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ENIAC – EDUCAÇÃO BÁSICA E SUPERIOR Guarulhos 2018 SEGURANÇA NO TRABALHO NO ÂMBITO DA CONSTRUÇÃO CIVIL CARLOS ALMEIDA VIEIRA RAFAEL DA SILVA Guarulhos 2018 SEGURANÇA NO TRABALHO NO ÂMBITO DA CONSTRUÇÃO CIVIL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário ENIAC, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil. Orientador: Prof. Alan Miranda Pereira CARLOS ALMEIDA VIEIRA 237652017 RAFAEL DA SILVA 216552018 SEGURANÇA NO TRABALHO NO ÂMBITO DA CONSTRUÇÃO CIVIL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário ENIAC, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil. Orientador: Prof. Alan Miranda Pereira Aprovado em: __/__/____ BANCA EXAMINADORA Prof. Alan Miranda Pereira Prof. José Carlos Guerra Junior Prof. Fernando Carlos Bantarrinho Monteiro A Deus, que nos criou e foi criativo nesta tarefa. Seu folego de vida em mim me foi sustento e me deu coragem para questionar realidades e propor sempre um novo mundo de possibilidades. AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus que iluminou o meu caminho durante esta caminhada. A minha família que sempre esteve por perto nas horas boas e ruins, quase desistindo e nunca deixaram com suas palavras e intenções de boas índoles. Aos meus amigos que sempre estiveram por perto nessa nova conquista, nos dando incentivo e apoios constantes para chegarmos até aqui. Aos Professores Allan Miranda e Danielly Arcini de Souza pela paciência que estiveram conosco para a finalização deste trabalho. RESUMO É objetivo deste trabalho é analisar a Segurança no Trabalho e suas consequências no âmbito da Construção Civil. O contexto da pesquisa é muito abrangente, por isso delimitar-se-á o seu processo identificado na bibliografia pertinente, sem pretensão de esgotar o assunto, mas articular o tema com os conceitos de autores consagrados. Nessa perspectiva buscar-se-á resposta a seguinte questão: Em que medida a segurança no trabalho interfere no âmbito da construção civil. No ambiente de trabalho, principalmente canteiro de obra, requer-se certa atenção por parte do empregador. Questões como segurança e saúde são de extrema importância e devem ser postas em prática, pois a valorização do trabalhador no ambiente laboral é imprescindível. A indústria da construção civil é um ramo que envolve uma parcela considerável da população economicamente ativa que contempla um quadro de operário com uma taxa de escolaridade muito baixa. A justificativa deste estudo em questão busca a conscientização da utilização de práticas de segurança no trabalho no âmbito da construção civil, pois se faz importante uma vez que este setor ocupa segundo lugar no ranking de números de acidentes no trabalho do Brasil. Palavras-chave : Segurança no Trabalho, Construção Civil, Operário, Acidentes no Trabalho. ABSTRACT The objective of this work is to analyze Occupational Safety and its consequences in the Civil Construction field. The context of the research is very comprehensive, so it will delimit its process identified in the pertinent bibliography, without pretending to exhaust the subject, but to articulate the theme with the concepts of consecrated authors. From this perspective, the following question will be answered: To what extent does occupational safety interfere with civil construction? In the work environment, especially the construction site, it requires some attention from the employer. Issues such as safety and health are extremely important and should be put into practice, since the valorization of the worker in the work environment is essential. The construction industry is a branch that involves a considerable portion of the economically active population that includes a workforce with a very low educational level. The justification of this study in question seeks to raise the awareness of the use of safety practices in the field of civil construction, since it is important since this sector occupies second place in the ranking of occupational accident numbers in Brazil. Keywords : Occupational Safety, Civil Construction, Worker, Accidents at Work. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – NR18 – Disco de Serra................... ......................................................29 Figura 2 – NR18 – Betoneira........................ ..........................................................30 Figura 3 – NR18 (Martelete)........................ ...........................................................31 Figura 4 – NR18 (Baia De Dobragem De Vergalhões)... ......................................32 Figura 5 – NR18 Estrutura de Concreto.............. .................................................33 Figura 6 – NR18 Policorte.......................... ...........................................................34 Figura 7 – Orçamento............................... .............................................................37 Figura 8 – 16 Principais riscos em canteiro de obra s........................................39 Figura 9 – Concretagem de sapata................... ...................................................40 Figura 10 – Armação de radier...................... .......................................................41 Figura11 – Áreas de Vivência....................... ........................................................46 Figura 12 – EPI.................................... ...................................................................47 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................10 2.JUSTIFICATIVA / RESULTADOS ESPERADOS............. .....................................13 3. OBJETIVOS....................................... ....................................................................14 3.1 OBJETIVO GERAL..............................................................................................14 3.2 OBJETIVO ESPECÍFICO.....................................................................................14 4. CONSTRUÇÃO CIVIL................................ ............................................................15 5. SEGURANÇA NO TRABALHO........................... ..................................................20 5.1 ACIDENTES DO TRABALHO ............................................................................. 21 5.2 CAUSAS DE ACIDENTES DE TRABALHO DA CONSTRUÇÃO CIVIL .............. 22 5.3 PERFIL DA MÃO DE OBRA NA CONSTRUÇÃO CIVIL .................................... 24 6. NR 18 – MEIO AMBIENTE DE TRABALHO DA CONSTRUÇÃO CIVIL ............. 26 6.1 OBJETIVO DO PCMAT ....................................................................................... 26 6.2 VALIDADE DO PCMAT ....................................................................................... 27 6.3 PROFISSIONAL QUE ELABORA O PCMAT ...................................................... 27 6.4 ETAPAS DO PCMAT .......................................................................................... 28 6.5 DOCUMENTOS QUE INTEGRAM O PCMAT ..................................................... 29 7. LOGÍSTICA NO CANTEIRO DE OBRA .................. ............................................. 31 8. ANALISE DO CUSTO BENEFICIO E INVESTIMENTO NA SEG URANÇA DO TRABALHO........................................... ....................................................................37 9. EDUCAÇÃO E TREINAMENTO............................................................................42 9.1 PREVENÇÃO DE ACIDENTES...........................................................................43 9.2 ÁREAS DE VIVÊNCIA.........................................................................................45 10 CONCLUSÃO....................................... ................................................................49 11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS...................... ...............................................51 10 1. INTRODUÇÃO Muitos são os problemas que envolvem o operário da construção civil em acidentes no trabalho, como a baixa escolaridade, condições adversas de trabalho, insegurança no trabalho e pouca possibilidade de promoção. O nível dos trabalhadores e a rotatividade da mão-de-obra são fatores determinantes para a causa de acidentes no trabalho, o que exige uma promoção de cursos de qualificação voltada para melhor preparar os trabalhadores. Por consequência de um trabalho cansativo e que requer bastante esforço físico, para fazer uma análise da influência da mão-de-obra em acidentes na construção civil, é necessário aplicar métodos de prevenção de acidentes, assim como aspectos da psicologia que podem ser diretamente aplicados em trabalhadores com o perfil da construção civil. O perfil do operário da construção civil a partir de características levantadas são fatores para aumento de acidentes. Sobre a qualificação profissional e, com base em dados levantados pelo sindicato dos trabalhadores da Construção Civil, demonstram dados que mostram o perfil do trabalhador que sofrem acidentes na construção civil sendo: 56% de trabalhadores com apenas prática na função, 41% são trabalhadores com nenhuma formação profissional e apenas 3% são trabalhadores com curso superior, técnico, SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) ou similar. O PCMAT, Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Industria da Construção, trata-se de um conjunto de ações ordenadamente pré-estabelecidas, relativas à segurança do trabalhador nas atividades referentes a indústria de construção. O PCMAT tem como objetivo a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos e nas condições do trabalho na indústria de construção, visando a segurança e saúde de todos os trabalhadores. Já os canteiros de obras muitas vezes deixam a desejar em termos de organização e segurança, tornando-se visível a necessidade dos empreendedores do ramo da construção civil, em comprometerem-se com a melhoria contínua dos processos construtivos e com ações gerenciais que refletem claramente nos canteiros de obras. 11 Quanto às causas dos acidentes, 50% são provocados por Atos Inseguros, devido à ação imprópria ou inadequada. 23% por condições Ambientais de Insegurança e 27% provocados por Atos Inseguros, devidos a omissões diversas. A partir das características da mão-de-obra e o fato do Brasil ter uma deficiência na educação pública, é visível a necessidade das empresas em ajudar a modificar estas características da mão-de-obra, buscando formas de educar os trabalhadores e também qualificá-los para as novas tecnologias que surgem em beneficio da eficiência e rapidez no produto final na construção civil. Durante algumas leituras ainda no pré-projeto surgiu grande interesse pelo tema e sobre a segurança no trabalho no âmbito da construção civil. Além do forte interesse em conhecer mais sobre o assunto e desenvolver o tema em torno dos conceitos e entender a segurança no trabalho no âmbito da construção civil. Retratar as principais medidas usadas para a segurança no trabalho no âmbito da construção civil embasadas nas NR18 e NR10. Analisar a importância de uma ação preventiva oriunda de patrões e trabalhadores em conjunto, para reduzir o número de acidentes de trabalho. Oferecer soluções possíveis de integração instrutivas sobre acidentes de trabalho e como evitá-los e o incentivo à limpeza e organização do ambiente de trabalho.. Este trabalho tem como proposta além do foco da importância da segurança no trabalho, entender as perdas parciais à saúde ou irreparáveis como a vida, tanto quanto às Empresas e até mesmo para a Previdência. Este estudo têm procedimentos de pesquisa bibliográfica, que de acordo com Vergara (1998), “é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, (...)”. Enquanto Gil (2010, p.29) conceitua pesquisa bibliográfica da seguinte forma: “A pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material já publicado. Tradicionalmente, esta modalidade de pesquisa inclui material impresso, como livros, revistas, jornais, teses, dissertações e anais de eventos científicos. Sendo assim, com o propósito de atingir os objetivos da pesquisa, optou-se por adotar a revisão da literatura baseada na leitura e análise de livros, artigos 12 científicos, normas e leis, enfim uma pesquisa bibliográfica para compor este trabalho sem pretensão de esgotar o assunto, mas articular o tema com os conceitos de autores consagrados. Diante do exposto acima, o presente trabalho, estará embasado em pesquisa bibliográfica citados na revisão da literatura e desenvolvida nos capítulos que serão desenvolvidos na monografia. Sendo destacados os objetivos de um plano de execução demonstrando as vantagens de se instaurar a conscientização e utilização de práticas de segurança no trabalho no âmbito da construção civil, para diminuição do número de acidentes no trabalho. 13 2. JUSTIFICATIVA / RESULTADOS ESPERADOS A escolha do tema foi feita, levando em consideração a segurança e a saúde do trabalhador em seu ambiente de trabalho, a fim de evitar perca de produtividade e custos desnecessários decorrentes do acidente de trabalho. A Construção Civil é responsável por muitos acidentes no trabalho, pois exige que seus funcionários se exponham a fatores de risco, como calor, altura, ruídos e esforços repetitivos, contribuindo para aumentar os riscos de acidentes no trabalho. A falta de cultura, de exigência e de consciência profissional, além da despreocupação com o trabalhador, gera números elevados de acidentes e doenças do trabalho, que muitas vezes podem ser fatais. Desta forma, percebe-se a importância da implantação de medidas preventivas a fim de conscientizar empresários e profissionais da área para a importância do estudo e para que se desperte o interesse do próprio trabalhador à preservação da vida, visto que o Brasil já foi considerado um dos países com altos índices de acidentes e mortes no trabalho da construção civil. 14 3. OBJETIVOS 3.1 OBJETIVO GERAL Verificar as condições e qualidades de trabalho em um canteiro de obra de Construção Civil. Visando a Segurança e Prevenindo os acidentes de trabalho ocasionados. 3.2 OBJETIVO ESPECÍFICO • Informar e ilustrar a importância da segurança e prevenção de acidentes de trabalho; • Propor melhorias, de acordo com as normas de segurança; • Contribuir efetivamente com a construtora da respectiva obra analisada, fornecendo quando necessário, informações, sugestões e alguns apontamentos referentes aos trabalhadores e à obra; • Estudar a viabilidade do custo de implantação de Segurança . • Analisar o benefício do acompanhamento do profissional de segurança do trabalho na obra em estudo. 15 4. CONSTRUÇÃO CIVIL A indústria da construção civil é um ramo que envolve uma parcela considerável da população economicamente ativa que contempla um quadro de operário com uma taxa de escolaridade muito baixa. Alguns mal sabem assinar seu nome enquanto outros são o que pode-se considerar como analfabetos funcionais. Outro aspecto é a rotatividadede operários no setor, que inviabiliza medidas prevencionistas e de conscientização. Diante desta realidade, em 2000 foi firmado um Termo de Operação: “Técnica entre o Ministério da Saúde e Emprego e a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) visando à colaboração para desenvolver ações no campo da saúde e segurança no trabalho” (MTE/CBIC). Questões como estas e outras, que permeiam a indústria da construção são vagarosas e onerosas. Nem todos os empresários deste segmento estão dispostos a viabilizar ações como a citada acima ou similares a esta. Contemplando a NR6, Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, deve-se organizar primeiramente o local de trabalho, estabelecendo uma política prevencionista efetiva e respeitada por todos sem distinção de hierarquia. Deste modo, a empresa pode buscar benefício no que diz respeito à saúde e segurança no trabalho de todos dentro da organização. A meta principal é desenvolver ações que visem restabelecer a segurança no local de trabalho, melhorar as suas instalações seguindo as normas regulamentadoras e promover campanhas motivacionais por investir nos seus operários com cursos profissionalizantes, educação para adultos etc. A Constituição Federal, em seu Artigo 7º, XXII, citado por Teixeira e Teixeira (2002, p. 184), ressalta a ideia de que, “[são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: (...) Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança”. Um fator preponderante é a ineficiência de fiscalização da superintendência regional do trabalho (SRTE) nos canteiros de obras. Esta falta de fiscalização acaba 16 por deixar os empresários em uma zona de conforto, e assim priorizam a produtividade e o prazo de entrega estabelecido pelos seus clientes, ao invés de seguir as recomendações da NR18. Quanto mais frequente for a fiscalização, mais atenção seria dada às melhorias no ambiente de trabalho. De acordo com o Artigo 626 da Consolidação das Leis do Trabalho, Decreto-lei 5452/42: Art. 626 - Incumbe às autoridades competentes do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, ou àquelas que exerçam funções delegadas, a fiscalização do fiel cumprimento das normas de proteção ao trabalho. Parágrafo único - Os fiscais dos Institutos de Seguro Social e das entidades paraestatais em geral dependentes do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio serão competentes para a fiscalização a que se refere o presente artigo, na forma das instruções que forem expedidas pelo Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio. As medidas de segurança e saúde no trabalho não deveriam estar presas à burocracia e fachadas à espera de inspeção de autoridades. Estas medidas precisam estar presentes no canteiro de obra, visando o bem-estar físico e mental do operário. E certamente é conveniente uma integração entre empregador, operário e meio ambiente. Desta forma, todos devem trabalhar conjuntamente em busca de equilíbrio e diminuição de acidente no trabalho. Em artigo de Vieira et al. (2009, p. 5), os autores reproduzem a fala de Jorge Luís de Lima Maciel, que cita Cardella: É importante destacar que a Segurança no Trabalho requer uma abordagem integrada, segundo a qual o acidente de trabalho é um fenômeno de natureza, multifacetada, resultante de interações complexas entre fatores físicos, químicos, biológicos, psicológicos, culturais e sociais. No ambiente de trabalho, principalmente canteiro de obra, requer-se certa atenção por parte do empregador. Questões como segurança e saúde são de extrema importância e devem ser postas em prática, pois a valorização do trabalhador no ambiente laboral é imprescindível. Deste modo, a segurança e a saúde do trabalhador devem ser tratadas como uma prioridade, fazendo necessárias as medidas de prevenção e proteção. Segundo o Artigo 6º da Convenção Internacional sobre a Segurança e Saúde na Construção, “Deverão ser adotadas todas as precauções adequadas para garantir que todos os locais de trabalho sejam 17 seguros e estejam isentos de riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores” (ORGANIZAÇÃO, 2012). No Brasil, a legislação de segurança e saúde do trabalho está composta por “normas regulamentadoras”, leis complementares como portarias e decretos, além das convenções internacionais da Organização Internacional do Trabalho (OIT). De importância particular são as Medidas de Prevenção e Proteção da terceira seção da “Convenção sobre a Segurança e Saúde na Construção” (ORGANIZAÇÃO, 2012): III. MEDIDAS DE PREVENÇÃO E PROTEÇÃO Artigo 13 Segurança nos locais de trabalho 1. Deverão ser adotadas todas as precauções adequadas para garantir que todos os locais de trabalho sejam seguros e estejam isentos de riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores. 2. Deverão ser facilitados, mantidos em bom estado e sinalizados, onde for preciso, meios seguros de acesso e de saída em todos os locais de trabalho. 3. Deverão ser adotadas todas as precauções adequadas para proteger as pessoas presentes em uma obra, ou em suas imediações, de todos os riscos que possam se derivar da mesma. 4. Equipamento de proteção Individual e coletiva Dificuldades são enfrentadas pelos empregadores em relação à resistência ao uso dos EPIs por parte dos operários. Mesmo que a construção civil seja considerada a indústria mais perigosa do mundo, em termos de acidente de trabalho e doença ocupacional, os operários, por vez e outra, burlam os procedimentos e acabam trabalhando de forma inadequada e sem segurança, expondo-se ao risco de acidente. O alto índice de acidente de trabalho na indústria da construção é proveniente de ato inseguro, utilização inadequada de equipamento e falta de treinamento. Assim, Diniz (2002, p. 30) explica as ideias de Brandli, que por sua vez, cita Hillebrandt: 18 [Brandli] acredita que a esmagadora desvantagem do sistema de subcontratação é a falta de treinamento, embora exista em outros sistemas também. Ressalta que o problema desta questão é que o treinamento já inexiste em muitos casos e se agrava com a terceirização dos trabalhos. A Norma Regulamentadora 6 (NR6) é clara e sábia em seus dispositivos, quando se refere a direitos e deveres dos empregadores e empregados. Não basta o empregador fornecer o equipamento de proteção individual (EPI), que também deve ser adequado ao risco de cada atividade. É ainda de total responsabilidade da empresa em treinar seus operários quanto ao uso. De acordo com o dispositivo 6.7.1 da NR 6, o empregado, por sua vez, deve “usar o EPI fornecido pela empresa para a finalidade a que se destina e responsabilizar-se por sua guarda e conservação”, dentre outras recomendações existente na NR6, que servem como norteador na proteção do operário de acidentes de trabalho e, caso aconteça algum acidente, trata-se de minimizar a sua gravidade. Assim, como afirma Diniz (2002, p. 36), baseado nas ideais de José Carlos de Arruda Sampaio, “[o] EPI tem por finalidade auxiliar e orientar os funcionários da empresa na utilização adequada, os quais quando esquecidos mesmo por instantes, pode provocar algum acidente não esperado”. Em paralelo ao uso de EPIs, se faz necessário à complementação de equipamento de proteção coletiva (EPC) no canteiro de obra, seguido de treinamento para assegurar a sua eficiência. Os EPCs reforçam a segurança tanto do operário na sua atividade, quanto a dos outros que vistam a obra. Assim os EPCs proporcionam melhoria no ambiente de trabalho pela redução dos riscos de acidentes de trabalho. Ou seja, “EPC é todo dispositivo, sistema, ou meio, fixo ou móvel de abrangência coletiva, destinado a preservar a integridade física e saúde dos trabalhadores, usuáriose terceiros” (COMISSÃO, [2012], p. 167). E nos termos de Sampaio, EPCs: [São ações, equipamentos ou elementos que servem de barreira entre o perigo e os operários]. Numa visão mais ampla, são todas as medidas de segurança tomadas numa obra para proteger uma ou mais pessoas (SAMPAIO, 1998, p. 95 apud Diniz, 2002, 35). 19 Pode-se afirmar que o uso correto de EPI e EPC pelos operários durante a sua atividade laboral só traz benefício. Pois embora não evitem totalmente os acidentes, certamente os EPI e EPC minimizam bastante o impacto dos possíveis acidentes e o desenvolvimento de doença ocupacional. 20 5. SEGURANÇA NO TRABALHO Chiavenato(1999) apud Monteiro at al. (2005), define segurança do trabalho como “o conjunto de medidas técnicas, educacional, médica e psicológica utilizadas para prevenir acidentes, eliminando as condições inseguras do ambiente, e também instruindo ou convencendo as pessoas sobre a implantação de práticas preventivas”. Segundo Grohmann (1997), a segurança no trabalho é “uma função empresarial que, cada vez mais, torna-se uma exigência conjuntural. As empresas devem procurar minimizar os riscos a que estão expostos seus funcionários, pois, apesar de todo avanço tecnológico, qualquer atividade envolve certo grau de insegurança”. A omissão a uma política de segurança eficaz acarreta diversos problemas como o relacionamento humano, a produtividade da empresa e também a qualidade do produto e dos custos. Além disso, é preciso investir em segurança, pois a economia feita antes, evitando gastar com produtos, cursos e treinamentos de qualificação dos funcionários, gera prejuízos futuros, pois a partir de um simples acidente todo um processo é preciso ser envolvido, diminuindo a produção e qualidade do produto final. As técnicas de Segurança no Trabalho são definidas por normas e leis. No Brasil, a Legislação de Segurança do Trabalho compõe-se de Normas Regulamentadoras (NRs), leis complementares, como portarias e decretos e também as convenções Internacionais da Organização Internacional do Trabalho, ratificadas pelo Brasil. A segurança no trabalho envolve uma série de normas regulamentadoras, dentre elas existem algumas mais específicas e de grande importância, mas muitas são generalizadas, podendo todas ser consultadas por técnicos e engenheiros na área de segurança e saúde no trabalho. Por isso, é importante o conhecimento destas normas para obedecer aos procedimentos impostos por elas, passíveis de penalidades caso não sejam obedecidas e para qualquer necessidade eventual de consulta. Para esse estudo existem algumas NR’s que se tornam mais importantes, como: NR-05, NR-06 e NR-18. a) NR 05 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA b) NR 06 - Equipamentos de Proteção Individual – EPI 21 c) NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção 5.1 Acidentes do Trabalho Segundo a Lei 8.213 de 24/07/1991, art. 19, acidente do trabalho é definido como: Art. 19 - O que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. a) quando ocorrer lesão corporal; b) quando ocorrer perturbação funcional ou; c) quando ocorrer doença. Ainda, segundo a Lei 8.213 de 24/07/1991, em seu artigo 20, considera-se acidente do trabalho: a) doença profissional: É desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social; b) doença do trabalho: É desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social. O Art. 21 mostra que equiparam-se ainda, ao acidente do trabalho: I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação; II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de: 22 a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho; c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho; d) ato de pessoa privada do uso da razão; e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior. III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade; IV – o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho: a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. 5.2 Causas de Acidentes de trabalho da Construção C ivil Teixeira (S.d.) afirma que as maiores causas de acidentes nos canteiros são as más condições do ambiente de trabalho e os atos inseguros. O autor lista como más condições do ambiente, os canteiros mal planejados e mal dimensionados, a 23 falta de qualificação dos trabalhadores, a falta de fiscalização em terceirizações, o longo trajeto dos funcionários do trabalho pra casa e de casa pro trabalho e a pressa para execução da obra devido a apertos em cronogramas, gerando trabalho sobre trabalho ou excesso de trabalho. Santos at al. (S.d.) considera que os atos inseguros correspondem a aproximadamente 90% (noventa por cento) das causas dos acidentes na construção civil e as condições inseguras também são apontadas como causadoras de acidentes, como problemas com equipamentos, instalações e fatores organizacionais. O autor acredita também que todo elemento envolvido no trabalho é potencial gerador de ocorrência, por isso deve-se estar atento para todas as atividades exercidas na empresa, sem descuido. a) Condições Ambientais de Insegurança Santos at al. (S.d.) se referindo às condições ambientais de insegurança como um dos fatores causa acidente, aponta que os ambientes de trabalho podem apresentar fatores que causam danos à saúde dos trabalhadores, dependendo do tipo de atividade que cada um exerça e do tipo de atividade que a empresa desenvolve. A identificação das causas dos acidentes é feita por um estudo específico de cada acidente, existindo para cada caso métodos para solução dos problemas. Na indústria da construção civil, pode-se observar com facilidade a existência de vários tipos de riscos, onde um só trabalhador está exposto a vários desses riscos. Isto é considerada uma característica predominante da construção civil. b) Atos Inseguros Segundo Cox apud Melo (1989) apud Santos at al. (S.d.), “os atos inseguros são as causas que residem exclusivamente no fator humano, isto é, aqueles que decorrem da execução de tarefas de uma forma contrária as normas de segurança”. Santos at al. (S.d.) também afirma que os atos inseguros geralmente são cometidos por: a) Inadaptação do serviço; b) Falta de conhecimento ou experiência em fazer o serviço; c) Excesso de confiança;d) Cansaço; e) Preocupações gerais. 24 Os processos de trabalho mais utilizados na construção civil também influenciam diretamente na ocorrência de acidentes. Isso porque essas atividades exigem esforços dos operários, surgindo sintomas de fadiga, e conseqüentemente deixando-os desatentos para o serviço. 5.3 Perfil da Mão de Obra na Construção Civil A construção civil sofre em relação a acidentes por ter uma mão de obra pouco qualificada, isto acontece porque, dos trabalhadores contratados, são exigidos bastante força física e pouca qualificação para realizar a maioria das atividades. Segundo a SindusCon-SP3, o número de trabalhadores na área da construção vem crescendo expressivamente, mas, com este crescimento vem a contratação de uma grande parte de profissionais sem qualificação, isto porque houve um avanço nas tecnologias aplicadas na construção e, em contrapartida, não foi investido em qualificação para estes trabalhadores, o que ocasiona uma maior facilidade para a ocorrência de acidentes, a partir do momento em que estes funcionários tinham uma “experiência” com materiais mais tradicionais. De acordo com pesquisa realizada por Carreiro (2003) sobre a qualificação profissional e, com base em dados levantados pelo sindicato dos trabalhadores da Construção Civil, demonstram estatisticamente dados que mostra o perfil do trabalhador que geralmente sofre acidentes na construção civil. 56% (Cinqüenta e seis por cento) são trabalhadores com apenas prática na função, 41% (quarenta e um por cento) são trabalhadores com nenhuma formação profissional e apenas 3% (três por cento) são trabalhadores com curso superior, técnico, SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) ou similar. Quanto às causas dos acidentes, Carreiro (2003) demonstra que 50% (cinqüenta por cento) são provocados por Atos Inseguros, devido à ação imprópria ou inadequada. 23% (Vinte e três por cento) por condições Ambientais de Insegurança e 27% (vinte e sete por cento) provocados por Atos Inseguros, devidos a omissões diversas. A Federação dos Trabalhadores da construção civil, na Bahia, confirmam a baixa escolaridade no segmento da construção. Segundo o Sindicato, a estimativa é que cerca de 50% dos trabalhadores da construção civil são analfabetos. 25 A partir das características da mão de obra vista acima e o fato do Brasil ter uma deficiência na educação pública, é visível a necessidade das empresas em ajudar a modificar estas características da mão de obra, buscando formas de educar os trabalhadores e também qualificá-los para as novas tecnologias que surgem em beneficio da eficiência e rapidez no produto final na construção civil. 26 6. NR 18 – MEIO AMBIENTE DE TRABALHO DA CONSTRUÇÃO CIVIL Conforme Regulamentadora 18 (NR-18), que orienta quanto a aspectos de ordem administrativa, de planejamento e de organização que objetivam a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho da Indústria da Construção. Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Industria da Construção – (PCMAT), objetiva a garantir, definir, prever, determinar e aplicar todo o Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho em toda obra. Segundo a NR-18 é necessário que o PCMAT contenha o memorial sobre condições e meio ambiente de trabalho nas atividades e operações, no entanto, ao analisar foi mencionada uma descrição muito sucinta no sumário apresentado, também não foi mencionado o tipo de obra, nem mesmo quais as atividades que serão exercidas, sendo sempre muito genérico quanto à proteção a ser utilizada para cada atividade. O PCMAT trata-se de um conjunto de ações ordenadamente pré- estabelecidas, relativas à segurança do trabalhador nas atividades referentes a indústria de construção. Conforme estabelece o subitem 18.1.2 da NR18 do Ministério do Trabalho e do Emprego, considera as atividades da indústria de construção como: “...Consideram-se atividades da Indústria da Construção as constantes do Quadro I, Código da Atividade Específica, da NR4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicinado Trabalho e as atividades e serviços de demolição, reparo, pintura, limpeza e manutenção de edifícios em geral, de qualquer número de pavimentos ou tipo de construção, inclusive manutenção de obras de urbanização e paisagismo.” 6.1 Objetivo do PCMAT O PCMAT tem como objetivo a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos e nas condições do trabalho na indústria de construção, visando a segurança e saúde de todos os trabalhadores, tal como a de terceiros. 27 Segundo o subitem 18.3.1 da NR18, o Ministério do Trabalho e do Emprego, estabelece que: “18.3.1. São obrigatórios a elaboração e o cumprimento do PCMAT nos estabelecimentos com 20 (vinte) trabalhadores ou mais, contemplando os aspectos desta NR e outros dispositivos complementares de segurança” 6.2 Validade do PCMAT O PCMAT contempla os riscos de todas as etapas da obra, por isso ele não tem uma validade definida. Periodicamente o PCMAT deve passar por uma reavaliação global. Na reavaliação deve ser observado seu desenvolvimento, e também se ele está atendendo plenamente o objetivo para o qual foi elaborado. Se houver necessidade, deve ser feito ajustes necessário estabelecendo novas metas e prioridades de segurança. 6.3 Profissional que elabora o PCMAT A NR 18 no seu item 18.3.2 diz que O PCMAT deve ser elaborado por profissional legalmente habilitado na área de segurança do trabalho. O Glossário da NR 18 descreve como: Legalmente Habilitado: Profissional que possui habilitação exigida pela lei. A diferença é que o PCMAT é um programa mais detalhado que o PPRA. Ele é elaborado para proporcionar ações e medidas de segurança do trabalho em todas as fases da obra. Já o PPRA é um programa mais genérico, não é tão detalhado como o PCMAT e não é feito visando cada etapa da obra. A elaboração do PCMAT não desobriga a empresa de ter que cumprir as exigências do PPRA. Segundo o item 18.3.11 da NR 18, O PCMAT deve contemplar as exigências contidas na NR 9 PPRA. Isso significa que o PPRA deverá constar dentro do PCMAT ou seja, eles formam um único programa de prevenção. Um programa está intimamente ligado ao outro. 28 6.4 Etapas do PCMAT A elaboração do PCMAT é realizada em 5 etapas: 1. Análise de projetos. É a verificação dos projetos que serão utilizados para a construção, com o intuito de conhecer quais serão os métodos construtivos, instalações e equipamentos que farão parte da execução da obra. 2. Vistoria do local. A vistoria no local da futura construção serve para complementar a análise de projetos. Esta visita fornecerá informações sobre as condições de trabalho que efetivamente serão encontradas na execução da obra. Por exemplo: verificar o quanto e em que local haverá escavação, se há demolições a serem feitas, quais as condições de acesso do empreendimento, quais as características do terreno, etc. 3. Reconhecimento e avaliação dos riscos. Nesta etapa é feito o diagnóstico das condições de trabalho encontradas no local da obra. Surge, então, a avaliação qualitativa e quantitativa dos riscos, para melhor adoção das medidas de controle. 4. Elaboração do documento base. É a elaboração do PCMAT propriamente dito. É o momento onde todo o levantamento anterior é descrito e são especificadas as fases do processo de produção. Na etapa do desenvolvimento do programa têm de ser demonstradas quais serão as técnicas e instalações para a eliminação e controle dos riscos. 5. Implantação do programa. É a transformação de todo o material escrito e detalhado no programa para as situações de campo. O processo de implantação do programacontempla: Desenvolvimento/ aprimoramento de projetos e implementação de medidas de controle; Adoção de programas de treinamento de pessoal envolvido na obra, para manter a “chama” da segurança sempre acesa; Especificação de equipamentos de proteção individual; Avaliação constante dos riscos, com o objetivo de atualizar e aprimorar sistematicamente o PCMAT; Estabelecimento de métodos para servir como 29 indicadores de desempenho; Aplicação de auditorias em escritório e em campo, de modo a verificar a eficiência do gerenciamento do sistema de Segurança do Trabalho. Figura 1 – NR18 – Condições de Segurança Fonte : Seconvi, 2018 – Cartilha de Segurança 6.5 Documentos que integram o PCMAT Segundo item 18.3.4 da NR 18. Integram o PCMAT: a) Memorial sobre condições e meio ambiente de trabalho nas atividades e operações, levando-se em consideração riscos de acidentes e de doenças do trabalho e suas respectivas medidas preventivas; b) Projeto de execução das proteções coletivas em conformidade com as etapas de execução da obra; c) Especificação técnica das proteções coletivas e individuais a serem utilizadas; d) Cronograma de implantação das medidas preventivas definidas no PCMAT em conformidade com as etapas de execução da obra. (Alterado pela Portaria SIT n.º 296/2011). e) Layout inicial e atualizado do canteiro de obras e/ou frente de trabalho, contemplando, inclusive, previsão de dimensionamento das áreas de vivência. (Alterado pela Portaria SIT n.º 296/2011). 30 f) Layout inicial do canteiro de obras, contemplando, inclusive, previsão de dimensionamento das áreas de vivência; g) Programa educativo contemplando a temática de prevenção de acidentes e doenças do trabalho, com sua carga horária. O PCMAT deve ser guardado por no mínimo 20 anos. O PCMAT deve permanecer no lugar de origem do programa a disposição dos interessados e da fiscalização do trabalho. Figura 2 – NR18 – Cond ições de Segurança Fonte : Seconvi, 2018 – Cartilha de Segurança 31 7. LOGÍSTICA NO CANTEIRO DE OBRA A logística no canteiro de obra nada mais é do que a adequação dos conceitos da logística aplicada dentro do canteiro de obra. Para que isso aconteça deve existir um estudo que vai definir a estratégia para implantação do empreendimento, focando também o canteiro, para que se possam planejar antecipadamente as condições mais apropriadas de entrada e saída de materiais e mão de obra, assim como as escolhas dos equipamentos a serem utilizados e seus posicionamentos. Existe uma divisão da logística que permite ser aplicada às empresas e a identificar com maior clareza as principais atividades associadas à logística em uma obra. Desde modo, fica dividida em logística de suprimentos (externa) e logística de canteiro (interna). A logística de suprimentos trata do fornecimento dos recursos materiais e humanos necessários à produção, destacam as atividades de planejamento e processamento das aquisições, a gestão de fornecedores, o transporte dos recursos até a obra e a manutenção dos recursos de materiais previstos no planejamento. Figura 3 – NR18 Requisitos de Segurança Fonte : Seconvi, 2018 – Cartilha de Segurança 32 Já a logística de canteiro, trata da gestão dos fluxos físicos e dos fluxos de informações associados à execução de atividades no canteiro, suas atividades estão relacionadas a gestão dos fluxos físicos ligados a execução (planejamento detalhado dos fluxos de execução dos serviços e dos seus mecanismos de controle), a gestão da interface entre os agentes que interagem no processo de produção (informações e interferência entre os serviços) e gestão física da praça de trabalho (implantação do canteiro, movimentação interna, zonas de estocagem, zonas de pré- fabricação e atendimento aos requisitos de segurança). (CARDOSO, 1996) Segundo Ferreira (1998), a produção da obra esta diretamente ligada ao projeto do canteiro, que é o serviço integrante do processo de construção responsável pela definição do tamanho, forma e localização das áreas de trabalho, fixas e temporárias, das vias de circulação, onde se faz necessário o desenvolvimento das operações de apoio e execução, durante cada fase da obra, de forma integrada e evolutiva, de acordo com o projeto de produção do empreendimento, oferecendo condições de segurança, saúde e motivação aos trabalhadores e permitindo a execução racionalizada dos serviços. Figura 4 – NR18 – Requisitos de Segurança Fonte : Seconvi, 2018 – Cartilha de Segurança O planejamento do canteiro deve ser realizado através de um procedimento sistematizado, onde envolve a análise preliminar, que vai coletar os dados das 33 necessidades do canteiro, das informações sobre o terreno e do entorno da obra, principalmente as definições técnicas da obra e os cronogramas a serem cumpridos. (SAURIM; FORMOSO, 2006). Seja qual for o sistema utilizado, deve levar em consideração os custos de aquisição, custos de implantação, custos de manutenção, reaproveitamento, durabilidade, facilidade de montagem e desmontagem, isolamento térmico e impacto visual. (GIONGO, 2008). Figura 5 – NR18 – Requisitos de Se gurança Fonte : Seconvi, 2018 – Cartilha de Segurança Vale ressaltar que a importância de cada critério é variável conforme as necessidades da obra. Toda obra passa por etapas a serem executadas até que elas assumam características e formas específicas daquela atividade, enquanto isso ocorre é possível que o canteiro de obra se torne mutável com o decorrer da obra. Por isso, classifica-se o canteiro de obra como inicial, onde envolve as dificuldades da locação das instalações provisórias e o estabelecimento de áreas para carga e descarga dos materiais; como oferecedor de risco máximo aos operários devido ao layout não comportar as necessidades dos operários, tendo que ser ampliado ou transferido de local; e por último, o encerramento da obra, onde as instalações 34 provisórias deverão ser transferidas para áreas já finalizadas da obra para dar início aos serviços de acabamento. (FELIX, 2000) Reforçando esse pensamento, Souza (2000) afirma que: “Não há sentido em se falar em qualidade na obra ou produtividade no processo construtivo quando não se tem planejado o local onde os serviços de construção acontecem.” Entretanto, o planejamento do canteiro, em particular, tem sido um dos aspectos mais negligenciados na indústria da construção, sendo que as decisões são tomadas à proporção que os problemas surgem no decorrer da execução. (HANDA,1988). Figura 6 – NR18 – Requisitos de Segurança Fonte : Seconvi, 2018 – Cartilha de Segurança Em consequência, os canteiros de obras muitas vezes deixam a desejar em termos de organização e segurança, tornando-se visível a necessidade dos empreendedores do ramo da construção civil, em comprometerem-se com a melhoria contínua dos processos construtivos e com ações gerenciais que refletem claramente nos canteiros de obras. 35 O estudo realizado por Vieira (2006), constata que nem todas as empresas investem no canteiro de obra, ou seja, no planejamento antecipado do layout, e por conta disso, observa-se, elevados índices de desperdícios, diversas improvisações e um alto nível de exigência do mercado consumidor paralelo ao crescimento da competitividade. Por conta disso, faz-se necessário, buscar a conscientização e a implantação da gestão logística como fator determinante para alcançar a eficiência produtiva. Sendo assim, as empresas precisam definir uma política bem consolidada sobre a logística, de forma que essa atenda plenamente às necessidades dos empreendedores (clientes) tanto na qualidade como no preço. Por issoas empresas que se preocupam com sua imagem no mercado de trabalho, com o seu diferencial em organização e cumprimento de prazos, investem nas consultorias das empresas especializadas em planejamento. No caso do planejamento das instalações dos canteiros de obras de edificações, observa-se uma ausência de critérios e bases teóricas para a sua realização, o que acarreta diversos problemas que interferem no processo produtivo. Embora muitas das deficiências identificadas nos canteiros de obras apresentarem a origem em etapas anteriores do empreendimento, tais como a falta de compatibilização de projetos e de procedimentos de execução dos serviços. Um grande potencial de melhorias no canteiro está no planejamento do layout de um canteiro de obra, visando obter a melhor utilização do espaço disponível, locando ou arranjando operários, materiais e equipamentos, de forma que sejam criadas condições propícias para a realização de processos com eficiência, através de mudanças no sequenciamento de atividades, da redução de distâncias e tempos de deslocamentos, além da melhor preparação dos postos estratégicos de trabalho. (ELIAS; LEITE; SILVA; LOPES) Tommelein (1992), considera que apesar de as vantagens operacionais e econômicas de um eficiente planejamento do canteiro serem mais óbvias em empreendimentos de maior porte e complexidade, tornam-se ponto pacífico, um estudo criterioso do layout e da logística do canteiro onde deve estar entre as primeiras ações para que sejam bem aproveitados todos os recursos materiais e humanos empregados na obra, qualquer que seja seu porte. Embora seja 36 reconhecido que o planejamento do canteiro desempenha um papel fundamental na eficiência das operações, cumprimento de prazos, custos e qualidade da construção, os gerentes/empreendedores geralmente aprendem a realizar tal atividade somente através da tentativa de erro, ao longo de muitos anos de trabalho. Com a implantação dos sistemas de qualidade, as condições de organização do canteiro de obras têm sido melhoradas, um exemplo clássico encontrado são as definições das áreas de armazenamento realizadas sem a compatibilização entre o espaço disponível e volumes armazenados, obrigando mudanças frequentes ou utilização de diversas áreas para abrigar os materiais, dificultando assim os controles e comprometendo a integridade dos produtos. (FARAH, 1996) Assim como o mercado da construção civil, a área de logística encontra-se em rápida expansão, sendo inúmeras as oportunidades de contratação de pessoal. Os gestores das construtoras estão buscando profissionais especializados nessa área, visando à implantação de métodos e ferramentas voltadas para as atividades logísticas. O objetivo é a racionalização de processos, a ampliação da produtividade e competitividade garantindo um melhor desempenho profissional. É comum as grandes empresas, terem o objetivo de evitar perda de material, de tempo e de recursos financeiros, por conta disso a logística trata do planejamento, controle e realização de outras tarefas associadas a armazenagem, transportes e distribuição de bens e materiais, enfrentando grandes desafios, como por exemplo, executar cronogramas com a entrega das obras nos menores prazos possíveis. 37 8. ANALISE DO CUSTO BENEFICIO E INVESTIMENTO NA SEG URANÇA DO TRABALHO. Há riscos dos mais variados envolvidos em todos os processos. A execução da obra, por exemplo, apresenta risco de acidentes aos funcionários. Dentro do escritório, os riscos são financeiros. Como por exemplo, na contratação de prestação de serviços. A indústria da Construção Civil é um dos setores mais importantes da economia do Brasil. Entretanto, é muito dependente de mão de obra. Com isso, os acidentes de trabalho nos canteiros de obra apresentam números bastante significativos. Alguns fatores contribuem para a incidência de acidentes no local de trabalho. Os sete riscos mais comuns são: Desorganização, Falta de atenção, Queda de materiais, Choques elétricos, Queda de altura, Falta de sinalização, Manuseio de ferramentas entre outros. Com base de algumas informações, busca-se entender o quanto primordial é o entendimento relacionado à segurança, dando ênfase no custo beneficio para a contratação dos itens (empresa especializada) garantindo sempre amenizar o prejuízo causado pelos acidentes ocasionados. Unidade da Construção : Edifício Residencial Santa Eugênia Localização : Mongaguá - SP Figura 7 – Orçamento fornecido pela empresa visitad a. Fonte : Arquivo Pessoal 38 De acordo com a norma estabelecida NR 18, a figura acima mostra o orçamento de cada item e o fechamento de uma contratação quando se dispõe a utilizar. CUSTO DE ACIDENTE DE TRABALHO. O calculo do custo de um acidente de trabalho consiste na somatória dos custos diretos, indiretos e judiciais envolvidos no dia do evento. Custo direto são os custos que estão diretamente ligadas ao trabalhador, tais como: • Gastos com tratamento médico, odontológico, internações hospitalares e despesas farmacêuticas; • Em caso de redução da capacidade laboral, o trabalhador receberá um auxílio acidente; • Despesas com reabilitação médica e ocupacional; • Gastos com o transporte durante o tratamento; • Seguro de acidente. Existem níveis de risco de acidente de trabalho que pode intervir: - 1% para os riscos de acidentes considerados leves; - 2% para os riscos de acidentes considerados médios; - 3% para os riscos de acidentes considerados graves; Custo indireto são os custos que estão diretamente com o ambiente e com as consequências causadas pelo acidente. Considera-se custo indireto: • O salário pago ao trabalhador no dia do acidente e nos primeiros quinze dias de afastamento; • Multa contratual pelo não cumprimento de prazos; • Perda do bônus para a renovação do seguro patrimonial; • Gastos com o equipamento, peça ou material danificada pelo acidente; • Danos causados ao produto; • Gastos com a contratação e o treinamento de um novo funcionário; • Pagamento de horas extras para repor o prejuízo causado a produção; • Gastos extras como energia elétrica e demais facilidades das instalações; • Pagamento das horas de trabalho gastas pelos supervisores, outros trabalhadores e/ou empresas. Custo judicial não é necessário, mas deve ser levado em conta, pois o trabalhador acidentado pode entrar na justiça, exigindo indenizações e gerando outros custos a empresa. 39 Métodos de Segurança do trabalho. Prevenindo os riscos e danos ocasionados ao trabalhador, a construtora na vivência de sua obra com parceria do Técnico de Segurança apto a aprimorar as suas ideias e partilhar o mesmo presente com palestras semanais, tendo o PCMAT como o objetivo de prevenção de acidentes. Figura 8 – Principais riscos em Obras. Fonte : https://qualidadeonline.wordpress.com/tag/saude-e-seguranca-no-trabalho/page/5/ 40 No decorrer da vistoria, foi verificada a falta de alguns equipamentos com a intenção de proteger a vida e prevenir acidentes. Figura 9 - Concretagem de sapa ta. Fonte : Arquivo Pessoal Em concretagem não se utilizam botas de tecido, pois os danos causados com o concreto em seu corpo são de extrema importância. A utilização do cimento sem o uso de proteção de equipamento utilizado poderá acarretar sérios danos à saúde do trabalhador. É classificado um material irritante, ou seja, reagem em contato com a pele, olhos e vias respiratórias. O cimento reage com a epiderme devida á sua umidade, após contato prolongado. É comum observar a ação alcalina do cimento sobre a superfície da pele, exercendo assim um efeito abrasivo sobre a camada córnea da pele. As lesões são claramente visíveis: vermelhidão, inchaço, eczema, bolhas, fissuras e necrose do tecido.Botas de PVC, óculos de proteção, luvas são equipamentos devidamente apropriados para este tipo de trabalho. 41 Figura 10 – Armação de radie r. Fonte : Arquivo Pessoal Mostra-se o indevido uso da falta deste protetor, sendo assim proibida a existência de pontas verticais de vergalhões de aço desprotegidas. Por descuido ou falta de atenção do trabalhador, pede-se a utilização dos protetores de vergalhões de aço para não acarretar em algum acidente. No estudo, observou-se a preocupação que a construtora tem diariamente com os riscos da falta de segurança perante o trabalhador. Adquirindo assim o estudo e a analise de caso que uma empresa tem sendo beneficiada com o parecer da segurança presente na mesma. 42 9. EDUCAÇÃO E TREINAMENTO Conceituar educação e treinamento com o mesmo sentido é uma forma errada, mas que vem sendo utilizada em empresas de construção civil. Estas duas palavras têm significados diferentes, e precisam ser analisadas de forma diferente, para que sejam corretamente aplicadas nos canteiros, com o objetivo de qualificar seus trabalhadores e assegurar os objetivos das empresas. Estas definições ficam claras quando Pontual (1980) apud Holanda (2003) afirma que a educação é uma forma geral de ensino já o treinamento é mais específico e, segundo o autor, para outros, a educação encara o homem em toda a sua formação e já o treinamento só busca o trabalhador, e que a educação prepara o homem para a vida instruindo-o e enriquecendo-o das diversas maneiras possíveis e o treinamento o prepara para uma atividade específica, o trabalho. Por fim, Pontual (1980) apud Holanda (2003) evidencia também que a educação irá desenvolver a personalidade do indivíduo, função não desenvolvida pelo treinamento, que tem como objetivo integrar o indivíduo ao trabalho, para atender os objetivos da empresa. Em pesquisa realizada por Flores (2008) é indicado um perfil do trabalhador e mostra que os principais obstáculos estão na escolaridade e na capacidade profissional. Além disso, é constatado que há baixa qualificação e instrução, alto risco e índice de acidentes, alto índice de analfabetismo, péssima qualidade dos produtos e alta rotatividade, parte desses problemas se encontram no processo de produção e de gestão. Flores (2008) ainda afirma que isto acontece pelo fato do padrão das empresas, em sua maioria, permanecerem nas antigas formas de produzir o trabalho. O método com que se aprende o trabalho nos canteiros é muito parecido com os métodos em que os trabalhadores aprendiam no período feudal, em que era passado de pai pra filho ou os aprendizes aprendiam com pessoas experientes no trabalho. Esta análise mostra a relação entre a má qualificação e educação nos canteiros com o alto índice de acidentes. Interligando com a definição de Holanda (2003), fica claro que um novo modelo de encarar a educação pelos empresários é necessário não só para o aumento da produtividade, mas também para a diminuição de acidentes visto que o operário instruído aumenta o desempenho de pensar e agir 43 acolhendo as ordens relacionadas também a segurança no trabalho da melhor forma possível. 9.1 Prevenções de Acidentes Segundo Grohmann (1997), o Ministério do Trabalho toma medidas que provocam uma melhoria, mesmo que lenta, nas ações preventivas, que são fundamentais para diminuir a ocorrência dos acidentes no trabalho. Para isso é realizada a Campanha Nacional Contra os Acidentes do Trabalho, tendo como principal objetivo fiscalizar as empresas que, de alguma forma, foram responsáveis por acidentes com mortes ou invalidez. O SESI (Serviço Social da Indústria) e o SEBRAE (Serviço de Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) contribuem com a distribuição gratuita de cartilhas e campanhas de prevenção de acidentes. Essas campanhas têm como objetivo reduzir riscos e conscientizar empregados e empregadores quanto às questões de segurança e saúde do trabalhador. Como um bom exemplo podemos citar a cartilha “dicas de prevenção de acidentes e doenças no trabalho” de 2005. A cartilha discute todas as situações de risco que ocorrem geralmente no ambiente de trabalho e apresenta dicas de como solucionar tais problemas, baseando-se nas legislações vigentes. Com semelhante objetivo, existe também a SIPAT (Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho), como já diz em próprio nome, é uma semana dedicada para a prevenção de acidentes e também de doenças ocupacionais, envolvendo questões culturais, educacionais e lazer. Essa atividade é obrigatória em todas as Comissões Internas de Prevenção de Acidentes do Trabalho, e para isso devem ser realizadas a cada ano. Na NR-5, item 5.16, letra O, “fica atribuído à CIPA promover, anualmente, em conjunto com o SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicinado Trabalho, onde houver a Semana Interna de Prevenção de Acidente do Trabalho – SIPAT”. A SIPAT orienta e conscientizam os funcionários sobre a importância da prevenção de acidentes e doenças no ambiente do trabalho, fazendo com que os funcionários obtenham valores esquecidos praticando segurança. 44 Porém, enquanto os empresários não se conscientizarem do grave problema de acidentes no trabalho, nenhum esforço terá sucesso. Muitos empresários pensam em termos de custos, mas deveriam saber que um Programa Integral de Segurança, com o objetivo de atuar preventivamente contribui para evitar acidentes, acarretaria uma diminuição de custos. Acidentes no trabalho causam custos diretos e indiretos muito maiores que os investimentos em prevenção. Segundo Coutinho Bruno (2008), Segurança no Trabalho pode ser entendida como conjunto de medidas adotadas visando diminuir os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador, sendo definida por normas e leis. De acordo com o artigo 19 da lei 8.213, publicada em 24 de julho de 1991 por definição legal, "acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, ou pelo exercício do trabalho do segurado especial, provocando lesão corporal ou perturbação funcional, de caráter temporário ou permanente". Lesão essa que pode provocar perda ou redução da capacidade para o trabalho e a morte. O primeiro conceito que se precisa saber sobre a segurança é que esta consiste na aplicação do sentido comum. Trata-se simplesmente de dispor das medidas adequadas para salvaguardar vidas. No âmbito da construção civil afeta tanto o projetista, como a direção e os próprios operários. A segurança no trabalho se aplica desde a elaboração do projeto e decorre até acabar com a entrega da obra. O segundo conceito fundamental centra-se em entender que o objetivo principal da segurança é prevenir acidentes e cumprir a norma vigente. Portanto, é necessário distinguir entre o que é proteção individual, proteção coletiva, limpeza e organização do ambiente de trabalho. Segundo Lourenço, G. Bernardo (2011), o estudo da cultura de segurança é de extrema importância no setor da construção civil, pois a existência de uma cultura de segurança eficaz irá resultar na redução dos índices de acidentes de trabalho. “Testar a influência das práticas organizacionais de segurança, higiene e saúde no trabalho, do clima de segurança grupal e da percepção de transferência da formação anterior nos comportamentos de segurança e na satisfação com a segurança, contribuem para 45 um aumento na produtividade do trabalhador, assim como numa diminuição de acidentes de trabalho.” (Lourenço, G. Bernardo, 2011). Em artigo revisado do livro Saúde e Sociedade, 2012, Vol.21(4), p.976, descreve a atividade e a percepção dos trabalhadores da construção civil sobre os riscos e a carga de trabalho. Priorizou-sea construção civil pela magnitude epidemiológica de ocorrência de acidentes de trabalho e a baixa eficácia das ações tradicionais de vigilância pelas características de informalidade, terceirização e rotatividade do setor. Os trabalhadores revelaram elevada percepção dos riscos de acidentes e que as medidas de segurança dificultam ou impedem a realização do trabalho. Os autores questionam a eficácia dos treinamentos para adesão às medidas de segurança e evidenciam a necessidade de uma pedagogia transformadora nas ações de promoção da saúde e prevenção dos acidentes de trabalho. (Saúde e Sociedade, Vol.21(4), p.976, 2012). Percebe-se a existência de um mito na construção civil em que a utilização de equipamentos de proteção individual ou coletiva dificultam o trabalhador a efetivar suas tarefas diárias. O que de fato deve ser abordado com mais sutileza e riqueza de detalhes, ao que pressupõe má utilização dos mesmos se existir de fato, um incômodo. 9.2 Áreas de vivência As áreas de vivência devem ser mantidas em perfeito estado de conservação, higiene e limpeza. Os canteiros de obras devem dispor de instalações sanitárias, vestiário, alojamento, locais de refeições, cozinha (quando houver preparo de refeições), lavanderia, área de lazer (esses dois últimos são obrigatório na existência de funcionários alojados) e ambulatório (quando se tratar de frentes de trabalho com 50 ou mais trabalhadores). Entendem-se como instalações sanitárias o local destinado ao asseio corporal e/ou ao atendimento das necessidades fisiológicas de excreção sendo proibida a utilização da mesma para outros fins que não aqueles previstos na NR18. Deverão 46 ter portas de acesso que impeçam o devassamento e mantenham o resguardo conveniente, não podendo ser ligados diretamente com os locais destinados às refeições sendo independentes para homens e mulheres quando necessária, estando situado em locais de fácil e seguro acesso, não sendo permitido um deslocamento superior a 150m do posto de trabalho. Suas paredes serão compostas por material resistente e lavável (podendo ser de madeira); seu piso será de material impermeável, lavável e de acabamento antiderrapante; apresentar instalações elétricas adequadamente protegidas e ter ventilação e iluminação adequadas. As instalações sanitárias deve ser constituída de lavatório, vaso sanitário e mictório na proporção de 1 conjunto para cada grupo de 20 trabalhadores ou fração, bem como de chuveiro, na proporção de 1 unidade para cada grupo de 10 trabalhadores ou fração. Dimensões e especificações dos conjuntos sanitários deverão atender à NR18. Figura 11 – Áreas de Vivência Fonte http://segurancadotrabalhost.blogspot.com/2014/03/area-de-vivencia-na-construcao-civil_3.html O vestiário é obrigatório em todo canteiro de obra para troca de roupa dos trabalhadores que não residem no local, estando localizado próximo ao alojamento e/ou entrada da obra sem ligação direta com os locais destinados às refeições. Execução das paredes, piso, cobertura, pé direito, ventilação e iluminação natural além dos armários e bancos deverão atender ao especificado pela NR18. 47 O alojamento não poderá ser implantado em subsolos ou porões da edificação, sendo obrigatório o fornecimento de água potável, filtrada e fresca, para os trabalhadores por meio de bebedouros de jato inclinado ou equipamento similar que garanta as mesmas condições, na proporção de 1 para cada grupo de25 trabalhadores ou fração.É vedado a permanência de pessoas com moléstia infecto- contagiosa nos alojamentos. É proibido cozinhar e aquecer quaisquer tipos de refeições no alojamento. Dimensões e demais especificações de paredes, piso, cobertura, camas, armários, ventilação e iluminação natural deverão estar conforme a NR18. No canteiro de obra é obrigatória a existência de local adequado para refeições com capacidade para garantir o atendimento de todos os trabalhadores no horário das refeições, não podendo ser implantado em subsolos e/ou porões da edificação. Deverá haver um local exclusivo dotado de equipamento adequado e seguro para aquecimento de refeições. É obrigatório o fornecimento de água potável, filtrada e fresca para os trabalhadores sendo proibido o emprego de copos coletivos. A execução/aquisição de paredes, piso, cobertura, ventilação/iluminação natural, lavatório, mesas, assentos, depósito para detritos e pé direito deverão atender a NR18. Figura 12 – Requisitos de Segurança Fonte : https://www.saudeevida.com.br/importancia-do-uso-de-epi/ A implantação e operação da cozinha deverá atender à NR18. Nas áreas de vivência deverão possuir local próprio, coberto, ventilado e iluminado dotado de tanques individuais ou coletivos em número adequado para que o trabalhador alojado possa lavar, secar e passar suas roupas de uso pessoal. Este serviço poderá ser contratado de terceiros pela empresa sem ônus ao trabalhador. 48 Nas áreas de vivência devem ser previstos locais para recreação dos trabalhadores alojados, podendo ser utilizado o local de refeições para este fim. Instalações móveis , inclusive contêineres, serão aceitas em áreas de vivência de canteiros de obras e frentes de trabalho desde que atendido critérios de ventilação natural, condições de conforto térmico e higiene estabelecidos pela NR18, pé direito mínimo e proteção contra riscos de choque por contato indireto e aterramento do mesmo. Nas instalações móveis, inclusive contêineres, a altura mínima entre camas duplas tipo beliche, é de 90cm. Em se tratando do aproveitamento de contêineres usados ,deverá ser mantido no canteiro de obras, à disposição da fiscalização do trabalho e do sindicato profissional, laudo técnico elaborado por profissional legalmente habilitado, relativo a ausência de riscos químicos, biológicos e físicos (especificamente radiações), com a identificação da empresa responsável pela adaptação. 49 10 CONCLUSÃO Foi objeto deste trabalho articular, a luz de uma bibliografia pertinente, as questões da segurança no trabalho no âmbito da construção civil. A construção civil hoje é um setor da indústria que cresce muito, o que leva a discussão dos altos índices de acidentes de trabalho em virtude de irresponsabilidades e falta de conhecimento. Esta condição se dá em meio a uma realidade marcada por precárias condições de trabalho, na qual o “gerenciamento artificial do risco” é somado ao “modo degradado de produção”. Ou seja, às políticas dentro das empresas muitas vezes são ineficientes quanto à segurança e às práticas de terceirização do risco, adicionamos o trabalho realizado em ambientes insalubres, com equipamentos e maquinários inadequados e/ou mal conservados. Por outro lado, apresenta-se ao longo da história uma série de transformações, tanto na construção civil, quanto no país, inserindo também uma mão-de-obra inexperiente, formada em sua maioria por migrantes das mais pobres regiões do país, que ingressam no setor civil com pouca ou nenhuma qualificação anterior, essa massa de trabalhadores, devido às características já explicadas, submete-se às adversas condições de trabalho, de moradia e de vida. Conclui-se então que essa combinação de fatores tem feito com que os índices de acidentes graves (fatais e incapacitantes) na construção civil se mantenham elevados. Observando que os acidentes de trabalho na construção civil ocorrem em meio a variadas intensidades. Mesmo que a construção civil seja considerada a indústria mais perigosa do mundo, em termos de acidente de trabalho e doença ocupacional, os operários, por vez e outra, burlam os procedimentos e acabam trabalhando de forma inadequada e sem segurança, expondo-se ao risco de acidente. Não basta o empregador fornecer o equipamentode proteção individual (EPI), que também deve ser adequado ao risco de cada atividade. É ainda de total responsabilidade da empresa em treinar seus operários quanto ao uso. De acordo com o dispositivo 6.7.1 da NR 6, o empregado, por sua vez, deve “usar o EPI fornecido pela empresa para a finalidade a que se destina e responsabilizar-se 50 A segurança no trabalho envolve uma série de normas regulamentadoras, dentre elas existem algumas mais específicas e de grande importância, mas muitas são generalizadas, podendo todas ser consultadas por técnicos e engenheiros na área de segurança e saúde no trabalho. Por isso, é importante o conhecimento destas normas para obedecer aos procedimentos impostos por elas, passíveis de penalidades caso não sejam obedecidas e para qualquer necessidade eventual de consulta. Para esse estudo existem algumas NR’s que se tornam mais importantes, como: NR-05, NR-06 e NR-18. No ambiente de trabalho, principalmente canteiro de obra, requer-se certa atenção por parte do empregador. Questões como segurança e saúde são de extrema importância e devem ser postas em prática, pois a valorização do trabalhador no ambiente laboral é imprescindível. Deste modo, a segurança e a saúde do trabalhador devem ser tratadas como uma prioridade, fazendo necessárias as medidas de prevenção e proteção. Os acidentes não podem ser visto como restritos a esta ou aquela empresa, os acidentados não devem ser considerados vítimas de um patrão inescrupuloso, ou de um supervisor autoritário, mas como “vítimas das circunstâncias, ainda que diferentes empresas tenham condições de trabalho que propiciem ou não a ocorrência desses acidentes, deve-se perceber que vivemos numa sociedade que permite que essas distinções se mantenham”. Para trabalhos futuros recomendar-se-á uma pesquisa mais direcionada para o acompanhamento destes tratamentos junto ao paciente e os respectivos resultados. 51 11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS BRASIL, L. A. D. 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