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DIREITOS HUMANOS E SUA ALIENAÇÃO POR PARTE DA MÍDIA Ediene Luiz Alves1 Lucas Samuel Gomes da Silva2 Marley Souza3 Talita Julia Frade4 RESUMO Não é novidade um estudo que tente comprovar a influência da mídia no pensamento das pessoas. Muitas vezes o discurso midiático é um pouco tendencioso e incompleto de informação. E em certas ocasiões ser interessado por ser uma instituição com fins lucrativos. Esse trabalho busca comprovar que a mídia impõe um equívoco preconceituoso sobre a função e a importância das garantias fundamentais e dos direitos humanos que protegem os seres humanos. A mídia há muito tem corrompido ou distorcido o significado desses direitos. Palavras chave: Direitos Humanos. Alienação. Mídia. Informação. Direito. 1 Faculdades CNEC Unaí. Graduando em Direito. Endereço: Rua Djalma Torres nº 240/403, Bairro Centro. Telefone: (38) 9908-1328 E-mail: edieneluizalves@yahoo.com.br 2 Faculdades CNEC Unaí. Graduando em Direito no Instituto de Ensino Superior Cenecista (INESC). E-mail: lucassamuel.gs@hotmail.com 3 Faculdades CNEC Unaí. Graduando em Direito no Instituto de Ensino Superior Cenecista (INESC). E-mail: marley.unai@hotmail.com 4 Faculdades CNEC Unaí. Graduando em Direito no Instituto de Ensino Superior Cenecista (INESC). E-mail: talita.jhulia@gmail.com 1. Introdução Após o término das duas grandes guerras mundiais, foi comprovada a necessidade de direitos e garantias fundamentais e universais que servissem para proteger a dignidade e a vida das pessoas contra o poder ilimitado de governantes como sublinha Regis (2009). Garantias estas que protegeriam todas as pessoas sem qualquer discriminação ou distinção de gênero, denominadas Direitos Humanos. Para os conhecedores de história ou principalmente do Direito, certamente não há dificuldade em saber o que são e pra que servem os direitos humanos. Porém, entre a população que não estuda matérias ligadas à área, há um equívoco preconceituoso sobre a função e a importância das garantias fundamentais que protegem os seres humanos, talvez pela influência da mídia que há muito tem corrompido ou distorcido o significado desses direitos. Certo é que este artigo tratou dos direitos humanos, verificando o conhecimento e as perspectivas que a população tem sobre essas questões. Para tanto, será aplicado o método indutivo acidental, tendo como público alvo apenas uma amostra da população unaiense, contudo os resultados não poderão ser ampliados de maneira genérica para toda a população. Inicialmente, usaremos a pesquisa de campo para avaliar a hipótese de que a nossa amostra tem o conhecimento equivocado sobre o que são os direitos humanos. Ante o fato, trataremos sobre a responsabilidade da mídia nesse particular. Assim, estão evidenciadas duas questões nessa pesquisa, quais sejam: a) a população realmente desconhece a função e a importância dos direitos humanos; b) a mídia realmente é, em parte, responsável por essa alienação. Essa pesquisa tem importância tanto para as ciências do direito e da sociologia, no que diz respeito a possível alienação social por parte da mídia, quanto para o cotidiano social, vez que uma população que desconhece seus direitos fundamentais pode tê-los, muitas vezes, violados e ou perder a chance de reivindicá-los, sem que se percebam a garantia de tais direitos por lei, conforme Constituição. Pode-se falar, também, em uma importância informativa nos artigos de tal matéria, visto que a mídia, como maior fonte de informação, busca somente expor notícias em que a expressão “direitos humanos” está sempre precedida por uma manchete bombástica de algum caso macabro de extrema violação da dignidade humana, e isso gera uma extrema carga negativa na expressão, depreciando, inclusive, tamanha evolução legal que se deu ao longo dos anos. Nota-se que esse desrespeito emerge da persistente desigualdade que cria a exclusão moral e, consequentemente, promove a invisibilidade e exclusão daqueles que lutam por seus direitos. Assim, com o intuito de mostrar a responsabilidade da sociedade civil e em proporcionar um discurso plural, tornando públicas as injustiças e protegendo o espaço privado, nós expomos ao diálogo ativo entre diversidades. 2. Referencial Teórico Os direitos humanos não surgiram como um big bang na Declaração Universal dos Direitos Humanos aprovada pela ONU em 1948. Como coloca João Baptista Herkenhoff (1994), os direitos fundamentais foram moldados ao longo dos séculos em diversas gerações de luta contra a opressão. E também não são frutos de uma gama de pensamentos de europeus e americanos. Foram influenciados pela luta de diversos povos. Assim Herkenhoff qualifica a Declaração Universal dos Direitos Humanos como uma conquista na difícil historia da humanidade. Mas antes para abrir oportunidade de diálogo com a pesquisa sobre o conhecimento da amostra, vamos tirar como exemplo alguns direitos fundamentais como faz Herkenhoff (1994), que elenca como alguns importantes direitos humanos: os direitos das mais diversas minorias; da proscrição de todas as marginalizações sociais; a proscrição dos preconceitos e exclusões; a proscrição da tortura e a afirmação dos direitos do preso, este direito que tem motivo de ser, mas que, ganhando um sentido paralelo, gera sentimento de revolta ao brasileiro; a exigência de condições sociais concretas que efetivem a igualdade, de modo que não seja uma promessa vã e a dignidade do trabalhador e a primazia do trabalho como fator criador da riqueza. Existe uma grande distorção na ideia do que representam os direitos humanos e qual o seu papel atualmente na sociedade brasileira e de certa forma até provoca certa aversão a essa expressão quando ouvida pelos brasileiros. Herkenhoff destaca a fundamental importância dos direitos humanos na atualidade brasileira: A ideia de Direitos Humanos é fundamental para a vida brasileira de hoje. Negações de humanismo estão presentes no nosso cotidiano: desde as grandes negações, como aquelas que marginalizam parcela ponderável do povo, até negações a varejo como, por exemplo, fazer olho cego à cena de uma pessoa atropelada na estrada. (1994, p. 49) A nossa constituição se mostra grande protetora dos direitos humanos e garantias individuais, segundo Vasconcelos (2014) tem como suas principais características os direitos sociais, políticos, de expressão, de culto e assim por diante nos direitos elencados no seu artigo 5º. Ganhando o singelo adjetivo de “A constituição cidadã” devido a sua contribuição nas mais variadas esferas da sociedade. Sobre a efetivação dos direitos fundamentais constitucionais, para Vasconcelos (2014), “o que padece é a real observância dos dispositivos lá impressos, de uma efetivação dos direitos já contemplados na mesma norma maior. Assim, devemos sair do papel e implementar na prática o que está escrito”. Então de uma esfera onde, antes de 1988, a população lutava para conquistar os direitos fundamentais, cotidianamente a luta é para efetivar pouco a pouco na sociedade os direitos anteriormente conquistados e elencados na norma maior brasileira. Para Regis (2009), às questões sobre direitos humanos, elaboradas e promulgadas nas Cartas Constitucionais apresentam formidáveis passos dados, mas consideravelmente de forma lenta, pois é necessário introduzir nos hábitos humanos a busca pelo respeito à vida e à pessoa produzindo a partir disso, resultados futuros, “como pode avaliar, essa é uma matéria sobre a qual não se pode ser imediatista e ter vistas curtas; a construção de uma ordem internacionalde proteção aos direitos humanos é trabalho para muitas e muitas décadas” (Régis, 2009, p. 137). Contudo, embora delimite os dados históricos e os conceituais, de forma que eles se interpenetram, modificam e evolui permitindo uma discussão qualificada em “as novas dimensões dos direitos humanos”, como disse Regis (2009, p. 137). Convém lembrar, a título de exemplo, as manifestações da população brasileira em 2013, reivindicando assuntos distópicos, tais como violência estatal, corrupção, depressão econômica, diversos aspectos sociais, etc., soando um alarme que consiste em avisar que se as forças opressoras que compõem o presente continuarem vencendo, nosso futuro se direcionará à catástrofe e barbárie, a partir desse pensamento a população se posicionou e demonstrou muita insatisfação com o cenário que o país se encontra, e essa concentração de milhares de pessoas em praças públicas foi intensificada pelos meios tecnológicos que mantém uma vigilância ininterrupta, toda a população se mantém conectada em tempo real pelas teletelas, assim como os atuais tablets e celulares. Dessa maneira, com relação a hiperintensificação da dimensão tecnológica que passa a não só facilitar, mas também modular os laços sociais entre uma sociedade. Ademais, vale ressaltar como fez Vasconcelos (2014) que num primeiro momento a internet mostra sua força de mobilização em massa enquanto a mídia televisiva se mostra imóvel, tratando os manifestantes como cidadãos avulsos e baderneiros. Já num segundo momento, com o aumento da mobilização popular, a mídia se mostra interessada em noticiar a situação e os protestos ganham um cunho legítimo pela mídia, como num “passe de mágica”. Essa mudança de visão gerou revolta contra a mídia por parte dos manifestantes, ganhando aos seus olhos uma visão ainda pior do que já tinham sobre as emissoras de televisão. Sobre a mídia televisiva, esta pesquisa levanta uma crítica sobre qual a sua influencia sobre a concepção da população do que são os direitos humanos partindo da concepção própria dos autores de que a mídia se encontra no papel de maior “formadora de opinião”, apoia-se essa pesquisa no pensamento de Cruz e Moura que: Por meio da mídia, vislumbra-se, atualmente, uma realidade na qual o discurso noticioso é substituído por um tipo de “discurso publicitário”, ou seja, homogeneizador de identidades estereotipado e mercadológico, a-histórico e sem aprofundamento. Por esses motivos é desprovido de reflexão. (2012, p. 91-92) Sobre a tal homogeneização de identidades é que vai tentar provar a presente pesquisa se essa homogeneização for condizente com o discurso que constantemente é ouvido e assistido nas emissoras de televisão, estará a um passo de ser comprovada a hipótese da pesquisa sobre os Direitos Humanos. Sobre a questão mídia/direitos humanos, para Cruz e Moura (2012) há um discurso muito carente e superficial de conteúdo, levando a uma simplificação do que é um assunto bastante complexo, consequentemente trazendo às vozes da população uma ideia pré-concebida de forma errada “nesse cenário, portanto, que os meios de comunicação fomentam o pensamento rápido e miserável, pobre e acrítico” (Cruz e Moura, 2012, p. 92). Assim se torna impossível a correção por senso próprio do telespectador já que no sistema educacional, tanto nas fases fundamentais quanto no ensino superior, o aprendizado sobre esse tema é totalmente falho. Para conseguir audiência e consequentemente mais riqueza, a mídia utiliza informações sensacionalistas, buscando captar a atenção das pessoas pela emotividade, usando os fait drivers5. Essa má influencia na concepção de direitos humanos se mostra claramente nos programas sensacionalistas de cunho investigativo como suscitam Cruz e Moura (2012, p. 92) que “buscam única e exclusivamente a audiência sob o véu falacioso da justiça, do ajudar pessoas, assiste-se à banalização da violência” e ainda reforçam sobre a questão dos direitos humanos que “ocupam um espaço pífio na agenda midiática e, quando ocupam, são apresentados de forma distorcida, como um “problema de polícia”, reduzindo a complexidade do tema” (2012, p. 93). E é sobre esse mesmo pensamento que se levanta e se apoia a hipótese da presente pesquisa, de que a mídia tem papel chave na opinião equivocada e homogênea da população sobre essa matéria humana de extrema importância que são os Direitos Humanos e fundamentais. 5 Informação sensacionalista que tendem a relegar os indivíduos à passividade e à manipulação obscurecendo a natureza e os efeitos do poder vigente. 3. Metodologia Neste capítulo está descrita a metodologia utilizada na confecção deste artigo. Como metodologia entende-se a forma utilizada para recolher e enumerar os dados. Trata-se de uma pesquisa de campo cujo instrumento de pesquisa foi o questionário, e a forma escolhida para sua aplicação em campo foi a forma acidental de pesquisa não probabilística ou segundo Lakatos e Marconi (2003, p. 188) “pesquisa de campo experimental usando procedimentos específicos para a coleta de dados”. 3.1. Tipo e descrição geral da pesquisa (técnicas de pesquisa ou estratégias escolhidas para coletar os dados) Destaca-se logo que se trata de um estudo do tipo descritivo, já que “os fatos são observados, registrados, analisados, classificados e interpretados, sem que o pesquisador interfira neles” (ANDRADE, 2010, p. 112). Isso é de grande importância devido ao fato da pesquisa já supor uma opinião pré-moldada da amostra. A estratégia escolhida para coletar os dados foi a acidental usando procedimentos específicos para a coleta de dados, como descrevem Lakatos e Marconi: Os estudos que usam procedimentos específicos para coleta de dados para o desenvolvimento de idéias são aqueles estudos exploratórios que utilizam exclusivamente um dado procedimento, como, por exemplo, análise de conteúdo, para extrair generalizações com o propósito de produzir categorias conceituais que possam vir a ser operacionalizadas em um estudo subseqüente. Dessa fonna, não apresentam descrições quantitativas exatas entre as variáveis detenninadas; (2003, p. 188). 3.2. Da amostra Como citado acima, o tamanho amostra foi escolhido pelos pesquisadores. Inicialmente a amostra seria composta por 100 pessoas, ou seja, foram aplicados 100 questionários. Entretanto, por fim foram respondidos 91 questionários. 9 não foram devolvidos e 1 foi retirado do montante. O que deu um total de 90 questionários para a tabulação dos dados. A amostra no geral é composta de indivíduos com faixa etária mista de 15 à 61 anos. Os indivíduos da amostra de ensino fundamental já são pessoas de idade avançada (44,50,61); Na amostra de Ensino médio há pessoas das mais variadas idades: desde 15 anos até 59 anos; As pessoas que estão cursando o Ensino superior há preponderância de jovens entre 18 e 22 anos; Nos pesquisados de Ensino superior completo também é composta por faixa etária mais elevada, em sua maioria por pessoas de mais de 25 anos. (20-54) 3.3. Do questionário O questionário foi composto inicialmente por 14 questões. Após a realização de um pré-teste, que será descrito a seguir, foram retiradas 4 questões, sobrando 10 questões. 3.4. Do pré-teste O pré-teste foi aplicado com 5 pessoas de escolaridades diversas e todas tiveram problemas para entender as mesmas questões. Além dos problemas de interpretação, algumas questões passaram por uma correção ortográfica. Foram retiradas 4 questões porque os entrevistados não conseguiram entender as perguntas ou acharam-nas sem sentido. 4. Análisede resultados Nesse capítulo são analisados os dados obtidos na pesquisa utilizando gráficos como forma de analise é feita uma breve reflexão sobre os resultados obtidos e qual o significado desses resultados. Além disso, é feita uma comparação com os pensamentos dos pensadores utilizados como referência, a fim de comprovar a hipótese levantada no início da pesquisa. Lembrando que os resultados aqui obtidos e as conclusões tiradas se restringem à amostra da pesquisa e não poderão ser ampliados de maneira genérica para toda a população. 1- Sobre as afirmações: a) A Constituição Federal do Brasil tem forte influência dos Direitos humanos e fundamentais. b) A Constituição Federal tem cumprido seu papel de ditar e proteger os Direitos fundamentais do brasileiro. Sobre o que foi colocado acima, você: Sobre o gráfico acima é necessária uma analise mais atenciosa. De acordo com os dados e as alternativas apresentadas. Dentre as pessoas que discordaram, que foram a maioria (70 pessoas) 28% da amostra discorda da primeira questão e 72% discorda da segunda. O que casa perfeitamente com o pensamento de Vasconcellos (2014) quando ele diz que os direitos que anteriormente foram conquistados pelo povo foram positivados, mas não efetivados, que devem “sair do papel e implementá-los na sociedade”. 2-Qual a importância dos direitos humanos no seu dia a dia? No gráfico a seguir é possível notar que a amostra tem consciência da importância dos direitos humanos e fundamentais no seu cotidiano, e isso foi demonstrado no questionário, mas quando indagados pelos pesquisadores sobre o porque e qual essa importância, muitos se mostravam incertos na sua resposta. O que demonstra um conhecimento deficiente sobre seus direitos fundamentais. Ou seja, “um pensamento pobre e acrítico” como destacam Cruz e Moura (2012, p. 92). 22% 6% 50% 22% concordaram com as duas discordaram da primeira discordaram da segunda discordaram de ambas Extremamente importantes 75% Razoavelmente importantes 19% Pouco importantes 6% Nenhuma importância 0% Extremamente importantes Razoavelmente importantes Tem pouca Importância Não tem nenhuma importância 2- Com relação à aplicação das leis relativas aos direitos humanos e fundamentais, você está: Com relação a esta pergunta pode-se praticamente dizer que 90% da amostra encontra-se insatisfeita, visto que as pessoas que se disseram “pouco satisfeitas” demonstraram grande sentimento de insatisfação, mas justificaram que ”não podiam reclamar de tudo”. Deve-se fazer um contrapeso dessa insatisfação com o pensamento de Vasconcelos (2014). 4- Os direitos humanos feridos em tempos de guerra e ditadura são respeitados na atualidade? Nessa questão houve um desconhecimento da amostra com relação aos direitos feridos em tempos de guerra e ditadura. O que aconteceu foi uma reafirmação do pensamento de Vasconcellos (2014) na primeira questão. A amostra acha que não tem seus direitos efetivados, mas não sabem ao certo quais direitos lhes faltam. Muito satisfeito 10% Pouco satisfeito 40% Insatisfeito 50% Muito satisfeito Pouco satisfeito Insatisfeito São respeitados 3% Alguns 85% Não são respeitados 12%São respeitados Alguns Não são respeitados 5- Qual o direito mais conquistado no século XX? Nessa questão a amostra demonstrou certo equilíbrio nas opiniões. Entretanto os indivíduos acham que o século XX foi o século da liberdade. Sem dúvida essa opinião da amostra é movida pelo sentimento de libertação pós-ditadura. Talvez por erro, ao mencionar a ditadura militar em uma questão anterior, o próprio pesquisador pode ter parte de influencia nessa resposta, mas minimamente. 6- O ser humano se comove mais com acontecimentos positivos ou com acontecimentos negativos? Essa questão é importante para que possa ser compreendida a função da mídia na alienação dos direitos humanos e consequentemente para que esta pesquisa possa alcançar o objetivo. A amostra demonstrou claramente que é mais suscetível de comoção quando são explorados seus sentimentos com relação a algum acontecimento negativo. Portanto, pode-se refletir sobre a hipótese de Cruz e Moura (2012) sobre a mídia usufruir dos fait drivers e explorar a emotividade dos telespectadores sob o véu falho da justiça e consequentemente causar um entendimento errôneo nas pessoas sobre Liberdade 45% Igualdade 24% Fraternidade 8% Informação 23% Liberdade Igualdade Fraternidade Informação Acontecimentos positivos 14% Acontecimentos negativos 86% a verdadeira causa dos direitos humanos que é proteger os seres humanos como um todo, pois sem essa proteção os homens estariam suscetíveis a atrocidades e tirania como ocorreu no século XX. 7- Os direitos humanos são respeitados sem discriminação no Brasil? Nessa questão constata-se que a amostra considera que os direitos humanos não são efetivos de forma universal como reza a sua carta. Houve um equilíbrio entre as opções “Não” e “Razoavelmente”, já ocorrido anteriormente nesse trabalho, o que leva a refletir sobre a hipótese dos indivíduos evitarem respostas ao extremo, talvez por falta de conhecimento, ou quem sabe, por realmente achar que a situação das leis relativas aos direitos humanos não é, nem desastrosa, nem tão perfeita. 8- As manifestações no Brasil estão surtindo algum efeito? Sim 8% Razoavelmente 43% Não 44% Não sei 5% Sim Razoavelmente Não Não sei Muito efeito 11% Pouco efeito 51% Nenhum efeito 38% Muito efeito Pouco efeito Nenhum efeito Ao analisar a resposta da amostra perante essa questão, os indivíduos se mostraram descrentes quanto à eficácia das manifestações no Brasil. Vasconcellos (2014) chama atenção para a substancial mudança de opinião da mídia televisiva com relação às manifestações. Num primeiro momento a mídia televisiva não deu importância aos manifestantes, os tratando como baderneiros. Então faz-se necessária a reflexão sobre como a mídia tem noticiado a eficácia das manifestações, porque os noticiários são a maior fonte de informações em nível nacional e é por eles que a população se mantém informada sobre o que acontece no país inteiro. 9- Qual área demonstra mais desequilíbrio atualmente no Brasil? Mais da metade da amostra tem a opinião de que a área política é a área que mais precisa de ajustes no Brasil. Numa época de escândalos de corrupção na política, esse resultado já era esperado. O que trás a necessidade de refletir novamente sobre a influência da mídia e a utilização de fait drivers e exploração da emotividade e falta de conhecimento dos telespectadores. As notícias sobre a reforma política sendo votada nas casas legislativas nacionais são repassadas em poucos segundos que mal prendem a atenção das pessoas que não compreendem os termos técnicos da área jurídica utilizados pelo âncora do jornal. Termos que ele mesmo mal compreende, pois sua formação na área jornalistica o limita. Um discurso sem qualquer possibilidade de crítica, por falta de conhecimento daa população. Essa mesma falta de conhecimento alimenta a revolta Social 23% Política 56% Agrária 2% Tributária 19% Social Política Agrária Tributária criada por manchetes sensacionalistas que exaltam os grandes escândalos de corrupção. Deixando clara a intenção da mídia em simplesmente lucrar com o que as pessoas entendem e não repassar informações valiosas de forma que possam ser aprendidas e compreendidas. 10- Direitos humanos só servem pra proteger bandido? Tomando de ganchoa analise da questão 6 desse artigo é que se faz a analise dessa ultima questão. 83% da amostra considera que direitos humanos só servem para proteger bandido, salvo algumas ressalvas que alguns fizeram am sua justificativa. Seguindo uma previsão despretensiosa dos pesquisadores sobre as opiniões da amostra, essa ultima questão contou com uma justificativa de resposta em aberto, para que as pessoas pudessem, além de responder, expor sua opinião sobre o tema. Nas justificativas o que se percebeu foi uma homogeneização de ideias, comprovando o que dizem Cruz e Moura (2012). A mídia, tratando os direitos humanos como protetores dos bandidos nos programas sensacionalistas que exploram o sentimento de revolta da população, pode ser um dos fatores que levaram a amostra a dar opiniões homogêneas como “o cidadão de bem vive preso Concordo plenamente 47% Concordo em parte 36% Discordo em parte 14% Discordo plenamente 3% Concordo plenamente Concordo em parte Discordo em parte Discordo plenamente em casa e o bandido vive solto na rua” na maioria esmagadora das respostas em aberto da amostra da pesquisa. Os aspectos citados por Cruz e Moura (2012) como a facilidade em manipulação da massa e formação de opinião, o pensamento acrítico, o sentimento de revolta explorado e instigado na população pela mídia, juntamente com as negações de humanismo cotidianas expostas por Herkenhoff (1994) são uma mistura perigosa contra a cidadania. 5. Considerações Finais De acordo com a analise de resultados, foi possível chegar à conclusão que a pesquisa alcançou seus dois objetivos, constatando uma alienação da ideia de direitos humanos e também certa participação da mídia nessa alienação. Claro que a pesquisa se restringiu à amostra e isso não pode ser generalizado para a população no âmbito geral. Diante disso, após as conclusões tiradas sobre a amostra nesse artigo, propõe-se para que em futuras pesquisas do mesmo tema, sejam feitos trabalhos estatísticos mais profundos para que possam ser generalizadas as hipóteses comprovadas dessa amostra para a sociedade em seu todo. Visto que as conclusões tiradas dessa amostra, se ampliadas para a sociedade inteira, podem levar a reflexões que alterem, inclusive, a forma que brasileiro enxerga a mídia. A presente pesquisa pode servir de base para outras pesquisas futuras e também pode servir de diálogo com outras pesquisas sobre o tema, já que há algumas pesquisas com o mesmo tema, mas diferentes abordagens sobre esse assunto polêmico. E como proposto inicialmente, a pesquisa se justificava a abrir um diálogo e reflexão sobre o assunto, visando acabar com a distorção na ideia dos direitos humanos. Interpessoalmente, os pesquisadores propõe que sejam abertos diálogos em escolas e locais públicos, usando trabalhos como esse de base teórica, pois o diálogo pode ajudar a acabar com essa distorção que acontece na sociedade contemporânea. Referências Bibliográficas ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à Metodologia do Trabalho Científico: elaboração de trabalhos na graduação. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010. CRUZ, Fábio Souza da; MOURA, Marcelo Oliveira de. Os Direitos Humanos como produto: reflexões sobre a informação e a cultura da mídia. Sequência (Florianópolis), Florianópolis, n. 65, p. 79-102, dez. 2012 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2177- 70552012000200005&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 09 maio 2015. http://dx.doi.org/10.5007/2177-7055.2012v33n65p79. HERKENHOFF, João Baptista. Curso de Direitos Humanos: Gênese dos Direitos Humanos. São Paulo: Editora Acadêmica, 1994. MARCONI, Marina de Andrade. LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de Metodologia Científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003. VASCONCELOS, Adaylson Wagner Sousa de. Direitos humanos, movimentos sociais e mídia. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XVII, n. 124, maio 2014. Disponível em: <http://www.ambito- juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=14720>. Acesso em maio 2015.
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