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os 3 e lementos da técnica vocal na M IX VOICE e-book p o r C a i o F r e i r e V O C A L C O A C H E F U N D A D O R M M V R e v i s ã o : F o n o a u d i ó l o g a F e r n a n d a L o p e s Como nossa voz é produzida? 1- Respiração: O processo de respiração é dividido em duas partes: inspiração e expiração. Na inspiração, o ar é direcionado para dentro dos pulmões. Na expiração o ar é expulso dos pulmões. No caso da produção da voz, a expiração direciona o ar às pregas vocais que estarão devidamente posicionadas. 2 - Fonação: Através de um processo muscular, as pregas vocais fecham o "encanamento" por onde o ar passa no processo de expiração, criando uma resistência a pressão de ar que vem dos pulmões. As pregas vocais aduzidas (fechadas), quando assumem uma coordenação de certa permissividade na passagem de ar, devido a pressão de ar que vem dos pulmões e do efeito de aerodinâmica conhecido por efeito Bernoulli, vibram criando um comportamento de ciclos vibratórios. Desta coordenação nasce o som que conhecemos como "som fundamental". Este é um som que pode ser grave ou agudo, mas não tem vogal definida. 3 - Ressonância: O som é amplificado ou amortecido através do espaço entre as pregas vocais e os lábios. Em alguns casos a ressonância também ocorre nas cavidades nasais. É nesta etapa que o som fundamental define-se em uma vogal e assume diferentes características timbrísticas (de identidade percebida). Pensando em uma técnica vocal equilibrada, é impossível dissociar estes três elementos. Um elemento depende e influencia ao outro. Buscaremos juntos uma harmonia entre estes, com o objetivo de mínimo esforço e máximo controle. Sobre os elementos: 1- Fluxo de ar Deve cumprir com a função de "abastecimento" da vibração das pregas vocais, adequando-se a diferentes níveis de adução, diante de diferentes demandas de sonoridade e intensidade. 2 - Consistência Muscular de Pregas Vocais Adução e tensionamento adequados de pregas vocais diante da sonoridade desejada, boa "negociação" entre os diferentes registros (comportamentos mecânicos semelhantes de pregas vocais). 3 - Formato do Trato Vocal (Shape) Deve filtrar e favorecer adequadamente o som que nasce das pregas vocais e ressoa até os lábios. A respiração é primordial para nossa sobrevivência. Ela promove a troca gasosa de gás carbônico por oxigênio. Falar e cantar são apenas funções adaptadas dentro deste processo. Entendemos por sistema respiratório todos os órgãos responsáveis pela respiração. Alvéolos pulmonares, bronquíolos, brônquios, traquéia, laringe, faringe, boca, fossas nasais. E existem músculos ligados a esse processo como o famoso diafragma, os músculos intercostais e os músculos abdominais. O processo respiratório tem dois movimentos: A inspiração (ar para dentro dos pulmões) e a expiração (ar é expulso dos pulmões). Pensando nesses movimentos em relação a técnica vocal: na inspiração "armazenamos o combustível", enquanto na expiração conjunta com a resistência de pregas vocais, transformamos energia aerodinâmica em energia acústica (fonação). 1- Diante da necessidade de oxigênio, o cérebro convoca os músculos necessários para inspiração. 2- O diafragma contrai e se "achata", expandindo a caixa torácica de forma inferior, intercostais expandem caixa torácica horizontalmente inflando os pulmões. Diafragma Intercostais Cérebro Diafragma Intercostais Cérebro 1- Cérebro sinaliza a necessidade de expulsão do gás carbônico. 2- Diaframa e intercostais relaxam. Diafragma sobe, caixa torácica volta ao estado normal, pulmões desinflam. 1- O cérebro recruta os músculos inspiratórios a partir da demanda daquele trecho ou nota a ser cantada. 2- Músculos inspiratórios são ativados proporcionalmente à partir da expectativa de sonoridade. Para determinadas notas ou trechos é necessário um menor ou um maior volume pulmonar, o que influenciará diretamente na pressão subglótica. Diafragma Intercostais Cérebro Dia frag ma Intercostais Cérebro 1- Cérebro sinaliza aos músculos a necessidade de enviar ar para as pregas vocais. 2- Diferente da expiração normal, o fluxo aéreo pode ser regulado, controlando-se gradativamente o relaxamento do diafragma. E isso é importante pelo fato de que no canto, o ciclo é muito mais alongado do que na fala. Nesta etapa é possível regular o nível de pressão subglótica (pressão de ar abaixo das pregas vocais) o que influenciará diretamente na intensidade do som, e em menor escala, na frequência emitida (nota cantada). O controle da pressão subglótica é importantíssimo para o controle das intensidades! Muitas técnicas e escolas de pensamento defendem a ideia de um "apoio" diafragmático, sobretudo para a emissão de notas agudas. O termo apoio diafragmático, por vezes está associado e fazer uma força abdominal "para fora", outras vezes está associado a fazer uma força abdominal "para dentro"... estas confusões diante de nomenclaturas e didáticas são muito comuns e suas diferentes interpretações já foram inclusive estudadas por estudiosos vocais como Johan Sundberg e Hubert Noé. Muitas vezes o que para determinado método é apoio, para outro é contra-apoio e há realmente muitos desencontros nas nomenclaturas e conceitos. No MMV, não nos prenderemos a estas nomenclaturas. Não que consideremos que uma forma de ensinar é melhor do que a outra, mas em nosso método de ensino optaremos por utilizar uma respiração "suficiente", econômica e equilibrada diante do nível de fechamento glótico. Obviamente em casos de debilidades técnicas referentes ao fluxo aéreo necessário, serviremos-nos da conscientização e de exercícios para a coordenação dos músculos respiratórios. É fato que a respiração diafragmática e intercostal existem, mas dependendo de como forem pedagogicamente abordadas, podem ser contraproducentes. Por isso optaremos principalmente por buscar sonoridades e corrigir debilidades, o que ficará mais claro no decorrer do treinamento Vocal Coach Essencial. Priorizamos para um melhor controle de fluxo aéreo a consciência fisiológica, uma pressão subglótica adequada e uma boa postura. Veja o exemplo a seguir: Cabeça levemente baixa; Ombros relaxados; Osso Esterno para fora. Créditos da imagem: freepik.com Uma boa postura resolve uma multidão de problemas, em especial os problemas oriundos do fluxo aéreo instável. Favorece também um alinhamento do trato vocal e um melhor funcionamento da voz como um todo. Obviamente há excessões onde não se é possível manter uma postura perfeita, como por exemplo, em interpretações de teatro musical, onde existem as mais diversas coreografias. Osso esterno Mas recomendamos quando possível e plausível, para otimização técnica, uma postura onde a cabeça esteja levemente baixa (1,5 cm em média), os ombros estejam relaxados e o osso esterno esteja posicionado de um modo mais "para fora". Além do vocal coach, do fonoaudiólogo e do otorrinolaringologista, será de grande valia para o cantor um acompanhamento com ortopedista, fisioterapeuta, e com os demais profissionais que trabalham o corpo na perspectiva da postura. Quando tudo funciona bem, a voz funciona muito melhor! Abordaremos agora as principais estruturas responsáveis pela consistência muscular de pregas vocais. A laringe,também conhecida como "caixa da voz" é o órgão do sistema respiratório situado entre a traquéia e a faringe. Ela é constituída por mucosa, cartilagens, ligamentos e músculos. Dentro dela estão situadas as pregas vocais. A coordenação desses músculos e estruturas combinados com o fluxo de ar, geram um som chamado "som fundamental", que posteriormente será amplificado pelo Trato Vocal (falaremos sobre isso mais à frente). A laringe funciona como uma válvula de proteção, que impede a entrada de substâncias e partículas na via respiratória, sobretudo durante a deglutição (ato ou ação de engolir alimentos ou substâncias). Também exerce a função de regular a pressão de ar em nossos pulmões. Sendo assim, além de ser responsável pela produção da voz, ela é essencial para funções biológicas. Como diria Sundberg, a laringe é um cão de guarda do nosso sistema respiratório! Ou seja, embora tenhamos controle de estruturas da laringe para emitirmos a voz quando quisermos, ela também possui movimentos "reflexos" associados a funções vitais, como por exemplo em tosses ou em sons que fazemos quando ficamos assustados ou surpresos. Quando nos sentimos ameaçados ela tende a fechar-se! E se meu cérebro interpretar uma nota aguda como ameaça? Sim! Ela tende a fechar-se e dificultar o processo. Por essas e outras no MMV costumamos dizer que a técnica vocal começa na mente! Pregas vocais abduzidas, separadas. Pregas vocais aduzidas, fechadas. Pregas Vocais (Abdução) Pregas Vocais (Adução) As pregas vocais são tecidos/ dobras musculares situados dentro da laringe. Com o auxílio dos músculos da laringe, estas se distendem e se encurtam. Quando as pregas vocais estão afastadas, estas possuem um espaço vazio entre elas. Ao espaço entre as pregas vocais, damos o nome de glote. O movimento de fechamento das pregas vocais chama- se adução. Este movimento fecha a glote. O movimento de abertura das pregas vocais chama-se abdução. Este movimento abre a glote. (destaque em azul) Quando as pregas vocais estão aduzidas, estas criam uma resistência à pressão de ar que vem dos pulmões (pressão subglótica). Quando acontece uma certa permissividade na passagem de ar diante desta coordenação de fechamento glótico, o fluxo de ar vence a resistência presente e passa por entre as pregas. Dessa forma, conjuntamente ao efeito Bernoulli (efeito de aerodinâmica) elas se atraem e vibram, gerando então o som fundamental. Um som até então, sem vogal definida. (pregas vocais: destaque em vermelho) Estes músculos são responsáveis pelo controle das cartilagens da laringe e pelos diferentes movimentos de nossas pregas vocais. O controle desses músculos nos possibilita mudar as notas que cantamos, aumentar a resistência de pregas vocais para um maior volume ou diminuir para um menor volume, além de influenciar de certa forma o nosso timbre (identidade vocal). O grupo dos músculos abdutores é responsável pelo afastamento das pregas vocais, ou seja, pela abertura glótica. Estes são os músculos cricoaritenóideos posteriores (CAP). O grupo de músculos adutores é responsável pelo fechamento das pregas vocais, ou seja, pelo fechamento glótico. Estes são os músculos aritenóideos, oblíquos e transverso (AA), cricoaritenóideos laterais (CAL) e tireoaritenóideos externos (TA externo). Daremos agora uma atenção especial ao grupo de músculos tensores de pregas vocais. Músculos tireoaritenóideos internos (TAi) Estes músculos formam a principal massa das pregas vocais. A contração desse par de músculos possibilita espessamento e encurtamento de pregas vocais. Como sua contração causa espessamento, sua atividade é de certa forma também "adutora", pois aproxima mais firmemente as pregas vocais do ponto de contato no centro. Portanto torna o som mais denso, mais firme. Músculos cricotireóideos (CT) Estes são responsáveis pelo alongamento das pregas vocais. Promovem também por consequência uma diminuição de massa nas pregas vocais. Uma analogia - não levem a ferro e fogo: Pensemos num violão. As cordas mais grossas geram com maior facilidade um som mais grave. As cordas mais finas geram com maior facilidade um som mais agudo. Logo, com as pregas vocais mais espessas, cantamos mais facilmente notas mais graves, enquanto com as pregas vocais mais finas cantamos mais facilmente notas mais agudas. Outro detalhe importante: Ao compararmos a massa de pregas vocais de um homem adulto com as pregas vocais de uma menina de 15 anos, muito provavelmente teremos diferenças anatômicas significativas em massa e espessura, o que inicialmente tornará essas vozes bem diferentes em tonalidade e extensão. Agora imagine as infinitas diferenças anatômicas e as diferentes coordenações que cada ser humano pode executar! Isso é incrível !!! Agora analisemos uma imagem real de pregas vocais, retiradas de uma videoestroboscopia de laringe: Percebemos nesse comportamento as pregas vocais mais curtas e espessas. Predominância de Tireoaritenóideos internos (TAi). Predominância de Cricotireóideos (CT). Nesse comportamento percebemos as pregas vocais mais alongadas e finas. Quando a pressão subglótica vence a resistência das pregas vocais, o som é produzido. A "alquimia" do processo de fonação acontece desta forma. O que antes era apenas fluxo de ar vindo dos pulmões, após causar pressão e vencer a resistência das pregas vocais, torna-se som. Esta vibração é na verdade uma série de ciclos de "abre e fecha" das pregas vocais. Veja uma representação animada neste link: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Vocal_fold_animated.gif#/media/File:Vocal_fold_animated. gif Pregas vocais mais encurtadas e grossas tendem a vibrar mais lentamente, o que gerará uma quantidade menor de ciclos vibratórios por segundo. Esta coordenação tende a gerar um som mais grave. Pregas vocais mais alongadas e finas tendem a vibrar mais rapidamente, o que gera uma quantidade maior de ciclos vibratórios por segundo. Esta coordenação tende a gerar um som mais agudo. Os ciclos vibratórios podem ser mensurados pela unidade de medida Hertz, unidade esta que diz respeito a quantidade de ciclos vibratórios dentro de um segundo. Um exemplo na realidade das pregas vocais: 440 ciclos vibratórios de pregas vocais em um segundo = 440 Hz (abreviação para Hertz). Quanto menor o número de Hertz, mais grave será o som. Quanto maior o número de Hertz, mais agudo será o som. Observe na imagem abaixo o aumento da quantidade de Hertz na medida em que as notas ficam mais agudas: Os registros vocais são tons timbristicamente semelhantes entre si, produzidos com mecanismo semelhante. Muitas são as divergências quanto ao assunto, mas ousamos abordar o tema para uma compreensão acerca dos comportamentos antagônicos gradativos de pregas vocais citados no treinamento Vocal Coach Essencial MMV. Levemos em consideração a cor vermelha como sendo um comportamento de pregas vocais mais encurtadas e espessas, e a cor amarela como sendo um comportamento de pregas vocais mais esticadas e afinadas. Utilizaremos o gráfico para a compreensão da LÓGICA acerca dos mecanismos. Em nosso método, buscaremos uma boa transição entre estes mecanismos, gerando uma homogeneidade no som. Utilizaremos as nomenclaturas da Dra. Silvia Pinho. MAIS ALONGAMENTO MAIS ESPESSAMENTO BASAL (VOCAL FRY) TÊNUE (também conhecido como VOZ DE CABEÇA) MÉDIO (também conhecido como MIX ou VOZ MISTA) DENSO (também conhecido como VOZ DE PEITO) ELEVADO (FALSETE) FLAUTA ASSOBIO (WHISTLE) MODAL REPRESENTAÇÃO DE POSSÍVEL ESPESSURA DAS PREGAS VOCAIS Pregasvocais mais longas e tensas, menos massa vibratória. OBS: no caso do registro de assobio, provavelmente não haja mais vibração nas bordas de PPVV, e sim, uma constrição esfinctérica. Pregas vocais mais espessas, mais massa vibratória Os registros vocais são tons timbristicamente semelhantes entre si, produzidos TÊNUE (também conhecido TÊNUE (também conhecido TÊNUE (também conhecido TÊNUE (também conhecido como VOZ DE CABEÇA)como VOZ DE CABEÇA)como VOZ DE CABEÇA)como VOZ DE CABEÇA) MÉDIO (também conhecido como MÉDIO (também conhecido como MÉDIO (também conhecido como ASSOBIO (WHISTLE) Pregas vocais mais longas e tensas, menos massa vibratória. OBS: no caso do registro de assobio, provavelmente não haja mais vibração nas bordas de PPVV, e sim, uma constrição esfinctérica. Pregas vocais mais longas e tensas, menos massa vibratória. OBS: no caso do registro de assobio, provavelmente não haja mais vibração nas bordas de PPVV, e sim, uma DENSO (também conhecido DENSO (também conhecido DENSO (também conhecido como VOZ DE PEITO)como VOZ DE PEITO)como VOZ DE PEITO) Pregas vocais mais espessas, mais massa vibratória BASAL (VOCAL FRY) DENSO (também conhecido como VOZ DE PEITO) Pregas vocais mais espessas, mais massa vibratóriaMAIS ESPESSAMENTO REPRESENTAÇÃO DE POSSÍVEL ESPESSURA DAS PREGAS VOCAIS MAIS ALONGAMENTO Ainda existem muitas divergências entre os especialistas a respeito destes mecanismos fisiológicos. Diante disso, vamos nos ater ao conhecimento dos principais termos utilizados em técnica vocal e focar principalmente na sinergia de coordenações para executar uma boa transição entre regiões e mecanismos de nossa voz. Até hoje existe confusão a respeito dos registros vocais. Sobretudo pois por muito tempo, anteriormente à clareza dos exames vocais (como por exemplo a laringoscopia) e das ciências vocais, não se sabia exatamente como a voz era produzida. Logo, a pedagogia vocal era construída em boa parte por espelhamento neuronal, metáforas, sensações físicas e as nomenclaturas eram influenciadas obviamente pelo contexto histórico e pelas expectativas que o indivíduo tinha em relação ao som percebido. Não estou dizendo que essa pedagogia não funcionava! Obviamente as sensações proprioceptivas e metáforas foram e ainda podem ser muito úteis como ferramentas pedagógicas. No entanto, nós do MMV pensamos que uma pedagogia vocal pautada apenas em sensações de peito e cabeça por exemplo, podem auxiliar a uns e atrapalhar a outros. Isso porque nem todos tem a mesma capacidade proprioceptiva, e as interpretações de sensações e metáforas podem ser subjetivas e por vezes mal interpretadas, causando mal entendidos. A voz de peito nada mais é do que o som que nasce de pregas vocais encurtadas e com bastante massa vibratória em atividade. Ou seja, as pregas vocais estão mais densas e o som é grave. O som que nasce desta coordenação em nada acontece na região do peito ou do tórax. Veja este experimento: https://www.youtube.com/watch?v=wR41CRbIjV4 Apenas com um trato vocal sintético, foi possível a execução de diferentes vogais em diferentes "registros". Ou seja, mesmo sem um tórax, é possível executar o que antigamente chamavam de "voz de peito". Por isso, evitaremos termos oriundos de sensações como voz de máscara, voz de cabeça e de peito, por serem em alguns casos possivelmente contraproducentes, já que do ponto de vista científico não fazem muito sentido. Em nosso método, optamos por apoiar-mos mais fortemente na compreensão fisiológica do que nas sensações. Portanto, utilizaremos quando necessário, as nomenclaturas e definições de registros vocais como sendo: basal, denso, médio, elevado, flauta e assobio, da Dra. Silvia Pinho. Mesmo porque, se analisarmos a fundo, além da voz não estar nem no peito e nem na cabeça, quase toda a extensão vocal pode ser mista em comportamento TAi x CT, com diferentes proporções, assim como nossa tabela demonstrou com as cores amarela e vermelha e diferentes tons de laranja. Cabe ao cantor (ou ao professor) decidir qual estética ficará melhor para cada situação. Estas misturas levarão a uma voz mais leve ou mais pesada. E sim, em alguns casos ainda nos valemos das sensações de peito e cabeça como ferramentas pedagógicas. No entanto temos notado a experiência cada vez menos necessária e eficiente da utilização de tais termos. Temos então, utilizado esse tipo de abordagem com pouca frequência e apenas em casos muito específicos, avaliados refinadamente por cada vocal coach. Seth Riggs, pedagogo vocal criador do método SLS (Speech Level Singing), dizia que os grandes cantores têm uma capacidade de "negociar" as trocas de mecanismos vocais. As trocas bruscas de registros geram uma diferença de timbre e por consequência uma mudança estética abrupta, dando a impressão que o cantor "falhou", ou "desafinou". Passaggio, bridge (ponte), transição, são diferentes termos que se referem a essa mudança gradativa de atuação entre registros. Essas transições mudam de região dependendo da fisiologia daquela voz, de quais vogais utilizamos, da intensidade que cantamos, da atual condição de saúde em que aquela voz se encontra, feedbacks acústicos e outros motivos. Este é mais um dos assuntos que gera divergência entre os teóricos. Nós consideraremos duas principais passagens no registro modal. A primeira passagem acontece entre o subregistro denso e o médio. A segunda passagem acontece entre o subregistro médio e o subregistro tênue.[1] 1- Singing for the stars, (1985) 2 - Richard Miller, Training Tenor Voices (Nova York: Schirmer Books, 1993) 7. Photo on <a href="https://visualhunt.com/re/baccf0">Visualhunt.com</a> Para elucidar as passagens de registro precisamos adentrar num outro assunto, as classificações vocais. Vamos antes aprender alguns conceitos: Extensão Vocal: Todas as notas que um cantor/a consegue emitir, confortavelmente ou não. Tessitura Vocal: Todas as notas que um cantor/a consegue emitir confortavelmente, com boa qualidade sonora. Tanto a extensão vocal como a tessitura aumentam com um bom treino técnico vocal. Nos métodos clássicos existem classificações e subclassificações vocais, medindo a tessitura e outras características da voz do cantor/a. Isso porque cada autor de peça clássica, geralmente já faz cada música pensando em um tipo de voz para interpretá-la. Tanto pela extensão necessária quanto pelas características de timbre e emissão. Pense nas classificações vocais do canto erudito como um papel a ser representado. Existem vozes mais ou menos adequadas para cada peça clássica, cabe ao maestro escolher a voz que mais combina com a expectativa da sonoridade pretendida. Photo credit: <a href="https://visualhunt.com/author/f63331">MattusB</a> on <a href="https://visualhunt.com/re/e86bfc">Visualhunt.com</a> / <a href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc/2.0/"> CC BY-NC</a> Outro caso em que as classificações vocais fazem todo sentido é em corais ou grupos, já que existirão diferentes "papéis" dentro de uma mesma música. Uns para vozes mais agudas, outros para vozes mais médias ou graves. Photo credit: <a href="https://visualhunt.com/author/97b107">PraveenbenK</a> on <a href="https://visualhunt.com/re/e86bfc">Visualhunt</a> / <a href="http://creativecommons.org/licenses/by/2.0/"> CC BY</a> Outro caso em que as classificações vocais fazem todo sentido é em corais Logo, faz sentido colocar uma voz mais aguda para fazer um "papel" onde agudos sejam exigidos e uma voz mais grave num "papel" onde graves sejam exigidos. Aí cabe classificar cada voz,pois quer dizer que naquele momento aquela voz é a mais adequada para determinado "papel", exigindo menos esforço de cada cantor. No entanto, uma classificação desnecessária, prematura e mal feita, pode limitar psicologicamente uma pessoa que ainda não teve sua voz treinada, devido aos paradigmas que causam frases como: - Você é contralto, não pode cantar agudos! Resultado possível: Insegurança para cantar agudos. - Você é Tenor, não deveria cantar graves... Resultado possível: Insegurança para cantar graves. Não podemos esquecer-nos que o cérebro tem participação fundamental no acionamento de mecanismos que produzem a voz. E muito menos devemos nos esquecer que nossa laringe é um órgão que está sempre pronto a fechar-se ao menor sinal de "perigo". Uma mente cheia de paradigmas faz com que coloquemos um "freio de mão" em nossas possibilidades vocais, sobretudo em novas coordenações. Por isso é essencial o cuidado com a linguagem, pois podemos tanto desbloquear como bloquear extensão e tessitura vocal, de acordo com a forma que "programamos" a mentalidade de nossos alunos em relação a suas próprias possibilidades vocais. Em nosso método, abordaremos as classificações vocais básicas, apenas para compreender funções de passagem, sem subclassificações como no sistema FACH. Levemos em consideração que a maioria dos arranjos musicais podem ser adaptados em diferentes tons, com diferentes intensidades e possibilidades, salvo alguns estilos que exigem uma interpretação fiel em todos os aspectos, como geralmente acontece com músicas clássicas e eruditas. Por isso a classificação vocal, de preferência, apenas deve ser dada ao aluno extremamente treinado, com voz e mentalidade bem resolvidas. Isso caso o aluno nos pergunte ou surja a necessidade para tal. Caso contrário, fora do contexto da música clássica e erudita, se faz mais vantajosa a continuidade no desenvolvimento da tessitura e da extensão, evitando segregar tipos de vozes. Vamos compreender de forma bem simples as classificações vocais femininas e masculinas, das vozes mais agudas para as mais graves: Masculinas - Tenor - Barítono - Baixo Femininas - Soprano - Mezzo- Soprano - Contralto Photo credit: <a href="https://visualhunt.com/author/50cf2b">kenneth.mikko</a> on <a href="https://visualhunt.com/re/e86bfc">VisualHunt</a> / <a href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/2.0/"> CC BY-NC-ND</a> Embora diferentes teóricos considerem a existência de várias passagens de registro, utilizaremos para fins pedagógicos, apenas duas principais passagens por tipo de voz, utilizando duas notas centrais como ponto central de referência. Destaque em azul para Dó central do piano.referência. Destaque em azul para Dó central do piano. Soprano: A mais aguda das vozes femininas. Notas de referência: Primeira passagem Si 3 / Segunda passagem Mi 4. Mezzo - Soprano: Possui as mesmas referências de passagens da Soprano, no entanto, o timbre é mais denso e encorpado. Notas de referência: Primeira passagem Si 3 / Segunda passagem Mi 4. Contralto: A mais grave das vozes femininas. Classificação rara. Suas passagens estão na mesma região dos tenores. Notas de referência: Primeira passagem Mi 3 / Segunda Passagem Lá 3. Embora diferentes teóricos considerem a existência de várias passagens de Seguimos agora com as regiões de passagem nas classificações vocais masculinas. Destaque em azul para Dó central do piano. Tenor: A mais aguda das vozes masculinas. Notas de referência: Primeira passagem Mi 3 Segunda passagem Lá 3. Barítono: Possui as mesmas referências de passagem dos tenores, mas timbre é mais denso e encorpado. Notas de referência: Primeira passagem Mi 3 / Segunda passagem Lá 3. Baixo: A mais grave das vozes masculinas. Assim como a contralto. é uma voz raríssima. Notas de referência: Primeira passagem Lá 2 / Segunda Passagem Mi 3. O Trato Vocal é o espaço entre as pregas vocais e os lábios (destaque em verde). É neste espaço que o som fundamental emitido pelas pregas vocais é moldado, amplificado ou amortecido, dando formato a vogais, timbres e a diferentes possibilidades acústicas. O trato vocal também é conhecido como Filtro. O formato do trato vocal, também conhecido como shape ou formato da vogal, é o terceiro - e nem de longe o menos importante - elemento da técnica vocal. O trato vocal compreende a cavidade oral - língua, lábios, palato mole, palato duro e a a faringe - subdividida em rinofaringe, orofaringe e hipofaringe. Já parou pra pensar que é o moldar destes elementos que dá toda diferenciação entre um "i" e um "ô" por exemplo? Ao processo de enriquecimento e amplificação do som fundamental no trato vocal, dá- se o nome de ressonância. O nosso shape também é capaz de facilitar ou dificultar a vibração das pregas vocais, influenciando registros, devido a pressão retroflexa que este pode causar. Aprofundaremos este aspecto ao final do treinamento Vocal Coach MMV. Photo credit: https://en.wikipedia.org/wiki/File:VocalTract.svg pregas vocais pregas vocais trato vocal lábio superior lábio inferior úvula (campainha) cavidade nasal palato mole palato duro língua epiglote (válvula que direciona para a laringe ou para o esôfago) laringe A faringe é um órgão presente em dois sistemas orgânicos: o sistema respiratório e o digestivo. Está situada entre o fundo da boca e do nariz, que vai até a laringe (caixa da voz e caminho do fluxo aéreo) e o esôfago (caminho para o estômago). Na faringe ocorre a deglutição. Quando o alimento chega a orofaringe, o peso do alimento associado a musculatura hióidea, faz com que a epiglote (válvula de direcionamento para a laringe ou para o esôfago) desça, tampe o ádito da laringe e direcione o alimento ou substância paga o esôfago. A faringe é subdividida em 3 partes: Rinofaringe, Orofaringe e Hipofaringe. Estes espaços, quando utilizados no canto como ressonadores, geram diferentes efeitos acústicos em nossas vozes. Rinofaringe (antiga Nasofaringe) - pode ser associada ao som de [i] Orofaringe - pode ser associada ao som de [a] Hipofaringe (antiga Laringofaringe) - pode ser associada ao som de [u] O estreitamento ou o alargamento das estruturas da laringe, alteram a amplificação de harmônicos na voz, valorizando uns e amortecendo outros. Teste as inúmeras coordenações possíveis do trato vocal, você pode se surpreender com as muitas possibilidades. Dica extra: Imite muitos cantores e personagens para descobrir novas sonoridades! https://pt.Faringe#/media/File:Illu_pharynx.jpg Rouvière, H. e Delmas, A. Anatomie Humaine Masson, Paris, 14ª Edição, 1997 ISBN 2-225-85472-6 https://pt.wikipedia.org/wiki/Faringe Rinofaringe ou Nasofaringe Orofaringe Hipofaringe ou Laringofaringe <a href='https://www.freepik.com/free-vector/a-set-of-human-mouth-a Lábio Inferior Arcada Dentária Superior Língua Palato Duro Arcada Dentária Inferior Lábio Superior Palato Mole Amígdala Faringe Gengiva Soalho Úvula Em nossa cavidade bucal temos vários elementos que também moldam o som, trazendo diferentes possibilidades sonoras. O Palato (céu da boca) possui sua parte dura mais a frente, chamada palato duro. Mas o palato, possui também uma parte flexível, onde fica a úvula (campainha) mais atrás. Essa parte chama-se palato mole. Ele pode erguer-se e abaixar-se durante a fala e durante o canto, trazendo à tona diferentes harmônicos e ressaltando diferentes frequências. Outro elemento importante que modifica drasticamente os espaços no trato vocal é a língua. Seu posicionamento pode mudar drasticamente o resultado sonoro, amplificandoou amortecendo diferentes harmônicos. Outros fatores que influenciam o formato do trato vocal: - A abertura da boca graças a articulação temporomandibular (ATM), que liga o maxilar inferior ao osso temporal do crânio; - Músculos da face, abrindo um sorriso largo ou fazendo uma protrusão frontal, como num bico de [u]. imagem: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Alfabeto_fon%C3%A9tico_internacional /ˈmænjʊəl/ Por um acaso você já foi procurar uma palavra no dicionário e encontrou algo assim ao lado dela? Neste caso utilizaremos a palavra manual, em inglês: manual /ˈmænjʊəl/ Se já viu algo do tipo, então você já se deparou com o Alfabeto Fonético Internacional (AFI) ou em inglês The International Phonetic Alphabet (IPA). Esses símbolos são comumente encontrados em dicionários bilíngues. Isto porque o AFI foi criado para através de símbolos, remeter a todos os sons fonéticos utilizados em todos os idiomas do planeta. Levemos em consideração, que o formato das letras e dos fonemas são apenas diferentes coordenações no formato do trato vocal. Sendo assim, sugerir vogais do alfabeto fonético para nossos alunos conquistarem mais leveza, mais densidade ou mais brilho etc, pode ser uma boa estratégia para alterações no trato vocal de forma simples, prática e rápida. vogais do alfabeto fonético internacional <https://pt.wikipedia.org/wiki/Alfabeto_fon%C3%A9tico_internacional Logo, compreenda o Alfabeto Fonético Internacional como uma excelente ferramenta para aprender a pronúncia de palavras em qualquer idioma do mundo, já que ele se atém a sonoridade e a entonação de sons. Mas ao mesmo tempo pode ser uma "big" ferramenta para manipularmos o trato vocal a partir do som! Geralmente os símbolos do AFI aparecem entre colchetes como por exemplo na vogal [i] ou entre barras como na palavra /ˈmænjʊəl/ . Quando nos depararmos com estes sinais, saberemos que estamos nos referindo a sons fonéticos, ou seja, nos sons da fala. E não necessariamente na forma com que a palavra está escrita, independentemente do idioma. Uma vogal i nem sempre terá som de [i]. Vamos entender na prática? Cante lentamente este trecho e observe o som de suas vogais. Perceba como são diferentes da escrita: "percebe, e entende que os melhores amigos, são aqueles que estão em casa..." (trecho da música Tua Família, Anjos de Resgate) É possível que você tenha cantado algo como: "perceb/i/ /i/ enten/dʒi/ qu/i/ /u/s melhores amig/u/s, são aquel/i/s que estão em cas/ə/..." Visite agora um site de AFI e clique nos símbolos entre as barras. http://www.internationalphoneticalphabet.org/ipa-sounds/ipa-chart-with-sounds/ Entendeu? Claro que todas as letras aqui poderiam ser substituídas por símbolos do alfabeto fonético. Mas aqui só escolhi algumas para que você percebesse as alterações de vogais que já fazemos no nosso dia a dia, seja cantando ou falando. Já parou pra pensar que os diferentes sotaques são oriundos de diferentes formatos de trato vocal? Se fôssemos seguir ao pé da letra a pronúncia das vogais do português, do jeito que aprendemos no jardim de infância, teríamos que cantar assim este trecho: "percebÊ Ê entendÊ quÊ os melhores amigÔs ... " E isso não quer dizer que se cantássemos desta forma estaríamos cantando incorretamente. Em algumas regiões do Brasil talvez o cantor, devido a um regionalismo ou escolha estética poderia utilizar estas vogais, ou seja, estes formatos de trato vocal. Existem métodos que servem-se apenas do AFI para moldar o trato vocal, e gerar determinada sonoridade. Outros métodos se servirão da estratégia do ensino anatomofisiológico para que o aluno adquira propriocepção (percepção física) do seu trato vocal. Ou seja, há quem molde o trato vocal pela referência do som da vogal e há quem molde o som através da propriocepção. No nosso caso, teremos as duas ferramentas na maleta. Levemos em consideração que não existe método definitivo e completo - nem mesmo o nosso. O que existe é um método disposto a evoluir com as necessidades de cada tempo, atento ao que surgir de novo nas ciências vocais ou até mesmo na música contemporânea. Esse é o nosso desafio para com a técnica vocal. Com humildade, devemos nos manter flexíveis e dispostos a nos "modernizar", para obter sempre melhores, mais rápidos e incisivos resultados. Afinal esse é o objetivo principal, não é? Outro fator importante é que cada aluno tem uma forma de aprender. Para uns, a anatomofiosiologia e as explicações não são tão efetivas. Para outros - assim como este aluno que vos escreve - esta compreensão é necessária. Cabe ao professor testar e discernir quais as linguagens mais úteis para aquele aluno ou situação, extraindo assim os melhores resultados! Esperamos tê-lo (a) ajudado nestas questões acerca do fenômeno voz! Para uma compreensão mais prática, contate-nos e conheça o nosso treinamento online Vocal Coach Essencial. Um forte abraço! Atenciosamente, Caio Freire - Vocal Coach fundador MMV. Gostou deste material? Ele é apenas a ponta do iceberg. Torne-se um Vocal Coach MMV. Contato: caio@mixvoice.com.br (11) 97127-6148 facebook.com/vozmmv | instagram.com/caio__freirefacebook.com/vozmmv | instagram.com/caio__freire Projeto Gráfico: facebook.com/EvertonLopesMkt: facebook.com/ Fundador e master teacher do Modern Mix Voice (MMV), método que propõe soluções práticas e incisivas para os mais variados tipos de vozes, à luz da biome- cânica vocal. Participou de diversos cursos e capacitações na área vocal, tendo estudado com os principais professores de canto do Brasil. Foi aluno da técnica IVA (Institute for Vocal Advancement) com o professor Rafael Barreiros (IVA coordinator) além de ter participado de workshops, masterclasses e aulas com renomados professores de canto internacionais como: Spencer Welch, Dean Kaelin, Keneth Bozeman entre outros. Estudou piano clássico com professora Maria Luiza Zani e atualmente é aluno de piano MPB/Jazz do professor Eduardo Gobi. Na área de coaching e desenvolvimento pessoal, é certi�cado Leader Full Power. É professor de canto há 10 anos e atende mais de uma centena de cantores. É também mentor de vários professores de canto pelo Brasil, presencialmente e ao redor de todo o mundo através de aulas e projetos online. C a i o F r e i r e Sobre o autor: @caio__freire Contribuições e revisão: F e r n a n d a L o p e s Graduada pelo Centro Universitário São Camilo. Pós-graduada em Voz pelo Centro de Estudos da Voz - CEV. Pós-Graduanda em Fisiolo- gia do Exercício pelo Centro de Estudos de Fisiologia do Exercício e Treinamento - CEFIT. Atualizada em cursos nacionais e internacionais, encontrou na Fono- audiologia a oportunidade de unir sua paixão pela voz cantada com a ciência. Possui mais de 9 anos de experiência entre aulas de �siolo- gia da voz cantada, atendimento/assessoria à cantores, palestras, workshops e atendimento clínico nas grandes áreas de linguagem, motricidade oral e voz. Idealizadora do projeto Canto Consciente, organizou um curso voltado para a atualização técnico-cientí�ca e desenvolvimento da perfor- mance e pedagogia vocal de professores de canto. @fernandalopesfono
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