvalho (1984 apud NEVES, 1998) custos 
relativos à seleção e preparo de novo empregado, assistência médica para os 
primeiros socorros; transporte do acidentado, redução da produtividade pela baixa 
8 
 
do rendimento do acidentado, durante certo tempo, após o regresso ao trabalho e 
incalculável dano à imagem da empresa. 
“Todos os fatores ligados de forma direta e indireta à produção devem estar 
harmoniosamente integrados. Devem ser estudados, colocados em posições 
estratégicas e dimensionadas de forma adequada” (NEVES, 1998). Por isso, 
atenção à segurança no trabalho é uma premissa para sobrevivência de uma 
organização. 
 
 
Conclusão 
 
Conforme Junior (2002), não se observa uma fiscalização adequada e 
eficiente no setor da construção civil, de forma a inibir e controlar as doenças 
ocupacionais e os acidentes. As ações são limitadas a vistoriar as dimensões dos 
terrenos, os recuos e a metragem das edificações. “Enquanto a ideia de que obra 
tem apenas início, meio e fim for cultivada, e não houver a lembrança que existem 
vidas além das paredes, ficará difícil falar de higiene, condições, meio ambiente e 
segurança no trabalho.” (JUNIOR, 2002) 
O elevado índice de acidentes é o resultado da falta de consciência 
profissional, da despreocupação com o trabalhador com os riscos e da desatenção 
quanto a importância da segurança pelos empresários do setor da construção civil. 
Muitos gestores ainda enxergam que investir na segurança é um dos gastos que 
podem ser evitados, cortados, postergados. Entretanto, após a ocorrência de um 
acidente, especialmente os que se sujeitam em situações lamentáveis com vítimas 
fatais, os prejuízos, são impossíveis de dimensionar, pois estão além da vida do 
trabalhador, mas diretamente ligados à imagem e credibilidade da Organização para 
a sociedade. 
“A mudança de atitude dos envolvidos no processo construtivo pode assumir, 
portanto, importância maior do que eventuais inovações em tecnologia de 
construção que objetivem a redução do consumo de materiais” (SOILBELMAN, 1993 
apud NEVES, 1998). A essência de um trabalho educativo, direcionado a criar a 
conscientização da segurança no trabalho é o alicerce estratégico para as empresas 
do ramo da construção civil. Com este estudo conclui-se que é vital ver a segurança 
como fator crítico de sucesso e fazer com que os gestores e operários entendam 
9 
 
que o conhecimento dos riscos a que estão se expondo e das suas consequências 
de exposição à curto e longo prazos não só preservarão vidas, mas garantirão a 
perenidade das empresas e o sucesso de suas metas. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
CIPA PUBLICAÇÕES. São Paulo : Maurício de Souza, mar/2002. 
 
GUALBERTO, A. F. As linhas de defesa da saúde do trabalhador. 1995. Artigo 
(Mestrado em Engenharia de Produção), Universidade Federal da Paraíba, João 
Pessoa. 
 
HAINZENREDER, Morales, L. y. QUADROS, Belaunzaran de C.: "A construção 
civil e segurança do trabalho como meio de conscientização da importância 
nas medidas de proteção contra acidentes". 2014, Disponível em < 
www.eumed.net/rev/cccss/30/seguranza.html > Acesso em fevereiro de 2015. 
 
JUNIOR, Jadir Araujo Diniz. Segurança do Trabalho m obras de construção civil: 
Uma abordagem na cidade de Santa Rosa – RS. UNIJUÍ – Universidade Regional 
do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – Departamento de Tecnologia – 
Curso de Engenharia Civil. Iuji, 2002. Disponível em http://www.projetos.unijui.edu. 
br/petegc/wp-content/uploads/tccs/tcc-titulos/2002/ titulos/2002/Seguranca_do_ 
trabalho_em_Obras_de_Construcao_Civil_Santa_Rosa.pdf. Acesso em fevereiro de 
2015. 
 
LUDOVICE, Henrique. Trabalho e Segurança : uma questão de cidadania. 
Revista do CONFEA – Conselho Federal de Engenharia , Arquitetura e Agronomia, 
2014. 
 
Medeiros e Rodrigues (2015), MEDEIROS, J. A. D. M.; RODRIGUES, C. L. P. A 
existência de riscos na indústria da construção civil e sua relação com o saber 
operário. PPGEP, Universidade Federal da Paraíba, 2000. R. Bras. Risco e Seg., 
Rio de Janeiro, v. 6, n. 1, p. 35-6, abr./set. 2010 
 
Norma Regulamentadora NR-18 : Programa de Condições e Meio Ambiente do 
Trabalho na Indústria da Construção. Manuais de Legislação Atlas, Segurança e 
Medicina do Trabalho, 48ª edição, Editora ATLAS : São Paulo, 2001. 
 
NEVES, Renato Martins das. Algumas Estratégias de Produção adotadas por 
empresas de construção civil. Eng. Civil, MSc. NUHAM- Núcleo de Habitação da 
Amazônia /CTEC/ UFPA-End.Tv. 1998. CEP: 66.060-600-Belém/PA. Disponível em 
< http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep1998_art171.pdf > Acesso em fevereiro 
de 2015. 
 
10 
 
PESSOA, Lucineide. Riscos de Acidentes de trabalho na construção civil. 2014. 
Disponível em < http://jus.com.br/artigos/26605/riscos-de-acidente-de-trabalho-na-
construcao-civil > Acesso em fevereiro de 2015. 
 
SALDANHA, Maria Cristina Werba. Racionalização construtiva: um enfoque na 
execução do revestimento. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção), 
Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 1997. 
 
SAMPAIO, José Carlos de Arruda. PCMAT: Programa de Condições e Meio 
Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção. São Paulo: Pini, 
SINDUSCON/SP, 1998. 
 
SAURIN, Tarcisio Abreu, RIBEIRO, José Luis Duarte. Segurança no Trabalho em 
um Canteiro de Obras: Percepções dos Operários e da Gerência. 
PPGEP/UFRGS (Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção). Porto 
Alegre - RS. Disponível em < http://www.scielo.br/pdf/prod/v10n1/v10n1a01 > 
Acesso em janeiro de 2015.

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