Buscar

DIREITOS HUMANOS E SUA ALIENAÇÃO POR PARTE DA MÍDIA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITOS HUMANOS E SUA ALIENAÇÃO POR PARTE DA MÍDIA 
 
Ediene Luiz Alves1 
Lucas Samuel Gomes da Silva2 
Marley Souza3 
Talita Julia Frade4 
 
RESUMO 
Não é novidade um estudo que tente comprovar a influência da mídia no 
pensamento das pessoas. Muitas vezes o discurso midiático é um pouco 
tendencioso e incompleto de informação. E em certas ocasiões ser interessado por 
ser uma instituição com fins lucrativos. Esse trabalho busca comprovar que a mídia 
impõe um equívoco preconceituoso sobre a função e a importância das garantias 
fundamentais e dos direitos humanos que protegem os seres humanos. A mídia há 
muito tem corrompido ou distorcido o significado desses direitos. 
Palavras chave: Direitos Humanos. Alienação. Mídia. Informação. Direito. 
 
 
 
 
 
 
 
1 Faculdades CNEC Unaí. Graduando em Direito. Endereço: Rua Djalma Torres nº 240/403, 
Bairro Centro. Telefone: (38) 9908-1328 E-mail: edieneluizalves@yahoo.com.br 
2 Faculdades CNEC Unaí. Graduando em Direito no Instituto de Ensino Superior Cenecista 
(INESC). E-mail: lucassamuel.gs@hotmail.com 
3 Faculdades CNEC Unaí. Graduando em Direito no Instituto de Ensino Superior Cenecista 
(INESC). E-mail: marley.unai@hotmail.com 
4 Faculdades CNEC Unaí. Graduando em Direito no Instituto de Ensino Superior Cenecista 
(INESC). E-mail: talita.jhulia@gmail.com 
 
1. Introdução 
Após o término das duas grandes guerras mundiais, foi comprovada a necessidade 
de direitos e garantias fundamentais e universais que servissem para proteger a 
dignidade e a vida das pessoas contra o poder ilimitado de governantes como 
sublinha Regis (2009). Garantias estas que protegeriam todas as pessoas sem 
qualquer discriminação ou distinção de gênero, denominadas Direitos Humanos. 
Para os conhecedores de história ou principalmente do Direito, certamente não há 
dificuldade em saber o que são e pra que servem os direitos humanos. Porém, entre 
a população que não estuda matérias ligadas à área, há um equívoco 
preconceituoso sobre a função e a importância das garantias fundamentais que 
protegem os seres humanos, talvez pela influência da mídia que há muito tem 
corrompido ou distorcido o significado desses direitos. 
Certo é que este artigo tratou dos direitos humanos, verificando o conhecimento e as 
perspectivas que a população tem sobre essas questões. Para tanto, será aplicado o 
método indutivo acidental, tendo como público alvo apenas uma amostra da 
população unaiense, contudo os resultados não poderão ser ampliados de maneira 
genérica para toda a população. 
Inicialmente, usaremos a pesquisa de campo para avaliar a hipótese de que a nossa 
amostra tem o conhecimento equivocado sobre o que são os direitos humanos. Ante 
o fato, trataremos sobre a responsabilidade da mídia nesse particular. 
Assim, estão evidenciadas duas questões nessa pesquisa, quais sejam: a) a 
população realmente desconhece a função e a importância dos direitos humanos; b) 
a mídia realmente é, em parte, responsável por essa alienação. 
Essa pesquisa tem importância tanto para as ciências do direito e da sociologia, no 
que diz respeito a possível alienação social por parte da mídia, quanto para o 
cotidiano social, vez que uma população que desconhece seus direitos 
fundamentais pode tê-los, muitas vezes, violados e ou perder a chance de 
reivindicá-los, sem que se percebam a garantia de tais direitos por lei, conforme 
Constituição. 
 
Pode-se falar, também, em uma importância informativa nos artigos de tal matéria, 
visto que a mídia, como maior fonte de informação, busca somente expor notícias 
em que a expressão “direitos humanos” está sempre precedida por uma manchete 
bombástica de algum caso macabro de extrema violação da dignidade humana, e 
isso gera uma extrema carga negativa na expressão, depreciando, inclusive, 
tamanha evolução legal que se deu ao longo dos anos. 
Nota-se que esse desrespeito emerge da persistente desigualdade que cria a 
exclusão moral e, consequentemente, promove a invisibilidade e exclusão daqueles 
que lutam por seus direitos. 
Assim, com o intuito de mostrar a responsabilidade da sociedade civil e em 
proporcionar um discurso plural, tornando públicas as injustiças e protegendo o 
espaço privado, nós expomos ao diálogo ativo entre diversidades. 
2. Referencial Teórico 
Os direitos humanos não surgiram como um big bang na Declaração Universal dos 
Direitos Humanos aprovada pela ONU em 1948. Como coloca João Baptista 
Herkenhoff (1994), os direitos fundamentais foram moldados ao longo dos séculos 
em diversas gerações de luta contra a opressão. E também não são frutos de uma 
gama de pensamentos de europeus e americanos. Foram influenciados pela luta de 
diversos povos. Assim Herkenhoff qualifica a Declaração Universal dos Direitos 
Humanos como uma conquista na difícil historia da humanidade. 
Mas antes para abrir oportunidade de diálogo com a pesquisa sobre o conhecimento 
da amostra, vamos tirar como exemplo alguns direitos fundamentais como faz 
Herkenhoff (1994), que elenca como alguns importantes direitos humanos: os 
direitos das mais diversas minorias; da proscrição de todas as marginalizações 
sociais; a proscrição dos preconceitos e exclusões; a proscrição da tortura e a 
afirmação dos direitos do preso, este direito que tem motivo de ser, mas que, 
ganhando um sentido paralelo, gera sentimento de revolta ao brasileiro; a exigência 
de condições sociais concretas que efetivem a igualdade, de modo que não seja 
uma promessa vã e a dignidade do trabalhador e a primazia do trabalho como fator 
criador da riqueza. 
 
Existe uma grande distorção na ideia do que representam os direitos humanos e 
qual o seu papel atualmente na sociedade brasileira e de certa forma até provoca 
certa aversão a essa expressão quando ouvida pelos brasileiros. Herkenhoff destaca 
a fundamental importância dos direitos humanos na atualidade brasileira: 
A ideia de Direitos Humanos é fundamental para a vida brasileira de 
hoje. Negações de humanismo estão presentes no nosso cotidiano: 
desde as grandes negações, como aquelas que marginalizam 
parcela ponderável do povo, até negações a varejo como, por 
exemplo, fazer olho cego à cena de uma pessoa atropelada na 
estrada. (1994, p. 49) 
A nossa constituição se mostra grande protetora dos direitos humanos e garantias 
individuais, segundo Vasconcelos (2014) tem como suas principais características 
os direitos sociais, políticos, de expressão, de culto e assim por diante nos direitos 
elencados no seu artigo 5º. Ganhando o singelo adjetivo de “A constituição cidadã” 
devido a sua contribuição nas mais variadas esferas da sociedade. 
Sobre a efetivação dos direitos fundamentais constitucionais, para Vasconcelos 
(2014), “o que padece é a real observância dos dispositivos lá impressos, de uma 
efetivação dos direitos já contemplados na mesma norma maior. Assim, devemos 
sair do papel e implementar na prática o que está escrito”. Então de uma esfera 
onde, antes de 1988, a população lutava para conquistar os direitos fundamentais, 
cotidianamente a luta é para efetivar pouco a pouco na sociedade os direitos 
anteriormente conquistados e elencados na norma maior brasileira. 
Para Regis (2009), às questões sobre direitos humanos, elaboradas e promulgadas 
nas Cartas Constitucionais apresentam formidáveis passos dados, mas 
consideravelmente de forma lenta, pois é necessário introduzir nos hábitos humanos 
a busca pelo respeito à vida e à pessoa produzindo a partir disso, resultados futuros, 
“como pode avaliar, essa é uma matéria sobre a qual não se pode ser imediatista e 
ter vistas curtas; a construção de uma ordem internacionalde proteção aos direitos 
humanos é trabalho para muitas e muitas décadas” (Régis, 2009, p. 137). Contudo, 
embora delimite os dados históricos e os conceituais, de forma que eles se 
interpenetram, modificam e evolui permitindo uma discussão qualificada em “as 
novas dimensões dos direitos humanos”, como disse Regis (2009, p. 137). 
 
Convém lembrar, a título de exemplo, as manifestações da população brasileira em 
2013, reivindicando assuntos distópicos, tais como violência estatal, corrupção, 
depressão econômica, diversos aspectos sociais, etc., soando um alarme que 
consiste em avisar que se as forças opressoras que compõem o presente 
continuarem vencendo, nosso futuro se direcionará à catástrofe e barbárie, a partir 
desse pensamento a população se posicionou e demonstrou muita insatisfação com 
o cenário que o país se encontra, e essa concentração de milhares de pessoas em 
praças públicas foi intensificada pelos meios tecnológicos que mantém uma 
vigilância ininterrupta, toda a população se mantém conectada em tempo real pelas 
teletelas, assim como os atuais tablets e celulares. Dessa maneira, com relação a 
hiperintensificação da dimensão tecnológica que passa a não só facilitar, mas 
também modular os laços sociais entre uma sociedade. 
Ademais, vale ressaltar como fez Vasconcelos (2014) que num primeiro momento a 
internet mostra sua força de mobilização em massa enquanto a mídia televisiva se 
mostra imóvel, tratando os manifestantes como cidadãos avulsos e baderneiros. Já 
num segundo momento, com o aumento da mobilização popular, a mídia se mostra 
interessada em noticiar a situação e os protestos ganham um cunho legítimo pela 
mídia, como num “passe de mágica”. Essa mudança de visão gerou revolta contra a 
mídia por parte dos manifestantes, ganhando aos seus olhos uma visão ainda pior 
do que já tinham sobre as emissoras de televisão. 
Sobre a mídia televisiva, esta pesquisa levanta uma crítica sobre qual a sua 
influencia sobre a concepção da população do que são os direitos humanos partindo 
da concepção própria dos autores de que a mídia se encontra no papel de maior 
“formadora de opinião”, apoia-se essa pesquisa no pensamento de Cruz e Moura 
que: 
Por meio da mídia, vislumbra-se, atualmente, uma realidade na qual 
o discurso noticioso é substituído por um tipo de “discurso 
publicitário”, ou seja, homogeneizador de identidades estereotipado e 
mercadológico, a-histórico e sem aprofundamento. Por esses 
motivos é desprovido de reflexão. (2012, p. 91-92) 
Sobre a tal homogeneização de identidades é que vai tentar provar a presente 
pesquisa se essa homogeneização for condizente com o discurso que 
 
constantemente é ouvido e assistido nas emissoras de televisão, estará a um passo 
de ser comprovada a hipótese da pesquisa sobre os Direitos Humanos. 
Sobre a questão mídia/direitos humanos, para Cruz e Moura (2012) há um discurso 
muito carente e superficial de conteúdo, levando a uma simplificação do que é um 
assunto bastante complexo, consequentemente trazendo às vozes da população 
uma ideia pré-concebida de forma errada “nesse cenário, portanto, que os meios de 
comunicação fomentam o pensamento rápido e miserável, pobre e acrítico” (Cruz e 
Moura, 2012, p. 92). Assim se torna impossível a correção por senso próprio do 
telespectador já que no sistema educacional, tanto nas fases fundamentais quanto 
no ensino superior, o aprendizado sobre esse tema é totalmente falho. 
Para conseguir audiência e consequentemente mais riqueza, a mídia utiliza 
informações sensacionalistas, buscando captar a atenção das pessoas pela 
emotividade, usando os fait drivers5. Essa má influencia na concepção de direitos 
humanos se mostra claramente nos programas sensacionalistas de cunho 
investigativo como suscitam Cruz e Moura (2012, p. 92) que “buscam única e 
exclusivamente a audiência sob o véu falacioso da justiça, do ajudar pessoas, 
assiste-se à banalização da violência” e ainda reforçam sobre a questão dos direitos 
humanos que “ocupam um espaço pífio na agenda midiática e, quando ocupam, são 
apresentados de forma distorcida, como um “problema de polícia”, reduzindo a 
complexidade do tema” (2012, p. 93). E é sobre esse mesmo pensamento que se 
levanta e se apoia a hipótese da presente pesquisa, de que a mídia tem papel chave 
na opinião equivocada e homogênea da população sobre essa matéria humana de 
extrema importância que são os Direitos Humanos e fundamentais. 
 
 
 
 
 
5 Informação sensacionalista que tendem a relegar os indivíduos à passividade e à manipulação 
obscurecendo a natureza e os efeitos do poder vigente. 
 
3. Metodologia 
Neste capítulo está descrita a metodologia utilizada na confecção deste artigo. 
Como metodologia entende-se a forma utilizada para recolher e enumerar os dados. 
Trata-se de uma pesquisa de campo cujo instrumento de pesquisa foi o questionário, 
e a forma escolhida para sua aplicação em campo foi a forma acidental de pesquisa 
não probabilística ou segundo Lakatos e Marconi (2003, p. 188) “pesquisa de campo 
experimental usando procedimentos específicos para a coleta de dados”. 
3.1. Tipo e descrição geral da pesquisa (técnicas de pesquisa ou estratégias 
escolhidas para coletar os dados) 
Destaca-se logo que se trata de um estudo do tipo descritivo, já que “os fatos são 
observados, registrados, analisados, classificados e interpretados, sem que o 
pesquisador interfira neles” (ANDRADE, 2010, p. 112). Isso é de grande importância 
devido ao fato da pesquisa já supor uma opinião pré-moldada da amostra. A 
estratégia escolhida para coletar os dados foi a acidental usando procedimentos 
específicos para a coleta de dados, como descrevem Lakatos e Marconi: 
Os estudos que usam procedimentos específicos para coleta de 
dados para o desenvolvimento de idéias são aqueles estudos 
exploratórios que utilizam exclusivamente um dado procedimento, 
como, por exemplo, análise de conteúdo, para extrair generalizações 
com o propósito de produzir categorias conceituais que possam vir a 
ser operacionalizadas em um estudo subseqüente. Dessa fonna, não 
apresentam descrições quantitativas exatas entre as variáveis 
detenninadas; (2003, p. 188). 
3.2. Da amostra 
Como citado acima, o tamanho amostra foi escolhido pelos pesquisadores. 
Inicialmente a amostra seria composta por 100 pessoas, ou seja, foram aplicados 
100 questionários. Entretanto, por fim foram respondidos 91 questionários. 9 não 
foram devolvidos e 1 foi retirado do montante. O que deu um total de 90 
questionários para a tabulação dos dados. 
A amostra no geral é composta de indivíduos com faixa etária mista de 15 à 61 
anos. Os indivíduos da amostra de ensino fundamental já são pessoas de idade 
avançada (44,50,61); Na amostra de Ensino médio há pessoas das mais variadas 
 
idades: desde 15 anos até 59 anos; As pessoas que estão cursando o Ensino 
superior há preponderância de jovens entre 18 e 22 anos; Nos pesquisados de 
Ensino superior completo também é composta por faixa etária mais elevada, em sua 
maioria por pessoas de mais de 25 anos. (20-54) 
3.3. Do questionário 
O questionário foi composto inicialmente por 14 questões. Após a realização de um 
pré-teste, que será descrito a seguir, foram retiradas 4 questões, sobrando 10 
questões. 
3.4. Do pré-teste 
O pré-teste foi aplicado com 5 pessoas de escolaridades diversas e todas tiveram 
problemas para entender as mesmas questões. Além dos problemas de 
interpretação, algumas questões passaram por uma correção ortográfica. Foram 
retiradas 4 questões porque os entrevistados não conseguiram entender as 
perguntas ou acharam-nas sem sentido. 
4. Análisede resultados 
Nesse capítulo são analisados os dados obtidos na pesquisa utilizando gráficos 
como forma de analise é feita uma breve reflexão sobre os resultados obtidos e qual 
o significado desses resultados. Além disso, é feita uma comparação com os 
pensamentos dos pensadores utilizados como referência, a fim de comprovar a 
hipótese levantada no início da pesquisa. Lembrando que os resultados aqui obtidos 
e as conclusões tiradas se restringem à amostra da pesquisa e não poderão ser 
ampliados de maneira genérica para toda a população. 
1- Sobre as afirmações: 
a) A Constituição Federal do Brasil tem forte influência dos Direitos humanos e 
fundamentais. 
b) A Constituição Federal tem cumprido seu papel de ditar e proteger os 
Direitos fundamentais do brasileiro. 
 
Sobre o que foi colocado acima, você: 
 
Sobre o gráfico acima é necessária uma analise mais atenciosa. De acordo com os 
dados e as alternativas apresentadas. Dentre as pessoas que discordaram, que 
foram a maioria (70 pessoas) 28% da amostra discorda da primeira questão e 72% 
discorda da segunda. O que casa perfeitamente com o pensamento de Vasconcellos 
(2014) quando ele diz que os direitos que anteriormente foram conquistados pelo 
povo foram positivados, mas não efetivados, que devem “sair do papel e 
implementá-los na sociedade”. 
2-Qual a importância dos direitos humanos no seu dia a dia? 
 
No gráfico a seguir é possível notar que a amostra tem consciência da importância 
dos direitos humanos e fundamentais no seu cotidiano, e isso foi demonstrado no 
questionário, mas quando indagados pelos pesquisadores sobre o porque e qual 
essa importância, muitos se mostravam incertos na sua resposta. O que demonstra 
um conhecimento deficiente sobre seus direitos fundamentais. Ou seja, “um 
pensamento pobre e acrítico” como destacam Cruz e Moura (2012, p. 92). 
22%
6%
50%
22%
concordaram com as duas
discordaram da primeira
discordaram da segunda
discordaram de ambas
Extremamente 
importantes
75%
Razoavelmente 
importantes
19%
Pouco
importantes
6%
Nenhuma 
importância
0%
Extremamente importantes Razoavelmente importantes
Tem pouca Importância Não tem nenhuma importância
 
2- Com relação à aplicação das leis relativas aos direitos humanos e 
fundamentais, você está: 
 
Com relação a esta pergunta pode-se praticamente dizer que 90% da amostra 
encontra-se insatisfeita, visto que as pessoas que se disseram “pouco satisfeitas” 
demonstraram grande sentimento de insatisfação, mas justificaram que ”não podiam 
reclamar de tudo”. Deve-se fazer um contrapeso dessa insatisfação com o 
pensamento de Vasconcelos (2014). 
4- Os direitos humanos feridos em tempos de guerra e ditadura são 
respeitados na atualidade? 
 
Nessa questão houve um desconhecimento da amostra com relação aos direitos 
feridos em tempos de guerra e ditadura. O que aconteceu foi uma reafirmação do 
pensamento de Vasconcellos (2014) na primeira questão. A amostra acha que não 
tem seus direitos efetivados, mas não sabem ao certo quais direitos lhes faltam. 
 
Muito satisfeito
10%
Pouco 
satisfeito
40%
Insatisfeito
50%
Muito satisfeito Pouco satisfeito Insatisfeito
São respeitados
3%
Alguns
85%
Não são 
respeitados
12%São respeitados
Alguns
Não são respeitados
 
5- Qual o direito mais conquistado no século XX? 
 
Nessa questão a amostra demonstrou certo equilíbrio nas opiniões. Entretanto os 
indivíduos acham que o século XX foi o século da liberdade. Sem dúvida essa 
opinião da amostra é movida pelo sentimento de libertação pós-ditadura. Talvez por 
erro, ao mencionar a ditadura militar em uma questão anterior, o próprio pesquisador 
pode ter parte de influencia nessa resposta, mas minimamente. 
6- O ser humano se comove mais com acontecimentos positivos ou com 
acontecimentos negativos? 
 
Essa questão é importante para que possa ser compreendida a função da mídia na 
alienação dos direitos humanos e consequentemente para que esta pesquisa possa 
alcançar o objetivo. A amostra demonstrou claramente que é mais suscetível de 
comoção quando são explorados seus sentimentos com relação a algum 
acontecimento negativo. 
Portanto, pode-se refletir sobre a hipótese de Cruz e Moura (2012) sobre a mídia 
usufruir dos fait drivers e explorar a emotividade dos telespectadores sob o véu falho 
da justiça e consequentemente causar um entendimento errôneo nas pessoas sobre 
Liberdade
45%
Igualdade
24%
Fraternidade
8%
Informação
23%
Liberdade
Igualdade
Fraternidade
Informação
Acontecimentos 
positivos
14%
Acontecimentos 
negativos
86%
 
a verdadeira causa dos direitos humanos que é proteger os seres humanos como 
um todo, pois sem essa proteção os homens estariam suscetíveis a atrocidades e 
tirania como ocorreu no século XX. 
7- Os direitos humanos são respeitados sem discriminação no Brasil? 
 
Nessa questão constata-se que a amostra considera que os direitos humanos não 
são efetivos de forma universal como reza a sua carta. Houve um equilíbrio entre as 
opções “Não” e “Razoavelmente”, já ocorrido anteriormente nesse trabalho, o que 
leva a refletir sobre a hipótese dos indivíduos evitarem respostas ao extremo, talvez 
por falta de conhecimento, ou quem sabe, por realmente achar que a situação das 
leis relativas aos direitos humanos não é, nem desastrosa, nem tão perfeita. 
8- As manifestações no Brasil estão surtindo algum efeito? 
 
Sim
8%
Razoavelmente
43%
Não
44%
Não sei
5%
Sim Razoavelmente Não Não sei
Muito efeito
11%
Pouco efeito
51%
Nenhum efeito
38%
Muito efeito Pouco efeito Nenhum efeito
 
Ao analisar a resposta da amostra perante essa questão, os indivíduos se 
mostraram descrentes quanto à eficácia das manifestações no Brasil. Vasconcellos 
(2014) chama atenção para a substancial mudança de opinião da mídia televisiva 
com relação às manifestações. Num primeiro momento a mídia televisiva não deu 
importância aos manifestantes, os tratando como baderneiros. Então faz-se 
necessária a reflexão sobre como a mídia tem noticiado a eficácia das 
manifestações, porque os noticiários são a maior fonte de informações em nível 
nacional e é por eles que a população se mantém informada sobre o que acontece 
no país inteiro. 
9- Qual área demonstra mais desequilíbrio atualmente no Brasil? 
 
Mais da metade da amostra tem a opinião de que a área política é a área que mais 
precisa de ajustes no Brasil. Numa época de escândalos de corrupção na política, 
esse resultado já era esperado. O que trás a necessidade de refletir novamente 
sobre a influência da mídia e a utilização de fait drivers e exploração da emotividade 
e falta de conhecimento dos telespectadores. 
As notícias sobre a reforma política sendo votada nas casas legislativas nacionais 
são repassadas em poucos segundos que mal prendem a atenção das pessoas que 
não compreendem os termos técnicos da área jurídica utilizados pelo âncora do 
jornal. Termos que ele mesmo mal compreende, pois sua formação na área 
jornalistica o limita. Um discurso sem qualquer possibilidade de crítica, por falta de 
conhecimento daa população. Essa mesma falta de conhecimento alimenta a revolta 
Social
23%
Política
56%
Agrária
2%
Tributária
19%
Social Política Agrária Tributária
 
criada por manchetes sensacionalistas que exaltam os grandes escândalos de 
corrupção. Deixando clara a intenção da mídia em simplesmente lucrar com o que 
as pessoas entendem e não repassar informações valiosas de forma que possam 
ser aprendidas e compreendidas. 
10- Direitos humanos só servem pra proteger bandido? 
 
Tomando de ganchoa analise da questão 6 desse artigo é que se faz a analise 
dessa ultima questão. 83% da amostra considera que direitos humanos só servem 
para proteger bandido, salvo algumas ressalvas que alguns fizeram am sua 
justificativa. Seguindo uma previsão despretensiosa dos pesquisadores sobre as 
opiniões da amostra, essa ultima questão contou com uma justificativa de resposta 
em aberto, para que as pessoas pudessem, além de responder, expor sua opinião 
sobre o tema. 
Nas justificativas o que se percebeu foi uma homogeneização de ideias, 
comprovando o que dizem Cruz e Moura (2012). A mídia, tratando os direitos 
humanos como protetores dos bandidos nos programas sensacionalistas que 
exploram o sentimento de revolta da população, pode ser um dos fatores que 
levaram a amostra a dar opiniões homogêneas como “o cidadão de bem vive preso 
Concordo 
plenamente
47%
Concordo em 
parte
36%
Discordo em 
parte
14%
Discordo 
plenamente
3%
Concordo plenamente Concordo em parte
Discordo em parte Discordo plenamente
 
em casa e o bandido vive solto na rua” na maioria esmagadora das respostas em 
aberto da amostra da pesquisa. 
Os aspectos citados por Cruz e Moura (2012) como a facilidade em manipulação da 
massa e formação de opinião, o pensamento acrítico, o sentimento de revolta 
explorado e instigado na população pela mídia, juntamente com as negações de 
humanismo cotidianas expostas por Herkenhoff (1994) são uma mistura perigosa 
contra a cidadania. 
5. Considerações Finais 
De acordo com a analise de resultados, foi possível chegar à conclusão que a 
pesquisa alcançou seus dois objetivos, constatando uma alienação da ideia de 
direitos humanos e também certa participação da mídia nessa alienação. Claro que 
a pesquisa se restringiu à amostra e isso não pode ser generalizado para a 
população no âmbito geral. 
Diante disso, após as conclusões tiradas sobre a amostra nesse artigo, propõe-se 
para que em futuras pesquisas do mesmo tema, sejam feitos trabalhos estatísticos 
mais profundos para que possam ser generalizadas as hipóteses comprovadas 
dessa amostra para a sociedade em seu todo. Visto que as conclusões tiradas 
dessa amostra, se ampliadas para a sociedade inteira, podem levar a reflexões que 
alterem, inclusive, a forma que brasileiro enxerga a mídia. 
A presente pesquisa pode servir de base para outras pesquisas futuras e também 
pode servir de diálogo com outras pesquisas sobre o tema, já que há algumas 
pesquisas com o mesmo tema, mas diferentes abordagens sobre esse assunto 
polêmico. E como proposto inicialmente, a pesquisa se justificava a abrir um diálogo 
e reflexão sobre o assunto, visando acabar com a distorção na ideia dos direitos 
humanos. 
Interpessoalmente, os pesquisadores propõe que sejam abertos diálogos em 
escolas e locais públicos, usando trabalhos como esse de base teórica, pois o 
diálogo pode ajudar a acabar com essa distorção que acontece na sociedade 
contemporânea. 
 
Referências Bibliográficas 
ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à Metodologia do Trabalho 
Científico: elaboração de trabalhos na graduação. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
CRUZ, Fábio Souza da; MOURA, Marcelo Oliveira de. Os Direitos Humanos como 
produto: reflexões sobre a informação e a cultura da mídia. Sequência 
(Florianópolis), Florianópolis, n. 65, p. 79-102, dez. 2012 . Disponível em: 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2177-
70552012000200005&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 09 maio 2015. 
http://dx.doi.org/10.5007/2177-7055.2012v33n65p79. 
HERKENHOFF, João Baptista. Curso de Direitos Humanos: Gênese dos Direitos 
Humanos. São Paulo: Editora Acadêmica, 1994. 
MARCONI, Marina de Andrade. LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de 
Metodologia Científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003. 
VASCONCELOS, Adaylson Wagner Sousa de. Direitos humanos, movimentos 
sociais e mídia. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XVII, n. 124, maio 2014. 
Disponível em: <http://www.ambito-
juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=14720>. Acesso em 
maio 2015.

Continue navegando