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PNEUMONIAS ADQUIRIDAS NA COMUNIDADE/ PAC INTRODUÇÃO: Pneumonia aguda constitui uma das pp causas de morbimortalidade pp em cças < 5 anos EPIDEMIOLOGIA: Incidência de 3-4 % / ano em cças < 4 anos, e 1-2 % em pré-escolares e escolares. A pneumonia bacteriana é causa de 10-25 % de morte em cças. A desnutrição aumenta a incidência, a gravidade e a mortalidade pela doença. FR: maternos (grau de instrução, desmame precoce, efetividade do pré-natal), sistema de saúde em dx e tto adequado, ambiental (poluição, tabagismo, contato com IVAS), paciente (prematuridade, baixo peso ao nascer, vacinas incompletas, doenças prévias). DEFINIÇÃO: Pneumonia descreve uma inflamação dos alvéolos e espaços aéreos terminais (bronquíolos e espaços intersticial) em resposta á invasão por agente infeccioso introduzido no pulmão, pp em decorrência da aspiração de material de secreções infectadas das VAS ou disseminação hematogênica. CLASSIFICAÇÃO: Critérios anatômicos ou área pulmonar afetada: lobar (lobo ou segmento), lobular, alveolar ou intersticial. Agente etiológico ETIOLOGIA: Bacteriana: streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae tipo B, staphylococcus aureaus e streptococcus pyogeneses Virais: vírus sincicial respiratório, influenza, parainfluenza e adenovírus Atípicos: mycoplasma e chlamydia Raramente a PAC é causa por processos autoimunes, hipersensibilidade, fungos, drogas, radiação, inalação ou aspiração liquido/ pó/ gases/ poluentes. Agentes etiológicos de PAC de acordo com a faixa etária: IDADE PATÓGENO- ordem de frequência < 3 dias Streptococcus do grupo B, gram – sobretudo E. coli, Listeria sp 3 dias Staphylococcus aureus, Staphylo epidermidis e gram - 1-3 meses Vírus sincicial respiratório, chlamydia trachomatis, ureaplasma urealyticum 1 mês a 2 anos Vírus, streptococcus pneumoniae, haemophilus influenzae tipo B, h. influenzae não tipável, S. aureaus 2-5 anos Vírus, streptococcus pneumoniae, haemophilus influenzae tipo B, h. influenzae não tipável, mycoplasma pneumoniae, chlamydia pneumoniae, S. aureaus 6- 18 anos Vírus, streptococcus pneumoniae, , mycoplasma pneumoniae, chlamydia pneumoniae, h. influenzae não tipável PNEUMONIAS BACTERIANAS A1. RN < 7 dias: gram – (E. coli, klebsiella pneumoniae), streptococcus B agalactiae e listeria monocytogenes, são comuns por estarem presentes no canal de parto. A2. RN 7 dias a 1 mês : mesmo anteriores, podendo também S. pneumoniae e S. aureaus. A3. Lactentes de 1-3 meses: Pneumonia afebril do lactente, caracteriza-se por tosse em staccato (seca e bem marcada, paroxistica), taquipneia e ocasionalmente, hipóxia. Agentes comuns: Chlamydia trachomatis, Ureaplasma urealyticum e P. jiraveci Pneumonia febril: S. pneumoniae, H. influenzae e S. aureaus (mais prevalentes em PAC de cças até os 6-7 anos) A4. Escolares e adolescentes: S. pneumoniae, mycoplasma pneumoniae e Chlamydia trachomatis; geralmente decorre da aspiração de secreções infectadas das VAS. PNEUMONIAS VIRAIS: vírus humano sincicial respiratório (HVSR), parainfluenza 1,2 e 3, influenza A ou B, e com menor frequência o adenovírus Processo pulmonar localizado: COM TOXEMIA EVIDENTE- FOCOS ALVEOLARES ETIOLOGIA MAIS PROVÁVEL Segmentar/lobar Pneumococo, H. influenzae Arredondada/ pseudotumoral pneumococo Lobar+ abaulamento de cissura+ cavitação klebsiella Segmentar subaguda com ou sem cavitação TUBERCULOSE Processo pulmonar difuso: c/ hiperinsulflação pulmonar Pneumococo, H. influenzae Com cavitação/ pneumatoceles uni ou bilateral Staphylo, H. influenzae, E. coli, strepto Lactente desnutrido grave com diarreia ENTEROBACTÉRIAS Processo com comprometimento pleural acentuado: Pneumatocele + derrame staphylo Empiema: até 2 anos gram +; > 2 anos gram - Staphylo, H. inlfuenzae, pneumococo piopneumotórax staphylo Sem toxemia- processo difuso: hiperinsuflação SUGESTIVO DE PROCESSO VIRAL Com toxemia evidente- focos alveolares Etiologias mais prováveis Hiperinsuflação + processo intersticial PAC viral, Mycoplasma (escolar) MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: PAC bacteriana: febre+ taquipneia+ tosse são as manifestações mais importantes. EF: estertores crepitantes põem estar presentes, diminuição do MV, aumento do FTV, broncofonia. Se derrame pleural pode ter submacicez ou macicez, mas se derrame pequeno pode não ter alteração a percussão. PAC viral: sintomas respiratórios leves, tosse, coriza, taquipneia, retrações intercostais/ subcostais/ supraesternais. Febre. A ausculta: MV diminuído unilateral, pode ter estertores e/ ou sibilos difusos. **** a TAQUIPNEIA vista nos casos de pneumonia persistem mesmo quando a temperatura está abaixo de 36,6 ºC, devido a alterações de ventilação/ perfusão e não apenas a um estado hiperdinâmico causado pela febre. DIAGNÓSTICO: IDADE SINAIS E SINTOMAS SINAIS DE GRAVIDADE < 2 meses Pouca tosse, aspecto toxemico, agitação, prostração, gemido respiratório, taquidispneia, batimento de asa de nariz, retrações , hipoxemia FR > 60 , crepitações fixas ou evidencia de consolidação pulmonar 2-11 meses Tosse, retrações, taquipneia febre, irritabilidade FR > 50 1-4 anos Febre, irritabilidade, tosse, as vezes emetizante, taquipneia FR > 40 escolares Febre ,irritabilidade , tosse produtiva ou não, dor torácica, desidratação em alguns casos, letargia e taquipneia FR < 40 FR: até 2 m: 40-60; 2-11 m: 30-50; 12-24 m: 20-40; 2-5 anos: até 30; > 5ª: até 20. A tosse e/ ou dispneia são os melhores sinais para suspeitar do dx de PAC. A OMS aponta a TAQUIPNEIA como o sinal de maior sensibilidade, 77% e maior especificidade, 58%. A elevação da FR ocorre precocemente, mesmo antes dos sinais auscultatórios ou presença de imagem radiológica, e deve ser aferida em 1 minuto. Os esforços respiratórios e a presenta de triagens (retrações ) subcostais (dispneia) expressam gravidade também. Exame de imagem: o raio x de tórax pode evidenciar um infiltrado alveolar ou intersticial. Pode ter consolidações, derrame pleural, pneumatocele (ar em parênquima pulmonar), borramento de silhueta cardíaca, broncograma aéreo que cham a periferia, infiltrado bilateral difuso, hiperinsuflação, diferença de penetração entre cada hemitorax podendo ser um achado de pneumonia incipiente. Presença de derrame pleural ou atelectasias são sinais de gravida. Quando há duvida se presença ou não de derrame pleura, pedir um raio x em Laurell (lateral com raios horizontais do lado suspeito). O Rx de tórax não deve ser solicitado para controle de cura de PAC. Pneumonia por staphylococcos complicada por abcesso pulmonar em RN Exame de laboratório : o diagnostico laboratorial é difícil. É importante conhecer os principais patógenos envolvidos em cada faixa etária e assim determinar qual uso de ATB. Para os casos adquiridos na comunidade, em crianças sem doença sem doença de base, a pneumonia por S. pneumoniae deve ser o 1º agente a ser considerado. Quando fizer punção pleural é importante avaliar inicialmente o aspecto macroscópico do liquido, identificação etiológico, bioquímica pleural/ plasmática, análise do Ph, citologia e ADA para Tb. BACTERIANA VIRAL MYCOPLASMA IDADE Qualquer < 5 anos 5-15 anos ESTAÇÃO DO ANO Qualquer Épocas endêmicas Qualquer INICIO Súbito Gradual Gradual TOXEMIA Grave (gemência) Leve a moderada Leve FEBRE Alta Moderada Leve CALAFRIOS Comum Não Não TOSSE Produtiva/ variável Seca/variável Seca/persistente TAQUIPNÉIA Moderada/grave Leve/ moderada Leve/ moderada MIALGIA/ CEFALEIA Não Comum Cefaleia/ faringite SEGMENTAR Comum Não Variável AUSCULTA Estertores Raros estertores, sibilos Estertores muito raros DERRAME PLEURAL Comum Raro Raro HEMATOLÓGICO Leuc >15 mil neutrofilia, desvio a E, VHS > 30, PCR >20 Leuc < 12 mil desvio a E, VHS < 30, PCR < 20 Leucnormal, VHS > 30 RAIO X DE TÓRAX Opacidade lobar Intersticial Intersticial OUTROS PROCEDIMENTOS Cultura: sangue, líquido pleural - Crioaglutininas, sorologia para Mycoplasma ATB INICIAL Esquema para PAC e Broncopneumonias nenhum Eritromicina Muitas das PAC tratadas com ATB são na verdade pneumonias virais, que cursariam com remissão espontânea sem necessidade de ATB. TRATAMENTO: O tratamento instituido é empírico, orientado pelos agentes mais prováveis da faixa etária e o estado imunológico. Streptococcus pneumoniae como o agente bacteriano mais frequente em crianças e adolescentes. O mycoplasma pneumoniae, em alguns paises, em maiores de 5 anos apresenta-se como o 1 ou 2 º patógeno associado a PAC. A 1 ª etapa é decidir o tipo de tto: hospitalar ou ambulatorial. Critérios de internção: Lactentes < 2 meses Presença de hipoxemia (sat O2 < 92 %) Dispneia Sinais de toxemia Presença de derrame pleural, pneumatocele, abscessos pulmonares Desidratação moderada Doenças cronicas de base Falha da terapeutica ambulatorial Incapacidade familiar de continuar tto adequado Crises de apneia, convulsões Sinais clíncios gerais de gravidade Base geral do tto: Dieta respeitando a anorexia Antitermicos somente se temp > 38 ºC Manter permeáveis as VAScom aspiração e limpeza com SF 0,9% Orientar familia sobre o esquema de tto adotado e sinais de piora da doença Se tto ambulatorial, reavaliar em 48 hrs. Drenagem de tórax + penicilina cristalina ou oxacilina na suspeita de S.aureus Sem melhora Com melhora Avaliar obstrução do dreno ou derrame pleural sepstado (USG tórax) Manter antibiótico por 14 dias Pióra Novo RX e HMG Observação 24-48 h e reavalia Pióra do derrame pleural Sem piora do derrame pleural Avaliar outros germes Nova toracocentese; pH < 7,2 ou Glicose < 40 ou Gram e/ou cultura + Sim Não Manter drenagem, desobstruir dreno, e ATB por mais 5 dias Trocar antibiótico 1) Cefuroxime ; 2) Amoxicilina com Clavulanato; 3) Macrolídeo (pesquisa de germes atípicos) Melhorou Sim Não Manter antibiótico Avaliar toracoscopia e manter drenagem por 7 dias ao menos. Drenagem pH > 7,2 e Glicose > 40 Penicilina Cristalina Toracocentese diagnóstica com bacterioscopia, bioquímica, celularidade e cultura, mais 2 amostras de hemocultura em momentos diferentes. Liquido pulmonar purulento e/ou características de empiema Não empiema Melhora: manter conduta e após 48 h afebril, amoxil por 14dias TRATAMENTO DOMICILIAR EM PNEUMONIA SEM DERRAME PLEURAL, COM PEQUENO DERRAME E SEM TOXEMIA: A1. LACTENTE < 2 MESES: ampicilina (100-200 mg/ kg/dia IV de 6/6 hrs)+ amicacina (15 mg/kg/dia IM de 12/12 hrs) , se resposta, mantem 10 dias. se não houver melhora clínica ou piora em 48 hrs: manter amicacina + cefotaxima ou ceftriaxona ou oxacilina, por 14-21 dias. A2. CÇA ENTRE 2 MESES E 5 ANOS: Penicilina cristalina (100 000 a 150 000 UI/Kg/dia IV de 6/6 hrs) por 10 dias. Se piora clínica + radiológica, introduzir oxacilina + ceftriaxone por 14-21 dias. A3. CÇA > 5 ANOS: Pen cristalina (100 000UI) se não usou ATB nos ultimos 2 meses, mantem por 10 dias. Se tosse a mais de 1 semana com antecedentes familiares com tosse, usa-se um macrolídeo (eritromicina 50 mg/kg/dia 6/6hrs). Se não houver melhora clínica em 4-5 dias ou piora clinica e radiológica em qualquer momento: oxacilina (200mg/kg/dia IV de 6/6hrs)+ceftriaxona (100-150mg/kg/dia IV 12/12hrs). PNEUMONIA COM DERRAME PLEURAL PURULENTO EXTENSO E/OU TOXEMIA: B1. LACTENTE < 3 MESES: oxacilina ou ceftriaxona + amicacina B2. CÇA ENTRE 3 MESES E 5 ANOS: Sem sinais de toxemia: Pen Cristalina por 14 dias Com sinais de toxemia: Oxacilina + ceftriaxona B3. CÇA > 5 ANOS: realizar drenagem pleural efetiva associando Pen Cristalina ou uso de macrolídeo na suspetia de Mycoplasma por 14 dias de tto. Se não houver melhora em 4-5 dias ou piora clinica/ radiologica, oxacilina + ceftriaxone. COMPLICAÇÕES: As principais complicações são: abscesso, atelectasia, pneumatocele, pneumonia necrosante, derrame pleural, pneumotórax, fístula broncopleural, hemoptise, septicemia, bronquiectasia, infecções associadas (otite, sinusite, conjuntivite, meningite, osteomielite) Abcesso pulmonar: é uma complicação rara, sendo o agente mais frequente o Streptococos pneumoniae. ATB: pen cristalina 200 000 UI/KG/DIA ou clindamicina 25-40mg/kg/dia. Atelectasia: geralmente desaparece em 8 semanas. A complicação evolutiva das atelectasias cronicas é a fibrose pulmonar com colapso não funcional do segmento do lobo pulmonar comprometido. Pneumatocele: lesao cistica de paredes finas mais comum em PAC bacteriana. Resolve espontaneamente. Pneumatocele simples: ocupa < 50% de um hemitórax e na ocausa sintomas. Pneumatocele complicada: > 50% com atelectasias, abcessos recidivantes, fistulas broncopleural ; a complicada tem indicação de drenagem. Derrame pleural: em crianças o derrame pleural é a complicação mais frequente em penumonia bacteriana. Agentes mais comuns: S. pneumoniae, H. influenzae, S. aureaus. EF: MV diminuido, macicez a percussao e postura antalgica/ pseudoescoliose. Exames : toracocentese, USG para ajudar a fazer o Dx e pra ver o melhor local para fazer a toracocentese, TC excepcionalmente tem indicação no derrma pleural complicado. Pneumocystis carinii (P. jiroveci): é a infecção oportunista mais comum em cças infectadas pelo HIV, faixa mais comum de 3-6 meses, é uma doença que define a AIDS.
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