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1) Democracia ateniense (séculos V e IV a.C.)
- Poder soberano da Assembleia, que se reunia no mínimo 40 vezes por ano;
- Quórum mínimo de 6 mil cidadãos para sessões plenárias (população total: entre 30 mil e 45 mil cidadãos);
- Conselho de 500 -> Comitê de 50
- Cortes com grandes júris populares (mais de 201 jurados) -> magistrados
- Múltiplos métodos de seleção de candidatos (eleição direta, sorteio, rotatividade);
- Mandatos curtos e proibição de recondução (exceto funções de guerra);
- Pequena cidade-Estado e economia escravista gerando ‘tempo livre’ para os cidadãos;
- Cidadania restrita aos homens adultos e nativos; vedada a escravos (proporção de 3 escravos para 2 cidadãos livres), mulheres e estrangeiros.
- Pág. 15: Não encontramos grandes teóricos daquele tempo defendendo a democracia ateniense. Ao contrário, o historiador Tucídides (460-399 a.C., que escreveu sobre a Guerra do Peloponeso, entre Esparta e Atenas), Platão (427-347 a.C.) e Aristóteles (384-322 a.C.) foram críticos.
- Críticas:
- Platão: A democracia marginaliza o sábio (pois baseia a autoridade não no conhecimento, mas na popularidade). Refletir sobre como se lida com isso hoje.
- Interminável luta de facções, instabilidade política.
Decadência:
Fatores internos: 
forte dependência de escravos; 
vulnerabilidade a agitações e conflitos; 
dificuldades de administração da economia pela ausência de um núcleo burocrático.
Fatores externos: 
ataques de cidades-estado rivais (notadamente a Guerra do Peloponeso — 431- 404 a.C —, contra Esparta) 
2) Democracia Protetora (com antecedentes)
I - Influência da cosmovisão cristã para o afastamento da democracia da pauta do pensamento político: 
A questão era como instaurar uma ordem temporal compatível com a vontade de Deus 
-> Santo Agostinho, A Cidade de Deus (escrito entre 410 e 423 d.C.); 
-> Santo Tomás de Aquino, século XIII; retomou Aristóteles e concebeu limites à autoridade do monarca, com base em desrespeito à lei natural e eterna.
- > A Europa medieval teocêntrica: a ideia (estritamente religiosa) de igualdade diante de Deus como única realização possível do ideal igualitário do Evangelho.
II - Fatores pontuais para transformação da visão medieval de política:
Lutas entre monarcas e barões pelo exercício do poder legítimo;
Rebeliões de camponeses contra excesso de impostos e obrigações sociais;
Expansão do comércio e das relações de mercado;
Florescimento da cultura renascentista com seu interesse por temas clássicos (inclusive a democracia ateniense e a lei romana);
Consolidação das monarquias nacionais absolutistas na Europa (especialmente Inglaterra?!?, França e Espanha)
A percepção de múltiplos modelos sociais e políticos não europeus a partir das grandes navegações;
Revolução Inglesa (1640-1688), Independência dos Estados Unidos (1776) e Revolução Francesa (1789)
III - A ruptura suscitada pela Reforma Protestante: 
A corrosão da tutela da Igreja sobre o pensamento e a ação dos sujeitos;
Já não há uma única verdade cristã; já não há um único intérprete institucional; 
Afirmação da autonomia da atividade secular que não contrarie diretamente o ensinamento religioso;
O crente como um indivíduo (sozinho) diante da divindade: salvação individual, negação dos sacramentos (da mediação institucional da graça), nova concepção de Igreja; (embora ainda não se preconizasse a autonomia do indivíduo diante da vontade de Deus)
IV – Tradições emergentes do pensamento político ocidental
1) Nicolau Maquiavel (1469-1527) – século XVI – “sementes” da teoria democrática
-> Pano de fundo: disputas e guerras entre cidades-estado italianas do século XVI.
-> Considerado fundador do pensamento e da Ciência Política moderna por ter escrito sobre a política como ela é, e não como deveria ser.
-> Diz-se que sonhava com uma Itália unificada.
-> Não acreditava em uma ordem social e política “dada” por Deus ou pela natureza. A criação da ordem seria tarefa da política. (p. 41) (uma inovação que teria afinidades com a teoria democrática posterior)
-> Como outros antes e depois (à exceção típica de Rousseau), Maquiavel considerava os homens em geral egoístas, preguiçosos, desconfiados etc. Donde a questão: como induzir um povo a adotar a virtù (uma disposição de fazer o que fosse necessário para atingir a glória cívica), ou seja, a internalizar valores?
-> Duas ferramentas institucionais para inculcação da virtù: a adoração religiosa e a imposição da lei. 
-> Monarquia, aristocracia e democracia instáveis. Tendem a degenerar em tirania, oligarquia e anarquia. (p. 40). Solução: sistema com elementos combinados. (p. 42). Exemplo inspirador: Roma. 
-> As facções não são ruins, pois se fiscalizam mutuamente no cumprimento da lei. (p. 42)
-> Necessidade de uma “eterna vigilância” para preservar a liberdade. Ameaças internas (interesses particulares das facções) e externas (concorrência com outros estados). Solução: prevenir-se contra um inimigo atacando-o primeiro. Força é fundamental para manter a liberdade. Razões de Estado ou da comunidade acima dos direitos individuais (pag. 43). Daí a origem do termo “maquiavelismo”: a perseguição ao inimigo como mais importante do que o respeito aos direitos do indivíduo e à moral privada. (43)
-> Não via chances de um regime de liberdade sobreviver nas condições de seu tempo sem um incisivo recurso à força (43). Mal interpretado: “os fins justificam os meios”, “Fulano é maquiavélico”.
 
-> Em suma: há “sementes” da teoria democrática em Maquiavel (valor da liberdade, limitação do poder dos governantes e do poder dos próprios governados uns sobre outros), mas o que predomina em seu pensamento é a necessidade de uma força política organizada, suprema em seu território e em busca de política de engrandecimento (p. 43)
2) Hobbes (1588-1679) – Século XVII – liberal e antiliberal
-> Marca o início da preocupação moderna com a necessidade de estabelecer a liberdade do indivíduo e de dotar o Estado de poderes para manter a ordem. 
-> Estado de natureza (pré-social, pré-político): artifício conceitual (*) para imaginar cenário de convivência sem instituições, sem regras, sem autoridade legitimamente estabelecida. Todos contra todos, lei do mais forte. 
-> Sob que condições os indivíduos poderiam confiar uns nos outros e abrir mão da lei do mais forte? Só sob a ação de um terceiro a quem fosse delegado esse poder: o soberano.
(*)
Hobbes não estava realmente pedindo a seus conterrâneos que firmassem um contrato; ele estava lhes pedindo que reconhecessem a natureza razoável das obrigações que se seguem (seguiriam) caso se presumisse que um tal contrato tinha (tivesse) sido firmado (Leviatã, p.728) (p. 46)
-> Ter uma autoridade, qualquer que fosse, seria melhor do que não ter nenhuma. Mas atenção: a fonte do poder do soberano é o consenso da sociedade, o contrato social:
“Uma multidão de homens torna-se Uma Pessoa quando eles são representados por um homem ou uma Pessoa”. (Leviatã, p. 220)
-> Pressupostos liberais (garantir um mundo de indivíduos “livres e iguais”, em condições de se dedicar a suas atividades privadas, seus negócios e manter a propriedade dos seus bens) e características profundamente antiliberais (indivíduo exposto a um Estado todo poderoso, sem limites). 
3) John Locke (1632-1704) – Século XVII – precursor da “democracia protetora”
Direitos naturais (dados por Deus): vida, liberdade e propriedade. Para garantir esses direitos naturais, os homens haviam criado governos. Se esses governos, contudo, não respeitassem a vida, a liberdade e a propriedade, o povo tinha o direito de se revoltar contra eles.
-> também usa noção de estado de natureza e contrato social.
Estado de natureza: estado de perfeita liberdade (*) para ordenar suas ações e dispor de suas posses e pessoas como julgarem melhor, dentro dos limites da Lei da Natureza, sem pedir licença ou depender da vontade de qualquer outrohomem (Dois Tratados, p.309, para. 4) (p. 47)
Indivíduos presos pelo dever diante de Deus e pela “lei da natureza” (definida por princípios básicos de moralidade, como não matar, respeitar uns aos outros, não violar a liberdade. Lei natural seria criada por Deus, mas compreensível pela razão humana.
Por que então celebrar um contrato social? Porque nem sempre os indivíduos respeitam plenamente a lei natural; porque a interpretam de modos particulares (cada um é um juiz); falta de organização cria vulnerabilidade a agressões externas.
-> a chave é a salvaguarda do direito de propriedade. Primeiro, acordo para criar uma sociedade; segundo, acordo para criar uma sociedade política (governo). Governo submisso à vontade da sociedade.
(*) não é um estado de guerra de todos contra todos, como dizia Hobbes.
“Isto (o raciocínio de Hobbes sobre a conveniência de um estado forte) é pensar que os homens são tão tolos que tomam o cuidado de evitar o malefício que pode ser feito contra eles por furões ou raposas, mas contentam-se — não, consideram ser isso a segurança — em ser devorados por leões. (Locke, Two Treatises of Government, p. 372, para. 93) (p. 47)
Contrato social: Duas características fundamentais: a confiança e o consentimento, que podem ser retirados. 
Limitação do poder do Estado. Mas não previu eleições periódicas, competição partidária. Não especificou condições para se admitir a desobediência civil.
4) Montesquieu (Carles-Louis de Secondat, Barão de Montesquieu) - (1689-1755) – séc. XVIII
Francês discípulo de Locke e admirador da Constituição inglesa 
Vislumbrou mais claramente a divisão de poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário.
Crítico do poder ilimitado do governante.
Um dos pioneiros na ênfase em que um governo “virtuoso” dependa mais de instituições balanceadas do que de virtudes heroicas dos governantes ou de disciplina cívica.
Executivo: um monarca 
Legislativo: bicameral – Câmara dos nobres (hereditária) e Câmara dos Comuns (eleita periodicamente).
Judiciário: independente do Executivo. 
V - Democracia ‘protetora’: o problema da facção, da imposição de limites ao poder da maioria e do próprio Estado (séculos XVIII e XIX)
James Madison (1751-1836): um dos principais formuladores da constituição norte-americana
- Crítico da ‘democracia pura’ de Atenas: ‘intolerante’, ‘injusta’, ‘instável’, passional, tendência a sacrificar o partido mais fraco ou o indivíduo indesejável.
- A formação de facções é inevitável, próprio da natureza humana (diversidade de capacidades e de faculdades, falibilidade do raciocínio e do julgamento, zelo por opinião rápida, filiação a diferentes líderes)
- A raiz da facção estaria no desigual acesso à propriedade 
Para Marx, a solução é abolir a propriedade privada; para Madison, a formação de facções é inevitável; o problema da política é conter/limitar as facções. 
- Propôs um Estado poderoso contra a tirania das facções, sujeito ao julgamento regular de todos os cidadãos (eleições). Maioria votante poderia sobrepujar interesses de grupos minoritários.
- Antídotos contra facção majoritária e tirana: sistema de representação política e grande corpo eleitoral. E mais: uma base social ampla, extensa, populosa (diferente da democracia direta grega, de pequenas cidades-Estado), onde haveria seleção mais rigorosa de representantes, mais dificuldades ao domínio de pequenos grupos etc.
A diversidade social ajuda a criar a fragmentação política, a qual previne um acúmulo excessivo de poder. (o poder é mais dividido, prevenindo maiorias opressoras)
- Cidadão voltado para seus interesses privados (diferente do 100% cidadão da democracia ateniense). O cidadão não está a serviço da coisa pública; é o Estado quem está a serviço de garantir a dedicação do cidadão a seus interesses privados.
- Ambiguidades de James Madison: 
Levantou princípios sobre o governo popular e sobre a prevenção à tirania, mas esta prevenção pode ser instrumentalizada para defender os que têm contra os que não têm (defesa radicalizada e conservadora do direito de propriedade)
Jeremy Bentham (1748-1832) e James Mill (1773-1836)
Base utilitarista: a motivação básica dos seres humanos é a satisfação de seus desejos, a maximização da sua satisfação ou utilidade e a minimização de seu sofrimento. (60a)
Ideia central: 
. proteger os cidadãos da opressão e depredação por parte dos que governam. (60b/61)
. garantir que indivíduos possam se dedicar a seus interesses sem risco de políticas arbitrárias (61b)
Instrumentos: voto secreto, competição entre representantes em potencial, separação dos poderes e liberdade de imprensa, de expressão e de associação (61a) 
Estado mínimo (na economia), mas fortemente repressor da transgressão, ênfase em sistemas penitenciários
Democracia como meio para atingir fins de satisfação dos indivíduos, não como fim em si mesma. 
Noção restrita de política: abrange basicamente os políticos, as instituições, os grupos explicitamente inseridos no processo decisório. Política como esfera distinta da sociedade. Separada da economia, da cultura, da vida em família. 
Joseph A. Schumpeter
Críticas à chamada ‘doutrina clássica’ da democracia
(entendida como arranjo institucional para se chegar a decisões políticas que realiza o bem comum fazendo o próprio povo decidir as questões através da eleição de representantes que realizarão a vontade desse povo)
(Na verdade, contra Schumpeter, também não há uma doutrina clássica)
Não existe propriamente um ‘bem comum’: as concepções de bem são diversificadas (314 a)
Mesmo que existisse um ‘bem comum’, haveria divergências sobre questões mais específicas (a ‘saúde’ pode ser consenso, mas há discordâncias sobre a vacinação e a vasectomia)(315 a)
Se não há ‘bem comum’, também não há ‘vontade geral’. (316 a)
Fazer crer que haja um bem comum é também perigoso (os divergentes podem ser perseguidos – pág. 157 de Modelos de Democracia, David Held)
Mesmo a vontade do indivíduo (como vontade independente e racional) é questionada por Schumpeter: para existir, teria que ser fruto de observações e interpretações acuradas, instruída por acesso pleno a informações) (317a)
Ainda que se admitisse que os cidadãos tivessem vontades muito bem instruídas e racionalmente embasadas, as decisões políticas tomadas sob o método democrático não seriam nada parecido com a ‘vontade do povo’. Quando as opiniões são muito divididas, é muito provável que o resultado final desagrade a uma grande parte. (319 a)
- Comportamento de massa incompatível com decisões racionais; (321 a)
- Desinformação e desinteresse do cidadão por temas não diretamente ligados a seu cotidiano (política); falta de discernimento sobre questões de política interna e externa; (326 a)
Exposição do público geral à influência de grupos de interesse pelos estímulos da propaganda, de forma análoga à publicidade comercial.(328 a)
Vontade manufaturada (329 a)
Por que o imaginário associado à doutrina clássica sobrevive?
O credo democrático virou uma espécie de religião: idealista, não sujeito ao teste empírico; ligações do credo na Igualdadecom o credo cristão em um Redentor que morreu por todos e por cada um, todos iguais; semelhanças religiosas na reação às críticas: a divergência é vista como erro ou pecado; a crítica provoca não apenas contra-argumentação lógica, mas também indignação moral. (331a)
Se o credo democrático vira uma bandeira, lá se vai o espírito crítico (a apreciação dos fatos frente à crença se torna tão irrelevante quanto os atos de um papa corrompido para a consciência católica) (332 a)
A forma e a expressão da democracia são, para muitos países, associadas a grandes momentos nacionais, aprovados por todos. Ex.: EUA, guerra de independência. (333 b)
Em alguns casos empíricos, a ‘doutrina clássica’ bate com a realidade (notadamente em sociedades pequenas e pouco complexas, que serviram de protótipo para o modelo) (334 a)
Os políticos gostamda fraseologia que lisonjeie as massas (335 a)
A Teoria alternativa de Schumpeter:
O papel do povo não é governar, mas produzir um governo (um corpo intermediário –o Parlamento - que produzirá um governo) (336 a) ou desapossar esse governo (ou a maioria parlamentar que o gerou) nas eleições seguintes (339a)
A liderança cumpre papel fundamental neste modelo de democracia (337 a) (para Schumpeter, a ‘teoria clássica’ atribuía ao eleitorado grau irrealista de iniciativa que praticamente ignorava a liderança)
A competição pela liderança tem que se dar em um cenário mínimo de concorrência (pensando por analogia com o mercado econômico) (claro que aqui há um gradiente) 338 a
A democracia envolve liberdade discussão e liberdade de imprensa
Como um empresário, embora cumpra uma função social de produzir bens para a sociedade, se move pelo interesse no lucro, assim também a atividade parlamentar, embora gere leis para regular a vida social, é movida pela busca do poder. (352 a)
O eleitor não propriamente escolhe seus candidatos; sua escolha é formulada, e sua formulação é parte essencial do processo democrático. A iniciativa está com o candidato que busca o cargo e com a liderança local.(352 b)
Na democracia real, o político é profissional, e a política é uma carreira(condição rejeitada na democracia direta ateniense e quase sempre eticamente desqualificada)
Condições para o êxito do método democrático: (361) 
O ‘material humano’ (os políticos eleitos, selecionados) seja suficientemente bom; (361 b)
O alcance da decisão política não pode ser excessivamente amplo (deve haver áreas da vida protegidas da decisão política) 363 a
Tem que haver uma burocracia bem treinada e relativamente autônoma, com senso de dever e espírito de corpo (365 a) (ela compensa o amadorismo dos políticos em termos de administração; 
Tem que haver ‘autocontrole democrático’:366 a
- Todos os grupos com força relativa na competição têm que aceitar as regras do jogo; 
- Os parlamentares têm que resistir à tentação de transtornar o governo a todo o tempo; 366 b
- Controverso: os eleitores devem deixar os eleitos em paz e não ficar cobrando que se posicionem desta ou daquela maneira. (367 a)
Tem que haver grande tolerância a divergências de opinião. (367 b)
O que define os regimes democráticos? Não é a vontade ou o bem do povo (que podem ser cumpridos por regimes não democráticos), mas um modo de proceder cuja presença ou ausência é geralmente fácil de identificar. 
Pluralismo e Neopluralismo
Eixo competição/contestação
|
|Oligarquia Poliarquia
|competitiva
|
|
|
|
|
|
|
|Hegemonia			Hegemonia 
|fechada 		inclusiva
_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 
 Eixo participação
Exemplos
Hegemonia fechada: a maioria das ditaduras
Oligarquia competitiva: sistemas de votos censitários
Hegemonia inclusiva: regimes de partido único com eleições (ex.: URSS)
Poliarquia: a maioria das democracias ocidentais contemporâneas
 
Características básicas do Pluralismo clássico:
Governo de minorias articuladas dinamicamente; liberdade política;
Obstáculo ao excessivo poder de facções e do Estado;
Direitos de cidadania, voto, liberdade de expressão, liberdade de organização;
Sistema de barreiras e equilíbrios entre Legislativo, Executivo, Judiciário e burocracia;
Sistema eleitoral competitivo, com alternativas para o eleitor;
Governo como mediador de demandas múltiplas registradas por grupos de interesse;
Regras internalizadas via cultura política democrática;
Poder partilhado e alternado por numerosos grupos;
Atores (individuais ou coletivos) detentores de variável gama de recursos;
Críticas
1) Transformaram o que existia no Ocidente na época (pós-guerra) em modelo; negligenciaram a crítica, abriram mão de discutir a extensão da participação, as esferas mais adequadas para a regulação democrática
2) Desconsideraram que na prática alguns atores se mostram muito mais fortes (e por muito mais tempo mais fortes) do que outros. (ponto revisto por Dahl na década de 1980)
3) Fizeram leitura enviesada de dados sobre cultura política das sociedades, desconsiderando desconfiança e insatisfação de setores populares.
Neopluralismo: entre a pluralidade de atores tentando intervir no Estado, há sempre alguns que são melhor sucedidos (pois são cronicamente mais fortes) do que outros.
Estado, Governo, Nação
Perceber e formular a diferença entre os três conceitos.
Texto Norberto Bobbio (páginas 86 a 104): 
O problema da legitimidade do poder: a base moral do seu exercício e da obediência
Fontes de legitimidade:
a) A vontade (de Deus ou do povo)
b) A natureza (dons naturais para mandar/obedecer; ou melhores intérpretes das leis naturais
c) A história (acontecida/tradição ou projetada/revolução)
A inversão via Direito Positivo: o poder efetivo é legítimo (se é efetivo, é porque goza de legitimidade; do contrário não se manteria).
Formas de dominação legítimas segundo Weber:
Tradicional – percepção, pelos dominiados, de sacralidade do dominador, decorrente da força do que dura desde sempre ou há muito tempo. 
Carismática – decorrente de dotes extraordinários do chefe
Racional-legal – decorrente da crença na racionalidade do comportamento de acordo com a lei, ou seja, com princípios e normas impessoais.
Niklas Luhmann: a legitimidade não vem da conformidade a valores, mas do respeito a procedimentos instituídos para produzir decisões (eleições, procedimentos legislativos, procedimentos judiciários). A legitimidade vem do próprio sistema, não de fora. 
Estado e direito
Elementos constitutivos do Estado: povo, território e soberania
Federalismo
I - Noções básicas
regime federativo / regime unitário 
centralização / descentralização
governabilidade / governança
II - Federalismo brasileiro
a) Tensões moderadas (desligado de conflitos étnicos, linguísticos ou religiosos)
b) Cláusula pétrea pelo menos desde 1946 (SOUZA: 2008)
c) Associado a descentralização
d) Município como ente federativo (três níveis)
III - Antecedentes
a) Centralização de poder na ditadura militar
b) Clamor por descentralização na Constituinte 1986/1988
c) Ideologia da descentralização = democratização
IV - A governabilidade inaugurada em 1988
a) Descentralização de recursos
b) Fortalecimento dos municípios (ente federativo)
c) Financiamento da Previdência Social
d) A estratégia das “contribuições”
e) A experiência do SUS
f) Dilemas da educação básica
g) A questão da segurança pública
V - Tensões pós-1988
a) O problema da representação 
b) Financiamento de campanhas / maiorias parlamentares
c) Receitas do petróleo e o pacto federativo
Gramáticas políticas do Brasil
Clientelismo
Corporativismo
Insulamento burocrático
Universalismo de procedimentos

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