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A Ética em Enfermagem
Finalmente, depois de onze anos de esforços, espera e luta, conseguiram os enfermeiros, por intermédio do COFEN, da ABEn e dos Conselhos Regionais de Enfermagem, uma lei atualizada do exercício da enfermagem.
Uma das primeiras preocupações do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), instalado em abril de 1975, foi a existência de um documento legal no qual pudessem os futuros Conselhos Regionais (CORENs) basear-se para cumprirem sua função de órgãos disciplinadores e fiscalizadores das atividades do pessoal de enfermagem. A lei do exercício então em vigor (Lei nº 2.640/55), além de defasada - como tudo no Brasil, a enfermagem muito mudou nestas últimas décadas -, era incompleta, pois não incluía o Técnico de Enfermagem, cujo preparo só foi iniciado em 1966.
Em setembro de 1975, o COFEN, após ouvir os órgãos representativos dos profissionais e ocupacionais de enfermagem, enviou ao Ministério do Trabalho anteprojeto de lei reguladora do exercício; mas, infelizmente, forças hostis conseguiram bloquear o envio de Mensagem do Executivo ao Legislativo sobre o assunto.
Cinco anos depois, desesperançados de conseguirem a necessária atualização da lei do exercício por iniciativa do Executivo, o COREN e a ABEn recorreram ao Legislativo. Em 1980, deram entrada na Câmara dos Deputados a dois projetos de lei sobre a matéria, os quais foram transformados num projeto único - de número 3.427/80, do Deputado Nilson Gibson, e que acaba de se tornar Lei.
Muitas foram as emendas sofridas por esse Projeto nos seus quase seis anos de trânsito por Ministérios e Comissões do Congresso Nacional, tendo ele também recebido 18 vetos do Executivo.
Não importa! A Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, aí está! Quem estudar atentamente o Projeto, tal como foi aprovado pelo Congresso, e compará-lo com a Lei, verificará que os pontos essenciais foram conservados, tais como:
- reforço de obrigatoriedade de inscrição dos profissionais e ocupacionais de enfermagem no respectivo COREN (art.2º);
- obrigatoriedade da inclusão, no planejamento e programação das instruções e serviços de saúde, do planejamento e programação de enfermagem (art. 3º) e, nesta, da inclusão da prescrição da assistência de enfermagem (art. 4º) que, ao ser assinada pelo enfermeiro (assinatura acompanhada do número de sua inscrição no COREN), constituirá uma poderosa arma de fiscalização do exercício;
A Lei nº 7.498/86
Do Exercício da Enfermagem:
Art. 1º É livre o exercício da enfermagem em todo o território nacional, observadas as disposições desta lei.
Art. 6º São enfermeiros:
I - o titular do diploma de Enfermeiro conferido por instituição de ensino, nos termos da lei;
II - o titular do diploma ou certificado de Obstetriz ou de Enfermeira Obstétrica, conferido nos termos da lei;
III - o titular do diploma ou certificado de Enfermeira e a titular do diploma ou certificado de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz, ou equivalente, conferido por escola estrangeira segundo as leis do país, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de Enfermeiro, de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz;
IV - aqueles que, não abrangidos pelos incisos anteriores, obtiverem título de Enfermeiro conforme o disposto na alínea d do art. 3º do Decreto nº 50.387, de 28 de março de 1961. 
Art. 7º São Técnicos de Enfermagem:
I - o titular do diploma ou do certificado de Técnico de Enfermagem, expedido de acordo com a legislação e registrado pelo órgão competente;
II - o titular do diploma ou do certificado legalmente conferido por escola ou curso estrangeiro, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de Técnico de Enfermagem.
Art. 8º São Auxiliares de Enfermagem:
I - o titular de certificado de Auxiliar de Enfermagem conferida por instituição de ensino, nos termos da lei e registrado no órgão competente;
II - o titular de diploma a que se refere a Lei nº 2.822, de 14 de junho de 1956; 
III - o titular do diploma ou certificado a que se refere o inciso III do art. 2º da Lei nº 2.604, de 17 de setembro de 1955, expedido até a publicação da Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961;
IV - o titular de certificado de Enfermeiro Prático ou Prático de Enfermagem, expedido até 1964 pelo Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina e Farmácia, do Ministério da Saúde, ou por órgão congênere da Secretaria de Saúde nas Unidades da Federação, nos termos do Decreto-lei nº 23.774, de 22 de janeiro de 1934, do Decreto-lei nº 8.778, de 22 de janeiro de 1946, e da Lei nº 3.640, de 10 de outubro de 1959;
V - o pessoal enquadrado como Auxiliar de Enfermagem, nos termos do Decreto-lei nº 299, de 28 de fevereiro de 1967; 
VI - o titular do diploma ou certificado conferido por escola ou curso estrangeiro, segundo as leis do país, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como certificado de Auxiliar de Enfermagem.
 É possível caracterizar o exercício profissional de enfermagem em todo o território nacional, que segue as disposições pertinentes à lei nº 7.498/86 e o decreto-lei nº 94.406/87, que regulamenta a referida lei e dá outras providências. 
 O enfermeiro exerce suas atividades da sua profissão com competência de: 
 • Direção do órgão da saúde pública e privada; 
• Liderança do serviço na instituição; 
• Organização do serviço de enfermagem com o seu quadro de auxiliares e técnicos, que são subordinados ao profissional; 
• Planejamento, organização, coordenação e execução dos serviços de assistência de Enfermagem Questões legais e éticas.
O profissional de Enfermagem precisa conhecer as questões legais e éticas que regulamentam o exercício de sua profissão. Em momento algum o enfermeiro pode dizer que não conhece a referida lei de seu exercício, isentando-se de sua responsabilidade. Isto porque o Código Penal, no art. 21, diz que ‘o desconhecimento da lei é inescusável. O fazer errado constitui uma infração quando consciente de seu ato.
● Responsabilidade da Enfermagem: A argumentação dos direitos éticos, que vão transcorrer a vida inteira dos profissionais de enfermagem, vem em conformidade com os pensamentos elaborados e inseridos na ética do profissional em seu exercício ao longo do tempo. 
Por conta desse histórico, é necessário destacar a grande transformação da ciência em decorrência do avanço tecnológico da nossa atual sociedade de classes. Para Baumann (1999), "os conceitos ético-legais são imperativos vitais para a nossa sobrevivência como seres políticos que deseja evoluir sem descanso ou trégua, para que ao fim sejamos mais respeitados por nós mesmos nesta comunidade sem fronteiras". 
Para tanto o referido autor elenca casos cometidos por erros ou falhas por profissionais de saúde que de alguma forma acarretaram algum tipo de prejuízo ao paciente. 
Alguns exemplos: erros cometidos por profissionais de enfermagem no preparo ou na administração de medicamentos; casos de lesões corporais culposas causadas ao paciente por falhas no atendimento.
E por que não dizer o crescimento da globalização e do poder capitalista do mundo atual. 
De uma forma mais ampla, o enfermeiro age como transformador de todo o processo de responsabilidade social.
Lei 5.905/73
Este fato constituiu uma das maiores conquistas da enfermagem brasileira nestes últimos anos.
Até a criação dos Conselhos, os profissionais de enfermagem contavam apenas com entidades de classe de caráter científico-cultural e órgãos de defesa dos interesses de classe.
Entre as primeiras estão: Associação Brasileira de Obstetria e a União Nacional dos Auxiliares de Enfermagem. Do segundo grupo constam dois sindicatos: o de Parteiras e o de "Profissionais de Enfermagem, Técnicos, Duchistas, Massagistas e Empregados em Hospitais e Casa de Saúde".
As enfermeiras ainda não possuem o seu sindicato; estão sendo criadas Associações Profissionais de Enfermagem, que é a primeira fase no processo de organização de sindicatos.
A Associação Brasileira de Enfermagem,sociedade civil de direito privativo, de caráter cultural e assistencial, congrega as enfermeiras do País. Recentemente ampliou sua finalidade, estendendo a possibilidade de filiação às obste-trizes ou enfermeiras obstétricas e aos técnicos de enfermagem. Foi, até o presente, a entidade polivalente, que a par das atividades próprias, para o incentivo do espírito de união e cordialidade entre os membros da classe e para o aperfeiçoamento técnico-cultural dos profissionais, tem exercido a função de defesa da classe; sua voz tem sido ouvida pelas autoridades governamentais, especialmente em relação aos problemas do ensino da enfermagem.
Lei 5.905/73
Dos Direitos da Lei:
Art. 21 Negarse a ser filmado, fotografado e exposto em mídias sociais durante o desempenho de suas atividades profissionais. 
Art. 22 Recusarse a executar atividades que não sejam de sua competência técnica, científica, ética e legal ou que não ofereçam segurança ao profissional, à pessoa, à família e à coletividade.
Dos Princípios Fundamentais da Lei 5.905/73
Art. 1º – A Enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde do ser humano e da coletividade. Atua na promoção, proteção, recuperação da saúde e reabilitação das pessoas, respeitando os preceitos éticos e legais.
Art. 2º – O profissional de Enfermagem participa, como integrante da sociedade, das ações que visem satisfazer às necessidades de saúde da população.
Dos deveres da Lei 5.905/73
Art. 21 – Cumprir e fazer cumprir os preceitos éticos e legais da profissão.
Art. 22 – Exercer a enfermagem com justiça, competência, responsabilidade e honestidade.
Das proibições da lei 5.905/73:
Art. 42 – Negar assistência de Enfermagem em caso de urgência ou emergência.
Art. 43 – Abandonar o cliente em meio a tratamento sem garantia de continuidade da assistência.
Da resolubilidade da Lei 5.905/73:
Art. 71 – Cumprir as normas dos Conselhos Federal e Regionais de Enfermagem.
Art. 72 – Atender às convocações dos Conselhos Federal e Regionais de Enfermagem, no prazo determinado.
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Referências Bibliográficas:
http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/LEIS/L7498.htm
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71671986000300001

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