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e-Tec BrasilAula 1 | Segurança na área elétrica 5 Aula 1 | Segurança na área elétrica Meta da aula Apresentar os aspectos inerentes à segurança do trabalho na • área elétrica. Objetivos da aula Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: 1. diferenciar os riscos de acidentes diretos e indiretos em áreas elétricas; 2. listar as medidas preventivas de controle do risco elétrico e de outros riscos adicionais; 3. estabelecer uma análise preliminar de riscos. Pré-requisito Para um melhor aproveitamento desta aula, você precisará de um computador com acesso à internet. A eletricidade de todos os dias Na vida moderna, não se pode pensar em uma atividade sem a eletricidade. Você já imaginou como seria viver sem uma geladeira? Desde os tempos em que foi introduzida em nossas vidas, a eletricidade tornou-se um bem indis- pensável, nos fornecendo iluminação, aquecimento, energia para os trans- portes, comunicação e refrigeração. Com isso, a eletricidade nos oferece conforto e melhores condições de vida. Com o progresso e a evolução tecnólogica que a própria eletricidade favo- receu, novas formas de geração de eletricidade foram sendo criadas. Essas formas de geração de energia elétrica vão desde as grandes usinas hidrelé- tricas até os menores sistemas térmicos ou solares. Segurança do Trabalhoe-Tec Brasil 6 Fonte: www.sxc.hu/photo/1078549 A bd ul az iz A lm an so ur Figura 1.1: A energia eólica é a energia obtida pelo vento. É uma abundante fonte de energia, renovável, limpa e está disponível em todos os lugares. Energia elétrica: geração, transmissão e consumo A energia elétrica nada mais é que a transformação de algum tipo de energia em eletri- cidade e pode ser gerada de fontes de energia renováveis (força da água, dos ventos e do sol) e de fon- tes não renováveis (combustíveis fósseis e nucleares) de energia. e-Tec BrasilAula 1 | Segurança na área elétrica 7 No Brasil, onde é grande o número de rios, a opção hidráulica é a mais utilizada. Apenas uma pequena parte da energia elétrica que usamos é gerada a partir de combustíveis fósseis, em usinas terme- létricas. Em Angra dos Reis, no estado do Rio de Janeiro, temos as usinas nucleares Angra I e II e, ultimamente, começam a funcionar usinas movidas a gás natural. A energia, após ser gerada, é conduzida por cabos até a subestação elevadora, onde os transformadores elevam o valor da tensão elétri- ca (voltagem) para reduzir os custos dessa transmissão. Assim, nesse nível de tensão, a eletricidade pode percorrer longas distâncias pelas linhas de transmissão, sustentadas por torres, até chegar às proximi- dades de onde será consumida. Fonte: www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/concp.htm Mas será que a eletricidade só tem vantagens? Infelizmente não. Dependendo de como a energia elétrica é produzida, muitos danos podem ser causados ao meio ambiente, como, por exemplo, aumento da poluição causada pela queima de combustíveis fósseis. Além disso, um outro ponto negativo da ele- tricidade é com relação à sua utilização. Se utilizada de forma errada, sem con- trole, sem proteção e por pessoas não habilitadas, a eletricidade pode gerar sérios acidentes, que podem deixar sequelas, assim como prejuízos materiais. No dia a dia, seja no lar ou em uma indústria, a maior preocupação, sem dúvida, é com o choque elétrico. Esse é o tipo de acidente, envolvendo eletricidade, que ocorre com maior frequência. Já os incêndios e explosões causados pela eletricidade são sinistros que ocorrem com menor frequên- cia, mas que não deixam de ser altamente perigosos e que precisam de atenção especial. É importante alertar que os riscos do choque elétrico e os seus efeitos es- tão diretamente ligados aos valores das tensões (voltagens) da instalação. Assim, apenas altas tensões provocam grandes lesões. Mas, por outro lado, a maioria das pessoas está mais exposta à baixa tensão do que às altas ten- sões, como é o caso das residências, por exemplo. Levando em conta esse fato, podemos considerar que, proporcionalmente, as baixas tensões são as mais perigosas. Subestação elevadora Serve para transformar a energia elétrica produzida em alta tensão. Essa transformação é necessária para reduzir o peso dos condutores e, por consequência, reduzir os custos dessa transmissão. Sinistro Significa dano ou prejuízo material. Glossário Segurança do Trabalhoe-Tec Brasil 8 Fonte: www.sxc.hu/photo/1075027 A nd re a K ra tz en be rg Figura 1.2: A energia elétrica, apesar de útil, é muito perigosa e pode provocar gra- ves acidentes. O maior perigo no trabalho com a eletricidade é o contato direto, ou seja, quando uma pessoa toca em alguma parte energizada de uma instalação. Isso provoca uma passagem de corrente elétrica através do corpo, uma vez que este é condutor e fecha um curto-circuito entre a massa e a terra. O que torna a eletricidade mais perigosa do que outros riscos físicos, como o calor, o frio e o ruído, por exemplo, é que ela só é sentida pelo organismo quando o mesmo está sob sua ação. Nesta aula, você vai conhecer as normas de segurança para o setor elétrico, os riscos que envolvem o trabalho com a eletricidade e as medidas de pre- venção de acidentes nessas áreas. Curto-circuito É a passagem de corrente elétrica acima do normal em um circuito, provocada por uma redução drástica da resistência do mesmo. Glossário e-Tec BrasilAula 1 | Segurança na área elétrica 9 Normas de segurança da área elétrica Atualmente, não se pode falar em proteção nas atividades na área elétrica sem falar na Norma Regulamentadora nº 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade. Essa norma foi lançada originalmente em 1978, através da Portaria 3.214 e alterada em dezembro de 2004 pela Portaria MTE 598/04. A reformulação da NR10 ampliou a área de abrangência, pois ultrapassa o limite do simples estabelecimento de regras para os trabalhadores. Essa norma determina responsabilidades nas atividades no setor elétrico, exigin- do habilitação e treinamento dos trabalhadores, assim como a certificação dos materiais e equipamentos elétricos, documentação dos equipamentos e instalações, entre outras novas exigências. Site destaque Norma Regulamentadora nº 10 (NR10) O objetivo central da Norma Regulamenta- dora nº 10 é a garan- tia da segurança do trabalhador da área elétrica, estabelecen- do as medidas neces- sárias para que não haja risco de choques elétricos, queimaduras ou quaisquer outros possíveis efeitos dos serviços com eletricidade. As orientações da NR10 devem ser aplicadas nas fases de geração, transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica, incluindo as etapas de projeto, construção, montagem, operação, manuten- ção e trabalhos realizados nas proximidades, observando-se as nor- mas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes e, na ausência ou omissão destas, as normas internacionais cabíveis. É importante que você procure conhecer todas as medidas da NR10, pois ela é determinante para alguns temas de nosso estudo. Veja a NR10 na íntegra no seguinte site: http://www.mte.gov.br/legislacao/ normas_regulamentadoras/nr_10.pdf Fonte: www.sxc.hu/photo/1097852 Ilk er Segurança do Trabalhoe-Tec Brasil 10 Riscos e medidas preventivas Os riscos de acidentes nas atividades com eletricidade, seja na transmis- são, distribuição e consumo de energia elétrica, estão prescritos na NR10. Os riscos podem ser divididos em: riscos diretos;• indiretos ou adicionais.• Riscos diretos São aqueles provocados pelo contato diretodo homem com a fonte energi- zada, podendo gerar: Eletrocussão: É quando o trabalhador morre por so- frer contato com uma carga elétrica. Normalmente, as fontes que provocam a eletrocussão são os fios de alta tensão, com voltagem acima de 600 volts(V), e as descargas elétricas. No entanto, a baixa tensão, com voltagem menor que 600 V, também pode le- var à eletrocussão se o corpo do trabalhador estiver molhado. Isso porque a pele seca oferece maior re- sistência à passagem de corrente elétrica. Choque elétrico: é a reação do organismo à pas- sagem da corrente elétrica. Em outras palavras, o choque elétrico é causado por uma corrente elétrica que passa através do corpo humano. O valor mínimo de corrente que uma pessoa pode perceber é 1 miliampere (mA). Com uma corrente de 10 mA, a pessoa perde o controle dos múscu- los, sendo difícil abrir as mãos para se livrar do contato. O valor mínimo de corrente elétrica mortal para o ser humano é 10 mA. e-Tec BrasilAula 1 | Segurança na área elétrica 11 Tabela 1.1: Efeitos estimados da eletricidade em nosso corpo CORRENTE CONSEQUÊNCIA 1 m A Leve percepção 10 mA Contração involuntária do músculo 16 mA Máxima tolerável 20 mA Parada respiratória 100 mA Ataque cardíaco 2 A Parada cardíaca 3 A Valor mortal Segundo a tabela, o valor mortal é de 3 A. A corrente máxima tolerável é o valor máximo que o organismo suporta sem sofrer graves consequências, consistindo no valor de 16 mA. Muitas pessoas não compreendem que até mesmo a baixa voltagem pode matar. O trabalhador pode en- trar muitas vezes em contato com 127 volts e, por não ter sofrido lesão, concluir que não há perigo. A gravidade do choque não é determinada apenas pela voltagem. Ela também depende de outros fatores: A quantidade de corrente que atravessa o corpoa) : a corrente é um fator importante e varia de acordo com as diferenças na resistência do corpo para uma voltagem constante. A resistência da pele humana à corrente elétrica é a seguinte: pele seca R = 500.000 ohms – pele úmida R = 100 ohms – Ob) caminho percorrido pela corrente no corpo: a corrente elétrica que atravessa o corpo humano lesa os tecidos vivos e influi sobre a gravidade do choque. Veja, na figura a seguir, o percentual de corrente elétrica que circula pelo coração em função do tipo de contato. Segurança do Trabalhoe-Tec Brasil 12 10% 8% 3% 2% 0% Figura 1.3: O sentido da seta indica o sentido da corrente elétrica passando pelo cor- po em função do tipo de contato. Duração do tempo do circuito elétrico (no corpo)c) : quanto maior o tempo durante o qual o corpo é sujeito ao circuito elétrico, maior é a probabili- dade de posteriores danos aos tecidos e órgãos do corpo. No caso em que a pessoa fica ligada ao equipamento elétrico, no ponto de contato podem ocorrer lesões nervosas que causam contrações musculares. Os efeitos dessas lesões, no ponto de contato, podem variar desde um sim- ples formigamento a uma parada cardíaca, lesões respiratórias, fibrilação ventricular e até mesmo a morte do acidentado. Os riscos da alta tensão Um choque neste nível de tensão pode causar a morte. Algumas pessoas até sobrevivem aos choques de alta tensão. Isso se deve à contração muscular, que pode arremessar a vítima longe. Mas, de qualquer maneira, a vítima não consegue escapar das queimaduras. Fibrilação ventricular É o batimento descompassado do músculo cardíaco. Glossário e-Tec BrasilAula 1 | Segurança na área elétrica 13 O efeito térmico acontece, principalmente, nos lugares onde a corrente elétrica entra ou sai do corpo. Existem vários graus de profundidade de queimaduras em uma lesão por choque elétrico. Mas tudo vai depender das camadas da pele que foram afetadas. Os diferentes graus de uma queimadura são: 1º GRAU • Local afetado – Epiderme (camada mais externa da pele). Efeito: Pele avermelhada e seca, com dor leve a moderada. 2º GRAU • Local afetado – Derme (camada média da pele). Efeito: Aparecimento de bolhas e dor moderada à severa. 3º GRAU • Local afetado – Hipoderme (camada mais profunda da pele). Efeito: Pele esbranquiçada ou carbonizada. Riscos indiretos Os riscos indiretos, intitulados pela NR10 como riscos adicionais, são todos os demais grupos ou fatores de risco, além dos elétricos, específicos de cada ambiente ou processo de trabalho. Tais riscos podem afetar direta ou indire- tamente a segurança e a saúde do trabalhador. São eles: quedas, ambientes confinados, áreas classificadas e condições atmosféricas. 3º grau 2º grau 1º grau Segurança do Trabalhoe-Tec Brasil 14 Quedasa) As quedas podem ser provocadas quando um trabalhador leva um choque elétrico realizando um trabalho em altura. Existem alguns fatores básicos relativos à prevenção contra quedas com diferença de nível de altura. O pri- meiro é referente à seleção do equipamento. Isso porque para cada tipo de atividade a ser desenvolvida em altura existe um equipamento próprio para dar liberdade e segurança para o trabalhador. É importante observar a utilização da prática segura em relação ao uso de equipamentos. É necessário que a equipe que vai realizar o trabalho faça uma rápida análise das atividades que serão desenvolvidas. A partir daí, se- rão identificados os riscos e os equipamentos que serão necessários para os procedimentos corretos. Jo se ph in e Eb er Fonte: www.sxc.hu/photo/290316 Figura 1.4: Normalmente, os acidentes ocorrem por uma sucessão de falhas, aliadas ao desconhecimento dos riscos e da falta de utilização de equipamentos de proteção individual e coletiva. Como regra geral, podem ser adotadas as seguintes medidas de proteção para a realização de trabalhos em altura: e-Tec BrasilAula 1 | Segurança na área elétrica 15 Toda atividade que envolva trabalho em altura e, principalmente, que • esteja relacionada à eletricidade só deverá ser executada após prévia au- torização dos órgãos responsáveis. Realizar a técnica de Análise Preliminar de Risco (APR), visando identificar • os riscos. Tal técnica será explicada mais à frente. Assumir a tarefa após ser considerado apto pelo médico do trabalho, ou • seja, possuir a “Autorização para Trabalho em Altura”. Trabalhadores com histórico de epilepsia e hipertensão arterial jamais poderão assumir tarefas em lugares elevados. Fazer uso da sinalização de segurança como placas e adesivos de ad-• vertência, a fim de alertar terceiros sobre os serviços que estão sendo executados. Usar os EPC’s (Equipamentos de Proteção Coletiva).• Usar os EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual) específicos para a • tarefa a ser realizada. Ferramentas manuais deverão ser transportadas em bolsas ou cintu-• rões próprios. Isso porque as mãos devem estar livres para a execução do serviço. Para subir ou descer materiais ou peças, deverão ser utilizadas cordas ou • bolsas específicas para esse fim. Os materiais não devem ser jogados ao solo sob risco de causar lesões ou danos materiais em quem estiver abaixo. Manter a ordem e a organização de todo o ferramental utilizado, a fim • de evitar lesões ou danos materiais causados por queda destes objetos. Observar os procedimentos de segurança relacionados aos equipamen-• tos utilizados na tarefa. Trabalhar com calma e nunca improvisar. • Segurança do Trabalhoe-Tec Brasil 16 Ambiente confinadob) Em 27 de dezembro de 2006, foi publicada no Diário Oficial da União a Por- taria MTE nº. 202, de 22/12/2006, que aprova a Norma Regulamentadora nº. 33 (NR-33) – Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados. Esta norma regulamenta e estabelece todos os procedimentos mínimos desegurança para a entrada e saída em espaços confinados. Define também formas de se realizar um gerenciamento dos riscos inerentes às atividades desenvolvidas nestas áreas, seja qual for a atividade econômica. Ambiente confinado ou área confinada é conceituada pela NR10 como: “... qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana con- tínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação exis- tente é insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a eficiência ou enriquecimento de oxigênio.” Sc ot T em pl et on Fonte: www.sxc.hu/photo/204311 Figura 1.5: Trabalhos em áreas confinadas são uma das maio- res causas de acidentes fatais, seja por ocorrência de explosão, incêndio ou asfixia. e-Tec BrasilAula 1 | Segurança na área elétrica 17 Para um melhor entendimento, podemos caracterizar um local como um espaço confinado considerando as seguintes situações: 1º – O espaço for parcial ou completamente fechado. 2º – O espaço não foi projetado para a ocupação humana contínua. 3º – Há possibilidade de se criar atmosfera perigosa. 4º – Os meios de acesso e saída são limitados. Como medida preventiva aos riscos de uma área confinada, foi instituída pela NR 33 o documento intitulado Permissão de Entrada e Trabalho – PET. Em seu item 33.5.3, é definido que: “É vedada a entrada e a realização de qualquer trabalho em espaços confinados sem a emissão da Permissão de Entrada e Trabalho.” Áreas classificadasc) Entende-se por área classificada: “Área na qual uma atmosfera explosiva de gás está presente ou na qual é provável sua ocorrência a ponto de exigir precauções especiais para a cons- trução, instalação e utilização de equipamento elétrico.” (definição ABNT). Fonte: www.sxc.hu/photo/462560 Lu iz B al ta r Figura 1.6: É de responsabilidade dos contratantes manter os trabalha- dores informados sobre os riscos a que estão expostos, instruindo-os quanto aos procedimentos e medidas de controle a serem adotados contra os riscos elétricos. Atmosfera perigosa É a presença de gases tóxicos, inflamáveis e explosivos no ambiente de trabalho. Glossário Segurança do Trabalhoe-Tec Brasil 18 Um ambiente é considerado explosivo quando a quantidade de gás, vapor inflamável ou poeira no ar é suficiente para entrar em ignição e gerar uma explosão, bastando para isso entrar em contato com uma fonte de calor. Identificadas as áreas classificadas, devem ser estabelecidas medidas para que a eletricidade não provoque ignição da mistura inflamável que estiver presente no ambiente. Essas medidas de prevenção estão relacionadas com a escolha adequada do equipamento, instrumento ou método de instalação. As medidas preventivas exigidas para trabalhos em áreas classificadas são diversas e precisam atender as especificidades de cada local. Estas medidas serão definidas quando se verificar o desenvolvimento de técnicas de aná- lise de riscos, principalmente a Análise Preliminar de Risco – APR. De forma geral, esses procedimentos envolvem: definição de procedimento, funções, objetivos e fins; experiências anteriores; identificação dos riscos. As medidas preventivas exigidas para trabalhos em áreas classificadas po- dem ser as mais diversas, desde que atendam às especificidades de cada lo- cal. Estas medidas serão definidas quando do desenvolvimento das técnicas de análise de riscos, principalmente a Análise Preliminar de Risco – APR. Condições atmosféricasd) Podem ser considerados como trabalho em condições de alto risco aqueles desenvolvidos em áreas elétricas em dias chuvosos, ou seja, extremamente úmido (> de 90%) e com presença de raios. Fonte: www.sxc.hu/photo/539173 Figura 1.7: Trabalhar com equipamentos elétricos em dias de tempestade com raios aumentam os riscos de acidentes com choques elétricos. e-Tec BrasilAula 1 | Segurança na área elétrica 19 Com referência aos raios, as chances de um deles atingir um homem é de cerca de 1 em 1 milhão. Essa é uma probabilidade pequena, mas não é uma probabilidade nula. Porém, em se tratando de atividades com eletricidade e, principalmente, em áreas a céu aberto (sem nenhuma proteção), o cuidado deve ser redobrado, pois essa probabilidade aumenta. Será que você entendeu tudo que foi explicado até aqui? Consegue dife- renciar e exemplificar os riscos diretos e indiretos envolvendo eletricidade? Então, faça a próxima atividade e verifique seu aprendizado. Atividade 1 Atende ao Objetivo 1 De acordo com a NR10, os riscos de acidentes envolvendo eletricidade são classificados como riscos diretos ou indiretos. Por exemplo, a eletrocussão é um risco direto. Já a descarga elétrica provocada por um raio é um risco indireto. Responda às perguntas a seguir: O que é eletrocussão?a) O choque elétrico é a reação dob) organismo à passagem da corrente elé- trica. A gravidade do choque não é determinada apenas pela voltagem, dependendo também de outros fatores. Marque com um x as opções a seguir que determinam a gravidade do choque elétrico: ( ) A resistência do corpo humano à corrente elétrica. ( ) O tempo em que o corpo humano está sujeito ao circuito elétrico. ( ) O tipo de roupa que o sujeito está usando no momento do choque. ( ) O caminho da corrente que atravessa o corpo. Segurança do Trabalhoe-Tec Brasil 20 Pense mais um pouco e cite outros exemplos de riscos indiretos que en-c) volvem eletricidade. Medidas preventivas de caráter geral Em todas as atividades que envolvem eletricidade, deverão ser implantadas medidas preventivas de controle do risco elétrico e de outros riscos adicionais, como é o caso da presença de atmosfera explosiva e espaço confinado. Uma das medidas mais eficazes no controle de acidentes é a técnica conheci- da como Análise Preliminar de Risco - APR. Nesta análise serão levantadas as condições do ambiente e as possíveis formações de atmosferas explosivas, de forma a garantir a segurança e a saúde de todos os envolvidos no trabalho. Medidas de proteção coletiva As medidas de proteção coletiva devem ser prioritárias em comparação às individuais, pois permitem um maior controle do risco. Nas atividades envol- vendo eletricidade, de acordo com o item 10.2.8.2, da NR10, estas medidas compreendem, prioritariamente, a desenergização elétrica e, na sua impos- sibilidade, o emprego de tensão de segurança. Na impossibilidade do atendimento dessas medidas, procede-se ao isola- mento das pessoas, instalação de obstáculos, barreiras, sinalização e sistema de corte automático de energia e bloqueio do religamento automático, sen- do as instalações elétricas devidamente aterradas para proteger o trabalha- dor de descargas elétricas. Todas estas medidas, sejam elas de caráter geral, sejam as específicas a cada local, devem ser rigorosamente seguidas na tentativa de reduzir ao máximo a probabilidade de um sinistro, principalmente quando se juntam, num só ambiente, atividades elétricas com mistura explosiva. Tensão de segurança É o valor máximo de tensão a que uma pessoa pode estar sujeita, durante um período de tempo determinado, sem sofrer perigo de eletrocussão. Aterramento Nada mais é do que uma ou mais hastes de cobre enterradas no solo e ligadas a um fio, chamado de fio terra, que se estende até a rede elétrica. Quando se diz que algum aparelho está aterrado (ou eletricamente aterrado) significa que um dos dois fios de seu cabo de ligação está propositalmente ligado à terra. Glossário e-Tec BrasilAula 1 | Segurança na área elétrica 21 Medidas de proteção individual Nos trabalhos envolvendo parte elétrica e atmosfera explosiva, quando as medidas de proteção coletivaforem tecnicamente inviáveis ou não forem suficientes para eliminar ou controlar os riscos, devem ser adotados os equi- pamentos de proteção individual (EPI’s) específicos às atividades e aos riscos. Para as atividades com eletricidade, os equipamentos deverão contemplar, conforme o item 10.2.9.2/3, da NR10, a condutibilidade, a inflamabilidade e as influências eletromagnéticas. Outra medida, também prevista na NR10, a ser aplicada na prevenção de acidentes na área elétrica, é a análise de riscos. Tal análise permite a todos os envolvidos com a tarefa prever as falhas, os riscos e determinar as medidas de proteção. Item 10.2.1: Em todas as intervenções em instalações elé- tricas devem ser adotadas medidas preventivas de contro- le do risco elétrico e de outros riscos adicionais, mediante técnicas de análise de risco, de forma a garantir a segu- rança e a saúde no trabalho. (NR10, Portaria 3.214/77) Uma das técnicas mais utilizadas no Brasil é a Análise Preliminar de Riscos (APR). Esta técnica é de suma importância em sistemas, atividades ou pro- cedimentos novos, cujos riscos ainda não são totalmente conhecidos e as experiências ainda deficientes. Em sistemas já operacionais ou em atividades e procedimentos corriqueiros, a APR revelará riscos nunca observados ou que antes passaram despercebidos. Esta técnica de análise de riscos é válida e aplicável em qualquer atividade, assim como é de fundamental importância nas atividades da área elétrica. Desenvolvimento da APR De acordo com especialistas, a técnica de Análise Preliminar de Riscos é de- senvolvida seguindo alguns passos básicos, como: 1º Definição do procedimento: funções, objetivos, fins esclarecer quais serão as atividades ou tarefas a serem executadas;• ambiente onde será desenvolvida a tarefa;• Prevenção de acidentes elétricos Outras medidas técnicas de prevenção pessoal e administrativa estão previstas na referida norma. Para conhecer esta norma, vá ao site: http://www.mte.gov. br/legislacao/normas_ regulamentadoras/. Mídias integradas Segurança do Trabalhoe-Tec Brasil 22 pessoal envolvido;• resultado esperado.• 2º Experiências anteriores Buscar em tarefas semelhantes, já executadas, alguns dados referentes a riscos identificados que possam existir ou surgir durante a execução do pro- cedimento. 3º Identificação e análise dos riscos A identificação dos riscos é uma atividade em que se procuram situações, procedimentos, agentes e fatores externos que possam levar a um evento indesejável, tido como risco principal. Diversas são as formas de se levan- tar esses riscos, como, por exemplo: experiências vivenciadas, relatórios dos órgãos e comitês de segurança existentes na empresa, observação do local onde se desenvolverá o trabalho etc. De acordo com a APR, os riscos que têm o potencial de provocar danos ao homem, ao patrimônio e ao meio ambiente deverão ser identificados e clas- sificados quanto à potencialidade de danos. Quanto maior for o risco, maior prioridade deverá ser dada a ele. Para cada risco principal identificado, de- vem também ser levantados os riscos menores que podem ser considerados contribuintes para o mesmo. Para a identificação dos riscos não existe um procedimento padrão. A equipe responsável deve usar de criatividade para relacionar os riscos. Porém, espe- cialistas recomendam considerar os seguintes eventos neste momento: Possibilidade de falhas na fonte do agente de risco.• Exemplo: vazamento em uma tubulação que conduz ácido sulfúrico, causada por corrosão prolongada da tubulação. Exposição indevida de trabalhadores na área de ação do agente de risco.• Exemplo: trabalhador junto à tubulação no momento em que se proces- sa um procedimento de Raios X. Trabalhador exposto ao agente de risco específico de operações perigo-• sas com proteção precária ou inexistente. Exemplo: trabalhador operando em área confinada com EPI’s impróprios para o local ou mesmo sem a utilização dos mesmos. e-Tec BrasilAula 1 | Segurança na área elétrica 23 4º Medidas preventivas Nesta fase, os riscos anteriormente levantados são examinados de uma for- ma mais detalhada, visando à identificação das causas e à projeção das con- sequências geradas pelos sinistros. A análise de risco é feita de forma qualitativa. O principal objetivo é propor medidas que eliminem o risco ou que reduzam as ocorrências através de procedimentos preventivos ou corretivos (em caso de acidentes) implantados pela empresa. Responsabilidades A empresa deverá indicar os responsáveis que assumirão o desenvolvimento desta técnica, bem como as ações preventivas definidas por ela. Uma APR deve ser realizada utilizando-se um formulário próprio, onde deverão cons- tar, de forma clara e objetiva, os riscos ou eventos perigosos, suas causas, as consequências, as medidas de segurança necessárias aplicáveis e os respon- sáveis pela sua execução, conforme exemplo a seguir: Tabela 1.2: Formulário-base para a análise preliminar de risco (APR) ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCO (APR) Função/Procedimento/Atividade Órgão responsável Fl. - / Data / / Risco Causa Consequência Medida de Segurança O formulário utilizado para o desenvolvimento de uma APR não é padrão, podendo ser montado livremente, de acordo com as necessidades do local, atividade ou procedimento. Para se desenvolver a técnica da APR, é necessária uma equipe, sugerindo- se um número não inferior a três nem superior a sete componentes, sempre Segurança do Trabalhoe-Tec Brasil 24 liderados por um técnico em segurança do trabalho responsável pela aplicação desta técnica. Os outros membros da equipe deverão apresentar conhecimen- tos mínimos que auxiliem o líder no levantamento das informações que cons- tituirão a análise. As formas como esta equipe levantará as informações que subsidiarão a análise podem ser as mais diversas possíveis. A forma que mais traz resultados positivos é a “tempestade de ideias”, tanto dos riscos, suas cau- sas e consequências, como também das medidas de segurança sugeridas. Site destaque Para saber mais Aqui você vai encontrar alguns endereços eletrônicos que dispo- nibilizam as leis e as normas de segurança do trabalho em áreas elétricas, além de alguns artigos importantes que complementam o assunto abordado nesta aula. Norma Regulamentadora nº 10 – Espaço Confinado.• http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/ Funcoge: Este site mantém inúmeras informações técnicas sobre • segurança em eletricidade, informa sobre os seus eventos, além de permitir acesso a alguns relatórios estatísticos. www.funcoge.org.br Procobre: O Instituto Brasileiro do Cobre mantém, em sua página na • internet, uma série de publicações úteis sobre segurança em instala- ções elétricas, abordando critérios de dimensionamento e sistemas de proteção contra descargas atmosféricas. www.procobre.org/pr/ IEEE: O Instituto dos Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos é uma or-• ganização profissional que se tornou uma referência na produção técnica especializada de livros, normas, procedimentos e eventos. www.ieee.org.br/eswbrasil Sobre riscos dos choques elétricos:• http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/eletric.htm www.sxc.hu/photo/715774 St ef an ie L . e-Tec BrasilAula 1 | Segurança na área elétrica 25 Nesta aula, você aprendeu muita coisa importante sobre a segurança do tra- balhador em áreas elétricas. Vale dizer que conhecimento não ocupa espaço e, por isso, sempre é bom pesquisar um pouco mais sobre o assunto. Atividade 2 Atende ao Objetivo 2 Dê um exemplo de área confinada existente na sua cidade e diga quais sãoas medidas preventivas de controle do risco elétrico e de outros riscos adicio- nais que deverão ser implantadas. Atividade 3 Atende ao Objetivo 3 Conta a mitologia grega que o Rei Minos, de Creta, mandou aprisionar Dé- dalo e seu filho Ícaro na parte montanhosa da ilha. Com objetivo de escapar da Grécia, Dédalo idealizou fabricar asas, o que fez habilidosamente com penas, linho e cera de abelhas. Antes da partida, Dédalo advertiu Ícaro para que tomasse cuidado quanto a seu curso: se voasse muito baixo, as ondas molhariam as penas;• se voasse muito alto, o sol derreteria a cera e ele cairia no mar.• Podemos considerar essas advertências como uma análise de riscos bem primi- tiva, mas que exemplifica bem uma Análise Preliminar de Riscos - APR. Agora, preencha a tabela a seguir, de acordo com a história de Dédalo e Ícaro. Segurança do Trabalhoe-Tec Brasil 26 ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCO – APR DÉDALO E ÍCARO / FUGA DE CRETA / VOAR UTILIZANDO ASAS Riscos Causas Consequências Medidas de segurança Resumo A eletricidade é um bem indispensável na nossa vida, mas pode, tam-• bém, ser muito perigosa. O grande perigo no trabalho com a eletricidade é o contato direto, que • provoca uma passagem de corrente elétrica através do corpo. A Norma Regulamentadora nº 10 é a garantia da segurança do traba-• lhador da área elétrica, estabelecendo as medidas necessárias para que não haja risco de choques elétricos, queimaduras ou quaisquer outros possíveis efeitos dos serviços com eletricidade. Quanto aos riscos, estes podem ser diretos e indiretos. Os riscos dire-• tos são aqueles provocados pelo contato direto do homem com a fonte energizada. Os riscos indiretos são todos os demais grupos ou fatores de risco, além dos elétricos, específicos de cada ambiente ou processos de trabalho. Tais riscos podem afetar direta ou indiretamente a segurança e a saúde do trabalhador. Estes são: quedas, ambientes confinados, áreas classificadas e condições atmosféricas. As medidas preventivas podem ser coletivas ou individuais, sendo que as • medidas de proteção coletiva devem ser prioritárias, pois permitem um controle mais rigoroso do risco. A Análise Preliminar dos Riscos é uma visão do trabalho a ser executa-• do, que permite a identificação dos riscos envolvidos em cada passo da tarefa e ainda propicia condição para evitá-los ou conviver com eles em segurança. e-Tec BrasilAula 1 | Segurança na área elétrica 27 Respostas das atividades Atividade 1 Eletrocussão é a morte provocada pela exposição do corpo a uma dose a) letal de energia elétrica. Os raios e os fios de alta tensão (voltagem supe- rior a 600 volts) costumam provocar esse tipo de acidente. Também pode ocorrer a eletrocussão com baixa voltagem (V<600 volts), se houver a presença de: poças d’água, roupas molhadas, umidade elevada ou suor. Comentário: Caso o trabalhador não utilize de maneira adequada os equipamentos de segurança, ou não esteja devidamente preparado para atuar nessa área, ele corre o risco de morrer. ( ) A resistência do corpo humano à corrente elétrica.b) (X) O tempo em que o corpo humano está sujeito ao circuito elétrico. Comentário: Verdadeiro, porque quanto maior o tempo de sujeição ao circuito elétrico, maior a probabilidade de posteriores danos aos tecidos e órgãos do corpo. ( ) O tipo de roupa que o sujeito está usando no momento do choque. (X) O caminho da corrente que atravessa o corpo. Comentário: Verdadeiro, porque o caminho da corrente no corpo lesa os tecidos vivos e influi sobre a gravidade do choque. Atividade 2 Podemos citar como exemplos de áreas confinadas os tanques de armazena- mento, drenos fechados, esgotos, além de fornos de combustão e salas com ventilação deficiente. Com relação às medidas a serem tomadas, isso difere de ambiente para ambiente, mas as principais seriam: 1 – o replanejamento do trabalho; 2 – o uso dos sistemas de segurança adequados àquele trabalho; 3 – a existência de saídas largas, em caso de emergência; 4 – a tentativa de melhoria da ventilação do ambiente, em caso de possível falta de ar; 5 – em ambientes com atmosfera inflamável, o não uso de ferramentas que soltem faíscas, ou iluminação com proteção especial. Segurança do Trabalhoe-Tec Brasil 28 Atividade 3 ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCO – APR DÉDALO E ÍCARO / FUGA DE CRETA / VOAR UTILIZANDO ASAS Riscos Causas Consequências Medidas de segurança Radiação térmica do sol Voar muito alto em pre- sença de forte radiação. O calor derrete a cera que une as penas: não há sustentação aerodinâmica, e o aeronauta pode morrer no mar. Prover orientação quanto a voo muito alto. Umidade elevada Voar muito perto da lâmina d’água. Asas absorvem água au- mentando peso do conjunto – aeronauta pode morrer no mar. Advertir aeronauta para voar a meia altura – o sol mantém as asas secas. Referências bibliográficas TORTORELLO, Jayme Aparecido. Acidentes do trabalho: teoria e prática. 2. ed. atual. São Paulo: Saraiva, 1996. SALIBA, Tuffi Messias. et al. Higiene do trabalho e programa de prevenção de riscos ambientais (PPRA). 2. ed. São Paulo: LTr, 1998. Sites http://www.bombeirosemergencia.com.br/riscodeeletricidade.htm http://ave.dee.isep.ipp.pt/~gdcbe/TEOEL/docs/Guiao_Regras.pdf http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf e-Tec BrasilAula 1 | Segurança do trabalho em áreas rurais 1 Aula 1 | Segurança do trabalho em áreas rurais Meta da aula Apresentar o histórico e os aspectos legais inerentes à segurança do trabalho na área rural. Objetivos da aula Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: 1. reconhecer as normas regulamentadoras para a segurança do trabalho rural; 2. relacionar os riscos e as medidas preventivas aplicadas à área rural. Pré-requisito Para um melhor aproveitamento desta aula, você precisará de um computador com acesso à internet. Trabalhar no campo com total segurança De acordo com a organização internacional do trabalho (oit), as atividades laborais que mais provocam acidentes são: agricultura;• mineração;• construção;• pesca comercial.• Por isso, foram criadas algumas normas regulamentadoras na intenção de tornar as atividades do trabalho na zona rural mais seguras e produtivas. Labor Significa trabalho. Atividade laboral é a atividade ou a ação de trabalhar. Glossário Segurança do Trabalhoe-Tec Brasil 2 Fonte: www.sxc.hu/photo/886377 W as an M ar kj an g Figura 1.1: A agricultura é uma das atividades mais antigas e mais importantes no desenvolvimento evolutivo e socioeconômico da humanidade. Nesta aula, você vai aprender sobre as normas de segurança do trabalhador rural criadas pelo Ministério do trabalho e Emprego (MtE). os riscos e as medidas preventivas, que são assuntos de grande importância para o curso de Segurança do trabalho, também serão apresentados nesta aula. Área rural: histórico e legislação A história da segurança do trabalho no Brasil e no mundo comprova que a preocupação em proteger a vida e a saúde dos trabalhadores urbanos foi prioritária. Primeiro com a indústria, depois a construção civil e a área da saúde. Mas foi só muito tempo depois que foram criados dispositivos legais específicos para as atividades rurais. A Convenção nº 184, derivada da organização internacional do trabalho (oit), trata sobre segurança e saúde na agricultura. Baseando-se nesta convenção, o Brasil criou a Norma Regulamentadora nº 31, aprovada pelo Ministério do trabalho e Emprego, em março de 2005. Veja, a seguir, a Convenção nº 184. e-Tec BrasilAula 1 | Segurança do trabalho em áreas rurais 3 Convençãonº 184 Segurança e Saúde na Agricultura, 2001 Área de Aplicação: Atividades florestais e de agricultura, incluindo a criação de animais e o processamento primário de produtos agrários e animais, assim como o uso e manutenção de máquinas, equipa- mentos, ferramentas e instalações e qualquer processo, operação, armazenamento ou transporte realizado em instalações agrícolas e diretamente relacionados à produção agrária. Exceções: A agricultura de subsistência, a exploração industrial de florestas e processos industriais que utilizam produtos agrícolas como matéria-prima. Conteúdo Básico 1. Dever de formulação, implementação e revisão periódica de po- lítica nacional em matéria de segurança e saúde na agricultura. 2. Previsão na legislação nacional de: Existência de autoridade competente responsável pela im-• plementação da política; Especificação dos direitos e deveres de empregadores e tra-• balhadores; Mecanismos de coordenação inter-setorial.• 3. Definição, pela autoridade competente ou legislação, de meca- nismos para garantir que: Exista cooperação em matéria de segurança e saúde entre • dois ou mais empregadores ou profissionais autônomos que exerçam atividades em um mesmo local de trabalho; os empregadores:• – Realizem avaliações de risco adequadas e adotem me- didas preventivas de segurança nas atividades agrícolas, instalações, máquinas, equipamentos, produtos quími- cos, ferramentas e processos; – Providenciem treinamento, instruções e supervisão ade- quada aos trabalhadores agrícolas; Segurança do Trabalhoe-Tec Brasil 4 – tomem medidas imediatas de evacuação e interrupção de qualquer operação em que haja risco grave e imi- nente à segurança e saúde. 4. Dever dos empregadores de garantir a segurança e saúde dos tra- balhadores em todos os aspectos relacionados ao trabalho. 5. Direitos dos trabalhadores de: • Ser informados e consultados em matéria de segurança e saúde; • Participar na aplicação e revisão de medidas de segurança e saúde e de eleger seus representantes de segurança e saúde; • Afastar-se de perigo resultante de suas atividades de tra- balho sempre que haja razoável justificativa para crer que exista risco sério e iminente a sua segurança e saúde e in- formar seu supervisor imediatamente. 6. Dever dos trabalhadores de cumprir as medidas de segurança e saúde prescritas e cooperar com os empregadores para que os mesmos cumpram suas próprias obrigações e responsabilidades. 7. obrigação de haver dispositivos legais ou prescrições de autorida- de competente que garantam que: • Quanto à Segurança e ergonomia de máquinas: – Máquinas, equipamentos, equipamentos de proteção indi- vidual, insumos e ferramentas manuais estejam de acordo com os padrões reconhecidos de segurança e saúde e se- jam adequadamente instalados, mantidos e protegidos; – Máquinas e equipamentos sejam utilizados somente para fins a que se destinam e sejam operados por pes- soas treinadas e competentes; – Produtores, importadores e fornecedores cumpram os padrões reconhecidos de segurança e saúde e provi- denciem informação adequada, incluindo sinalização de advertência na língua do país usuário; – os trabalhadores recebam e compreendam as informa- ções de segurança e saúde. e-Tec BrasilAula 1 | Segurança do trabalho em áreas rurais 5 • Quanto aos produtos químicos: – os produtos químicos sejam importados, classificados, embalados e rotulados segundo critérios específicos e sejam utilizados e descartados de forma segura; – Pessoas envolvidas na produção, importação, venda, fornecimento, estocagem, transferência e descarte de produtos químicos cumpram a legislação de segurança e saúde e forneçam informações adequadas aos usuá- rios e autoridade competente; – Haja sistema seguro de coleta, descarte e reciclagem de lixo químico, produtos químicos obsoletos e recipientes vazios de produtos químicos; – Existam medidas protetivas e preventivas para o uso de produtos químicos e manuseio de lixo químico, espe- cialmente em relação à preparação, manuseio, estoca- gem e transporte de produtos químicos, atividades de dispersão desses produtos, manutenção, reparo e lim- peza de equipamentos e recipientes para os mesmos, descarte de recipientes vazios, lixo químico e produtos obsoletos. • Quanto ao manuseio e transporte de materiais: – Sejam definidos requisitos de segurança e saúde para manuseio e transporte de materiais, baseados em ava- liações de risco, padrões técnicos e opinião médica, após consulta aos trabalhadores e seus representantes. • Quanto ao manuseio de animais e proteção contra riscos biológicos: – os riscos como os de infecção, alergia ou envenena- mento sejam prevenidos segundo padrões reconhecidos de segurança e saúde. • Quanto às instalações: – Sua construção, manutenção e reparo sejam realizados em conformidade com a legislação e requisitos de segu- rança e saúde. 8. Estabelecimento da idade mínima de 18 anos para o trabalho na agricultura que por sua natureza ou pelas circunstâncias em que é realizado possa causar dano à segurança e saúde do jovem. Segurança do Trabalhoe-Tec Brasil 6 9. obrigação de que se tomem medidas para garantir que traba- lhadores temporários ou sazonais recebam a mesma proteção de segurança e saúde dos trabalhadores permanentes: • As necessidades especiais das mulheres trabalhadoras em relação à gravidez, amamentação e saúde reprodutiva se- jam consideradas. 10. Necessidade de haver prescrição legal ou pela autoridade com- petente sobre a obrigatoriedade do fornecimento, sem ônus para o trabalhador, de instalações adequadas de bem-estar, assim como de requisitos mínimos para os alojamentos de tra- balhadores. 11. Direito dos trabalhadores na agricultura de receberem a mesma cobertura de seguro ou seguridade social que os trabalhadores de outros setores. Fonte: www.mte.gov.br/seg_sau/pub_cne_convencoes_oit.pdf A convenção nº 184, apresentada anteriormente, é assegurada pela Lei nº 5.889, de 8 de junho de 1973, que define as obrigações do empregador rural quanto à higiene e segurança dos trabalhadores. Com isso, foram cria- das as Normas Regulamentadoras Rurais (NRRs) que tratam cada qual dos seguintes assuntos: Disposições Gerais: Estabelece os deveres dos empregados e empregadores ru- rais no tocante à prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais. Serviço Especializado em Prevenção de Acidentes do trabalho Rural – SEPAtR: Estabelece a obrigatoriedade para que as empresas rurais, em função do número de empregados que possuam, organizem e mantenham em fun- cionamento serviços especializados em Segurança e Medicina do trabalho, visando à prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais no meio rural. Comissão interna de Prevenção de Acidentes do trabalho Rural – CiPAtR: Es- tabelece, para o empregador rural, a obrigatoriedade de organizar e manter em funcionamento uma Comissão interna de Prevenção de Acidentes. e-Tec BrasilAula 1 | Segurança do trabalho em áreas rurais 7 Equipamento de Proteção individual – EPi: Estabelece a obrigatoriedade para que os empregadores rurais forneçam gratuitamente a seus empregados Equipamentos de Proteção individual adequados ao risco e em perfeito esta- do de conservação, a fim de protegê-los dos infortúnios laborais. Produtos Químicos: Estabelece os preceitos de Segurança e Medicina do Tra- balho Rural a serem observados no manuseio de produtos químicos, visando à prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais. Embora tenham sido um grande avanço, as NRRs ficaram muito aquém das reais necessidades prevencionistas do setor. Por isso,uma Norma Regula- mentadora, voltada especificamente para a área rural, foi criada a partir do movimento intitulado “Grito da terra Brasil”, desencadeado pela Secretaria de inspeção do trabalho. tal norma tomou por base a Convenção 184 – Se- gurança e Saúde na Agricultura, que teve origem na Conferência da organi- zação internacional do trabalho – oit. A NR 31 foi aprovada pela Portaria nº 86, de 03 de março de 2005, publicada no Diário oficial da União de 4/3/05, criando a Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na agricultura, pecuária, silvicultura, explora- ção florestal e aquicultura. Essa norma, que substitui as NRRs 1, 2, 3, 4 e 5, estabelece os preceitos a serem observados na organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento e o desenvolvimen- to das atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura com a segurança, saúde e meio ambiente no trabalho. Agora que você já conhece as leis que envolvem a segurança do trabalho na área rural, tente fazer a atividade, para verificar o seu aprendizado. Atividade 1 Atende ao Objetivo 1 Marque verdadeiro (V) ou falso(F): ( ) A NRR1 estabelece os deveres dos empregados e empregadores ru-a) rais no tocante à prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupa- cionais. Infortúnio Significa perda, dano, fatalidade, desastre. O Grito da Terra Brasil (GTB) Uma das maiores atividades de massa que o Movimento Sindical de trabalhadores e trabalhadoras Rurais realiza, anualmente, desde 1995. É o momento quando é apresentado aos Governos Federal, Estaduais e Municipais um conjunto de reflexões, reivindicações e anseios, gerado a partir das necessidades da agricultura familiar brasileira. Fonte http://www.fetraece.org. br/campanha/gritoterra.htm Glossário Para você conhecer a norma NR 31, acesse o site www.guiatrabalhista.com.br/ legislacao/nr/nr31.htm Mídias integradas Segurança do Trabalhoe-Tec Brasil 8 ( ) A SEPAtR estabelece a obrigatoriedade para que as grandes empre-b) sas mantenham em funcionamento serviços especializados em Seguran- ça e Medicina do trabalho. ( ) o empregador pode exigir que o trabalhador rural compre os equi-c) pamentos de proteção individual. ( ) As NRRs 1, 2, 3, 4 e 5 atendem completamente às necessidades pre-d) vencionistas dos trabalhadores rurais. Riscos e medidas preventivas os riscos existentes nas atividades rurais englobam os riscos ambientais, que você já estudou na disciplina introdução à Higiene e Segurança do traba- lho: os riscos físicos, químicos e biológicos. Além desses tipos de riscos, nas atividades rurais ainda existem outros comumente encontrados, que são os riscos ergonômicos e mecânicos. Veja, a seguir, alguns exemplos mais comuns dos riscos mencionados, liga- dos às atividades rurais: Riscos físicos Riscos de cortes nas mãos e nos membros inferiores, normalmente provo-• cados por ferramentas e equipamentos. Ferimentos nos olhos e na pele com a palha da cana, capim, espinhos e • galhos; exposição solar; poeiras incômodas e quedas. Acidentes com máquinas, equipamentos e ferramentas; ruído e vibra-• ção que são provocados pela operação de determinados equipamentos. Englobam-se aqui os riscos mecânicos. e-Tec BrasilAula 1 | Segurança do trabalho em áreas rurais 9 Fonte: www.sxc.hu/photo/ 890678 Jo e Zl om ek Figura 1.2: As atividades e operações que exponham os trabalhadores a vibrações lo- calizadas ou de corpo inteiro serão caracterizadas como insalubres ou não saudáveis. As medidas preventivas se aplicam, em cada caso, devido a diversos fatores, tais como diversidade de atividades, ambientes de trabalho, ferramentas, máquinas e equipamentos, mas podem se resumir em: treinamento dos trabalhadores;• instalação de equipamentos de proteção coletiva (EPC) e individual (EPi);• acompanhamento médico (PCMSo);• Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais (PPRA). • todo o processo de avaliação, implantação e acompanhamento dos progra- mas e procedimentos de segurança estabelecidos serão de responsabilidade dos membros do Serviço Especializado em Prevenção de Acidentes do Tra- balho Rural (SEPATR) e da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural (CIPATR). Riscos químicos É o perigo a que determinado indivíduo está exposto ao manipular produ- tos químicos que podem lhe causar danos físicos ou prejudicar sua saúde. Insalubre Que não é salubre, que não é saudável; doentio. Glossário Segurança do Trabalhoe-Tec Brasil 10 os danos físicos relacionados à exposição química vão desde uma simples irritação na pele até sérias queimaduras. Fonte: www.sxc.hu/photo/766820 Fe rn an do W eb er ic h Figura 1.3: Alguns pesticidas são considerados prejudiciais à saúde humana e, por isso, não são vendidos ao público em geral. Somente pessoas autorizadas podem comprar e aplicar esses produtos. os maiores riscos químicos estão relacionados ao transporte, armazenagem e manuseio dos agrotóxicos e defensivos agrícolas. As atividades que envol- vem os agrotóxicos, seus componentes e afins foram regulamentadas pela Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989, e regulamentada pelo Decreto 4.074, de 4 de janeiro de 2002. LEI Nº 7.802, DE 11 DE JULHO DE 1989 Dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embala- gem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componen- tes e afins, e dá outras providências. Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7802.htm e-Tec BrasilAula 1 | Segurança do trabalho em áreas rurais 11 Riscos biológicos os riscos biológicos mais comuns são os acidentes envolvendo animais peço- nhentos, como cobras, escorpiões, aranhas e abelhas. os ratos comuns e os ratos-do-mato são outros geradores de doenças: transmitem a leishmaniose tegumentar americana, que é transmitida ao homem quando ele é picado por mosquitos vetores, após picarem esses hospedeiros. El vi s Sa nt an a www.sxc.hu/photo/899271 www.sxc.hu/photo/783183 Figura 1.4: Picadas de mosquitos e de cobras são apenas alguns dos muitos riscos biológicos a que os trabalhadores rurais estão sujeitos. As doenças parasitárias ocupacionais, frequentemente adquiridas pelos traba- lhadores rurais, podem ser transmitidas pelos protozoários, causando amebía- ses, tripanossomíase e leishmaniose, ou pelos helmintos, causando a esquistos- somose, a ancilostomose e a ascaridíase. Podem, ainda ser transmitidas pelos artrópodes, como os ácaros, carrapatos, bicho-de-pé, entre outros. As medidas preventivas que se aplicam nos riscos físicos e químicos são as mesmas que se aplicam nos riscos biológicos. Porém, no caso dos riscos bio- lógicos, faz-se uso de medicamentos específicos no tratamento e também para prevenção, como é o caso das vacinas. Riscos ergonômicos o risco ergonômico é determinado quando as condições do ambiente de traba- lho não se adaptam às condições psicofisiológicas do trabalhador e vice-versa. Esse tipo de risco causa os chamados Distúrbios osteomusculares Relacionados ao trabalho (DoRt). As formas como são desenvolvidas as atividades levam os trabalhadores rurais a uma pressão muito grande, visto que, normalmente, exige-se deles alta produti- vidade, num curto período de tempo e, muitas vezes, em condições de trabalho Helmintos É um grupo de “animais” que parasitam o homem, sendo pertencente ao filo Platyhelminthes, que compreende os vermes achatados.Dá-se o nome de Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) ao conjunto de doenças causadas por esforço repetitivo. Esses distúrbios podem ser causados por esforço repetitivo, devido à má postura, estresse ou trabalho excessivo. Glossário Segurança do Trabalhoe-Tec Brasil 12 nada satisfatórias, como, por exemplo, máquinas e equipamentos obsoletos ou sem manutenção ferramental inadequados para a atividade. E ainda são obri- gados a iniciar as atividades sem treinamento e, principalmente, sem qualquer equipamento de proteção, individual ou coletivo. Fonte: www.sxc.hu/photo/894270 Jo e Zl om ek Figura 1.5: O risco ergonômico mais comum nas ativida- des rotineiras dos agricultores brasileiros tem a ver com problemas de postura. Para agravar a situação, não se faz um acompanhamento médico adequado dos trabalhadores rurais com programas de prevenção. Em geral, a atenção está voltada apenas para as consequências dos acidentes ou doenças pro- vocadas pelo trabalho. isso tudo leva o trabalhador ao cansaço, ao estresse e culmina em problemas de saúde, agravados muitas vezes pelas condições precárias onde vive. Como medida preventiva, o empregador deverá, através do SEPAtR, terceiri- zado ou não, realizar uma análise ergonômica do trabalho. Além disso, deverá Obsoleto Não apropriado para uso, antiquado e arcaico. Glossário e-Tec BrasilAula 1 | Segurança do trabalho em áreas rurais 13 identificar os fatores responsáveis pelos riscos ergonômicos que afetam ou que poderão afetar os trabalhadores. Atividades que podem envolver, ao mesmo tempo, os riscos físicos, quími- cos, biológicos, ergonômicos e mecânicos são aquelas ligadas à silagem. os silos são locais construídos para armazenar a produção agrícola, prote- gendo-a contra as variações climáticas, buscando manter a qualidade dos produtos. As características desse local fazem dele um local perigoso, pois trata-se de um ambiente considerado um espaço confinado. www.sxc.hu/photo/1062951 C ra ig J ew el l Figura 1.6: As indústrias que processam produtos alimentícios e as unidades armaze- nadoras de grãos apresentam alto potencial de risco de incêndios e explosões. Um espaço confinado é fonte de acidentes graves e, muitas vezes, fatais. Em dezembro de 2006, foi publicada a NR33 – Espaços Confinados –, que es- tabelece todos os procedimentos mínimos de segurança para a entrada nos espaços classificados como confinados. A lei também define formas de se realizar um gerenciamento dos riscos inerentes às atividades desenvolvidas nessas áreas, seja qual for a atividade econômica. Veja, a seguir, alguns riscos existentes em silos nas áreas agrícolas: explosões;• problemas ergonômicos;• Espaço confinado Qualquer área não projetada para ocupação contínua, com meios limitados de entrada e saída e ventilação insuficiente. Glossário Segurança do Trabalhoe-Tec Brasil 14 lesões do trato respiratório (poeira) e do globo ocular;• riscos físicos (ruído, iluminação, umidade, vibrações etc.); • acidentes em geral (quedas, sufocamento etc.).• todas as medidas preventivas estão dispostas na NR 33 – Espaço Confina- do. Essa norma tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos para identificação de espaços confinados e o reconhecimento, avaliação, moni- toramento e controle dos riscos existentes. A NR 33 foi criada para garantir permanentemente a segurança e a saúde dos trabalhadores que interagem direta ou indiretamente nestes espaços. Para saber mais... Aqui você vai encontrar alguns endereços eletrônicos que dispo- nibilizam as leis e as normas de segurança do trabalho em áreas rurais, além de alguns artigos importantes que complementam o assunto abordado nesta aula. Normas gerais sobre o uso de agrotóxico. EMBRAPA. http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHtML/Uva/ UvasRusticasParaProcessamento/normas.htm Prevenção de acidentes em depósitos de agrotóxicos e de lixo tóxico. http://sstmpe.fundacentro.gov.br/Anexo/Agrotoxicos.pdf Lei Nº 7.802 – de 11 de julho de 1989 – DoU de 12/7/1989. http://www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/42/1989/7802.htm Riscos no trabalho em silos e armazéns. http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/silo.htm Espaço confinado – Livreto do trabalhador. Apresentação da FUNDACENtRo. www.fundacentro.gov.br/dominios/CtN/anexos/EspacosConfina- dosLivretotrabalhadorNR33.pdf Norma Regulamentadora nº 33 – Espaço confinado. http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/ e-Tec BrasilAula 1 | Segurança do trabalho em áreas rurais 15 Nesta aula, você conheceu as leis e normas que regulamentam a seguran- ça do trabalhador rural. também aprendeu sobre os riscos e as medidas preventivas. Agora, você já é capaz de identificar os riscos existentes nas atividades rurais. Faça com atenção as próximas atividades e verifique sua aprendizagem. Atividade 2 Atende ao Objetivo 2 Faça uma pesquisa sobre os tipos de máquinas e equipamentos mais comuns nas atividades agrícolas, indicando para cada uma delas: os riscos oferecidos.• os EPCs existentes.• os EPis exigidos.• Atividade 3 Atende ao Objetivo 2 Complete de acordo com o que aprendeu nesta aula: As atividades rurais que mais geram acidentes são:a) Quanto aos riscos físicos, diga quais são as partes do corpo mais atingidasb) : os tipos de lesões e doenças causadas por risco ergonômico são: c) Segurança do Trabalhoe-Tec Brasil 16 Nas atividades rurais, além dos riscos físicos, biológicos e químicos, exis-d) tem outros comumente encontrados, que são: os danos físicos relacionados à exposição química vão desde:e) Resumo Existem normas de segurança do trabalhador rural criadas pelo Ministé-• rio do trabalho e Emprego. Uma Norma Regulamentadora, voltada especificamente para a área ru-• ral, foi criada a partir do movimento intitulado Grito da Terra Brasil. Nas atividades rurais, existem também riscos mecânicos, além dos que • você já conhece. todo o processo de avaliação, implantação e acompanhamento dos pro-• gramas e procedimentos de segurança são de responsabilidade do SPAtR e da CiPAtR. os maiores riscos químicos estão relacionados ao transporte, armazena-• gem e manuseio de agrotóxicos e defensivos agrícolas. Um espaço confinado é fonte de acidentes graves e muitas vezes fatais.• Respostas das atividades Atividade 1 (V) A NRR1 estabelece os deveres dos empregados e empregadores rurais a) no tocante à prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais. (V) A SEPAtR estabelece a obrigatoriedade para que as grandes empresas b) mantenham em funcionamento serviços especializados em Segurança e Medicina do trabalho. e-Tec BrasilAula 1 | Segurança do trabalho em áreas rurais 17 (F) o empregador pode exigir que o trabalhador rural compre os equipa-c) mentos de proteção individual. (F) As NRRs 1, 2, 3, 4 e 5 atendem completamente às necessidades pre-d) vencionistas dos trabalhadores rurais. Atividade 2 Faça a pesquisa consultando alguns sites ou publicações indicadas na aula. Você pode ainda, se tiver oportunidade, conversar com algum trabalhador rural. Atividade 3 Complete de acordo com o que aprendeu nesta aula: agricultura, mineração, construção e pesca comercial.a) mãos e membros inferiores.b) LER/DoRt.c) os ergonômicos e mecânicos.d) uma simples irritação na pele até sérias queimaduras.e) Referências bibliográficas ALMEIDA, Daniel. Segurança e saúde do trabalhador rural. Brasília: Câmara dos Deputados/ Coordenação de Publicações, 2007. CAMPOS, José Luiz Dias; ADELINA B. Dias. Acidentes do trabalho: prevenção e reparação. [S.l.]: LTr Editora, 1991. FUNDACENTRO.Qualidade de Vida no Ambiente de Trabalho. In: Revista nº 7, ano II. LEMES, Viviane Aparecida. Produtividade e eficácia das normas jurídicas trabalhistas no meio rural. In: Revista do Direito Trabalhista, v. 11, n. 5, p. 10-12, maio 2005. MANUAIS DE LEGISLAÇÃO. Segurança e medicina do trabalho. 61. ed. São Paulo: Atlas, 2007. MARQUES, Sandra Márcia Tietz. Trabalho e acidentes no meio rural do oeste catarinense: Santa Catarina, Brasil. In: Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, v. 28, n. 107/108, p. 101-105, 2003. MARTINS, L. A. C.; LIMA, J. M. S. Segurança no Trabalho Rural. Viçosa: CPT, 1999. Aula_01 Aula_01
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