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TECTÔNICA GLOBAL Tectônica Global é a teoria que descreve e procura explicar os movimentos horizontais e verticais da litosfera terrestre (crosta terrestre + manto rígido subjacente). Segundo esta teoria, a litosfera é formada por um número de placas rígidas, algumas grandes, outras pequenas, que vagorasamente se deslocam uma em relação às outras, em resposta a movimentos e fluxos na astenosfera, região plástica do manto. Estes movimentos são considerados como os principais fatores que levam às grandes mudanças geológicas no planeta. Os movimentos destas placas provocam o surgimento de novos Oceanos e fechamento de antigos, soerguimento de cadeias montanhosas orogênese e vulcanismo associados, soerguimento e subsidência de grandes extensões continentais em função da resposta isostática do manto, ruptura de massas continentais (rifteamento), influenciam grandes mudanças climáticas e levam à criação de condições propícias ao surgimento e acumulação de petróleo e outros minérios. A energia acumulada ao longo das margens das placas pode ser abruptamente liberada, causando os terremotos. O vulcanismo e a geração de novas rochas magmáticas estão, na maior parte das vezes, associados a estes movimentos e ocorrem ao longo das bordas das placas. Exceção são os hot spots,que se associam a fenômenos mais profundos no manto. A Terra é um planeta dinâmico Litosfera: (crosta + manto superior) é fragmentada (por falhas e fraturas profundas) atualmente em cerca de 12 placas tectônicas que se movem. Astenosfera: marca o limite inferior da litosfera (“Zona de Baixa Velocidade” – diminuição da velocidade das ondas sísmicas) situada entre 100 e 350 km de profundidade. As altas temperaturas mantêm as rochas em estado plástico que permite que a litosfera rígida deslize sobre a astenosfera, possibilitando o deslocamento lateral das placas tectônicas. Placas Tectônicas: são geralmente de natureza oceânica e continental. A Crosta Continental (30-40km) composta principalmente por rochas granodioríticas a dioríticas. A Crosta Oceânica (6-7 km) constitui-se principalmente de rochas basálticas. Processos geológicos que causam a movimentação das placas tectônicas: a) criação de nova litosfera oceânica na dorsal meso-ocêanica; b) mergulho da litosfera para o interior do manto, puxada pela crosta oceânica descendente mais densa; c) espessamento da placa litosfética, à medida que se distancia da dorsal meso-oceânica, tornando o limite entre a placa e a astenosfera uma superfície inclinada. Tipos de limites entre as placas litosféricas: 1. Divergentes: As placas afastam-se uma da outra, com a formação de nove crosta oceânica (Dorsais meso-oceânicas) 2. Convergentes: As placas colidem, com a mais densa mergulhando sob a outra, gerando uma zona de intenso magmatismo a partir de processos de fusão parcial da crosta que mergulhou (zona de subducção). Nesses limites ocorrem fossas e províncias vulcânicas. 3. Conservativos: As placas deslizam lateralmente uma em relação à outra, sem destruição significativa ou geração de crosta, ao longo de fraturas denominadas falhas transformantes. Nesses limites de placas concentra-se a mais intensa atividade geológica do Planeta: sismo, vulcanismo e orogênese. As forças que movem as placas são denominadas correntes de convecção. Modelos sugeridos para mecanismos de correntes de convecção. a – Correntes de convecção ocorrendo somente na atmosfera. b – correntes de convecção envolvendo todo o manto. Quanto menor a densidade de uma rocha, maior a velocidade das ondas sísmicas. MS = log(A/T) + 1,66 log() + 3,3 (magnitude de sismos superficiais) MR = logV + 2,3 log R – 2,48 (magnitude de sismos regionais) Terremotos É o conjunto de vibrações (ondas sísmicas) propagadas em todas as direções oriundas do movimento repentino de blocos de rocha que se romperam. A ruptura se dá quando as tensões provocadas pelo movimento de placas atingem o limite da resistência das rochas. Ondas Sísmicas São ondas de propagação tanto no terreno como sonoras. Há dois tipos de vibrações sísmicas em um meio sólido (ondas internas) que se propagam em todas as direções: Vibrações longitudinais (ondas P): as partículas do meio vibram paralelamente à direção de propagação e têm maior velocidade de propagação. Vibrações transversais (ondas S): as partículas vibram paralelamente à direção de propagação da onda e têm menor velocidade de propagação. Só se propagam no meio sólido. Intensidade Sísmica É uma classificação dos efeitos (em pessoas, objetos, construções e na natureza) que as ondas sísmicas provocam em um determinado lugar. Escala de Magnitude (Escala Richter) As magnitudes são expressas em escala logarítmica, de maneira que cada ponto na escala corresponda a um fator de 10 vezes na amplitude das vibrações (valor máximo = 9). A – amplitude da onda superficial registrada entre 20° e 100° de distância. T – período da onda superficial (deve estar entre 18s e 22s). - distância epicentral em graus [ângulo no centro da Terra entre o epicentro e a estação (1° = 111 km)]. V – velocidade da partícula da onda P, em m/s (V=2 A/T). R – distância epicentral (km). Sismicidade Mundial Os sismos estão distribuídos nos limites das placas tectônicas. Padrão de linha: os epicentros estão ao longo de traço. Ex.: Dorsal Meso-Atlântica. Padrão de faixa: os epicentros distribuem-se ao longo de faixas. Ex.: Cinturão de Fogo do Pacífico. Sismicidade intraplaca: Sismos que ocorrem no interior das placas em decorrência da transmissão das tensões geradas nas bordas. São rasos (30 – 40 km de profundidade) com magnitudes baixas e moderadas, em geral. Podem ser mais intensos em regiões onde a crosta foi tracionada e extendida por processos geológicos relativamente recentes (Mesozóico e Cenozóico). No Brasil: regiões Sudeste e Nordeste, principalmente. Os mais fortes foram no Mato Grosso, Ceará e Rio Grande do Norte. Cuiabá/MT (1955) – 6.2; Pacajus/CE (1980) – 5.2; João Câmara/PB (1986) – 5.1 No Nordeste, os sismos ocorrem devido a tensões compressivas (E-W) e tensões tracionais (N-S), provavelmente originadas pela movimentação da Placa Sulamericana e forças locais causadas pela estrutura crustal da região. A interferência do homem na natureza também pode provocar sismos, através de explosões nucleares, de injeção de água e gás no subsolo, do alivio de carga em minas a céu aberto e do enchimento de reservatórios artificiais ligados a barragens hidroelétricas. A maior ocorreu em 1967, no reservatório de Koyna (Índia), com magnitude 6.3. Geração de um sismo por acúmulo e liberação de esforços em uma ruptura. A crosta terrestre está sujeita a tensões (a) compressivas neste exemplo, que se acumulam lentamente, deformando as rochas (b); quando o limite de resistência das rochas é atingido, ocorre uma ruptura com um deslocamento abrupto, gerando vibrações que se propagam em todas as direções (c). geralmente, o deslocamento (ruptura) se dá em apenas uma parte de uma fratura maior pré-existente (falha geológica). O ponto inicial da ruptura é chamado hipocentro ou foco do tremor, e sua projeção na superfície é o epicentro. Nem todas as rupturas atingem a superfície. Tsunamis São ondas de água gigantescas (10-20 m de altura) e destrutivas, que podem atingir zonas costeiras após a ocorrência de um grande terremoto com epicentro no mar. Essas ondas são geradas pelo deslocamento rápido da coluna d’água na área epicentral de um terremoto ocorrido em uma falha próxima ao fundo do mar. O deslocamento da coluna d’água propaga-se como ondas em todas as direções com velocidades que dependem da profundidade do mar. Chegandopróximo ao litoral, onde o mar é mais raso, a velocidade diminui (50-70 km/h), fazendo a energia da onda se acumular em uma extensão bem menor de água, aumentando, consequentemente, a altura da onda. O acúmulo de energia provoca também transporte de água (correntes) inundando a região costeira por centenas de metros terra adentro. Podem ocorrer a milhares de quilômetros de distância do epicentro do terremoto. Existem sistemas de alarme para tsunamis no Pacífico, baseado na determinação rápida de epicentros, magnitudes, orientação de falhas e modelamento matemático de ondas. Ainda não foi possivel desenvolver um método prático e seguro para se fazer previsões de terremotos. 1. formação 2. propagação 3 e 4. Inundação O TEMPO GEOLÓGICO Escala de tempo geológico representa a linha do tempo desde o presente até a formação da Terra, dividida em éons, eras, períodos, épocas e idades, que se baseiam nos grandes eventos geológicos da história do planeta. Embora devesse servir de marco cronológico absoluto à Geologia, não há concordância entre cientistas quanto aos nomes e limites de suas divisões. As datas referidas correspondem ao início das eras/períodos, o que leva a intervalos de tempo muito extensos em certos casos, com o acúmulo de acontecimentos relevantes. Por esse motivo, apenas são referidos os acontecimentos considerados evolutivamente mais relevantes, estando os mais recentes no topo de cada "célula". Conceitos Básicos Registros Geológicos: eventos geológicos X tempo Correlação Geológica: Conexão de eventos deduzidos do registro rochosos de um local para o outro. Princípios Gerais Uniformitarismo ou Atualismo (James Hutton, 1889): “O presente é a chave do passado” – as leis da físicas e da química são independentes do tempo e do espaço, por isso operam no passado como operam hoje. Ex.: 1.Rochas marinhas encontradas em regiões continentais. 2.Tilitos encontrados em regiões tropicais. Hutton & Lyell/Hsü (1889): “O improvável pode ser inevitável, dada a imensidão do tempo geológico” Catastrofismo (Cuvier, 1790): Cada mudança no registro geológico representaria uma catástrofe. Princípios de Correlação 1. Superposição: É uma seqüência de rochas sedimentares, ou derrames vulcânicos, as camadas tornam-se progressivamente mais jovens para o topo da seqüência. (contra-exemplo: sills de rocha vulcânica são mais jovens que as encaixantes). 2. Continuidade lateral: Rochas sedimentares inicialmente formam estratos contínuos, mudando de caráter apenas se há mudanças ambientais. 3. Horizontalidade inicial: Camadas de rochas sedimentares são depositadas aproximadamente em posição horizontal. 4. Relações de truncamento e inclusão: • Se uma rocha é cortada por outra ou por uma estrutura, ela deve ser mais antiga que o evento de truncamento. Ex.: Uma falha cortando estratos. • Se uma rocha contem fragmentos de outra, ela é mais jovem que as inclusões. Ex.: Xenólito de xisto em granito; seixos de granito em conglomerado. Breve Histórico Século XVII 1669: Nicolau Steno: Lei da superposição Século XVIII 1769: Giovani Arduino: Classificação das rochas Século XIX 1815: William Smith: Confecção de mapas geológicos utilizando os fósseis como instrumentos de datação. 1817: Curvier: “cada mudança na seqüência de fauna representa uma idade extinção das espécies e a possibilidade de uma coluna do tempo geológico. 1830: James Hutton; Concepção sobre a imensidão do passado. 1830: Charles Lyell: “vêm-se mundos além de mundos, imensuravelmente distantes uns dos outros, e, além de todos eles, inumeráveis outros sistemas são vagamente percebidos nos confins do universo visível”. Pai da estratigrafia. Coluna do Tempo Geológico O tempo geológico está dividido em intervalos que possuem um significado em termos de evolução da Terra. A escala do tempo geológico, cujo esqueleto rudimentar foi estabelecido ainda no século XIX , está dividida em graus hierárquicos cada vez menores da seguinte forma: Éons (Hadeano, Arqueano, Proterozóico e Fanerozóico); Eras (apenas no Éon Fanerozóico: Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica); Períodos (para cada uma das eras do Fanerozóico); Épocas (subdivisões existentes apenas para os períodos do Cenozóico). ÁGUAS SUBTERRÂNEAS E SUPERFICIAIS A água é a substancia mais abundante na Terra e é responsável pela dissolução de materiais e transporte de partículas. Denomina-se hidrosfera a parte superficial da costa até uma profundidade de 10 km abaixo da interface atmosfera/crosta. Inclui os seguintes reservatórios: oceanos, geleiras rios, lagos, vapor de água atmosférica, água subterrânea e água retida nos seres vivos. Origem A partir da formação da atmosfera, ou seja, a degaseificação do planeta (liberação de gases por um sólido ou um líquido quando este é aquecido ou resfriado). O Ciclo Hidrológico Ciclo da água 1. Precipitação meteórica (condensação de gotículas a partir do vapor d’água presente na atmosfera, dando origem à chuva); 2. Parte da precipitação retorna à atmosfera por evaporação direta; outra parte soma- se ao vapor d’água formado sobre o solo e àquele liberado pela atividade biológica (evapotranspiração); 3. Uma vez atingido o solo, a gotícula infiltra-se, dependendo do tipo de material de cobertura de superfície. A água de infiltração abastece o corpo de água subterrânea. 4. Quando a capacidade de absorção de água pela superfície é superada, o excesso de água inicia o escoamento superficial, impulsionado pela gravidade para zonas mais baixas. 5. Durante o trajeto geral do escoamento superficial nas águas emersas e, principalmente, na superfície dos oceanos, ocorre a evaporação, realimentando o vapor de água atmosférico, completando o ciclo hidrológico. Estima-se que 85% do total anual evaporado é dos oceanos e que 15% é evaporado dos continentes por evapotranspiração. Ciclo Rápido A água é consumida nas reações fotoquímicas (fotossíntese) onde é retida principalmente na produção de biomassa vegetal (celulose e açúcar). Com a reação contraria à fotossíntese, a respiração, esta água retorna ao ciclo. Ciclo Lento O consumo de água ocorre no intemperismo químico através das reações de hidrólise e na formação de rochas sedimentares e metamórficas (formação de minerais hidratados). A produção de água juvenil pela atividade vulcânica representa o retorno dessa água ao ciclo rápido. Água subterrânea: toda água que ocupa vazios em formações rochosas. É a fração do ciclo da água que é infiltrada no subsolo, onde a força gravitacional e as características dos materiais presentes irão controlar o armazenamento e o movimento das águas. Infiltração A infiltração da água no solo está relacionada aos seguintes fatores: – Materiais porosos e permeáveis (solos e sedimentos arenosos). – Rochas expostas muito fraturadas ou porosas. – A cobertura vegetal favorece a infiltração através das raízes e da retenção temporária da água em sub-superficie. Contudo 1/3 da precipitação evapora antes de chegar ao solo em floresta densa. – Superfícies suavemente onduladas aumentam a possibilidade de infiltração. – Chuvas regularmente distribuídas promovem maior infiltração. No entanto, outros fatores desfavorecem o processo de infiltração, tais como: – Materiais argilosos e rochas cristalinas pouco fraturadas (corpos ígneos plutônicos e – rochas metamórficas) são desfavoráveis à infiltração. – Declives acentuados favorecem o escoamento superficial, diminuindo a infiltração. – Chuvas torrenciais favorecem o escoamento superficial direto. – Urbanização e desmatamento aumentam o escoamento superficial. Distribuição de água no subsolo.Aqüíferos São unidades rochosas ou de sedimentos, porosas e permeáveis, que armazenam e transmitem volumes significativos de água subterrânea passível de ser explorada pela sociedade. Além da força gravitacional e das características dos solos, sedimentos e rochas, o movimento da água no subsolo é controlado também pela força de atração molecular (na superfície dos argilominerais) e tensão superficial. A zona saturada ou freática é aquela onde todos os poros da rocha estão saturados de água. É o limite inferior da água infiltrada, onde ela sofre represamento. A zona não-saturada ou vadosa ou zona de aeração é aquela acima da zona freática, onde os espaços vazios estão parcialmente preenchidos por água e ar. O limite entre as duas zonas é a superfície freática ou nível da água subterrânea. A água subterrânea pode alimentar rios (rios efluentes) em regiões úmidas ou a zona freática pode ser alimentada por rios (rios influentes) em áreas semi-áridas ou áridas. Rios efluentes e influentes conforme a posição do nível freático em relação ao vale. A porosidade é uma das propriedades físicas do aqüífero que corresponde à relação entre o volume de poros e e o volume total de um certo material rochoso. Os três tipos fundamentais de porosidade conforme diferentes materiais numa seção geológica. A permeabilidade é a capacidade em permitir o fluxo de água através dos poros. Depende do tamanho dos poros e da conexão entre eles. Aqüiclude é o termo oposto a aqüífero; são unidades geológicas que, apesar de saturadas, são incapazes de transmitir um volume significativo de água com velocidade suficiente para abastecer poços ou nascentes, por serem rochas impermeáveis. Em alguns casos, aqüíferos confinados dão origem a poços artesianos. A água penetra no aqüífero em direção a profundidades crescentes, onde sofre pressão hidrostática também crescente. Quando um poço perfura esse aqüífero, a água jorra naturalmente. A altura do nível da água no poço é o nível potenciométrico da água. Em 3D, Denudação Continental (aplainamento do relevo) Processos do ciclo supérgeno: Erosão, transporte e sedimentação Produtos: Rocha Alterada + Solo temos a superfície potenciométrica. Aqüífero confinado, superfície potenciométrica e artesianismo. A água no poço artesiano jorra até a altura da linha AC e não AB devido à perda de potencial hidráulico durante a percolação no aqüífero. PROCESSOS DE SEDIMENTAÇÃO Sedimentos e processos sedimentares Transporte (rios, lago e mar) Partículas de diferentes tamanhos apresentam velocidades e mecanismos de transporte individual. A interação entre os grãos vizinhos é subordinada e não compromete a trajetória de modo essencial. A viscosidade, a densidade e a profundidade do meio também influenciam o mecanismo de transporte. Suspensão é o carregamento ou sustentação do grão acima da interface sedimento/fluido. Saltação é a manutenção temporária do grão em suspensão, em trajetória aproximadamente elíptica, entre seu desprendimento inicial e o impacto na interface fluido/sedimento ou entre dois impactos sucessivos. Arrasto ou rastejamento (por tração): deslocamento do grão subparalelo e rente à interface sedimento/fluido, em contato duradouro ou tangencial com esta interface. Rolamento (por tração): rotação do grão em torno de um eixo, por sobre outros grãos da interface. É facilitado pelas formas esféricas. Intemperismo INTEMPERISMO E FORMAÇÃO DE SOLOS (PEDOGÊNESE) Conjunto de modificações de ordem física (desagregação) e química (decomposição) que as rochas sofrem ao aflorar na superfície da Terra. Pedogênese: Ocorre quando as modificações causadas nas rochas pelo intemperismo provocam reorganização e transferência de minerais (principalmente argilominerais e oxi- hidróxidos de Fe e Al) entre os níveis superiores do manto de alteração. Flora e fauna do solo ao realizarem suas funções vitais, modificam e movimentam enormes quantidades de material, mantendo o solo aerado e renovado em sua parte mais superficial. Solo: É o produto do intemperismo, do remanejamento e da organização das camadas superiores da crosta terrestre sob ação da atmosfera, hidrosfera, biosfera e das trocas de energia envolvidas. Processos envolvidos na formação dos solos: Sialitização: Formação de silicatos de alumínio, através de hidrólise parcial. Alitização: Eliminação total da sílica e foração de oxi-hidróxidos de Al e de Fé, através da hidrólise total. Plintização: Segregação e concentração localizada de Fe. Podzolização: Formação de solos constituídos basicamente por minerais primários mais insolúveis (quartzo), através de acidólise total. Lixiviação (= percolação): Passagem de um solvente através de material pulverizado, separando um ou vários constituintes solúveis. Eluviação: Transporte de material dissolvido ou suspenso no solo pelo movimento descendente ou lateral de água, quando a chuva excede a evaporação. Laterização: Processo de concentração de oxi-hidróxidos de Al e Fe e de caulinita, através de alitização e monossialitização. Intemperismo físico Processos que causam desagregação, fragmentação e formação de material descontínuo e friável. Intemperismo químico Os minerais entram em desequilíbrio (T&P + água) e transformam-se em outros minerais mais estáveis no novo ambiente (superfície). Fatores que controlam a ação do intemperismo 1. Rocha parental: depende da natureza, textura e estrutura, apresentando resistência diferenciada aos processos de alteração intempérica. 2. Clima: expresso na variação sazonal de temperatura e na distribuição das chuvas. Temperatura e precipitação regulam a natureza e a velocidade das reações químicas. 3. Relevo: influi no regime de infiltração e na drenagem das águas pluviais. Regula a velocidade do escoamento. 4. Biota (fauna e flora): fornece matéria orgânica para as reações químicas e remobilizam materiais. 5. Tempo de exposição das rochas aos processos intempéricos: em condições de intemperismo pouco agressivas, é necessário um tempo mais longo de exposição para haver alteração (20-50 m/milhão de anos). Reações do intemperismo: 1. Hidratação: moléculas d’água entram na estrutura mineral, modificando-a e formando novo mineral. 2. Dissolução: solubilização completa de alguns minerais. 3. Hidrólise: os silicatos (sais de ácido fraco e bases fortes) em contato com a água sofrem hidrólise, resultando numa solução alcalina. 4. Acidólise: (em ambientes mais frios) ácidos orgânicos diminuem o pH das águas (pH,5), colocando Fe e Al em solução. 5. Oxidação: (em zonas tropicais) alguns elementos podem estar presentes nos minerais em mais de um estado de oxidação, como o Fe, por exemplo, que liberado em solução oxida-se com mais facilidade. Resulta em coberturas intempéricas de tons castanho, vermelho e amarelo. DISTRIBUIÇÃO DOS PROCESSOS DE ALTERAÇÃO NA SUPERFÍCIE Regiões sem alteração química (carência total de água): 14% dos continentes → (regiões com T<0°C – zonas polares) (regiões com ausência de chuva ou forte evaporação – desertos). Regiões com alteração química: 86% dos continentes. Ação Geológica da Água Subterrânea Ação geológica é a capacidade de um conjunto de processos causar modificações nos materiais terrestres, transformando minerais, rochas e feições terrestres. A zona de ocorrência da água subterrânea é onde se inicia a maioria das formas de relevo. Processo Produto Pedogênese (intemperismo químico) Cobertura pedológica (solos) Solifusão Escorregamento de encostas Erosão interna, solapamento Boçorocas Carstificação (dissolução) Relevo cárstico, cavernas, aqüíferos de condutos Principais processos e respectivos produtosda ação geomórfica da água subterrânea. Relevo cárstico: paisagem subterrânea (carste e cavernas) 1. Sistema de cavernas 2. Aqüíferos de condutos 3. Relevo cárstico (dissolução de rochas carbonáticas) Considera-se rocha solúvel aquela que após sofrer intemperismo químico produz pouco resíduo insolúvel (as rochas carbonáticas). A dissolução das rochas acontece em clima quente e úmido, preferencialmente. Pode ocorrer deposição de minerais nos tetos, paredes e pisos das cavernas, produzindo um variado conjunto de formas e ornamentações, denominado espeleotema (estalactites, estalagmites, crostas carbonáticas etc.) Dolinas são depressões conicas, circulares na superfície, lembrando um funil. Podem ser geradas por dissolução ou pelo abatimento do teto de cavernas. Dissolução e precipitação de calcita num perfil cárstico e principais tipos de espeleotemas Ação Geológica do Gelo O movimento ou fluxo das geleiras é produzido pela gravidade. Erosão glacial – estrias glaciais (largura até 5 mm); sulcos; cristas, marcas de percussão; fraturas de fricção; vale glacial; circo glacial. Transporte de detritos pela geleira – 1. na superfície (supraglacial – detritos caídos das paredes dos vales ou transportados por avalanches); 2. no seu interior (englacial – material incorporado da superfície); 3. na região basal (subglacial – o material permanece na zona de transporte basal das geleiras, a partir de onde são depositados). Há uma constante troca de posição dos detritos nas diferentes zonas da geleira. Tilito – rocha originada pelas geleiras contendo sedimentos caoticamente dispersos, de tamanho variado (grânulo até matacão), com arredondamento e angulosidade variáveis e muitos com evidência de abrasão (facetas e estrias). Diamictito – termo não genético e generalizado para depósitos glaciais. Morenas – são depósitos glaciais formados adjacentemente às geleiras. Ambientes glaciais – Flúvio-glacial; Glácio-lacustre; Periglacial; Glácio- estuarino; Glácio-marinho. Causas das glaciações 1. Variações na radiação solar; 2. Variações na composição da atmosfera terrestre; 3. Alterações nas posições de oceanos e continentes; 4. Fenômenos extra-terrestres. Glaciações 1. Arqueano (2,8 Ba) – África do Sul 2. Proterozóico (940 – 620 Ma) – Representada em varios continentes que ocupavam baixa latitudes → redução do efeito estufa causada pela diminuição do CO2 atmosferico desencadeado pelo acréscimo da atividade biológica. 3. Ordoviciano – Siduriano e Permo-Carbonífero (tectônica de placas) – Atingiram principalmente o Gondwana, quando este passou pelo Pólo Sul. 4. Mesozóico e boa parte do Cenozóico – Temperaturas médias maiores que as atuais. O Pantalassa controlava a redução das correntes polares, pois havia livre circulação das correntes equatoriais. 5. Cretáceo-Superior – Transgressão máxima → Diminuição do albedo dos oceanos → Clima quente → Com a migração dos continentes para o Norte, formou-se o mar Thetys. 6. Cenozóico • Abertura da passagem de Drake entre a América do Sul e Antártica → criada a corrente circum-polar → isolamento termal da antártica (25-30 Ma). • Formação da Calota Polar Norte (3 Ma). → Com a formação do istmo do Panamá, as correntes passaram a migra na costa oeste americana para o norte, levando ventos úmidos para o Ártico, aumentando as precipitações → Grande Idade do Gelo. • Terciário Inferior Épocas glaciais e interglaciais alternados. Ação Geológica do Vento (Processos Eólicos) As regiões mais sujeitas à atividade eólica são os desertos. Movimento das massas de ar: fluxos turbulento (em várias direções) e laminar (paralelo à superfície terrestre) que geram transporte de poeira, de areia ou de partículas maiores. Processos erosivos: deflação (a remoção de materiais pode produzir regiões deprimidas no deserto) e abrasão (formam ventifactos – seixos com faces planas; yardangs – formas com quilhas e com superfícies polidas). Registro deposicional: dunas (estacionarias e migratórias) e Loess (sedimentos muito finos, homogêneos e friáveis, comumente amarelados).
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