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Teoria de Galois MAT/UFMG - Vera˜o/2009 Ana Cristina Vieira e Sandra Mara Alves Finalmente, o objetivo das pro´ximas sec¸o˜es e´ descrever detalhadamente a conexa˜o entre os corpos intermedia´rios de uma espec´ıfica extensa˜o K de F com os subgrupos do grupo de Galois GalFK. Para isto trataremos inicialmente alguns fatos importantes. 1 O grupo de Galois Vamos comec¸ar com uma pergunta. Dada uma extensa˜o K de F e u ∈ K alge´brico sobre F com o polinoˆmio minimal p(x) ∈ F [x], sabemos que se σ ∈ GalFK enta˜o σ(u) tambe´m e´ uma raiz de p(x). Mas, a rec´ıproca desta questa˜o e´ verdadeira? Ou seja, se v ∈ K e´ raiz de p(x) enta˜o existe σ ∈ GalFK tal que σ(u) = v? Felizmente, a resposta e´ sim, veja o resultado abaixo. Teorema 1.1 Seja K o corpo de decomposic¸a˜o de algum polinoˆmio sobre F e seja u, v ∈ K. Enta˜o, sa˜o equivalentes: 1. u e v teˆm o mesmo polinoˆmio minimal. 2. Existe σ ∈ GalFK tal que σ(u) = v. Obeservac¸a˜o: Se K o corpo de decomposic¸a˜o de algum polinoˆmio sobre F ⊇ Q enta˜o |GalFK| = [K : F ]. Ale´m disso, se K = F (u) e´ uma extensa˜o simples de F , podemos determinar todos os F -automorfismos de K por suas ac¸o˜es sobre u. Como e´ o caso de K = C = R[i] com GalRC = {Id, σ} ∼= Z2 aonde σ(a+ bi) = a− bi. A questa˜o e´: SeK = F (u1, · · · , un) enta˜o um automorfismo deGalFK pode ser totalmente determinado por suas ac¸o˜es sobre u1, · · · , un? Podemos respondeˆ-la com o seguinte: Teorema 1.2 Seja K = F (u1, · · · , un) uma extensa˜o alge´brica sobre F . Enta˜o, se σ, τ ∈ GalFK tal que σ(ui) = τ(ui) para cada i = 1, · · · , n enta˜o σ = τ . Exemplos: 1. GalQ(Q( √ p, √ q)) ∼= Z2 × Z2, quando p e q sa˜o primos distintos. Em particular, GalQ(Q( √ 3, √ 5)) ∼= Z2 × Z2. 1 2. GalQQ( 4 √ 2, i) ∼= D4. Observe na verificaca˜o do exemplo 1 acima que todo automorfismo no grupo de Galois permuta as quatro ra´ızes de f(x) = (x2 − 3)(x2 − 5) que e´ separa´vel sobre seu corpo de decomposic¸a˜o Q( √ 3, √ 5). Pore´m, isto na˜o e´ um privile´gio somente deste exemplo, vejamos: Teorema 1.3 Seja K o corpo de decomposic¸a˜o de algum polinoˆmio separa´vel f(x) ∈ F [x] de grau n. Enta˜o, se σ ∈ GalFK enta˜o σ permuta todas as ra´ızes de f(x), ou seja, GalFK e´ isomorfo a um subgrupo de Sn. Cuidado: A rec´ıproca deste resultado na˜o e´ verdadeira, isto e´, uma permutac¸a˜o σ ∈ Sn na˜o necessariamente define um F -automorfismo de K. Use K = Q( √ 3, √ 5) e f(x) = (x2 − 3)(x2 − 5) do exemplo acima para buscar um contra-exemplo. Exemplos: 1. GalQQ( 3 √ 2, ξ) ∼= S3, onde ξ e´ a raiz cu´bica da unidade. 2. GalQK ∼= S5 onde K = Decomp(x5 − 6x+ 3,Q). Como nosso interesse e´ associar um subgrupo do grupo de Galois com cada corpo inter- media´rio de uma extensa˜o, voltemos ao corpo fixado EH se H e´ um subgrupo de GalFK e vamos fazer alguns exemplos. Exerc´ıcio: Volte no grupo GalQQ( √ 3, √ 5) e tome σ tal que σ( √ 3) = √ 3 e σ( √ 5) = −√5. Encontre o corpo fixado EH se H = {Id, σ}. Exerc´ıcio: Encontre todos os poss´ıveis corpos fixados a partir de GalQQ( n √ p). Para fechar a aula, observe o seguinte: Dado K = Q( √ 3, √ 5) e E = Q( √ 3) enta˜o H = {Id, σ} = GalQ(√3)Q( √ 3, √ 5) ≤ GalQQ( √ 3, √ 5) e E e´ o corpo fixado de H. Ale´m disso, K e´ normal, separa´vel sobre o corpo fixado E. Isto e´ um exemplo de: Teorema 1.4 Seja K uma extensa˜o finita de F . Se H e´ um subgrupo de GalFK e E e´ o corpo fixado de H enta˜o K e´ uma extensa˜o simples, normal, e separa´vel de E. 2
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