Buscar

RESUMO do Livro A Era dos Impérios 1875-1914. Hobsbawm, 1987, Capítulo 3 e Capítulo 13

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Disciplina: História Econômica Geral II (TR 182)
Resenha: A Era dos Impérios 1875-1914. Eric J. Hobsbawm, 1987, Capítulo 3 “A Era dos Impérios”, p. 87 a 124 e Capítulo 13 “Da Paz à Guerra”, p. 417 a 451.
“A Era dos Impérios” é uma obra escrita por, Eric J. Hobsbawm e publicado em 1987. O objetivo do livro é questionar os anos de 1875-1914. Esse período, segundo o autor, é marcado pela predominância de grandes potências imperiais ou colonialistas. Primeiramente o autor destaca a forma que era vista uma economia mundial, que era avaliada pelo seu capitalismo desenvolvido ou em estágio de desenvolvimento. Hobsbawm ainda chama atenção para as consequências dessa visão, onde os avançados dominariam os atrasados. O período entre 1875 e 1914 pode ser chamado de Era dos Impérios, é o lapso da história mundial em que governantes de várias partes do mundo se autodenominavam imperadores. Usando de seu poder para conquistar nações vistas como subdesenvolvida. Porém, nesse período é observado um novo tipo de Império, o colonial. Esse imperialismo não possuía apenas um objetivo militar, pois os países capitalistas há muito não eram seriamente ameaçados, o imperialismo colonial foi uma política de expansão de poder e dominação de um Estado sobre outros. Hobsbawn integra a cultura, a política e a vida social das décadas que antecederam à Primeira Guerra Mundial, construindo uma interpretação revolucionária.
	Posterior a leitura do terceiro capítulo da obra de Hobsbawm, A Era dos Impérios, é possível ressaltar a economia capitalista, enfatizando a sobreposição dos “avançados” economicamente sobre os “atrasados”, como afirma Hobsbawn ao dizer que o ritmo era determinado por seu núcleo capitalista, ou seja, pelas grandes potências mundiais. Seria a ditadura econômica capitalista, iniciando assim o período denominado como dos impérios. Há o desenvolvimento da indústria capitalista. A particularidade desse período histórico dá-se pela expansão da malha ferroviária, pois havia uma crescente necessidade de um melhor acesso aos países considerados “atrasados”, tendo em vista que eram fontes de renda direta para os países imperialistas, pois Segundo Hobsbawn, devido ao desenvolvimento tecnológico, era extremamente necessária à matéria-prima. Os países considerados “avançados” ou favorecidos desse período foram aqueles que tinham a economia bem estabelecida e que estavam militarmente bem estruturados como era o caso da Grã-Bretanha, França, Alemanha, Itália e até mesmo os Estados Unidos, que até então era colônia, passa a ser considerado “avançado”, desenvolvido, como nos mostra o texto. 
Nesse período ocorreu uma divisão formal do globo em territórios de dominação política, com exceção da Europa e das Américas. As famosas “zonas de influência” como denomina Hobsbawm, onde o “Império” em questão mantinha o controle. Os continentes mais afetados, foram os continentes africano e o pacifico, que passaram a ser integralmente recortados pelos dominadores, repartidos por diversos impérios europeus, com raras exceções: a Etiópia, que conseguiu resistir ao mais fraco dos Estados imperiais: a Itália, o Marrocos e a Libéria, considerados insignificantes, por não oferecerem os recursos que tais potencias visavam. 
A divisão do globo entre as potências da época tinha um puro caráter econômico. Os africanos tiveram seus territórios distribuídos entre os impérios: britânico, francês, belga, alemão, português e em menor escala, Espanhol. A França foi quem ocupou a maior parte da África Ocidental, no entanto a parte mais produtiva ficou com os britânicos. A expansão dos britânicos na África foi justificada pela necessidade de defender as rotas para as índias, que era a considerada a gema mais “esplêndida” e o cerne do pensamento estratégico global da cora imperial britânica, justamente em virtude de sua importância para a economia, já que 60% das exportações britânicas de algodão eram destinadas para Índia e o Extremo Oriente, principalmente para Índia (45%) e também para se defenderem das ameaças das grandes potencias que lutavam por ideais semelhantes. Dentre os países conquistadores, a Grã-Bretanha, foi quem mais se beneficiou com o imperialismo, pois firmou sua supremacia econômica, que sempre teve estreita relação com os mercados ultramarinos e as fontes de produção primaria. Já o Pacifico foi talhado entre os britânicos, franceses, holandeses, norte-americanos e alemães. Uma pequena parcela coube ainda ao Japão, não restando nenhum Estado independente. Cerca de um quarto da superfície do mundo foi distribuído ou redistribuído, como colônia, entre meia dúzia de estados. Os impérios asiáticos, ou pelo menos, boa parte deles, permaneceram independentes, muito embora, tenham sido delimitados como “zonas de influência”, devido ao seu desprezo político e militar. A divisão dos territórios e a disputa entre as grandes potencias acarretou em drásticas consequências, podemos citar, a Primeira Guerra Mundial.
É possível observar a criação de uma economia global que se estabelecia entre as grandes hegemonias do momento. O autor considera que a criação de uma economia global única, foi o acontecimento de maior relevância do século XIX. Atingindo progressivamente as mais remotas paragens do mundo, com maiores e mais densas transações econômicas, comunicações e movimentos de bens, dinheiros e pessoas ligando os países desenvolvidos entre si e ao mundo não desenvolvido (intensificação da globalização). Para a continuidade do movimento capitalista era necessário que os dominadores permanecessem conquistando seu espaço no mercado, suas fontes de renda. Esse seria o motivo mais convincente para a expansão colonial. Portanto o ponto a ser destacado é que as economias desenvolvidas sentiram simultaneamente a necessidade de novos mercados, para que houvesse desenvolvimento econômico. Como podemos confirmar com as palavras do autor quando o mesmo ressalta que: o desenvolvimento tecnológico agora dependia de matérias-primas que devido ao clima ou ao acaso geológico, seriam encontradas exclusiva ou profusamente nos lugares mais remotos. Vale ressaltar que além de toda exploração, os conquistadores ainda consideram os conquistados como seres inferiores em todos seus aspectos, desconsiderando toda e qualquer manifestação cultural dos países invadidos. A novidade no século XIX era que os não-europeus e suas sociedades eram crescentes e geralmente tratados como inferiores, indesejáveis, fracos e atrasados. Eles eram objetos perfeitos de conquista, ou ao menos de conversão aos valores da única verdadeira civilização, aquela representada por comerciantes, missionários e grupos de homens equipados com armas de fogo. Criou-se preconceitos com relação aos “países de peles escuras”, como inferiores, como propícios a dominação e que fortaleceram a política imperialista, como podemos conferir nas palavras do compositor da obra. Entretanto, é impossível negar que a ideia da superioridade em relação a um mundo de peles escuras situado em lugares remotos e sua dominação era autenticamente popular, beneficiando, assim, a política do imperialismo. O ciclo de poder e competição envolvendo as superpotências foi muito importante, pois provocou um avanço significativo na economia mundial.
Vale salientar que a economia desregrada causou uma desigualdade econômica entre as metrópoles e os países dependentes. Mas que segundo Hobsbawn encorajou as massas, e, sobretudo as potencias descontentes, a se identificarem ao Estado e às nações imperiais. Hobsbawm defende que mesmo sendo o colonialismo apenas um dos aspectos de uma mudança mais geral das questões mundiais, foi o de impacto mais imediato. Pois causou uma série de transformações nas várias sociedades mundiais, das potências e não potências. O imperialismo foi o momento da história onde houve uma estabilidade econômica significativa, onde as potencias conquistaram espaço, fortaleceram suas economias, usaram a ciência como fonte de poder. Avançaram mar adentro conquistando e “descobrindo” novo mundo. Foi produto de uma erade concorrência entre economias industrial-capitalista rivais e de incertezas econômicas, mas que de forma mais clara é o período em que há uma firmação do capitalismo financeiro, onde segundo o autor a exploração colonial é apenas um sintoma e uma característica dessa nova etapa. O texto ressalta que o imperialismo foi o era onde os padrões da época eram determinados pelos ocidentais. Como nos relata Hobsbawm ao dizer que, o mais poderoso legado cultural do imperialismo foi uma educação em moldes ocidentais para a minoria de vários tipos. A era dos Impérios, foi um momento de grande relevância, pois não se resumiu a acontecimentos econômicos e política, mas a uma série de alterações sociais, culturais e ideológica. Criaram uma cultura voltada para imagem determinada pelas ideias do europeu. Diz-nos o autor: Num certo sentido, o imperialismo destacou o triunfo dessas classes e das sociedades criadas a sua imagem como nada mais poderia ter feito. Um pequeno número de países, sobretudo do noroeste da Europa, dominou o planeta. Este foi a período onde o poder aquisitivo, o poder das classes, determinava o destino de um povo, de uma nação. Como podemos conferir no texto quando o autor escreve, “um pequeno número de homens das classes altas e média desses países – altos funcionários, administradores, homens de negócio, engenheiros – exerciam efetivamente aquela dominação.” 
O texto do capítulo 13 “Da Paz à Guerra” da obra “A Era dos Impérios” é uma análise sobre o contexto que antecede e sucede as duas grandes guerras vividas pelas potências europeias e a participação de outras esferas políticas mundiais.
 O clima de paz parecia ser uma realidade inegociável para os europeus desde 1815. A possibilidade de novas guerras estava sendo combatida por uma série de ações advindas dos Estados como também da população em geral. Organizações, congressos e prêmios internacionais foram criados como meios de institucionalizar a harmonia entre as nações. A situação de guerra no início do século XX entre russos e japoneses, a desintegração do Império Otomano e a “Questão Orientais” entre os Bálcãs, tidos como barril de pólvora da Europa, colocou em questão a paz que parecia ser eterna, as guerras pareciam inevitáveis às nações. Os conflitos afetavam diretamente a lógica do mercado internacional e o lugar econômico dos Estados na cadeia dos negócios. Na década de 1880 a preocupação com a eminência de uma guerra fez gerar o Congresso Mundial pela Paz, O Prêmio Nobel da Paz e o de Haia. Ainda mesmo com a complicação dos conflitos que envolviam a Sérvia e Áustria, pós década de 1910, a incredulidade da possibilidade de uma guerra entre aos países europeus estava baseada no vislumbrar de um passado distante ou um futuro indefinido. Os exércitos nesse contexto, mantidos e armados pelos Estados, estavam ao serviço do patriotismo, da educação cívica, ou seja, serviam para formar cidadãos leais ao seu país. Seu papel de promotor de batalhas estava restrito aos conflitos internos e sociais, como também na manutenção do poder nas províncias e colônias à parte do território europeu, sobretudo na África e Ásia. A situação agravante nas relações intercontinentais pós 1910 fez com que as potências se preparassem militarmente para possíveis batalhas. O poder britânico, conhecido pela esquadra marítima, deu a devida atenção aos conflitos em terra, e foi, através desse investimento que aliança com a França em 1914 foi possível para os resultados satisfatórios. Mesmo com toda a chamada corrida armamentista e o treinamento das massas convocadas ao exército, não são os homens das armas os que previram a eminência das guerras, mas são os civis quem identificaram as consequências de todo os conflitos entre os Estados e os investimentos cada vez maiores na ofensiva bélica. Essa parte do capítulo lança a ideia de que os anos que antecederam a guerra foram marcados por uma corrida armamentista na Europa. Porém, não foi essa corrida que levou a Europa à guerra, mas a situação internacional que lançou essas nações nessa competição. 
Nenhum governo de potências importantes queria uma guerra de grandes proporções: a guerra era inevitável e coube aos governos escolher um momento propício ou menos desfavorável. Descobrir as origens da I Guerra não equivale a descobrir o agressor/ culpado. Pelo contrário, repousa na natureza de uma situação internacional em processo de deterioração progressiva que escapava ao controle dos governos. Em 1880 dois grupos se enfrentavam na Europa devida disputas inadministráveis: de um lado a Alemanha, do outro a França. O problema que separava a Alemanha, aliada da Áustria-Hungria (Alemanha foi crucial para manter vivo o multinacional Império Habsburgo) da França: ao vencer a França em 1871 anexou grandes porções francesas (Alsácia-Lorena). O problema que separava Rússia e Áustria-Hungria era o nível de influência russa sobre os Bálcãs. Porém, nenhuns desses problemas foram considerados merecedores de uma guerra. A existência de problemas transformou o sistema de aliança numa bomba relógio, a situação do fluxo internacional (desestabilizado por novos problemas e ambições mútuas entre as nações), a lógica do planejamento militar conjunto que congelou os blocos que se confrontavam, e a Integração da Grã-Bretanha ao bloco antialemão, formando assim a Tríplice Entente (Rússia, França e Grã-Bretanha).
Mesmo que o desenvolvimento capitalista e o imperialismo tenham certo grau de responsabilidade na derrapagem descontrolada do mundo em direção a um conflito mundial, é impossível afirmar que muitos dos capitalistas fossem provocadores conscientes da guerra. Isso porque, a paz mundial era vantajosa aos homens de negócio e a guerra aceitável somente na medida que não prejudicasse os seus negócios. A partir do século XX a economia mundial deixara totalmente de ser um sistema solar girando em torno de um único país: a Grã-Bretanha. Ela não era mais o principal mercado importador e as economias industriais nacionais passaram a se enfrentar mutuamente e a concorrência econômica passou a estar no Estado. A economia passou a ser a base do poder internacional: uma nação só seria grande se ao mesmo tempo fosse uma grande economia. Em virtude dessa fusão entre economia e política, nem a divisão pacífica das áreas disputadas em “zonas de influência” podia manter a rivalidade internacional sob controle, “quanto mais poderosa for a economia de um país, maior será sua população, maior o lugar internacional de seu Estado-Nação”, então, não havia limites teóricos ao lugar que um país poderia sentir que lhe cabia.
 A Alemanha construiu uma esquadra de guerra e tinha como objetivo o conflito com a marinha britânica, para ter poder global era necessária uma marinha global. A Grã-Bretanha defendeu ao máximo a preservação do seu status e a Alemanha tinha como objetivo a sua modificação. Assim, a Grã-Bretanha considerava a Alemanha o mais provável e perigoso adversário potencial, aproximando-se assim, da França e da Rússia, definitivamente a Alemanha era a força dominante na Europa. A tríplice aliança se formou em 1882 e a tríplice entente em 1907, os governos tentaram romper o sistema de blocos, mas falharam inúmeras vezes. Cada vez mais as crises internacionais eram solucionadas por “malabarismo político”, ou seja, pela ameaça de guerra. Revoluções na periferia das sociedades plenamente “burguesas” (Revolução Russa de 1905, deixou o império czarista temporariamente incapacitado, incentivou as reivindicações no Marrocos pela Alemanha e a Revolução Turca que destruiu acordos que visavam o equilíbrio internacional no Oriente e a Áustria aproveitou a situação para anexar a Bósnia-Herzegovina, propiciando crise na Rússia desestabilizando a situação internacional. Assim as crises internas e internacionais nos últimos anos anteriores a 1914 fundiram-se.
Ao analisar todo o contexto das duas grandes guerras, Eric J. Hobsbawn questiona os marcos que limitam os estudos da Europa nesse período, para ele a gestão dos conflitos já estava latente desde oséculo XIX, como ele aponta ser uma previsão do filósofo alemão Friederich Nietzche que conseguiu perceber muito bem ao ver a Europa “dizer sim ao homem bárbaro...”. O processo de estopim das guerras não pode ser apenas um impulsionamento das modernas armas e a da aquisição de um arsenal delas pelas potências, mas uma consequência do clima de tensões que havia se instaurado na Europa entre os dois séculos.

Continue navegando