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A hegemonia britânica foi sendo estabelecida na Europa ao longo de décadas, conduzindo-a em uma posição de ascensão frente às outras nações. Podemos citar África do Sul, Austrália e Nova Zelândia, parte da Índia e pontos estratégicos militares e comerciais em volta do mundo, geralmente ilhas, como parte de uma infra-estrutura imperialista que foi sendo conquistada gradativamente, num plano bem sucedido. Obviamente, esta condição deveria ser imposta em uma possibilidade de ascensão de Estados que pudessem ameaçar o seu domínio. Afinal, todos os países europeus estavam cientes de que qualquer sonho de hegemonia imperial, sempre contrária aos interesses ingleses, significava enfrentar uma poderosa combinação de pressões diplomáticas, sanções econômicas e, no limite, ameaças militares por parte do agressivo e poderoso gerou a expressão Pax Britannica. Londres manteve as colônias de povoamento (Canadá, leão britânico). 
 Entretanto, com o processo de unificação dos Estados alemão e italiano, o equilíbrio de poder na Europa passou a ser, paulatinamente alterado ao forjar duas novas potências no centro da Europa, cujo desenvolvimento viria a desequilibrar a balança do poder. Esses processos foram marcados por um novo ciclo de revoluções burguesas na busca da modernização e do desenvolvimento industrial, as Revoluções burguesas tardias ou pelo alto, ou ainda as vias autoritárias para o capitalismo. Na Alemanha, o Estado impulsionava o desenvolvimento, tanto para manter o controle social doméstico como para queimar etapas, buscando superar o atraso econômico em relação aos países mais industrializados como a Grã-Betanha por exemplo. Dessa forma, as unificações desses países se constituíram em um meio essencial para a competição deles com outras potências, desta forma, claramente se verifica que ambos os países se tornaram, assim, politicamente independentes e capazes de competir com os seus vizinhos.
   Concorrência que, conseqüentemente, produziram tensões e choques entre as nações européias no intenso e forte movimento imperialista, conflitos foram gerados com os seus vizinhos cujos interesses englobavam as regiões importantes da África, Ásia e Oceania.
  Em face desse quadro, muitos fatores contribuíram para abalar a aparente harmonia entre as nações européias, nos anos finais do século XIX. O processo imperialista tornava potencialmente explosivas as já precárias relações internacionais. Na virada do século, portanto, eram já claramente perceptíveis os sinais prenunciadores da grande matança em escala planetária que rapidamente se avizinhava.
Alguns pesquisadores apontam que o Neocolonialismo foi um dos fatores principais da guerra, fomentando as disputas e os choques de interesses internacionais. Segundo o autor Fromkin, acreditava-se comumente na época que o caminho para a riqueza e a grandeza das potências passava pela aquisição de mais colônias. O problema era que as grandes potências já controlavam tantas partes do mundo que pouco restava aos outros para tomar. Repetidamente, as potências européias se atropelaram umas às outras ao avançar. De tempos em tempos, a guerra ameaçava estourar. As décadas anteriores a 1914 foram pontuadas por crises, e quase todas podiam ter levado à guerra.
Observando este contexto, no começo dos anos 1900, as grandes potências da Europa  tinham conseguido dominar a maior parte do planeta. Entre eles, Áustria-Hungria, França, Alemanha, Grã-Bretanha, Itália e Rússia dominavam a Europa, a África, a Ásia, o Pacífico e até mesmo partes do hemisfério ocidental.
A presença de um nacionalismo exacerbado, na passagem do século XIX ao XX, também causou grandes tensões e choques entre as nações européias. O incentivo dado às potências para a "conquista do Mundo" foram as bases para tal ideologia, porém, isto só foi possível quando toda uma nação, orgulhosa de seu poder político e cultural, tomou consciência do seu valor, do seu caráter. As pessoas abraçaram a idéia de ter uma missão a desempenhar refletindo na expansão política e econômica. Neste momento, o imperialismo e o nacionalismo fundiram-se em um mesmo conceito, ficando grande parte da população sem a capacidade de distinguir um termo do outro.
Gollwitzer pontua em seu livro a relação entre o Estado e a economia, a qual agia como uma importante força legitimadora das políticas imperialistas. A economia via no Estado um poderoso aliado em uma série de operações, de acordo com o autor a aposta de uma economia independente era quase nula. Sobre os aspectos econômicos estudados foram ressaltados: o crescimento industrial e a elevada busca por mercados consumidores, a intensidade  da concorrência os principais países  europeus altos investimentos financeiros e a expansão dos Estados imperialistas.
No início do século XX, o crescimento industrial europeu estava em ritmo bem acelerado, muito mais do que a Europa sabia como lidar. Era de fato uma revolução tecnológica e industrial. Este processo fez com que produzissem muito mais do que podia ser consumido pelos países europeus, apesar do constante crescimento populacional. Diante deste quadro, as potências européias, iniciaram uma busca a novos mercados consumidores, estimulando assim a ocupação de regiões ricas em matérias-primas. Alguns pesquisadores defendem que estes dados contribuíram para o surgimento de uma nova expansão colonial que determinaria a divisão planetária e por conseqüência a rivalidade econômica dos principais países industrializados.
Este período nos faz pensar na relação entre o intenso desenvolvimento econômico dos principais países industrializados, e a concorrência entre os mesmos. Os altos investimentos financeiros passaram a ser cada vez mais necessários para que ficassem em vantagem em relação aos países rivais. Daí o novo papel dos bancos, que contribuíram para a concentração cada vez maior de capital e também o monopólio econômico, financiando por exemplo grandes empresas e transformando a relação entre os  mesmos, colaborando para grandes obras como a construção de ferrovias.
O avanço europeu sobre outros territórios nos chama a atenção para elementos importantes como a concorrência internacional elevando as tensões entre as nações, portanto, cresceram também os investimentos na indústria bélica, os quais montariam estratégias e meios para consolidação da hegemonia de cada Estado. Diversas táticas militares que seriam a preparação para um conflito mundial.
Além do investimento pesado na produção de armamentos, o sistema fortaleceu especialmente as construções navais e aeronáuticas. De acordo com Gollwitzer, boa parte da capacidade de invenção técnica foi aproveitada e aplicada no desenvolvimento do potencial bélico: metralhadoras, submarinos, aviões. Toda a economia nacional teve de se adaptar, nas nações imperialistas, aos imperativos militares, e vice-versa.
A Alemanha se transformava em uma grande nação industrial, contava com ótimos recursos naturais como ferro e carvão, mas seu o investimento pesado mesmo foi nas forças armadas, onde era colocada a maior parte do capital.
Mesmo não superando a força militar Alemã, a Grã-Bretanha teve êxito com as inovações da Marinha Real. Seus navios de batalha permitiram que enfrentasse a ameaça naval Alemã. 
Por volta de 1910, a Grã-Betanha percebeu que precisava de reforço então resolve investir em quase 60% do capital com a Marinha de guerra, por outro lado, seu Exército mais de 200 mil homens teve aumento pouco significante, por questões estratégicas.
A Marinha desempenhou um papel importantíssimo entre as nações européias durante este período. Os principais países aderiram totalmente ao navalismo como estratégia defensiva, formando bases militares em diversos territórios. 
A Inglaterra se baseava em um plano de estratégia mais racional. Por terem uma forte economia  e uma ótima estrutura naval, seu maior objetivo era manter suas vias de comunicação livres e um equilíbrio entre as nações, para assim impedi-las de se fortalecerem.
Outro Estado com estratégias militares que deve ser destacadoé o Russo. Ainda no entorno do início século XIX, a Rússia tinha como principal objetivo a sua ascensão. Mas, para isso, dependia de algumas medidas. Uma delas seria dotar a Rússia de um grande poder naval, o que só seria possível mediante o controle de “saídas marítimas” para o Mediterrâneo, para o Báltico, para o Índico e também para o Pacífico. O que seria importante para evitar o cerco político-estratégico da Rússia por parte de outras potências. 
A intensidade do movimento imperialista de cada potência contribuiu decisivamente para que agissem de forma mais ofensiva, tornando mais delicado o equilíbrio entre as nações.    
O momento era de clara tensão entre as nações. Diversos Estados temiam o possível avanço de uma potência rival, e passar a gastar ainda mais com armamentos no início do século XX. Fromkin aponta que o novo negócio da Europa era se preparar para lutar. Os anos  anteriores à guerra foram de grande aumento de gastos militares e navais; em 1913, as seis grandes potências européias investiam em armamentos 50% a mais que em 1908. Especialistas em relações internacionais julgam as "corridas armamentistas"  como o melhor exemplo histórico do “dilema de segurança” – o fenômeno em que as ações de um país para assegurar sua própria segurança causam insegurança em outros países, o que, por sua vez, provoca uma resposta que acaba alimentando uma espiral de gastos bélicos cada vez maiores e uma crescente atmosfera de desconfiança cujo resultado é aumentar a probabilidade de guerra. Fromkin não foi o único a salientar tal situação:
Uma consequência de gastos tão elevados [na produção de armamentos] foi a necessidade complementar de impostos mais altos, ou de pequenos empréstimos inflacionários, ou de ambos. [...] O Estado se tornou essencial para certos setores da indústria, pois quem, senão o governo, constitui a clientela dos armamentos? Os bens que essa indústria produzia eram determinados não pelo mercado, mas pela interminável concorrência dos governos, que os faziam para garantir para si um fornecimento satisfatório de armas mais avançadas e, portanto, mas eficientes. [...] Contudo, a guerra mundial não pode ser explicada como uma conspiração de fabricantes de armas [...] Não há dúvidas de que a acumulação de armamentos, que atingiu proporções temíveis nos últimos cinco anos anteriores a 1914, tornou a situação mais explosiva. [“...] Porém, a Europa não foi à guerra devido à corrida armamentista como tal, mas devido à situação internacional que lançou as nações nessa competição.” (HOBSBAWN,1988.)
Acerca dos fatores que políticos que antecederam a Primeira Guerra Mundial, outros elementos devem analisados. Dentre eles, o ambíguo objetivo das alianças entre as potências, a diplomacia bismarckiana e as mudanças operadas por Guilherme II, a formação da Entente, a “paz” e o deslocamento das alianças para a guerra onde cada potência tinha seu objetivo. Alguns almejavam o equilíbrio do poder e a paz entre os Estados europeus. De outro lado, a busca pela concretização de seus interesses que, em sua maioria, eram conflitantes e divergentes em relação aos seus rivais, podendo provocar mais confrontos que relações pacíficas e harmoniosas entre os países. Deixa claro um antagonismo entre os propósitos políticos das potências européias, o que os levava à constante desestabilização da ordem internacional.
   Este aspecto ambíguo da constituição das alianças foi visto ao longo da diplomacia bismarckiana, a qual buscou relações “pacíficas” com as outras nações, ao mesmo tempo em que buscava concretizar seus anseios e desejos imperialistas.
 O  Estado Alemão e a formação de um novo equilíbrio de poder entre os Estados europeus, é consolidada pelas atitudes políticas de Bismarck que mantém as rédeas da política europeia durante os vinte anos que precedem. Após sua saída, o poder volta a se desequilibrar gradualmente, precipitando a grande catástrofe mundial.
 Aos poucos, o clima pacífico foi sendo substituído por uma série de idéias que fomentavam o confronto entre os Estados europeus, evidenciando o possível fim dos esforços diplomáticos para a manutenção do equilíbrio europeu. O conceito de guerra já não era mais o mesmo. De acordo com alguns autores ela passa a ser vista como algo positivo, desprezando possíveis laços de paz.      
Os alemães, por exemplo, passaram a cultivar um cínico desprezo pelos acordos internacionais e um louco entusiasmo pela resolução militar dos conflitos políticos. Em lugar do internacionalismo e da boa convivência entre os povos, a guerra, na consciência alemã, começou a ser vista como regeneradora da vida e lei suprema das relações entre os grupos sociais. Em pouco tempo, a Alemanha assistiu ao completo desmantelamento do “sistema de alianças” arquitetado por Bismarck. Apenas apoiado pelo decadente Império Austro-Húngaro, o Reich Alemão adentraria uma perigosa fase de isolamento diplomático, corrida armamentista. Estava, assim, aberto o caminho que conduziria o povo alemão à guerra.
 Concluindo esta pesquisa, fica claro que existem outros aspectos tão importantes não relatados. Portanto, com estes fatos analisados anteriormente é possível compreender como os aspectos político-econômicos tiveram um papel fundamental na gênese da Primeira Guerra Mundial. A forte aliança entre Estado e a economia, os altos investimentos na indústria bélica, entre outros fatores promoveram um delicado quadro que os levou a uma cruel guerra de nível mundial.
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA
MARCELLE PEREIRA CARDOSO
ASPECTOS POLITICO-ECONÔMICOS DA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL
sÃO gONÇALO
2018
REFERÊNCIAS:
FROMKIN,  David. O último verão Europeu: quem começou a grande guerra de 1914?. Rio de Janeiro: Objetiva, 2004.
GOLLWITZER, Heinz (Org). O imperialismo europeu. Lisboa: Editorial Verbo, 1969.
HOBSBAWN, Eric. A Era dos Impérios: 1875-1914. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2006. Disponível em: <http://lelivros.love/book/download-a-era-dos-imperios-1875-1914-eric-j-hobsbawm-em-epub-mobi-e-pdf/>. Acesso em: 10 jun. 2018