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Morfologia – BCM Valdir Med20 Membrana Plasmática A membrana plasmática ou celular separa o meio intracelular do extracelular e é a principal responsável pelo controle da penetração e saída de substâncias da célula. Ela não é visível ao microscópio óptico, só podendo ser vista no microscópio eletrônico. Participa de numerosas funções, sendo responsável pela manutenção da constância do meio intracelular que é diferente do meio extracelular; graças a seus receptores específicos, a membrana tem a capacidade de reconhecer outras células e diversos tipos de moléculas. Por meio de suas membranas, determinadas células se prendem firmemente uma às outras, formando muitas vezes camadas que delimitam compartimentos diferentes. Em diversos tecidos, as membranas celulares contíguas podem estabelecer canais de comunicação entre si. Em outras, as membranas celulares apresentam moléculas que se ligam a componentes da matriz extracelular participando assim tanto da fixação da célula em determinados locais como servindo de apoio para a migração celular. Muitos sistemas enzimáticos encontram-se presos às membranas. A membrana plasmática e as demais membranas celulares são constituídas principalmente de lipídios, proteínas e hidratos de carbono ligados aos lipídios e proteínas, mas a proporção desses componentes varia muito, conforme o tipo de membrana. Lipídios da Membrana São moléculas longas com uma extremidade hidrofílica e uma cadeia hidrofóbica. Entre os lipídios frequentes nas membranas celulares encontram – se os fosfoglicerídios (fosfatidilcolina, fostatidiletanolamina, fostatidilserina e fosfatildiltreonina), enfingolipídios e colesterol. Outro constituinte anfipático importante das membranas celulares são os glicolipídios, sendo os mais abundantes nas células animais são os glicoesfingolipídios, que são componentes de muitos receptores da superfície celular. A membrana das células animais contém colesterol. Quanto maior a concentração de esteróis, menos fluída é a membrana. A membrana é uma estrutura lipoprotéica fluida Todas as membranas celulares apresentam a mesma organização básica, sendo constituídas por duas camadas de lipídios fluídas e contínuas, onde estão inseridas moléculas proteicas constituindo um mosaico fluido. As moléculas da dupla camada de lipídios estão organizadas com suas cadeias apolares voltadas para o interior da membrana enquanto as cabeças polares ficam voltadas para o meio extracelular ou para o citoplasma que são meios aquosos. Essas duas camadas lipídicas estão associadas em razão da interação hidrofóbica de suas cadeias apolares. As proteínas da membrana apresentam resíduos hidrofóbicos e hidrofílicos e ficam mergulhadas na camada lipídica. Moléculas de hidratos de carbono associam-se a proteínas da membrana para formar glicoproteínas, e a lipídios formando glicolipídios que na membrana plasmática aparecem na face externa da membrana como componentes do glicocálice. Há uma acentuada assimetria entre as duas faces da membrana. Diversos experimentos mostraram que as proteínas exceto quando fixadas pelo citoesqueleto, se deslocam com facilidade no plano da membrana. Proteínas da membrana plasmática A atividade metabólica da membrana depende principalmente das proteínas. Cada tipo de membrana tem suas proteínas características, principais responsáveis pelas funções das membranas. Essa proteínas podem ser divididas em dois grandes grupos, as integrais ou intrínsecas e as periféricas ou extrínsecas, dependendo da facilidade de extraí – las da bicamada lipídica. As proteínas integrais estão firmemente associadas aos lipídios e só podem ser separadas da fração lipídica por meio de técnicas drásticas, como o emprego de detergentes. Algumas dessas moléculas proteicas atravessam inteiramente a bicamada lipídica, provocando saliência em ambas as superfícies da membrana, sendo denominadas proteínas transmembrana. As proteínas extrínsecas podem ser isoladas facilmente, livres de lipídios pelo emprego de soluções salinas. Essas proteínas se prendem a superfície interna e externa da membrana celular por meio de vários mecanismos. A membrana plasmática é assimétrica Existe forte assimetria entre as duas faces da membrana plasmática, tanto na composição de lipídios como nas proteínas. Além da diferença química entre as duas lâminas da bicamada lipídica, existe também uma diferença de carga elétrica. Outra diferença. Consiste na distribuição das moléculas de glicolipídios e glicoproteínas que se orientam com as extremidades contendo açúcares provocando saliência na superfície da célula e nunca na face citoplasmática da membrana. As proteínas periféricas estão concentradas na face citoplasmática da membrana. Na face externa aparecem as extremidades das proteínas integrais, incluindo os resíduos glicídicos das glicoproteínas que irão se adicionar aos glicídios complexos dos glicolipídios e outras moléculas para constituir uma camada de açucares na face externa da membrana, denominada glicocálice. Glicocálice A superfície externa da membrana plasmática apresenta uma região rica em hidratos de carbono ligados a proteínas ou lipídios, denominada glicocálice. Em sua maior parte, ele é uma extensão da própria membrana e não uma camada separada. É funcionalmente importante e sua composição não é estática; varia de um tipo celular para outro e, na mesma célula, varia com a região da membrana e conforme a atividade funcional da célula em determinado momento. As células se reconhecem Numerosas evidências demostram que a superfície celular é dotada de especificidade que permite as células se reconhecerem mutuamente e estabelecerem certos tipos de relacionamento. Transporte através da membrana De modo geral, os compostos hidrofóbicos, solúveis em lipídios, como os ácidos graxos, hormônios esteroides e anestésicos, atravessam facilmente a membrana. Já as substâncias hidrofílicas, penetram nas células com mais dificuldade dependendo do tamanho da molécula e ,também de suas características químicas. Microvilos É uma expansão do citoplasma recoberta por membrana e contendo numerosos feixes de microfilamentos de actina responsáveis pela manutenção de sua forma. No intestino, por exemplo, a função dos microvilos é aumentar a área da membrana a fim de facilitar o transporte dos nutrientes da cavidade ou luz intestinal para dentro das células. Estereocílios São expansões longas e filiformes da superfície livre de determinadas células epiteliais. São flexuosos e apesar do nome não tem estrutura nem a capacidade de movimento de cílios verdadeiros. Assemelham-se mais ao microvilos, destes se distinguindo por se ramificarem frequentemente e apresentarem maior comprimento Estruturas especializadas asseguram a junção celular, a vedação do espaço intercelular e a comunicação entre as células. Muitas vezes, as células acham-se unidas umas às outras e à matriz extracelular graças a estruturas juncionais que podem ser descritas em três grupos : estruturas cuja função principal é unir fortemente as células umas as outras ou a matriz extracelular ( desmossomos e junções aderentes); estrutura que promove a vedação entre as células ( zônula oclusiva); e estrutura que estabelece comunicação entre uma célula e outra (nexon, junções comunicantes ou gap junction).
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