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DESCARTES, BACON E HUME Para entender o contexto da modernidade é importante dissertar primeiro sobre a revolução cientifica, que tem como início a Obra de Nicolau Copérnico “ Sobre a revolução dos orbes celestes”, que começa a defender que na verdade, o Sol seria o centro do sistema solar e que a Terra seria só um astro que gira ao seu redor, rompendo assim, o sistema de Ptolomeu. Essa descoberta representa uma das rupturas mais marcantes do início da modernidade, quebrando com uma ideia que existia há mais de vinte séculos. A ciência moderna surge quando se torna mais importante salvar os fenômenos e quando a hipótese, observação e experimentação se tornam critérios decisivos, suplantando o elemento metafísico. As duas principais transformações que levaram e ela são: na cosmologia, a validade do modelo heliocêntrico e na ciência, a valorização do método experimental, uma ciência ativa que se contrapõe diretamente à contemplativa dos antigos. E esse pensamento moderno é marcado por uma crise generalizada da autoridade. O humanismo colocou o homem no centro de tudo e a reforma protestante valorizou o espírito crítico e o individualismo. Dessa forma, a revolução cientifica pode ser considerada uma grande realização do espírito crítico humano que passa a questionar as verdades que os cerca, alternando com ideias críticas e ousadas, as explicações cientificas da época. Em um período de profunda crise da sociedade e da cultura europeia, em um tempo de transição entre a tradição e o novo, Descartes inaugura de forma mais acabada o pensamento moderno. Alguns consideram seu pensamento como uma extensão da Escolástica, enquanto outros consideram seu pensamento uma reforma da filosofia, assim como o protestantismo reformou o cristianismo. Para ele, a racionalidade é natural ao homem. Seu método se constitui no caminho, um procedimento que visa garantir o sucesso de uma tentativa de conhecimento, da elaboração de uma teoria científica. Sua metafísica baseia-se em regras e princípios, fundamenta-se em critérios seguros. Seu ponto de partida é a constatação da crise das ciências e do saber , em geral, em sua época. Seu maior legado está na conclusão do argumento de cogito, que consiste em encontrar no próprio pensamento a certeza que não pode ser posta em questão pelo cético, já que duvidar é pensar e a duvida pressupõe o pensamento. “Penso, logo existo”, uma refutação ao ceticismo e mesmo que não seja cético, acredita que o Ceticismo deve ser respeitado, visto que ele é responsável pelo caráter crítico, dúvidas sobre princípios e contrapor justificativas. Seu principal objetivo é a certeza imune do questionamento cético. Seu pensamento é o Raciocínio Dedutivo. Ao eliminar tudo que se pode duvidar, conclui-se que a dúvida era evidencia da existência do sujeito. Em suas meditações conclui com a duvida mais radical, para retomá-la depois como principio pedagógico e assim empreender o caminho rumo à garantia da possibilidade de conhecimento. É um defensor do dualismo mente/corpo. A virtude equivale no raciocínio adequado que deve guiar as ações, a condição mental e o conhecimento ajudam no processo. Argumenta a favor da existência de Deus, mesmo que as provas sejam circulares. Seu legado é o método da dúvida, o germe da atitude crítica introduzida pela dúvida. É o introdutor do ceticismo moderno que mais tarde é trabalhado por Kant. Seu argumento do cogito coloca diante do soliptismo, um idealismo radical, o isolamento da consciência em relação ao mundo exterior. Já Bacon que, junto com Descartes foi um dos iniciadores do pensamento moderno, tem uma visão um tanto divergente, visto que é Empirista. Há dois aspectos principais da sua contribuição filosófica: o primeiro é a concepção do pensamento crítico (teoria dos ídolos); já o segundo, é a defesa do método indutivo no conhecimento científico. Assim como Descartes, sua filosófica caracteriza-se por uma ruptura brusca com a tradição anterior. Para ele, o homem deve se despir de seus preconceitos para chegar até a verdade, assim como a técnica e conhecimentos científicos devem ser considerados instrumentos práticos de controle da natureza. O método científico que usa é o indutivo, porém não como o de Aristóteles, esse que ele critica consideravelmente, já que sua análise é um tanto superficial e exclui a possiblidade de descobertas novas surgirem. Os obstáculos que podem impedir a verdade são chamados de ídolos, estes que podem ser de tribo, que tem a ver com o próprio ser humano; de mercado, que fala sobre as relações humanas; teatro, que disserta sobre as doutrinas e caverna, que fala sobre as características individuais. Sua principal crítica aos filósofos anteriores é que os mesmos produziram filosofias de ideias e o que a humanidade precisa é de uma filosofia de obras. Por fim, o ultimo filósofo que pode ser citado é Hume, o mais radical dos empiristas. Sua posição diverge dos citados anteriormente, visto que é cética. Para ele, as ideias do real se originam de experiência e são sempre de natureza particular. Seu ceticismo trata da causalidade e identidade pessoal, das impressões e ideias. Uma tem a ver com os sentidos humanos e a outra, com as representações mentais resultantes das impressões. Questiona o modelo de Descartes por discordar de sua filosofia cartesiana. Nega que não há conexão entre o que existe e o que não existe. Dessa forma, é possível salientar que nesse caso, o empirismo acaba levando ao ceticismo e naturalismo, como no caso de Hume.
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