Buscar

COMO A ÉTICA E BIOÉTICA DA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA GLOBALIZADA É AFETADA PELOS PARADIGMAS CIENTÍFICOS

Prévia do material em texto

COMO A ÉTICA E BIOÉTICA DA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA GLOBALIZADA É AFETADA PELOS PARADIGMAS CIENTIFICOS 
A ciência nos últimos 3 séculos tem trazidos grandes inovações ao mundo. Criações impermeabilizaram o cerne social, de forma que não podemos nos ver sem ela. Pode-se dizer que o mundo mudou e diminuímos fronteiras. A incrível máquina de fazer café expresso, que comprime a água com uma extrema força sem explodir; o avião que nos leva para o outro lado do mundo em poucas horas; o computador que agiliza nossa comunicação, nosso trabalho... mas que de certa forma tudo isso pode ser visto como algo terrível quando imaginamos agora que a mesma compressão feita em um corpo que não expande, pode muito bem ser aplicada em um corpo expansível, tal qual uma bomba atômica; o avião pode ser muito útil para destruir cidades com armas ultra sofisticadas e o computador pode servir para acabar com a vida intima de uma pessoa qualquer ou fazer alguém se suicidar por não aguentar tanta sobrecarga que o chefe traz e que essa facilidade só foi garantida por através dos avanços tecnológicos. Afinal, o que devemos esperar desse universo sofisticado, unificado e globalizado?
A ciência, segundo Edgar Morin (2005) está tão preocupada com suas generalizações e seus métodos, que simplesmente ignora a si mesma. É uma ciência muito “sábia de si”, mas ignorante a todo o resto. Desliga-se de si mesmo como sujeito. A ciência abstrai e fica de tal forma ignorante, que não consegue se ver inserida e participante de um contexto social. A ciência não só é modificadora como ela é a própria cultura. A técnica quebrou dogmas, modificou estados e estipulou valores. A ciência se considera neutra e por isso não se sente responsável pelos impactos sociais e também por ser uma ciência que ignora a si mesma, não percebe (ou não se deixa perceber) que é usada para interesses escusos (muito destes, nada éticos e pelas mãos do próprio Estado). Ao impactar a sociedade, é impactada. Uma técnica só é implementada e aceita em um dado contexto social. Conforme a sociedade muda, a ciência tende a criar novas “verdades”.
Longe de criticar a importância da ciência clássica ou contemporânea, mas o que Morin critica é justamente a falta de consciência cientifica. Ele propõe uma volta da ciência para o próprio cientista. Uma análise a si mesmo, uma filosofia que transforme a ciência dicotômica e progressista em uma ciência com consciência. 
Fora necessário uma analise epistemológica para se chegar ao ponto de que a sociedade é globalizada graças a ciência. Uma ciência que se afastou em um dado momento da filosofia e que não sabe pesar as consequências de suas criações. Este conceito de complexidade deve ser aplicado não somente a ética cientifica, mas em todo o contexto social. Questionar filosoficamente o caminho que a sociedade tem tomado em unidade (por através da miscigenação cultural, graças as “curtas distancias” que a tecnologia nos proporcionou, por exemplo e que muitas vezes entram em conflito) é de grande importância. Uma filosofia que nos leve a pensar quanto vale uma vida de uma pessoa pobre que não poderá pagar uma vacina que cura sua doença e que por causa de uma patente, sabe que irá morrer. Pensar em que e para quem é a sociedade que estamos criando hoje.

Continue navegando