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ESPECIAL CENTRO OESTE As páginas a seguir trazem informações específicas sobre a sua região para você fazer as melhores escolhas UNIVERSIDADES CONFIRA O PERFIL DAS MAIORES INSTITUIÇÕES DOS QUATRO ESTADOS QUE COMPÕEM O CENTRO-OESTE MELHORES CURSOS CONHEÇA ALGUMAS DAS GRADUAÇÕES MAIS BEM AVALIADAS DA REGIÃO ESCOLHA PROFISSIONAL UMA LISTA DE INSTITUIÇÕES QUE OFERECEM ORIENTAÇÃO VOCACIONAL MERCADO DE TRABALHO OS SETORES MAIS PROMISSORES E AS PROFISSÕES RELACIONADAS A ELES ILUSTRAÇÃO: JULIANO AUGUSTO/45JJ 2 GE PROFISSÕES 2016 ESPECIAL ESPECIAL CENTRO-OESTE MERCADO DE TRABALHO A TERRA DO AGRONEGÓCIO Motores da economia regional, o campo e as indústrias associadas a ele apresentam boas chances de empregabilidade C om o maior rebanho bovino do país e papel de destaque na produção e na exportação de algodão, cana-de-açúcar, feijão, frango, milho e soja, o Centro- Oeste continua oferecendo boas opor- tunidades de trabalho para formados em Agronomia, Engenharia Agrícola, Medicina Veterinária e Zootecnia. O agronegócio, que sempre foi o motor da região, é um dos principais respon- sáveis por esses resultados. Goiás foi o estado que mais criou vagas de emprego formal entre janeiro e junho de 2015, de acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego. Na quarta posição do ranking está o Mato Grosso. “A indústria ligada ao agronegócio mantém o bom desempenho, com des- taque para a área de vendas técnicas”, diz Dilze Percilio, presidente da dire- toria executiva da seccional de Goiás da Associação Brasileira de Recursos Humanos. Fabricação de máquinas e de equipamentos agrícolas, produção de rações e os segmentos farmacêutico e de alimentos também se mantêm estáveis. Isso se traduz em vagas para adminis- tradores, especialistas em Logística e Marketing, engenheiros ambientais e de produção, economistas, contadores, psicólogos e tecnólogos em Gestão de Recursos Humanos. Uma prova dessa oferta de vagas é que a região continua atraindo pro- fissionais oriundos de todo o país. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Goiânia MERCADO AQUECIDO Um dos destaques da economia de Goiás é a produção de medicamentos D IV U LG A Ç Ã O 3GE PROFISSÕES 2016 ESPECIAL é, juntamente com Brasília, a capital do país que mais atrai migrantes. O setor de Tecnologia da Informação, especialmente forte no Distrito Fede- ral, é outro que continua contratan- do bacharéis e tecnólogos. Para quem acabou de se graduar em Ciência da Computação, Engenharia da Compu- tação, Sistemas de Informação e para os tecnólogos na área, como Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Gestão da Tecnologia da Informação, Redes de Computadores, Segurança da Informa- ção e Sistemas para Internet, há vagas. Agronegócio e indústria Mato Grosso e Mato Grosso do Sul já são conhecidos como celeiros do Bra- sil e tradicionalmente empregam, em fazendas e cooperativas, engenheiros agrônomos e agrícolas, veterinários e zootecnistas, além de graduados em cursos voltados à gestão de agrone- gócios. Agora é a vez de as empresas familiares de Goiás viverem seu impor- tante momento de profissionalização. Isso tem ampliado o número de vagas e incentivado cada vez mais profissionais qualificados de outras partes do país a se mudarem para o estado. Há também oportunidades para formados em Comércio Exterior e Relações Internacionais, que são re- quisitados para lidar com questões im- portantes, como legislação aduaneira. Fábricas de equipamentos agrícolas, ração, fertilizantes e medicamentos ve- terinários da região contratam ainda bacharéis e tecnólogos das áreas técnicas do agronegócio para atuar com vendas. A indústria de alimentos e bebidas local recruta engenheiros e tecnólogos em Alimentos e engenheiros químicos para atuar especialmente no controle de qualidade. Em Aparecida de Goiânia, em Goiás, fica a maior planta da Pepsico do mundo e, em Goiânia, a JBS Friboi. Em Lucas do Rio Verde, no Mato Gros- so, está a maior unidade da América Latina da BRFoods. Em Jataí, em Goiás, será instalada nos próximos anos uma nova fábrica de refrigerantes e uma pro- dutora de ovos. As marcas regionais de alimentos também encontram espaço, especialmente entre as classes B e C. “O setor farmacêutico é forte em Goi- ás”, diz Leonardo Massuda, sócio-di- retor da Asap Recruiters, em Goiás. Há vagas para jovens biólogos, biomédicos, engenheiros químicos e farmacêuticos. O destaque é a cidade de Anápolis, que reúne um polo de 39 empresas. Entre elas, estão Teuto, Geolab e Neo Química. No setor de cosméticos, há fábricas da Hypermarcas em Anápolis, Senador Canedo e Aparecida de Goiânia. A cidade de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, tradicional sede da in- dústria de celulose, deve receber inves- timentos em cinco projetos industriais, o que garante boas perspectivas nas áreas de produção de celulose e fabri- cação de cimento e de latas. Boa notícia para engenheiros químicos, químicos e tecnólogos em Papel e Celulose e Pro- cessos Químicos. Maior produtor nacional de algodão, o estado do Mato Grosso anunciou que busca investimentos para avançar tam- bém na indústria têxtil. Atualmente, o maior entrave para que esse setor deslanche são questões associadas à área de logística. Energia e combustíveis Um dos braços da indústria de ener- gia que mais crescem no país atual- mente é o da bioeletricidade, ou seja, a eletricidade gerada pela queima de biomassa (resíduos agrícolas, como o bagaço de cana, por exemplo). Em 2014, ela representou mais de 4% do consumo nacional de eletricidade, com picos de 7% nos períodos de seca. O Mato Grosso do Sul, onde atuam grandes grupos, como Cosan e Biosev, é o ter- ceiro maior gerador do Brasil. Isso abre chances para a atuação de engenhei- ros de energia, engenheiros elétricos e tecnólogos em Sistemas Elétricos e Energias Renováveis. No segmento de hidrelétricas, a en- trada em funcionamento, em 2015, da Teles Pires, no Mato Grosso, deve atrair RIQUEZA NO CAMPO As grandes fazendas de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul respondem pela maior parte da produção agrícola do país A área de Tecnologia da Informação é forte no Distrito Federal. Em Goiás, destaque para a indústria de alimentos C R IS TI A N O M A R IZ 4 GE PROFISSÕES 2016 ESPECIAL ESPECIAL CENTRO-OESTE novos investidores para a região e, por consequência, aumentar a oferta de em- prego. Boas chances, portanto, para en- genheiros civis, eletricistas, industriais, ambientais, de segurança do trabalho e de produção, além de pessoal espe- cializado em Administração, Logística, Marketing e Gestão. No município de Rio Verde, em Goiás, está localizada a NexSteppe, startup americana especializada no desenvol- vimento de sementes para a produção de biocombustíveis. Recém-inaugurado em Rondonópolis, no Mato Grosso, o terminal de armazenagem e distribui- ção de combustíveis da Raízen ( joint ventre entre Shell e Cosan) gera em- pregos especialmente para tecnólogos em Biocombustíveis. Tecnologia da Informação O Distrito Federal tem o terceiro maior mercado de TI do país (estima- se que movimente R$ 5 bilhões por ano), muito em função da informatiza- ção de serviços e processos dos órgãos públicos. Mais de 600 empresas do segmento, incluindo grandes nomes como Capgemini, Cisco Systems, IBM, Microsoft e Oracle, contam com escri- tórios na capital. E a cidade continua atraindo novos negócios. No final de 2014, a empresa catarinen- se Teltec Solutions, voltada a soluções de tecnologia, inaugurou uma filial. A expectativa é que o Parque Tecnológico Cidade Digital amplie ainda mais as contratações.“A área mais aquecida é a de pesquisa e desenvolvimento de novos softwares e produtos”, diz a psi- cóloga Rita Brum, sócia-diretora da Rhaiz RH, em Brasília. Atualmente, profissionais de Tecno- logia da Informação qualificados, como engenheiros eletrônicos, de telecomu- nicações e de computação, analistas de sistema e tecnólogos em redes de computadores, encontram vagas com bons salários. Para esses profissionais, há oportuni- dades ainda nas empresas e indústrias do estado de Goiás. Por ali ganha im- portância também a área de marketing digital, aumentando as chances não só para profissionais de tecnologia como também para designers gráficos. Turismo e construção civil O ecoturismo e atividades como trilhas, exploração de cavernas e es- caladas são o destaque dos estados do Centro-Oeste, especialmente Mato Grosso, que concentra os biomas Cer- rado, Pantanal e Amazônia, e Mato Grosso do Sul. Para ter uma ideia do potencial da região, em 2014, o núme- ro de turistas estrangeiros que visi- taram o Mato Grosso do Sul cresceu 50% em relação ao ano anterior. Isso aquece o mercado de trabalho para profissionais de Turismo, Hotelaria e Gastronomia em agências de viagem, bares, restaurantes, hotéis, transporte e planejamento. Em Goiás, o município de Caldas Novas é famoso pelas águas termais e concentra uma grande quantidade de hotéis. Mas o turismo de negócios está cada vez mais fortalecido. A inau- guração do Centro de Convenções de Anápolis, o maior do Centro-Oeste, promete aumentar o numero de feiras e congressos e, consequentemente, o fluxo de visitantes. Com isso, deve ser aquecida a demanda por administra- dores, graduados em Marketing e tra- dutores e intérpretes para garantir a infraestrutura dos serviços. Na área da construção civil, um setor ainda com fôlego nos quatro estados da região é o da construção de prédios e residências de luxo, que atualmente concentra as oportunidades para arqui- tetos, engenheiros civis, eletricistas e de segurança no trabalho. box ECOTURISMO EM ALTA A região de Bonito (MS) é um importante polo de turismo, atividade econômica com peso na região O setor de turismo está cada vez mais fortalecido na região, ampliando a procura por formados na área E LA IN E IA N IC E LL I 6 GE PROFISSÕES 2016 ESPECIAL ESPECIAL CENTRO-OESTE MELHORES CURSOS NO CAMPO E NA INDÚSTRIA Os cursos mais bem avaliados formam profissionais para setores importantes da economia regional O agronegócio é o carro-chefe da economia do Centro- Oeste. Por isso, não sur-preende que a região se destaque pela existência de cursos de primeira de Agronomia, Engenharia de Alimentos e Zootecnia, especialmente em Mato Grosso do Sul e Goiás. Esse estado abriga também um dos mais tradicionais e conceituados bacharela- dos em Farmácia do país, que acaba de completar 70 anos. E vale, ainda, men- cionar a graduação em Engenharia de Energia, ofertada em Brasília, a primeira do gênero na região. Confira a seguir os melhores cursos do Centro-Oeste, segundo a Avaliação de Cursos Supe- riores do GUIA DO ESTUDANTE 2015. AULAS EM CAMPO Estudantes de Agronomia da UnB desenvolvem atividades didáticas na fazenda-escola AGRONOMIA UnB O curso de Agronomia da Univer- sidade de Brasília (UnB) completa 50 anos em 2015. A presença estratégica da graduação na capital nacional, onde importantes decisões relativas ao setor agropecuário são tomadas, é, para o co- ordenador Everaldo Anastacio Pereira, um de seus atrativos. “A proximidade com órgãos públicos relevantes dos setores agrícola e de produção animal abre boas oportunidades para nossos engenheiros agrônomos, que podem atuar como formuladores e executores de políticas públicas voltadas a este mercado”, diz Pereira. O curso da UnB também se destaca por sua infraestrutura, composta de uma fazenda-modelo e uma ampla rede de laboratórios (de sementes, adubos, quí- mica e física do solo e nutrição animal, entre outros), onde os alunos podem re- alizar estudos, atividades práticas e pes- quisas. O bacharelado também participa de um programa de intercâmbio com países do Mercosul, que prevê o envio de cinco alunos por semestre para uma temporada de estudos em universidades da Argentina, do Chile, do Uruguai, da Bolívia e do Paraguai. ENGENHARIA DE ALIMENTOS UFG Além de ser o celeiro nacional, o Cen- tro-Oeste também abriga um importante parque industrial alimentício. Não por acaso, a Universidade Federal de Goiás (UFG) tem um dos melhores cursos de Engenharia de Alimentos do país, focado na formação de profissionais que aten- dam a demanda das indústrias da região. A graduação é dividida em duas etapas (básica e profissionalizante) e dá ênfase às disciplinas práticas, que representam 40% da grade curricular. A maior parte dessas atividades é desenvolvida em la- boratórios, como os de processamentos de alimentos, de embalagens e de apro- veitamento de resíduos e subprodutos. Os estudantes podem pôr em prática o conhecimento aprendido na empresa júnior da escola, que presta consultoria a pequenos e médios empreendimentos. “Nosso objetivo é aproximar os alunos do mercado e, ao mesmo tempo, dividir com o setor privado os conhecimentos gerados na UFG”, explica a coordenadora Adriana Régia Cornélio. Atividades de pesquisa e extensão são feitas em parceria com instituições nacionais e internacionais, como a Universidade de Salamanca e o Instituto de Agroquimica y Tecnologia de Alimentos, ambos na Espanha. D IV U LG A Ç Ã O 7GE PROFISSÕES 2016 ESPECIAL ENGENHARIA DE ENERGIA UnB Único do gênero na região, o curso de Engenharia de Energia da Universidade de Brasília (UnB) foi criado em 2008 e é ministrado no campus Gama, que concentra graduações da área de tec- nologia. A forte carga teórica é uma de suas marcas. Nem por isso, a prática fica de fora, como explica a coordenadora Juliana Petrocchi. “Para complementar a formação, os estudantes devem fazer estágio obrigatório em empresas do setor”, diz ela. “Temos também disci- plinas laboratoriais em que os alunos aprendem a fazer de desenhos técnicos até simulações de sistemas energéticos complexos”, conta. As atividades de pesquisa na área de energia são realizadas de forma mul- tidisciplinar, em conjunto com alunos dos demais cursos do campus, como engenheiros eletrônicos, aeroespaciais e de software. O curso tem convênio de intercâmbio com universidades france- sas e conta com uma empresa júnior, que presta consultoria energética para órgãos públicos da capital federal. FARMÁCIA UFG As carreiras da área da saúde são es- senciais em qualquer região do país. No Centro-Oeste, o curso de Farmá- cia da Universidade Federal de Goiás (UFG), que completou 70 anos em 2015, se destaca dos demais. Desde cedo, os estudantes são estimulados a pôr em prática nos laboratórios da escola e na farmácia universitária os conhecimentos aprendidos em sala de aula. Ao longo da graduação, para conhecer a profissão de perto, eles devem estagiar em unidades básicas de saúde, farmácias hospitalares e equipes multiprofissionais do Progra- ma Saúde da Família. A escola tem convênios com indústrias farmacêuticas, de cosméticos e alimen- tos para o desenvolvimento de pesquisas. “A fim de preparar os estudantes para o mercado de trabalho, promovemos pa- lestras de profissionais dessas empresas que, geralmente, recebem nossos alunos para o estágio de final do curso”, conta a coordenadora Telma Alves Garcia. ZOOTECNIA UFMS O Mato Grosso do Sul concentra um dos maiores rebanhos bovinos do país, o que dá uma dimensão da importância do profissional dessa área. Muitos des- ses especialistas são formadosno curso de Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), um dos melhores da modalidade no país. A prática dos alunos começa no primeiro semestre, quando cursam disciplinas que envolvem aulas em laboratório e manejo de animais na fazenda-escola. Além disso, os estudantes têm a opor- tunidade de estar em contato com o dia a dia da profissão desenvolvendo atividades em propriedades rurais e na empresa júnior da faculdade, que presta consultoria a produtores da região. Para preparar os formandos para o mundo do trabalho, o curso promove eventos de recrutamento e feiras de trai- nee. Neles, empresas do setor indicam o perfil ideal do profissional e realizam palestras sobre programas de estágio. A faculdade também sedia o Encontro sobre Zootecnia do Mato Grosso do Sul, onde universitários, professores e profissionais debatem a realidade do setor. Outro destaque da graduação são os projetos de extensão, como o Viva Ovi- nocultura Mulher, que oferece cursos de capacitação para mulheres que trabalham com a criação de ovelhas. “Iniciativas como essa contribuem para a geração de trabalho e renda em comunidades rurais e, ao mesmo tempo, para o incremento da produção”, diz a coordenadora Karina Márcia Ribeiro de Souza. UCDB O curso de Zootecnia da Universida- de Católica Dom Bosco (UCDB) está passando por uma reformulação e irá agregar ao curículo temas atuais liga- dos à carreira. “Um exemplo disso é a nova disciplina Conservação de Solo e Água, que aborda temas importantes num momento em que o mundo todo fala em sustentabilidade”, destaca a coordenadora Milena Wolff Ferreira. A instituição tem laboratórios de nu- trição animal, de análise de alimentos e de solo, de tecnologia de carne e de leite. As aulas práticas ocorrem na fazenda- escola, que tem criações de peixes, ove- lhas e gado. Em parceria com a Embrapa Gado de Corte, a faculdade faz pesquisa e promove cursos para complementar a formação dos estudantes. Há ainda parcerias com o setor privado para vi- sitas técnicas a indústrias de laticínios, frigoríficos e propriedades de produção animal da região. � MÃO NA MASSA No curso de Zootecnia da UCDB, os alunos têm aulas práticas desde cedo D IV U LG A Ç Ã O 8 GE PROFISSÕES 2016 ESPECIAL ESPECIAL CENTRO-OESTE UNIVERSIDADES INOVAÇÃO NA SALA DE AULA As maiores universidades da região investem em novas metodologias de ensino a fim de capacitar seus alunos para a realidade do trabalho As principais instituições de Ensino Superior da Região Centro-Oeste adotam meto-dologias inovadoras na sala de aula e buscam facilitar a inserção de seus alunos no mercado de trabalho. Progra- mas de extensão e projetos de pesquisa, especialmente aqueles voltados às áreas de Meio Ambiente e Saúde, reforçam a integração com as comunidades nas quais estão inseridas. A internacionaliza- ção, por meio de intercâmbios realizados por convênios ou pelo programa Ciência sem Fronteiras, do governo federal, é cada vez mais incentivada. Nesta reportagem, traçamos o perfil das oito maiores universidades da região, sendo uma pública e uma privada de cada estado. O critério usado foi o nú- mero de alunos na graduação presencial, segundo o Censo da Educação Superior 2013 do Ministério da Educação (MEC). Conheça, a seguir, as principais carac- terísticas de cada uma delas. DISTRITO FEDERAL UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA (UCB) A fim de estimular práticas inovadoras e empreendedoras de seus estudantes, a UCB planeja revisar sua estrutura or- ganizacional em 2016. “Os projetos dos cursos serão revitalizados para incorpo- rar as novas tendências de mercado”, diz o pró-reitor acadêmico Daniel Rey de Carvalho. Segundo ele, a preparação dos estudantes para o mundo do trabalho começa cedo na universidade. “Desde o início, nossos cursos criam as condições para que o jovem desenvolva habilida- des e competências valorizadas pelo mercado, como iniciativa, criatividade, determinação e vontade de aprender”, conta o pró-reitor. Práticas inovadoras Um exemplo desse esforço foi a cria- ção, em 2014, da Agência de Inovação e Empreendedorismo, cujo objetivo é fomentar um ambiente de difusão de práticas inovadoras e articular parcerias com o governo e o setor privado. Outra iniciativa nesse sentido é a incubadora tecnológica de empresas, cuja missão é apoiar o desenvolvimento de micro e pequenos negócios. Internacionalização Um aspecto valorizado na UCB é a ex- periência internacional de seus estudan- tes. Nos últimos cinco anos, 200 alunos fizeram parte de seus estudos no exterior graças a programas patrocinados pela instituição ou a parcerias com o governo federal, como o Ciência sem Fronteiras, com organismos internacionais, como o Universitários Mercosul, e com entidades privadas, como o Programa Santander Universidades, do Banco Santander. O vestibular da universidade é semes- tral. A instituição adota a nota do Enem apenas para vagas remanescentes. A UCB é credenciada no Fies e no Prouni e facilita o ingresso dos candidatos por meio da oferta de bolsa. A UCB EM RESUMO Fundação: 1974 Campus: Taguatinga e Brasília Cursos de graduação: 38 Alunos da graduação: 16.818 Professores da graduação: 764 (46% mestres; 26% doutores) FOCO NO MERCADO Alunos em sala de aula da Universidade Católica de Brasília (UCB), que vai modernizar sua estrutura em 2016 D IV U LG A Ç Ã O 10 GE PROFISSÕES 2016 ESPECIAL ESPECIAL CENTRO-OESTE UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB) Inaugurada em 1962, apenas dois anos após a fundação de Brasília, a UnB é reconhecida pelo ensino de excelência. A maioria de seus cursos é avaliada pelo Ministério da Educação (MEC) com as notas 4 e 5, em uma escala que vai de 1 a 5. O conceito considera o desempe- nho dos alunos no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), a titulação dos professores, os recursos didático-pedagógicos e a infraestrutura. Intercâmbio A universidade incentiva o inter- câmbio internacional de seus alunos e é a instituição de Ensino Superior brasileira com o terceiro maior número de alunos no Ciência sem Fronteiras. No total, 2.676 estudantes da UnB já participaram do programa. Programas de estágio Para facilitar o ingresso dos estudan- tes no mercado de trabalho, a UnB tem convênios com empresas e órgãos públi- cos de Brasília para estágio em diversas áreas. Já o Centro de Apoio ao Desenvol- vimento Tecnológico oferece disciplinas de empreendedorismo e conta com uma incubadora de empresas. O vestibular ocorre duas vezes por ano. No primeiro semestre, metade das vagas é distribuída pelo Sisu e o restante pelo programa de avaliação seriada. Pelo sistema, o aluno faz uma prova ao término de cada um dos três anos do Ensino Médio e concorre a uma vaga com a média das notas obtidas. No segundo semestre, o ingresso se dá por provas e redação. A partir de 2016, metade das vagas será destinada a estudantes da rede pública. A UNB EM RESUMO Fundação: 1962 Campi: Brasília, Ceilândia, Gama e Planaltina Cursos de graduação: 101 Alunos da graduação: 29.837 Professores da graduação: 2.234 (11% mestres; 89% doutores) GOIÁS PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS (PUC GOIÁS) Criada em 1959, a PUC Goiás tem dois destaques para 2016. O primeiro é o término da implantação de uma nova forma de organização acadêmica e administrativa, batizada de Escolas, que irá estimular a integração entre os cursos, favorecendo a interdisciplina- ridade e a inovação. Centro de Convenções A segunda novidade é o início das operações do novo Centro de Conven- ções, com um teatro para 2,6 mil pesso- as. “Com uma estrutura moderna, ele iráviabilizar um intenso calendário de eventos científicos, técnicos e culturais”, diz o reitor, Wolmir Therezio Amado. Atividades práticas A preparação dos alunos para a rea- lidade do trabalho começa cedo. Des- de os primeiros anos da graduação, os estudantes participam de atividades práticas, que simulam situações reais de mercado. A universidade aposta em parcerias com empresas e agências pú- blicas para viabilizar estágios. No campo da internacionalização, a PUC Goiás mantém convênios com 48 universidades de 16 países. Busca também ampliar a cooperação com agências de fomento para viabilizar a cooperação internacional de professo- res, pesquisadores e estudantes. Novos alunos O processo seletivo é semestral e há diferentes sistemas de ingresso: ves- tibular, nota do Enem (exceto para Medicina) e vestibular social. Este úl- timo é destinado a alunos de escola pública e que vivem em condições de vulnerabilidade. Uma vez aprovado, o estudante recebe bolsa de 50% do valor da mensalidade. A instituição participa do ProUni e do Fies. A PUC GOIÁS EM RESUMO Fundação: 1959 Campi: Goiânia (7) Cursos de graduação: 43 Alunos da graduação: 25.674 Professores da graduação: 1.673 (55% mestres; 19% doutores) UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS (UFG) A UFG passa por um processo de expansão, que culminou com a inaugu- ração, em 2015, de seu sexto campus, em Aparecida de Goiânia. A nova unidade oferece graduações em Engenharia de Produção, Engenharia de Transportes e Geologia. Outro campus, em Cidade Ocidental, no entorno de Brasília, está em processo de implantação. INTERNACIONALIZAÇÃO A Universidade de Brasília (UnB) mandou cerca de 2,6 mil alunos para o exterior por meio do programa Ciência sem Fronteiras JU LI O M IN A SI /U N B _A G E N C IA 12 GE PROFISSÕES 2016 ESPECIAL ESPECIAL CENTRO-OESTE O currículo dos cursos da univerisdade contam com várias disciplinas voltadas à orientação profissional e ao empreen- dedorismo. “O estágio curricular faz um importante elo entre a universidade e o mundo do trabalho”, diz o pró-reitor de graduação Luiz Mello de Almeida Neto. A universidade mantém acordos de estágio com mais de 1,3 mil parceiros e convênios de intercâmbio acadêmico com 103 ins- tituições estrangeiras de ensino. Apoio à inovação A UFG incentiva a inovação por meio de projetos como o Escritório de Pro- priedade Intelectual e Transferência de Tecnologias, o Programa de Incubado- ras de Empresas de Base Tecnológica, o Programa de Empresa Júnior, o Parque Tecnológico Samambaia e o Centro Regional para o Desenvolvimento Tec- nológico e Inovação. Novos alunos O ingresso se dá por meio do Sisu. Em 2016, metade das vagas será destinada a alunos de escola pública. São reservadas ainda duas vagas para alunos indígenas e quilombolas em cada curso. A UFG EM RESUMO Fundação: 1960 Campi: Goiânia (2), Catalão, Goiás, Jataí e Aparecida de Goiânia Cursos de graduação: 142 Alunos da graduação: 22.563 Professores da graduação: 2.380 (25% mestres; 70% doutores) MATO GROSSO UNIVERSIDADE DE CUIABÁ (UNIC) Primeira universidade privada do estado, a Unic implantou no segundo semestre de 2015 um novo modelo aca- dêmico, que instiga o estudante a buscar respostas e soluções para problemas. A proposta estimula o raciocínio lógico, a criatividade e a reflexão, respeitando a individualidade, o trabalho em equipe e as relações interpessoais. Cursos de destaque A escola tem cursos de referência nas áreas de Saúde, como o de Medicina Veterinária, de Humanidades, como o de Psicologia, e de Ciências Sociais Aplica- das, como os de Direito e Publicidade e Propaganda. Nas engenharias, despon- tam as graduações em Civil, Elétrica, Mecânica, Ambiental e de Produção. Portal de empregabilidade Para facilitar o ingresso dos alunos no mercado, a Unic participa do Canal Conecta, um portal de empregabilidade onde empresas anunciam vagas de traba- lho. A instituição também mantém par- ceria com Instituto Evaldo Lodi (IEL) e com o Centro de Integração Empresa Escola (Ciee) a fim de proporcionar es- tágios a seus estudantes. O vestibular é semestral. O candidato pode usar a nota do Enem, em substi- tuição ao vestibular. A Unic participa do ProUni e do Fies. Oferece ainda possibili- dade de parcelamento do valor do curso. A UNIC EM RESUMO Fundação: 1988 Campi: Cuiabá (3), Primavera do Leste, Rondonópolis, Sinop, Tangará da Serra, Sorriso e Várzea Grande Cursos de graduação: 36 Alunos da graduação: cerca de 40.000 Professores da graduação: 800 (42% entre mestres e doutores) UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO (UFMT) A localização geográfica da UFMT, na confluência de três importantes bio- mas (Amazônia, Cerrado e Pantanal), determina uma característica própria de seus cursos e núcleos de pesquisa. A questão ambiental é um dos pontos fortes da instituição. Projetos desen- volvidos nas áreas de Humanas, Social, Biológicas, Agrárias e Exatas têm pre- ocupação com o meio ambiente. Outro foco é o estudo de doenças tropicais. O desenvolvimento agrícola também é uma vocação importante da univer- sidade. Os cinco campi espalhados pelo estado, que é o maior produtor de grãos e de gado do país, oferecem vários cursos relacionados à área, como Agronomia e Zootecnia. Novo campus Novidades para 2016 serão a inaugu- ração do novo Hospital Universitário, em Cuiabá, e a abertura do campus de Várzea Grande – o sexto da institui- ção. Enquanto essa unidade segue em construção, os cursos de Engenharia de Computação, de Minas, de Química, de Transporte e de Controle e Automa- ção, que serão ministrados no local, já iniciaram suas turmas, que funcionam provisoriamente em Cuiabá. A UFMT estimula o intercâmbio de estudantes e pesquisadores e possui acordos de colaboração com cerca de 50 instituições dos cinco continentes. ENSINO DE REFERÊNCIA Primeira universidade privada do Mato Grosso, a Unic tem graduações conceituadas, como as de Medicina, Psicologia e Direito D IV U LG A Ç Ã O 14 GE PROFISSÕES 2016 ESPECIAL ESPECIAL CENTRO-OESTE O acesso à universidade se dá por meio do Sisu, com 50% das vagas re- servadas a alunos de escola pública. O programa de inclusão indígena tem processo seletivo específico. A UFMT EM RESUMO Fundação: 1970 Campi: Barra do Garças, Cuiabá, Pontal do Araguaia, Rondonópolis e Sinop Cursos de graduação: 106 Alunos da graduação: 20.308 Professores da graduação: 1.738 (31% mestres; 63% doutores) MATO GROSSO DO SUL UNIVERSIDADE ANHANGUERA- UNIDERP Desde 2014, a Anhanguera-Uniderp faz parte do grupo Kroton Educacional, uma das maiores organizações de en- sino do Brasil e do mundo. Entre os 31 cursos de graduação que a instituição oferece, vale destacar o de Arquitetura, o primeiro do estado, e o de Medici- na, considerado um dos melhores do país. Para 2016, a universidade pretende abrir dois novos bacharelados, em Gas- tronomia e Fotografia, e um mestrado na área de Saúde. “O curso de Medicina segue tendên- cias mundiais para o ensino na área de Saúde”, diz a reitora Leocádia Aglaé Petry Leme. Segundo ela, a graduação emprega o método de Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL), que transforma o estudante no centro do processo de ensino-aprendizagem e forma profissionais mais humanos e melhor qualificados. Iniciação científica Durante a graduação, os alunos são estimulados a participar de projetos de iniciação científica e monitorias. A área de biodiversidade é um ponto forte. Entre os projetos mais relevantes estão o trabalho de preservação da arara-azul em ninhos naturais e artificiais e o de proteção de peixes e rios do Pantanal.Bolsas para o exterior Na área de intercâmbio, destaque para a parceria com o programa Santan- der Universidades, que distribui bolsas de estudo para os alunos estudarem em universidades estrangeiras. A Anhanguera-Uniderp oferece duas modalidades de processo seletivo: o vestibular principal, com data fixa, e o continuado, pelo qual o aluno pode agendar o dia das provas. Além disso, o candidato pode submeter seu desempe- nho no Enem para compor a nota final. A universidade é credenciada ao Fies e ao ProUni. A UNIDERP EM RESUMO Fundação: 1974 Campi: Campo Grande (2) Cursos de graduação: 31 Alunos da graduação: 18.000 Professores da graduação: 400 (mais de 40% entre mestres e doutores) UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL Maior universidade do estado, a UFMS segue crescendo. Em 2015, o número de vagas do curso de Medicina, em Campo Grande, passou de 60 para 80, e a reito- ria prevê para o início de 2016 a entrega do prédio do Centro de Capacitação de Professores, voltado aos alunos de li- cenciaturas. Além disso, a instituição, que conta com 11 campi, também está investindo na expansão de laboratórios multiuso, nos centros de Ciências Huma- nas, Engenharias e Ciências Biológicas. Estudos do Pantanal Com 1,2 mil m2 de área construída, a Base de Estudos do Pantanal é um dos destaques da universidade. Nela, são desenvolvidas atividades de extensão e pesquisa em Biologia, Ecologia, Me- teorologia e Saúde. Em 2014, a Pantanal Incubadora Mista de Empresas, que faz pesquisa, incentiva o empreendedorismo e viabiliza opor- tunidades de emprego para os alunos, recebeu recursos do governo estadual para prospectar novas empresas e acele- rar o desenvolvimento das já incubadas. Vestibular O processo seletivo distribui vagas pelo Sisu. A UFMS reserva 50% das vagas para alunos da rede pública e tem uma licen- ciatura voltada a professores indígenas do Pantanal, com vestibular próprio. A UFMS EM RESUMO Fundação: 1979 Campi: Aquidauana, Bonito, Campo Grande, Chapadão do Sul, Corumbá, Coxim, Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã eTrês Lagoas Cursos de graduação: 105 Alunos da graduação: 15.837 Professores da graduação: 1.208 (37% mestres; 63% doutores) CAPILARIDADE Com 11 campi distribuídos pelo estado, a UFMS desenvolve pesquisas relevantes na Base de Estudos do Pantanal D IV U LG A Ç Ã O 16 GE PROFISSÕES 2016 ESPECIAL ESPECIAL CENTRO-OESTE Serviço de Psicologia Aplicada – Unic tel. (65) 3363-1278 COMO É: Orientação individual ou para grupos de cinco a dez pessoas. São cerca de dez encontros, de 50 minutos cada um. As atividades envolvem entrevistas, dinâmicas e palestras no Serviço de Psicologia Aplicada ou nas escolas e instituições. VALOR: Gratuito. RONDONÓPOLIS Orientação Profissional – Unic tels. (066) 3411-0525/3411-9477 COMO É: O trabalho é feito em grupo de 15 alunos. Em seis encontros são realizadas atividades como reflexão sobre o processo de escolha, informações sobre as profissões e testes psicológicos individuais. INSCRIÇÕES: Entrar em contato com a escola. VALOR: Gratuito. SÃO JOSÉ DOS QUATRO MARCOS Serviço de Orientação Profissional da Clínica Escola – FQM www.fqm.edu.br; ceap_recepcao@outlook.com; tel. (65) 3251-3020 COMO É: O programa pode ser desenvolvido individualmente ou em grupo. O número de sessões varia conforme a necessidade do candidato ou grupo. INSCRIÇÕES: Durante o período letivo. VALOR: Taxa simbólica, não obrigatória, de acordo com a disponibilidade financeira do interessado. MATO GROSSO DO SUL CAMPO GRANDE Orientação Profissional da Clínica de Psicologia – Universidade Anhanguera Uniderp http://ww2.uniderp.br/uniderp/; tel. (67) 3348-8258 COMO É: O programa pode ser desenvolvido em até três meses. As sessões são em grupo e contam com a aplicação de testes e dinâmicas. De acordo com o interesse do grupo, os alunos participam de conversas com profissionais e assistem aulas. VALOR: Conforme triagem social. O interessado pode obter isenção ou pagar de R$ 5 a R$ 20 por sessão. DOURADOS Orientação Profissional – Unigran nucleodepsicologia@unigran.br; tel. (067) 3411-4268 COMO É: São realizados doze encontros em grupo. As conversas giram em torno do Ensino Superior, das profissões e seu mercado de trabalho. Também são realizadas sessões de autoconhecimento. Cada encontro dura, em média, 1h30. INSCRIÇÕES: Durante o período letivo. VALOR: Gratuito. VÁRZEA GRANDE Serviço Integrado de Psicologia – Orientação Profissional – Univag tel. (65) 3688-6088 COMO É: São realizadas oito sessões que ocorrem em grupo. O tempo médio de duração é de uma hora e são desenvolvidas atividades de autoconhecimento e informações sobre as diversas profissões. INSCRIÇÕES: No início de cada período letivo VALOR: R$10. DISTRITO FEDERAL BRASÍLIA Orientação Profissional – UniCEUB www.uniceub.br; cenfor@uniceub.br; tel. (61) 39661626 COMO É: Cinco encontros, com duas horas de duração cada. São realizadas entrevistas (individuais ou em grupo) e dinâmicas. INSCRIÇÕES: Durante todo o período letivo. VALOR: R$ 20. Programa de Orientação Profissional (POP) – Iesb www.iesb.br; masen@iesb.br; tels. (61) 3445-4521/3445-4522 COMO É: Seis sessões em grupo, com workshops, palestras e dinâmicas. INSCRIÇÕES: Durante o período letivo. VALOR: Gratuito. TAGUATINGA Projeto de Orientação Profissional (POP) – UCB www.ucb.br; pop@ucb.br; tels. (61) 3356-9057/9013 COMO É: Palestras nas escolas, feiras de profissões e visitas ao campus. INSCRIÇÕES: Durante todo o período letivo. VALOR: Gratuito. GOIÁS GOIÂNIA Centro de Estudos, Pesquisas e Práticas Psicológicas – PUC-Goiás www.pucgoias.edu.br/cepsi; cepsi@pucgoias.edu.br; tel. (62) 3946-1198 COMO É: Sessões individuais e em grupo, nas quais são aplicados testes psicológicos, realizadas entrevistas e dinâmicas de grupo. INSCRIÇÕES: Durante o período letivo VALOR: R$ 60. Em alguns casos, pode ser gratuito. ITUMBIARA Projeto de Desenvolvimento e Orientação Profissional – Ilês/Ulbra Itumbiara psicologia.itb@ulbra.br; tel. (64) 3433-6542 COMO É: Encontros semanais em que são realizados testes, dinâmicas e pesquisas no campo profissional. Grupos de dez pessoas. INSCRIÇÕES: Durante o período letivo. VALOR: Gratuito. JATAÍ Serviço de Orientação Profissional para Alunos do Ensino Médio – UFG/Campus Jataí sopufgcaj@yahoo.com.br; tel. (64) 3636-5504 COMO É: São dez encontros semanais, com duas horas de duração, em grupos com no máximo 15 participantes. Utilizam-se dinâmicas de grupo, testes, entrevistas e técnicas informativas: material didático (guia acadêmico), visita à universidade e feira de profissões. INSCRIÇÕES: No início de cada período letivo. VALOR: Gratuito. MATO GROSSO CUIABÁ Programa de Orientação Profissional para Escolas Públicas – UFMT maelison@gmail.com; tel. (65) 36158492 COMO É: São realizadas sessões em grupo de até dez participantes. O programa oferece dez sessões na forma de oficinas, com duração média de 1h30 cada, divididas em três etapas: autoconhecimento; conhecimento sobre o mundo do trabalho e das profissões; cruzamento das informações obtidas nas etapas anteriores para facilitação do processo de decisão. INSCRIÇÕES: No início de cada período letivo VALOR: Gratuito. ENCONTRE SEU RUMO Não é tarefa fácil decidir, entres tantas opções, qual carreira seguir. Por isso, os programas de orientação profissional podem ser aliados importantes! ATENÇÃO arrow As informações foram apuradas entre julho e agosto de 2015 e os valores referem-se ao programa como um todo, exceto quando há indicação de que é por sessão. arrow Sugestões para inclusão de outros centros de orientação podem ser feitas peloe-mail guia.estudante@abril.com.br ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL ILUSTRAÇÃO: JULIANO AUGUSTO/45JJ ESPECIAL NORTE E NORDESTE As páginas a seguir trazem informações específicas sobre a sua região para você fazer as melhores escolhas NOVAS INSTITUIÇÕES AS SEIS MAIS JOVENS UNIVERSIDADES QUE TÊM COMO MISSÃO QUALIFICAR A MÃO DE OBRA LOCAL UNIVERSIDADES CONFIRA O PERFIL DAS MAIORES INSTITUIÇÕES DO NORTE E DO NORDESTE MELHORES CURSOS CONHEÇA ALGUMAS DAS GRADUAÇÕES MAIS BEM AVALIADAS DA REGIÃO ESCOLHA PROFISSIONAL UMA LISTA DE INSTITUIÇÕES QUE OFERECEM ORIENTAÇÃO VOCACIONAL MERCADO DE TRABALHO OS SETORES MAIS PROMISSORES E AS PROFISSÕES RELACIONADAS A ELES 2 GE PROFISSÕES 2016 ESPECIAL ESPECIAL NORTE E NORDESTE MERCADO DE TRABALHO HÁ OPORTUNIDADES Tecnologia da Informação e certos setores da indústria – como farmacêutico e de alimentos – concentram as principais vagas das regiões N os últimos dez anos, as notícias sobre o Norte e o Nordeste foram muito boas. Os estados das duas regiões viveram seu grande boom, com a melhoria na quali- dade de vida da população, a instalação de novas empresas nacionais e interna- cionais e o fortalecimento do mercado de trabalho. O momento atual, porém, é de cautela. Assim como acontece no resto do país, a economia local sofre, e as estatísticas sobre empregos não são mais tão animadoras. Mas, se você está ingressando agora num curso superior, saiba que há boas perspectivas: ainda há muito a ser desenvolvido nessas regiões e, para isso, serão necessários profissionais qualificados de diversas áreas. “A área de Tecnologia da Informação, por exemplo, continua em alta e isso não deve mudar tão cedo”, garante Da- niela Kauffmann, gerente executiva do escritório regional da Page Personnel, empresa de recrutamento, em Reci- fe. Os segmentos de desenvolvimento e infraestrutura são os que mais têm aberto novas vagas. Na indústria, os setores farmacêutico, de alimentos e de cosméticos também mantêm o ritmo em alta. E novos po- los, como o do município de Goiana, na região metropolitana de Recife, em Pernambuco, ganham importância. Há vagas ainda para quem trabalha nas áreas relacionadas ao agronegócio, turismo, saúde e educação. NORTE Atenção, interessados em Engenha- ria, Medicina Veterinária, Agronegócios e Logística: o governo federal continua anunciando investimentos em portos, em usinas e no agronegócio. E isso sig- nifica a abertura de postos de trabalho. Engenheiros ambientais e outros especialistas em meio ambiente e sus- tentabilidade, como biólogos, ecólogos e gestores ambientais, também encon- tram espaço, já que o tema é um dos mais importantes na Região Amazônica. Eles são responsáveis por prever e dimi- nuir o impacto ambiental das atividades econômicas. Em Benevides, no Pará, RELEVÂNCIA ECONÔMICA Funcionária em ação em fábrica do Polo Petroquímico de Camaçari (BA), que reúne mais de 90 empresas e gera milhares de empregos A LM IR B IN D IL A TT I 4 GE PROFISSÕES 2016 ESPECIAL ESPECIAL NORTE E NORDESTE a Natura investiu no Ecoparque, um polo industrial sustentável. Além de sua fábrica de sabonetes, há espaço para outras empresas que compartilham os mesmos conceitos de ecoeficiência para a exploração da diversidade da região. Em 2015, chegou a fabricante alemã de fragrância e aromas Symrise. No estado do Amazonas, a indústria naval é forte, com a presença de estalei- ros e empresas que fabricam máquinas e equipamentos de navegação. Várias empresas se instalaram perto de Ma- naus, como os estaleiros Juruá, Prates e Erin, este último em construção em Iranduba. Há boas perspectivas, já que o governo federal anunciou investi- mentos no arrendamento de um por- to no Distrito Industrial de Manaus. Com isso, o cenário é favorável para engenheiros ambientais, civis, navais, eletricistas, eletrônicos e metalúrgicos. Em Tocantins, o Ecoponto Praia Norte deve ser inaugurado em 2016 e promete gerar empregos para profis- sionais das áreas portuária, de logística e de transportes. A expectativa é que ele atraia também empresas de outros setores. Isso significa a abertura de va- gas para advogados, administradores, contadores, economistas e pessoal de recursos humanos. No setor hidrelétrico, está em fase de projeto o complexo Bem-Querer Paredão, em Roraima. Em Rondônia, a indústria vive um bom momento, com fábricas de calça- dos, ração animal, de cimento e frigo- ríficos. O Distrito Industrial de Porto Velho concentra mais de 20 empre- endimentos e quase 50 encontram-se em fase de projeto. No agronegócio, a pecuária bovina de corte, a cafeicultura, a cultura de grãos (principalmente soja, milho e arroz), a pesca e a produção de leite são as áreas mais aquecidas. Como consequência, aumentam as oportuni- dades para graduados em Ciências Bio- lógicas e Biotecnologia, Biotecnologia e engenheiros de pesca e aquicultura. Ainda no agronegócio, a Embrapa Amazônia Oriental, sediada em Belém, no Pará, contribui na pesquisa e de- senvolvimento das principais culturas do Estado, como mandioca e cítricos. Na região sul, têm destaque a pecuária bovina e o cultivo de soja e milho. O turismo vem crescendo nos últi- mos anos, mas a região ainda é a últi- ma opção dos brasileiros, segundo o Ministério do Turismo. Há, portanto, perspectivas para graduados em Tu- rismo, Hotelaria, Ecologia e Ciências Biológicas. Acre, Amazonas, Tocantins e Rondônia contam com polos de ecotu- rismo em áreas de proteção ambiental. NORDESTE Tecnologia A região sedia importantes polos tec- nológicos e de inovação, o que abre opor- tunidades para quem procura cursos na área de TI, como Análise e Desenvolvi- mento de Sistemas, Ciências e Engenha- ria da Computação, Gestão da Tecnologia da Informação e graduações afins. O grande destaque é o Porto Digital de Recife, em Pernambuco, que pla- neja triplicar de tamanho e alcançar 21 mil empregos até 2022 – hoje são 7.100. Entre as 250 empresas localizadas ali, estão a Contax (telemarketing), a Microsoft e a Accenture, que tem um programa para gerar mil vagas até a metade de 2016. Na capital pernambu- cana, fica ainda o Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (Cesar), polo de inovação em tecnologia da in- formação (TI). Outros estados também investem no setor. Em Fortaleza, no Ceará, a Fundação Edson Queiroz/Universi- dade de Fortaleza vai se tornar par- que tecnológico e passará a abrigar empresas da área, que contarão com benefícios fiscais. Na Paraíba, no par- que tecnológico de Campina Grande, estão empresas como a Light Infocon. Indústria A indústria nordestina contrata enge- nheiros (civis, de petróleo, de produção, eletricistas, eletrônicos, industriais, me- cânicos, metalúrgicos, navais, químicos) e tecnólogos em Gestão e Logística. Pro- fissionais de finanças são demandados. “Se uma empresa está crescendo, precisa do especialista para se organizar; se está cortando, ele é necessário para reduzir custos”, diz Daniela Kauffmann. Além de contadores e economistas, também atuam na função administradores e engenheiros de produção. MÃO DE OBRA QUALIFICADA Linha de montagem da Philips, no Polo Industrial de Manaus, importante centro gerador de empregos na Região Norte R IC A R D O O LI V E IR A A indústrial naval é forte no Amazonas. O estado conta com estaleiros e vai receber investimentos federais 6 GE PROFISSÕES 2016 ESPECIAL ESPECIAL NORTE E NORDESTE A indústria de bens de consumo se mantém estável. No Nordeste, estão grandes empresas do setor, como Uni- lever, Procter & Gamble e Johnson & Johnson, que acenam com boas possi- bilidades para engenheirosquímicos, químicos e farmacêuticos, além de profissionais de áreas administrativas. Em Pernambuco, o destaque é o polo de Goiana. A Fiat Chrysler Automobiles acaba de inaugurar a planta da Jeep e um parque de fornecedores, que devem gerar mais de 50 mil empregos em toda a cadeia produtiva. Oportunidade para engenhei- ros de produção, elétricos e mecânicos, além de administradores, contadores, economistas e gestores de RH. Forte no Nordeste, o setor petroquí- mico atravessa uma fase difícil, mas tem novidades. A Basf inaugurou em 2015 um complexo no Polo Petroquímico de Camaçari, na Bahia, que reúne mais de 90 empresas químicas, petroquímicas, automotivas e metalúrgicas. Serão ge- rados 230 empregos diretos e indiretos. Também foi inaugurado ali um depósito de contêineres. “Em cerca de três anos, a indústria petroquímica deve retornar a seu patamar normal”, diz Jucileila Evangelista, gerente da Gi Group Brasil, especializada em soluções para o desen- volvimento do mercado de trabalho. No Ceará, o porto de Pecém e a Com- panhia Siderúrgica do Pecém (CSP) são grandes empregadores. Em 2015, a CSP obteve financiamento para concluir a construção da usina em São Gonçalo do Amarante (CE). Em energia, o Nordeste desponta como nova fronteira elétrica, com o Rio Grande do Norte em destaque. por conta de seus 192 parques eólicos. Até 2023, a previsão é que a geração de fontes renováveis como eólica e solar responda por 60% da matriz da região. A instalação de novas usinas demanda profissionais de áreas técnicas, como engenheiros elétrico e de Energia e tecnólogos em Sistemas Elétricos e Energias Renováveis. Agronegócio Fica no Nordeste a nova fronteira agrícola do Brasil e última em expan- são do mundo, segundo o Ministério da Agricultura. A região de Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), que reúne 337 municípios, engloba os biomas Cerrado, Amazônia e Caatinga. Por ali, destaque para o cultivo da soja. Algodão, milho, feijão, café e agropecu- ária também têm importância. O uso de novas tecnologias é essencial, o que demanda profissionais especializados, como engenheiros agrícolas e bacharéis e tecnólogos em Agronegócios. O Vale do Rio São Francisco tem o maior polo de fruticultura irrigada do país, e contrata especialistas de Irriga- ção e Drenagem. A agropecuária é forte em Petrolina (PE). No Rio Grande do Norte, a produção de frutas, de leite e a piscicultura recebem investimentos públicos para tornar o agronegócio mais sustentável. Isso aumenta as chances de trabalho de especialistas na área. Turismo Principal destino do turista brasi- leiro, o Nordeste trabalha para atrair mais visitantes estrangeiros, mantendo aquecida a demanda por profissionais de Turismo e Hotelaria. O fluxo é maior em Aracaju, Fernando de Noronha, For- taleza, Ilhéus, João Pessoa, Maceió, Natal, Porto Seguro, Recife e Salvador. O turismo de negócios é forte espe- cialmente na Bahia e em Pernambuco, que recebem um grande número de congressos e convenções. Isso eleva a procura por tradutores e intérpretes. Saúde O crescimento econômico dos últimos dez anos levou à expansão dos serviços de saúde. Recife quer se tornar o primeiro polo médico do país – hoje é o segundo – e liderar o turismo de saúde. O setor detém o segundo maior PIB estadual e se destaca nas áreas de traumatologia, oncologia e ortopedia. Há demanda por médicos, enfermeiros e farmacêuticos, além de administradores e tecnólogos em Marketing e Gestão Hospitalar. box CAMPUS PARTY A área de Tecnologia da Informação é uma das que mais crescem no Nordeste. Só o Porto Digital de Recife quer atingir 21 mil empregos em 2022 E . B O R G E N A Região Nordeste tem ganhado força no setor elétrico, o que eleva a busca por profissionais com formação na área 8 GE PROFISSÕES 2016 ESPECIAL ESPECIAL NORTE E NORDESTE MELHORES CURSOS NO RITMO DO DESENVOLVIMENTO Os melhores cursos da região formam profissionais para atuar na exploração de recursos naturais e na indústria de tecnologia NOVO PROJETO Atividade em laboratório do curso de Ciências Biológicas da UFPA. A graduação adotou uma proposta que valoriza a multidisciplinaridade A s preocupações com o meio ambiente e os investimentos feitos nos últimos anos para expansão da rede de sanea- mento básico no Norte e no Nordeste elevaram a procura por engenheiros ambientais, sanitaristas e florestais, além de biólogos. O vasto litoral brasileiro, por sua vez, sempre demanda especialistas em pesca. Ao mesmo tempo, o cresci- mento da indústria de tecnologia da in- formação, notadamente em Pernambu- co, aqueceu o mercado para engenheiros da computação. Em todas essas áreas, as regiões oferecem graduações de quali- dade. Confira a seguir alguns destaques da Avaliação de Cursos Superiores do GUIA DO ESTUDANTE 2015. CIÊNCIAS BIOLÓGICAS UFPA O curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pará (UFPA) comemora 45 anos de atividade em 2015. Nesse período, consolidou-se como o principal da região Norte. A graduação tem duração de quatro anos e oferece anualmente 35 vagas. Desde 2012, conta com uma nova proposta de ensino, que valoriza a multidisciplinaridade. “Um exemplo disso são as aulas de Anatomia e Botânica, que antes eram ministradas separadamente e passaram a ser agrupadas dentro da disciplina chamada Homem e Meio Ambiente”, diz a coordenadora do curso, Sheila D IV U LG A Ç Ã O 10 GE PROFISSÕES 2016 ESPECIAL ESPECIAL NORTE E NORDESTE Pinheiro. “Desta forma, os conteúdos das duas matérias são apresentados dentro de um contexto mais amplo.” Outro destaque do curso de Biológi- cas da UFPA são os convênios firmados com órgãos de pesquisa, como a Em- brapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), o Museu Emílio Goeldi e o Instituto Evandro Chagas, para es- tágio dos futuros biólogos. Segundo Sheila, essa vivência ajuda o graduando a definir uma área específica que pre- tende seguir depois de formado. As parcerias também engajam a uni- versidade em projetos de preservação da Amazônia. “As particularidades da nossa região, rica em biodiversidade e, ao mesmo tempo, com muitos pro- blemas socioambientais, são um fator positivo na formação de nossos alunos”, diz a coordenadora. ENGENHARIA AGRÍCOLA UFCG Num país com grande vocação para o campo, como o Brasil, sempre há ca- rência de bons profissionais formados nas carreiras agrárias. E a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), na Paraíba, dá sua contribuição com o curso de Engenharia Agrícola, um dos melhores do país. Aberto em 1977, ele é mais antigo do que a própria instituição, uma vez que sua origem está ligada à Universidade Federal da Paraíba (UFPB), da qual a UFCG nasceu em 2002. O bacharelado tem duração de quatro anos, e 50 vagas são abertas semestral- mente. Um diferencial é a qualificação dos docentes. Segundo o coordenador Luciano Saboya, todos os professores que ministram disciplinas associadas diretamente à Engenharia Agrícola são doutores. A força da pós-graduação, com três linhas de pesquisa (Concentração em Irrigação e Drenagem, Processa- mento e Armazenamento e Construções Rurais e Ambientais), é outro atrativo. As pesquisas feitas lá acabam repercutindo em todo o curso e, muitas vezes, envol- vem estudantes de graduação. Os alunos também se beneficiam da proximidade da universidade com o se- tor extrativista e com órgãos de pesquisa do setor agrícola, como a Embrapa Al- godão, localizada em Campina Grande. Isso amplia as possibilidades de emprego para os graduandos e abre oportunida- de de envolvimento em pesquisas para geração de novas tecnologias. ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA UFALO lixo ainda é um grande problema no Brasil, um país onde somente 40% dos municípios contam com aterros sanitários para deposição de resíduos sólidos e quase metade das cidades não contam com rede coletora de esgoto. A ampliação da oferta do serviço de saneamento depende de políticas públi- cas que priorizem a área de saneamento básico, bem como de profissionais ha- bilitados para atuar no setor. Um importante núcleo de formação desses especialistas é o curso de Enge- nharia Ambiental e Sanitária da Univer- sidade Federal de Alagoas (Ufal), que formou sua primeira turma em 2011. Apesar de tão jovem, a graduação se des- taca entre as demais da região. Ao todo, 40 vagas são abertas semestralmente. Para o coordenador Eduardo Lucena Cavalcante de Amorim, um dos motivos do sucesso do curso são os programas de qualificação de professores e a ado- ção de novas metodologias de ensino, como o Programa de Educação Tutorial (TEC), em que um professor-tutor coor- dena um grupo de alunos para realiza- ção de projetos de extensão e pesquisa dentro e fora do círculo acadêmico. A pós-graduação está no DNA do cur- so. Boa parte dos docentes desenvolve atividades de pesquisa, o que permite aos alunos de graduação colaborar com os trabalhos de mestrandos e doutoran- dos. Essa interlocução também apro- xima os graduandos de eventos cien- tíficos e os estimula a publicar artigos científicos, enriquecendo a formação. ENGENHARIA FLORESTAL UFRA Uma das medidas mais importantes para preservação das matas brasileiras é a exploração sustentável dos recursos florestais. E isso é ensinado desde cedo aos estudantes do curso de Engenharia PIONEIRISMO Aula laboratorial do curso de Engenharia Florestal da UFRA, uma das primeiras graduações do gênero abertas no país A LE X A N D R E M O R A E S/ D IV U LG A Ç Ã OA titulação dos docentes é destaque do curso de Engenharia Agrícola da Federal de Campina Grande 12 GE PROFISSÕES 2016 ESPECIAL ESPECIAL NORTE E NORDESTE Florestal da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), uma das primei- ras graduações do gênero no Brasil. Criado em 1972, o curso é uma re- ferência no país. Com duração de cin- co anos, ele recebe 90 novos alunos por ano. Um de seus pontos fortes é o corpo de professores. Cerca de 70% deles possuem título de doutor. Além disso, os docentes desenvolvem, com ajuda dos alunos, estudos e projetos de pesquisa junto a empresas e órgãos públicos com os quais a universidade mantém convênio. Desde 2010, a graduação vem colo- cando em prática um modelo interdisci- plinar de ensino, no qual algumas aulas práticas são ministradas por pelo menos dois docentes de matérias diferentes. Para o coordenador do curso, Eduardo Saraiva da Rocha, a medida faz o aluno entender mais facilmente como aplicar o que foi aprendido em sala de aula no contexto geral da Engenharia Florestal. ENGENHARIA DE PESCA UFRPE Com mais de 7 mil quilômetros de costa, sem contar o gigantesco volume de água doce formado por rios, lagos e re- presas, o Brasil tem vocação natural para pesca. Por isso, precisa de profissionais qualificados que tornem o setor relevan- te no conjunto da economia nacional. A Universidade Federal Rural de Per- nambuco (UFRPE) oferece um ótimo curso de Engenharia de Pesca, o pri- meiro da modalidade no país. Desde que foi criado, em 1970, já formou cerca de 1.250 profissionais. Bem estruturado, ele conta com 24 laboratórios, uma estação de aquicultura (fazendas e vi- veiros para a criação de peixes) e um museu. Os alunos também fazem com frequência visitas aos estabelecimentos pesqueiros da região. Os candidatos que concorrem a uma das 40 vagas abertas por semestre en- contrarão uma graduação marcada pela ligação com o empreendedorismo. “Com o objetivo de incentivar o aluno a abrir o próprio negócio, inserimos no currículo disciplinas como marketing e gestão”, diz o coordenador Paulo Gui- lherme Vasconcelos de Oliveira. Na área de pesquisa, o destaque é o programa de monitoramento de tuba- rões. Os animais capturados recebem um chip e passam a ser controlados via satélite – uma forma de acompanhar seus hábitos e entender mais sobre o animal. O projeto também tem uma vertente educacional e busca conscien- tizar a população para a importância dos tubarões para o meio ambiente. INFRAESTRUTURA Os alunos do curso de Engenharia de Pesca da UFRPE contam com 24 laboratórios, um museu e uma estação de aquicultura ENGENHARIA DA COMPUTAÇÃO UFPE Recife sedia um dos mais importantes centros de tecnologia do país, o Por- to Digital, que concentra por volta de 250 empresas. Ele é um dos principais destinos dos bacharéis formados no curso de Engenharia da Computação da Universidade Federal de Pernam- buco (UFPE). Algumas companhias, como a Moto- rola, têm escritórios dentro do próprio Centro de Informática da universidade. “Isso permite que os estudantes atuem desde cedo em projetos de pesquisa e desenvolvimento das empresas”, diz o coordenador do curso, Odilon Perei- ra Filho. “Esse contato abre as portas do mercado profissional para nossos alunos.” Segundo o docente, a universidade colaborou com o boom tecnológico da região. E dá como exemplo o Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (Cesar), um núcleo privado de inovação criado por ex-alunos da UFPE e voltado ao desenvolvimento de produtos, servi- ços e negócios baseados nas tecnologias da informação e comunicação (TICs). O curso ainda se beneficia da moder- na infraestrutura do Centro de Infor- mática da UFPE, considerado referên- cia na América Latina. Os alunos têm à disposição mais de 20 laboratórios com mais de 500 computadores, além de 2 mil equipamentos pessoais como notebooks, smartphones e tablets. box O curso de Engenharia da Computação da UFPE forma mão de obra para o polo tecnológico de Recife FE R N A N D O F E R R O /D IV U LG A Ç Ã O 14 GE PROFISSÕES 2016 ESPECIAL ESPECIAL NORTE E NORDESTE UNIVERSIDADES GIGANTES EDUCACIONAIS As maiores instituições de Ensino Superior do Norte e Nordeste concentram 200 mil estudantes e são polos de fomento social e econômico O ferecer ensino de excelência, sem descuidar do estímulo à pesquisa e da promoção de projetos de extensão voltados à comunidade é a vocação das grandes universidades do Norte e Nor- deste. A capilaridade dessas gigantes educacionais, com campi espalhados pelo interior dos estados, as transforma em polos de fomento social e econômico. Nesta reportagem, você vai conhecer o perfil das seis maiores universidades do Norte e Nordeste, que, juntas, têm 200 mil alunos. As escolas foram selecionadas conforme o número de matrículas na graduação presencial, segundo o Censo da Educação Superior 2013, do Ministério da Educação (MEC), com o limite de uma instituição por estado. NORDESTE Alagoas UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS (UFAL) Com 54 anos de existência, a Ufal viveu nos últimos cinco anos um for- te processo de expansão que levou à abertura de vários campi pelo interior do estado. Além da sede na capital, Ma- ceió, a universidade tem unidades em Arapiraca, Delmiro Gouveia, Palmeira dos Índios, Penedo, Rio Largo, Santana do Ipanema e Viçosa. O processo de abertura de novos cam- pi colaborou com a difusão do ensino pelos rincões do estado, facilitando o acesso da população à Educação Supe- rior. Em alguns casos, a medida benefi- ciou não apenas a população alagoana. É o que ocorre no campus Sertão, em Delmiro Gouveia. Localizado no oeste de Alagoas, ele atende 365 estudantes, parte deles dos estados vizinhos de Pernambuco, Sergipee Bahia. A uni- dade oferece bacharelados em Ciências Econômicas e Contábeis. Pós-graduação Outro destaque da Ufal são os progra- mas de pós-graduação. Ao todo, são ofer- tados 30 mestrados e nove doutorados em várias áreas do conhecimento, que reúnem mais de 2 mil alunos. O jovem in- teressado em cursar parte da graduação fora do país ainda pode se beneficiar dos 53 convênios de intercâmbio estudantil firmados entre a Ufal e instituições de Ensino Superior estrangeiras. O ingresso na universidade é feito pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu). A exceção é a graduação em Música, que tem prova de habilidades específicas. A Ufal adere à política de cotas do governo federal. O BÁSICO DA UFAL Fundação: 1961 Campi: Maceió, Arapiraca, Delmiro Gouveia, Palmeira dos Índios, Penedo, Rio Largo, Santana do Ipanema e Viçosa. Cursos de graduação: 85 Alunos de graduação: 26.000 Professores de graduação: 1.468 (34% mestres; 58% doutores) EM EXPANSÃO O Campus Sertão é uma das novas unidades da Ufal abertas nos últimos anos, para difundir o Ensino Superior na regiãoDI V U LG A Ç Ã O 16 GE PROFISSÕES 2016 ESPECIAL ESPECIAL NORTE E NORDESTE Bahia UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (UFBA) Criada em 1946, a UFBA tem se des- tacado pelo ensino no campo das Artes. São, ao todo, 13 graduações, entre elas as de Dança, Canto, Artes Plásticas, Música Popular e Artes Cênicas, esta última com duas habilitações: direção ou interpretação teatral. Esses cursos são reconhecidos como de alto nível, inclusive na pós-gradua- ção. “Temos orgulho do programa de pós-graduação em Artes Cênicas, que é considerado referência internacional”, destaca o pró-reitor de ensino Penildon Silva Filho. Ensino democrático A universalização do ensino é outra preocupação dos dirigentes da insti- tuição. Desde 2008, a UFBA vem am- pliando a oferta de cursos noturnos, que hoje já representam 30% do total. Segundo Silva, a medida teve impacto na redução dos índices de evasão esco- lar, pois muitos alunos que trabalham de dia agora conseguem conciliar o estudo no período noturno. A democratização ganha força com a adoção da política de cotas para se- leção de novos alunos e na concessão a estudantes carentes de assistência estudantil (transporte, alimentação e moradia). Esse programa atinge 5 mil alunos da UFBA. O processo seletivo é feito pelo Sisu, com exceção dos candidatos índios alde- ados ou de moradores de comunidades quilombolas, que concorrem separada- mente com a nota do Enem. Os cursos de Artes exigem prova de habilidades espe- cíficas. A instituição adota as políticas de ação afirmativa do governo federal. O BÁSICO DA UFBA Fundação: 1946 Campi: Salvador (3) e Vitória da Conquista Cursos de graduação: 104 Alunos da graduação: 39.191 Professores da graduação: 2.276 (25% mestres; 69% doutores) Pernambuco UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE) Um dado chama atenção na relação de cursos da UFPE: das 100 graduações ofertadas, 37 são da área de Engenharia. Essa concentração, segundo o reitor Anísio Brasileiro de Freitas Dourado, é reflexo da realidade econômica do estado, marcada pela presença de indús- trias de energia, petroquímica e naval. Os cursos de Engenharia foram moder- nizados recentemente. Agora os alunos fazem um ano básico e só decidem no segundo ano a modalidade que desejam seguir (Civil, Elétrica, Petroquímica etc.). “Com essa mudança, tornamos a escolha da carreira mais assertiva e reduzimos a evasão a menos de 10%”, diz Dourado. Internacionalização Outra característica da UFPE é a ên- fase na internacionalização do ensino. Nesse campo, um dos destaques é o recém-inaugurado Instituto de Estudo Sobre a Ásia. Em parceria com universi- dades do Japão, China, Índia e Paquistão, ele promove pesquisas em diferentes áreas e promove o intercâmbio de alu- nos. “Temos planos também de elevar a cooperação com instituições da América Latina e da África”, conta o reitor. A seleção de novos alunos é feita ex- clusivamente pelo Sisu, que leva em con- ta a nota do Enem. No caso dos cursos das áreas de Artes e Engenharias, os can- didatos fazem provas específicas, numa segunda fase. A universidade adere à política de ação afirmativa do governo federal e concede bonificação de 10% aos jovens que cursaram pelo menos o últi- mo ano do Ensino Fundamental e todo o Ensino Médio em escolas do Agreste e da Zona da Mata de Pernambuco. O BÁSICO DA UFPE Fundação: 1946 Campi: Recife, Caruaru e Vitória de Santo Antão Cursos de graduação: 103 Alunos da graduação: 33.563 Professores da graduação: 2.265 (17% mestres; 79% doutores) Rio Grande do Norte UNIVERSIDADE POTIGUAR (UNP) Única universidade paga do estado, a UnP vem ampliando a oferta de cursos nas áreas de Tecnologia, Engenharia e Gestão. Em 2016, eles representarão mais da metade das novas graduações. A ten- dência é que esse número siga crescendo. “Assim como todos os países emergen- tes, o Brasil tem grande necessidade de investimentos em infraestrutura. Isso eleva a demanda por profissionais des- sas áreas, como engenheiros”, explica a reitora Sâmela Gomes. A UnP tem dois centros de excelência voltados ao mercado. Um deles é o Em- preende, direcionado ao empreendedo- rismo. Com orientação dos professores, os alunos atendem demandas de empre- sas da região. Já o e-Labora promove pesquisas em indústrias potiguares. PARA O MERCADO A UFPE tem foco na formação de engenheiros para atuar nas indústrias do estado D IV U LG A Ç Ã O 17GE PROFISSÕES 2016 ESPECIAL O vestibular é realizado duas vezes por ano e é composto de 50 questões. O candidato pode participar do processo seletivo no dia definido pela instituição ou agendar uma data específica. Outra opção (exceto para Medicina) é substi- tuir a prova pela nota do Enem. A UnP está credenciada no ProUni e no Fies. O BÁSICO DA UNP Fundação: 1981 Campi: Mossoró e Natal Cursos de graduação: 67 Alunos de graduação: 31.343 Professores de graduação: 1.077 (39% mestres; 14% doutores) NORTE Amazonas UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS (UFAM) Um aspecto relevante da Ufam é sua capilaridade. Além da sede em Manaus, a universidade tem seis campi espalhados pelo interior, que desenvolvem projetos e oferecem cursos voltados ao atendimento das comunidades. Exemplos disso são o programa de licenciatura para formação de professores indígenas, ofertado em aldeias indígenas da região do Alto Rio Negro, e o programa Pé de Pincha. “O público-alvo desse projeto são as comunidades ribeirinhas. Seu objetivo é formar protetores da natureza que atuem na proteção dos quelônios da região”, explica a reitora Márcia Perales Silva. Em crescimento Em Manaus, encontram-se os cursos para formação mais técnica, nas áreas de Engenharia, Ciência da Computação e Sistemas de Informação. Esses bacha- réis encontram um bom mercado de trabalho no Polo Industrial da capital. Criada em 1962, a instituição encon- tra-se em expansão. No total, estão em andamento 12 obras principais, entre elas a do novo Hospital Universitário Getúlio Vargas, em Manaus, e a do Cen- tro de Pós-Graduação em Saúde, em Itacoatiara e Humaitá. Vários campi ganharão novas moradias estudantis, e a unidade de Coari abrirá em 2016 o curso de Medicina. Quanto ao processo seletivo, metade das vagas são preenchidas pelo Sisu. As demais são disputadas no vestibular, cha- mado Processo Seletivo Contínuo (PSC). Trata-se de uma avaliação seriada em que alunos do Ensino Médio realizam, ao final de cada ano, exames compostos de 54 questões de múltipla escolha e redação. A universidade adere aos programas de cotas do governo federal. O BÁSICO DA UFAM Fundação:1962 Campi: Manaus, Benjamin Constant, Coari, Humaitá, Itacoatiara e Parintins Cursos de graduação: 96 Alunos de graduação: 38.957 Professores de graduação: 1.727 (38% mestres; 34% doutores) Pará UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA) Com 12 campi distribuídos pelo es- tado, a UFPA tem uma grade de cursos em sintonia com a realidade paraense. No campus de Ananindeua, município próximo à capital, por exemplo, o forte são as graduações na área de Tecno- logia, como Engenharia de Materiais e Tecnologia em Geoprocessamento. “Nosso objetivo é formar profissionais que atendam à demanda das indústrias localizadas na região metropolitana de Belém”, diz o reitor Carlos Edilson de Almeida Maneschy. Pesquisa e extensão A UFPA se destaca pela forte atuação nas áreas de pesquisa e extensão. A ins- tituição promove mais de 200 projetos voltados ao atendimento das comuni- dades do estado, que beneficiam por volta de 191 mil pessoas. No campo da pesquisa, são mais de 1,3 mil projetos. “Estamos fazendo investimentos em qualidade, não só no ensino, mas tam- bém na pesquisa e na extensão, para incentivar a vinda de estudantes de outras regiões do Brasil para nossa uni- versidade”, afirma Maneschy. O ingresso na UFPA é feito exclusi- vamente pelo resultado do Enem, com 80% das vagas preenchidas conforme a nota dos candidatos no exame e as 20% restantes definidas pelo Sisu. A universidade adere às políticas de ação afirmativa do governo federal e também concede bônus de 10% na nota do Enem aos candidatos que tenham cursado o Ensino Médio nos estados da Região Norte – o aluno deve optar entre as cotas ou o bônus. Além disso, garante uma vaga por curso a pessoas com deficiência. O BÁSICO DA UFPA Fundação: 1957 Campi: Belém, Abaetetuba, Altamira, Ananindeua, Bragança, Breves, Cametá, Capanema, Castanhal, Marabá, Soure e Tucuruí Cursos de graduação: 158 Alunos de graduação: 41.237 Professores de graduação: 2.430 (34% mestres; 56% doutores) PRESENÇA Fachada do Centro de Convenções da UFPA, que conta com doze campi no Pará A LE X A N D R E M O R A E S 18 GE PROFISSÕES 2016 ESPECIAL ESPECIAL NORTE E NORDESTE NOVAS INSTITUIÇÕES SOTAQUE REGIONAL As novas universidades do Norte e do Nordeste oferecem graduações focadas nas necessidades das localidades onde estão instaladas N os últimos cinco anos, alguns estados do Norte e Nordeste ganharam novas universida-des públicas, que nasceram do desmembramento de instituições já existentes. O resultado imediato desse processo foi o fortalecimento do ensino nos rincões dessas duas regiões. A maioria das novas escolas tem foco no desenvolvimento regional e adota uma modalidade de graduação inovado- ra, o bacharelado interdisciplinar (BI). Esses cursos de graduação são divididos em ciclos, que permitem uma formação mais ampla e maior flexibilidade na or- ganização das disciplinas. Leia a seguir um perfil dessas universidades, situadas nos estados da Bahia, do Ceará e do Pará. NORDESTE Bahia UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL DA BAHIA (UFSB) Criada em 2013, a UFSB, com sede em Itabuna e campi nos municípios de Teixeira de Freitas e Porto Seguro, é a caçula das universidades nordestinas. Assim como várias de suas irmãs mais velhas, a universidade tem apostado nos bacharelados interdisciplinares, que são oferecidos em quatro áreas: Artes, Saúde, Ciência e Tecnologia e Humanidades. No primeiro ciclo, de três anos, o estudante faz o curso geral dentro de uma das áreas e apenas no segundo escolhe a especialização que deseja seguir. Outro destaque da universidade são os colégios universitários, polos de Ensino Superior a distância onde o aluno pode fazer o primeiro ano de sua graduação. O objetivo dessas unidades, segundo a reitoria, é manter os alunos temporariamente em suas cidades de origem. Somente a partir do segundo ano, eles passam a estudar em um dos três campi da instituição. “Com esse modelo que nós criamos, facilitamos o ingresso do jovem no Ensino Superior, pois ele não precisa- rá mudar de cidade para começar os estudos”, afirma Naomar de Almeida Filho, reitor da UFSB. “Nossa previsão é que, até 2020, 36 colégios estejam em funcionamento no estado, oferecendo 9 mil vagas de entrada.” Foco na sustentabilidade Todos os cursos da nova universidade baiana trabalham desde cedo os concei- tos de sustentabilidade e transmitem noções de empreendedorismo. “Além de colocar profissionais preparados no mercado de trabalho, queremos formar pessoas capazes de pensar e pôr em prática soluções inovadoras”, diz. Ele cita como exemplo os cursos vol- tados ao agronegócio. “Nossa meta é transmitir ao aluno um conhecimento técnico-agrário diferenciado, com co- nhecimentos de gestão. Desta forma, nossos formandos estarão habilitados para abrir pequenos negócios em sua re- gião de origem, atuando de modo mais eficiente na produção rural”, ressalta o reitor da UFSB. O processo seletivo da universidade é feito pela nota do Enem e pelo Sis- tema de Seleção Unificada (Sisu). A universidade adota o sistema de cotas do governo federal, destinando 50% das vagas para estudantes que fizeram o Ensino Médio em escolas públicas. PERFIL Fundação: 2013 Campi: Itabuna, Porto Seguro e Teixeira de Freitas Cursos de graduação: 27 Alunos de graduação: 785 Professores de graduação: 90 (3% mestres, 97% doutores) UNIDADES A Universidade Federal do Sul da Bahia tem campi em Itabuna, Porto Seguro e Teixeira de Freitas D IV U LG A Ç Ã O 19GE PROFISSÕES 2016 ESPECIAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DA BAHIA (UFOB) A Ufob começou a funcionar em 2013, a partir do desmembramento do campus de Barreira da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Desde sua fundação, a instituição tem demonstra- do forte vocação para o trabalho com as comunidades carentes do oeste do estado, que sofrem com a escassez de serviços públicos. Um exemplo do envolvimento da escola com a comunidade é o curso de Medicina, o mais concorrido da insti- tuição, com 187 candidatos por vaga. “Desde o primeiro ano, os estudantes de Medicina prestam serviços de atenção básica à população das localidades mais pobres de Barreiras”, conta Iracema Santos Veloso, reitora da Ufob. Campus definitivo Além da sede em Barreiras, a Ufob tem campi em quatro cidades da região. Entre as 29 graduações ofertadas, des- taque para as de Agronomia e Medicina Veterinária, ministradas no campus de Barra. As Engenharias também são bem cotadas. Uma novidade para breve é a criação do curso de Direito. “Estamos aguardando autorização do MEC para a implantação desse curso.” A reitoria também trabalha na conso- lidação da infraestrutura da instituição. “Está faltando apenas o acerto de alguns detalhes burocráticos para a instalação de nosso campus definitivo, já que a sede atual é provisória”, afirma Iracema Veloso. Quando isso acontecer, a Ufob ganhará um núcleo de tecnologia para agricultura familiar, que inclui uma fazenda e uma incubadora de empresas. A Ufob não realiza vestibular pró- prio, sendo o Sisu, por meio da prova do Enem, o único meio de ingresso. A universidade adota o sistema de cotas, reservando metade das vagas para alu- nos de escola pública. PERFIL Fundação: 2013 Campi: Barreiras (sede), Barra, Bom Jesus da Lapa, Luis Eduardo Magalhães e Santa Maria da Vitória Cursos de graduação: 29 Alunos de graduação: 1.551 Professores de graduação: 155 (47% mestres; 53% doutores) Ceará UNIVERSIDADE FEDERAL DO CARIRI (UFCA) Criada em 2013 a partir do desmem- bramento do campus de Juazeiro do Norte da Universidade Federal do Ceará (UFC), a UFCA ganhou, em pouco mais de um ano, quatro campi em municípios
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