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Apostila de Língua Portuguesa EJA - Ensino fundamental

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NÚCLEO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 
CULTURA POPULAR CONSTRUINDO UM NOVO MUNDO 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA LÍNGUA PORTUGUESA 
 
ENSINO FUNDAMENTAL 
MÓDULO 3 
 
 
 
 
 
 
 
PROFESSORA 
 LOURDES SPLENDOR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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O que é a Língua Portuguesa? 
 
 O PORTUGUÊS é a língua que os portugueses, os brasileiros, muitos africanos e alguns 
asiáticos aprendem no berço, reconhecem como patrimônio nacional e utilizam como instrumento de 
comunicação, quer dentro da sua comunidade, quer no relacionamento com as outras comunidades 
luso falantes. 
 
 Esta língua não dispõe de um território contínuo (mas de vastos territórios separados, em vários 
continentes) e não é privativa de uma comunidade (mas é sentida como sua, por igual, em 
comunidades distanciadas). Por isso, apresenta grande diversidade interna, consoante as regiões e os 
grupos que a usam. Mas, também por isso, é uma das principais línguas internacionais do mundo. 
 
 É possível ter percepções diferentes quanto à unidade ou diversidade internas do português, 
conforme a perspectiva do observador. 
 
 Quem se concentrar na língua dos escritores e da escola, colherá uma sensação de unidade. 
 
 Quem comparar a língua falada de duas regiões ou grupos sociais não escapará a uma sensação 
de diversidade, até mesmo de divisão. 
 
 Utilizado por mais de 220 milhões de pessoas, é uma das cinco línguas mais faladas no mundo. 
Está presente em quatro continentes – Europa, América, África e Ásia- e é a língua oficial em oito 
países-Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné- Bissau, Monique, Portugal, Santo Tomé e Príncipe e Timor 
Leste. 
 Além desses países, o Português ainda está presente em Macau, Território chinês que 
permaneceu sob administração portuguesa até 1999, onde convive com o chinês como língua oficial, e 
em Goa, Estado indiano que foi possessão portuguesa até 1961. 
 
 
 
 
 
A Língua Portuguesa no mundo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
Conhecendo os principais elementos da comunicação 
 
 
A comunicação nos permite interagir com as outras pessoas 
 
 Como você sabe, nós somos considerados seres sociais e dispomos de um instrumento 
importantíssimo o qual nos permite interagir de modo efetivo com as pessoas que estão à nossa volta – 
a linguagem. 
 Pelo fato de não conseguirmos viver sozinhos, sentimos necessidade e precisamos realmente 
nos comunicar com nossos semelhantes. E esta comunicação somente se dá por meio da linguagem, 
realizada de maneiras distintaspor forma : 
 
 Escrita 
 Gestos Oralidade 
 
 
 Imagens Símbolos Cores 
 
 
 
 Pois bem, agora precisamos compreender que esse processo comunicativo se constitui de 
elementos específicos para se realizar. Assim sendo, vamos conhecê-los? 
 
Emissor – é aquele que transmite a mensagem. 
Receptor – é a pessoa que recebe a mensagem. 
Mensagem – é tudo aquilo que o emissor envia ao receptor 
Código – é o conjunto de sinais utilizados na comunicação para transmitir a mensagem, podendo ser 
de várias maneiras, como as que vimos por meio dos exemplos acima. 
Canal de comunicação – é o meio pelo qual é transmitida a mensagem, ou seja, pode se pelo meio 
eletrônico, livros, rádio, televisão, etc. 
Contexto ou referente – representa o assunto contido na mensagem. 
 
 
4 
 
 
 Os elementos da comunicaçãopodem ser representados da seguinte forma: 
 
CONTEXTO 
CÓDIGO 
EMISSOR MENSAGEM RECEPTOR 
 
CANAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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O QUE É UM TEXTO? 
 
 Você já se perguntou o que é, de fato, um texto? Geralmente, entendemos o texto como um 
conjunto de frases, ou seja, algo que foi feito para ser lido. Mas a definição de texto não é tão simples 
quanto parece. 
 Imagine, por exemplo, que você está lendo um livro e, de repente, encontra em uma página 
qualquer um papel. 
 Agora, vamos imaginar outra situação: você está no meio de uma floresta e ouve alguém gritar: 
“Madeira!”. Bem, se você pretende preservar sua vida, sua reação imediata é sair correndo . Isso 
acontece porque a situação em que você se encontra levou-o a interpretar o grito como um sinal de 
alerta. 
 
 A partir desses exemplos simples, podemos chegar a algumas conclusões importantes: 
1º - os textos não são apenas escritos, eles também podem ser orais; 
2º - os textos não são simples amontoados de palavras ou frases, ou seja, eles precisam fazer sentido. 
 Na segunda situação, uma única palavra foi capaz de transmitir uma mensagem de sentido 
completo, por isso ela pode ser considerada um texto. Mas o que leva um texto a fazer sentido? Isso 
depende de alguns fatores, como o contexto e o conhecimento de mundo. 
 
Textos Verbais e Visuais 
 Há textos que não contam com o auxílio da palavra, seja ela escrita ou oral. É o caso, por 
exemplo, da fotografia e da pintura. Há textos verbais e visuais. Há ainda textos que utilizam os dois 
recursos, como os filmes, que usam imagens, diálogos e legendas. 
 
Linguagem Verbal e Não-Verbal 
 No cotidiano, sem percebermos usamos frequentemente a linguagem verbal, quando por 
algum motivo em especial não a utilizamos, então poderemos usar a linguagem não verbal. 
 
 Linguagem verbal é uso da escrita ou da fala como meio de comunicação. 
 Linguagem não verbal é o uso de imagens, figuras, desenhos, símbolos, dança, tom de voz, 
postura corporal, pintura, música, mímica, escultura e gestos como meio de comunicação. A 
linguagem não verbal pode ser até percebida nos animais, quando um cachorro balança a cauda quer 
dizer que está feliz ou coloca a cauda entre as pernas medo, tristeza. 
 Dentro do contexto temos a simbologia que é uma forma de comunicação não verbal. 
 
 Exemplos: sinalização de trânsito, semáforo, logotipos, bandeiras, uso de cores para 
chamar a atenção ou exprimir uma mensagem. 
 É muito interessante observar que para manter uma comunicação não é preciso usar a fala e sim 
utilizar uma linguagem, seja verbal ou não verbal. 
 
 Linguagem mista é o uso simultâneo da linguagem verbal e da linguagem não verbal usando 
palavras escritas e figuras ao mesmo tempo. 
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Abaporu, pintura de Tarsila do Amaral, 1929. 
 A pintura de Tarsila de Amaral é um exemplo de linguagem não verbal dentro da pintura. Para 
cada pessoa será uma mensagem. 
 O poema “As borboletas” de Vinicius de Moraes corresponde a um belo exemplo de linguagem 
verbal, através de palavras. 
 As borboletas 
 
 
Brancas 
Azuis 
Amarelas 
E pretas 
Brincam 
Na luz 
As belas 
Borboletas. 
 
 
Borboletas brancas 
São alegres e francas. 
 
Borboletas azuis 
Gostam muito de luz. 
 
As amarelinhas 
São tão bonitinhas! 
 
E as pretas, então... 
Oh, que escuridão! 
 
O semáforo é um exemplo de linguagem não verbal. Um objeto capaz de interferir na vida do ser 
humano de forma tão extraordinária, onde o sentido das cores comanda o trânsito. 
Ilustração: ktsdesign / Shutterstock.com 
 A foto mostra uma mímica, através da feição doprotagonista tem um significado, uma 
mensagem. Aqui ocorre linguagem não verbal. 
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Foto: LjupcoSmokovski / Shutterstock.com 
Atividades 
• O ser humano inventa ( cria ) sinais para se comunicar. Explique para que serve os sinais 
abaixo. (Texto não verbal) 
______________________________________________________________ 
______________________________________________________________ 
 
 
______________________________________________________________ 
 
Leia o poema de José Paulo Paes (Texto verbal) 
 
PARAÍSO 
Se esta rua fosse minha 
eu mandava ladrilhar, 
não para automóvel matar gente, 
mas pra criança brincar. 
Se esta mata fosse minha 
eu não deixava derrubar. 
Se cortarem todas as árvores, 
onde é que os pássaros vão morar? 
Se este rio fosse meu, 
eu não deixava poluir. 
Joguem esgotos noutra parte, 
que os peixes moram aqui. 
Se este mundo fosse meu, 
Eu fazia tantas mudanças, 
que ele seria um paraíso 
de bichos, plantas e crianças. 
8 
 
 
1. A ideia principal do poema é 
(A) asfaltar a rua. 
(B) desmatamento florestal. 
(C) poluição dos rios. 
(D) conservação do meio ambiente. 
 
2. No verso “onde é que os pássaros vão morar?”, a palavra sublinhada indica: 
(A) modo. 
(B) lugar. 
(C) causa. 
(D) consequência. 
 
3. No verso “que ele seria um paraíso” a palavra sublinhada refere-se 
(A) ao mundo. 
(B) ao paraíso. 
(C) ao rio. 
(D) ao bicho. 
 
MINHA TERRA 
 Luiz Peixoto 
 
Minha terra 
tem uma índia morena 
toda enfeitada de penas, 
que anda caçando ao luar. 
 
Minha terra 
tem também uma palmeira, 
parece a rede maneira, 
ao vento se balançar. 
 
Minha terra, 
que tem do céu a beleza, 
que tem do mar a tristeza, 
tem outra coisa também: 
 
Minha terra, 
na sua simplicidade, 
tem a palavra saudade, 
que as outras terras não têm! 
 Luiz Carlos Peixoto de Castro, (RJ 1889 – RJ 1973). Foi poeta, letrista, cenógrafo, teatrólogo, diretor de teatro, 
pintor, caricaturista e escultor. 
 
1) O texto refere se a________________________________________________ 
2) O texto exalta a__________________________________________________ 
3) Há a predominância de sentimentos que são:___________________________ 
_________________________________________________________________ 
4) O autor do texto é: 
5) Quantas estrofes tem o poema?_____________________________________ 
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TIPOLOGIA TEXTUAL: 
 
Tipos de textos 
 Observe a seguir a distinção entre narração, descrição e dissertação: 
 NARRAÇÃO: A narração consiste em contar um fato, uma história, um acontecimento real ou 
imaginário (ficção) Numa narração, aparecem personagens que agem com suas próprias características, 
em circunstâncias de tempo e espaço. Na narração, a maioria dos verbos expressa ação. 
 A história narrada apresenta uma sequência de fatos a que chamamos enredo. Este geralmente é 
desenvolvido em três etapas: 
• Apresentação dos personagens e cenário em geral. 
• Desenvolvimento dos fatos (das ações) pelos personagens. No desenrolar dos acontecimentos há 
um momento culminante (chamado clímax) em que a história atinge seu momento de maior 
interesse, vibração, dramaticidade. 
• Desfecho ou final da história. Os fatos voltam à normalidade ou tem um fim feliz ou dramático. 
Veja o exemplo: 
 
 O CICLISTA 
 
 Autor desconhecido 
 
 Um funcionário de meia idade, querendo economizar gasolina, resolveu adotar a bicicleta para ir ao 
trabalho. Sem preparo físico, vai percorrendo as ruas, sob vaias dos motoristas. 
Num cruzamento, atrapalha o trânsito a ponto de receber uma tremenda advertência do guarda. 
 Atropela pedestres, mata galinhas, sobe calçadas, entra em bares, machuca-se demais. 
Num esforço sobre-humano, o improvisado ciclista consegue ainda avançar mais uns quarteirões. 
 Por fim, mais morto que vivo, chega ao local de trabalho. Para surpresa sua, não lhe permitem assinar 
o ponto por estar em condições físicas lamentáveis. A roupa, além de muito suja estava toda suada. O nosso 
ciclista teve que retornar para casa. E que sacrifício para voltar. 
 
 
 DESCRIÇÃO: 
 
É descrever um determinado objeto, uma cena, uma paisagem. É como se fosse uma foto do 
objeto com seus detalhes, seus pormenores. O ambiente é a parte mais importante dentro do contexto. 
A descrição, atualmente não é muito utilizada, mas ela é importante porque ajuda na construção de 
uma narração e de uma dissertação. Quase sempre a descrição é feita em 3ª pessoa, exceto se a pessoa 
vai descrever algo consigo mesmo. 
 Cada pessoa tem sua maneira própria de observar, sentir e descrever as coisas, os animais e as 
pessoas. 
 A isso chamamos de ponto de vista, importante para a análise de uma descrição: Veja os 
exemplos: 
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CECÍLIA 
 
 José de Alencar 
 
 
 No pequeno jardim da casa do Paquequer, uma linda moça balançava-se indolentemente numa 
rede de palha, presa aos ramos de uma acácia silvestre que, estremecendo, deixava cair algumas de 
suas flores miúdas e perfumadas. Os grandes olhos azuis, meio cansados, às vezes se abriam 
languidamente como para se submeterem à luz e abaixavam-se de novo as pálpebras rosadas. Os lábios 
vermelhos e úmidos pareciam uma flor e ligeira exalava-se um perfume formando um sorriso pelo 
sereno da noite. O seu traje era do gosto mais mimoso e mais original que é possível conceber, mistura 
de simplicidade. Essa moça era Cecília. 
 
 
 
 
 
Descrição de uma paisagem 
 
 
 "Abriu as venezianas e ficou a olhar para fora. Na frente alargava-se a praça, com o edifício 
vermelho da Prefeitura, ao centro. Do lado direito ficava o quiosque, quase oculto nas sombras do 
denso arvoredo; ao redor do chafariz, onde a samaritana deitava um filete d'água no tanque circular, 
arregimentavam-se geometricamente os canteiros de rosas vermelhas e brancas, de cravos, de azáleas, 
de girassóis e violetas". 
 
 ("Um Rio Imita O Reno", - Vianna Moog). 
 
 
 
 
 
 
 
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Interpretação de texto 
 
 
 
O RATO, O GATO E O GALO 
 
Monteiro Lobato. 
 
 Certa manhã um ratinho saiu do buraco pela primeira vez. Queria conhecer o mundo e travar 
relações com tanta coisa bonita de que falavam seus amigos. 
 Admirou a luz do sol, o verdor das árvores, a correnteza dos ribeirões, a habitação dos homens. 
E acabou penetrando no quintal duma casa da roça. 
Examinou tudo, farejou a trilha do milho e a estrebaria. Em seguida notou um certo animal de 
belo pelo que dormia sossegado ao sol. Aproximou-se dele e farejou-o sem receio nenhum. 
 Nisso apareceu um galo, que bate asas e canta. 
O ratinho por um triz não morre de susto. Arrepiou-se todo e disparou como um raio para a 
toca. Lá contou à sua mãe as aventuras do passeio. 
Observei muita coisa interessante - disse ele - mas nada me interessou tanto como dois animais 
que vi no terreiro. Um de pêlo macio e ar bondoso seduziu-me logo. Devia ser um desses bons amigos 
da nossa gente, e lamentei que estivesse a dormir, impedindo-me assim de cumprimentá-lo. 
 O outro... Ai, que ainda me bate o coração! O outro era um bicho feroz, de penas amarelas, bico 
pontudo, crista vermelha e aspecto ameaçador. Bateu as asas barulhentas, abriu o bico e soltou um co-
ri-có-có tamanho que quase cai de costas. Fugi. Fugi com quantas pernas tinha, percebendo que devia 
ser o famoso gato que tamanha destruição faz ao nosso povo. 
 A mamãe rata assustou-see disse: 
- Como te enganas, meu filho! O bicho de pelos macios e ar bondoso é que é o terrível gato. O 
outro, barulhento e de olhar feroz e crista rubra, o outro, filhinho, é o galo, uma ave que nunca nos fez 
mal nenhum. 
As aparências enganam: aproveita, pois, a lição e fica sabendo que quem vê cara não vê 
coração. 
 
Atividade: 
Entendimento do texto: 
• Com que finalidade o ratinho saiu do buraco? 
• O que o ratinho achou do mundo lá fora? 
• Que animais o ratinho encontrou? 
• De qual deles o ratinho gostou? Por quê? 
• Que animal assustou o ratinho? Por quê? 
• Por que a mãe do ratinho ficou assustada com o que ele contou? 
• Qual dos ditados abaixo pode ser aplicado ao texto? Explique. 
• “ Nem tudo que brilha é ouro.” 
• “ Quem vê cara não vê coração.” 
• “ Quem tudo quer tudo perde.” 
 
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Fonema e Letra 
 Fonologia é a parte da Gramática que estuda o fonema. 
 Fonema é a unidade mínima sonora que é capaz de estabelecer diferenciação entre um 
vocábulo e outro. 
Ex: bola / bota. 
Como se vê a diferenciação entre as duas palavras acima é marcada pelos fonemas /l/ e /t/. 
 Fonemas e letras apresentam conceitos distintos: 
 - Fonema é a representação sonora; 
 - Letra é a representação gráfica do fonema; 
 - Sílaba é um conjunto de fonemas transmitidos num só impulso. 
 
Numa palavra, nem sempre há o mesmo número de letras e fonemas. 
 A palavra táxi, por exemplo, possui: 
- quatro letras (t-á-x-i) 
- cinco fonemas (t-á-k-s-i) 
 
 
 A palavra hora possui: 
- quatro letras (h-o-r-a) 
- três fonemas (o-r-a) 
 Na palavra canta temos: 
-cinco letras ( c-a-n-t-a ) 
-quatro fonemas (c-ã-t-a) 
Classificação dos fonemas 
 VOGAIS: são fonemas pronunciados sem obstáculo à passagem do ar, chegando livremente ao 
exterior. 
Ex:pa-to e bo-ta 
Vogais: a, e, i,o,u 
Orais: a,e i, o, u 
Nasais: ã,ê,õ 
 
 A nasalização das vogais é marcada pelo til (~), ou pelas letras m e n, quando estiverem em 
final de sílaba. Ex:ambiente, ombro , algum 
 
 SEMIVOGAIS: são os fonemas que se juntam a uma vogal, formando com esta uma só sílaba. 
 
Ex:Cou-ro, bai-le. 
 
Cuidado! As semivogais sempre estão acompanhadas de vogais, formando sílaba com ela. 
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 CONSOANTES: São fonemas produzidos mediante a resistência que os órgãos bucais (língua, 
dentes, lábios) opõem a passagem de ar. 
 
Ex:caderno - lâmpada 
 
 Importante! 
 Em nossa língua, a vogal é o elemento básico, suficiente e indispensável para a formação da 
sílaba. Você encontrará sílabas constituídas só de vogais, Mas nunca formadas somente com 
consoantes. 
 
Ex:vi-ú-vaa-be-lha 
 
SÍLABA 
 
É um grupo de fonemas pronunciados numa só expiração. Quanto ao número de sílabas, as palavras 
classificam-se em: 
 
Monossílabas: Aquelas que possuem uma só sílaba. Ex: dó, mão, cruz 
 
Dissílabas: Aquelas que possuem duas sílabas: Ex: lá-pis, fo-lha, á-gua 
 
Trissílabas: Aquelas que possuem três sílabas. Ex: mé-di-co, es-co-la, ca-ne-ta 
 
Polissílabas: Aquelas que possuem mais de três sílabas. Ex: na-tu-re-za, ve-te-ra-no,por-tu-gue-as 
 
 
Atividades: 
 
• Complete, classificando as palavras quanto ao número de sílabas. 
a) Picareta é _______________________________ porque tem ____ sílabas. 
b) Céu é ___________________________________ porque tem _____ sílaba. 
c) Avó é ___________________________________ porque tem _____ sílabas. 
d) Moleque é _______________________________ porque tem _____ sílabas 
 
• Pesquise em livros, jornais e revistas e escreva: 
a) três palavras monossílabas: 
__________________________________________________________ 
b) três palavras dissílabas: 
__________________________________________________________ 
c) três palavras trissílabas: 
__________________________________________________________ 
d) três palavras polissílabas: 
_________________________________________________________ 
 
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ENCONTROS VOCÁLICOS 
 
 Há três tipos de encontros vocálicos: ditongo, hiato e tritongo. 
 
 Ditongo: é a junção de uma vogal + uma semivogal (ditongo decrescente), ou vice-versa 
(ditongo crescente), na mesma sílaba. 
Ex.: no- ite (ditongo decrescente), qua-se (ditongo crescente). 
 Tritongo: é a junção de semivogal + vogal + semivogal, formando uma só sílaba. 
Ex.: Paraguai, arguiu 
 Hiato: é a junção de duas vogais pronunciadas separadamente, formando sílabas distintas. 
Ex.:sa-í-da, co-e-lho 
 
ENCONTROS CONSONANTAIS 
 
 Quando existe uma sequência de duas ou mais consoantes em uma mesma palavra, 
denominamos essa sequência de encontro consonantal. 
 
 O encontro pode ocorrer: 
- na mesma sílaba: cla-ri-da-de, fri-tu-ra, am-plo 
- em sílabas diferentes: af-ta, com-pul-só-rio 
Atenção:Nos encontros consonantais, somos capazes de perceber o som detodas as consoantes. 
 
DÍGRAFOS 
 
 Observe atentamente estas palavras: 
 carro – ninho – formigueiro – folha - pássaro 
 Percebemos o encontro de algumas consoantes juntas. Em todas elas, só ouvimos o som de 
apenas uma letra (um só fonema). Quando isto acontece damos o nome de dígrafo. 
 Eles são representados pelo encontro das principais consoantes: 
 
ch - chuva 
lh – milho 
rr – terra 
gu – guerra 
xc – exceção 
sc – nascer 
sç – nasça 
ss – pássaro 
qu - queijo 
nh-unha 
 
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 Vale destacar algo muito importante: 
 
 Os dígrafos “gu” e “qu” sempre aparecem antes das vogais “e” e “i”. 
 Este você também não pode nunca se esquecer: 
 Os dígrafos rr, ss, sc e sç nunca permanecem juntos na mesma sílaba. Como por exemplo: 
massa – mas –sa 
barro – bar – ro 
nascimento – nas– ci- men- to 
cresça – cres- ça 
 
 Dígrafos que desempenham a função de vogais nasais: 
 
am (campo), en (bento), om (tombo) e outros. 
Sílaba e Divisão silábica 
 
Sílaba: É a unidade ou grupo de fonemas emitidos num só impulso da voz. 
Divisão silábica: A fala é o primeiro e mais importante recurso usado para a divisão silábica na 
escrita. 
Regra geral: Toda sílaba, obrigatoriamente, possui uma vogal. 
 
 Regras práticas: 
 
1) Não se separam ditongos e tritongos. Exemplos: mau, averiguei. 
2) Separam-se as letras que representam os hiatos. Exemplos: sa-í-da, vo-o.. 
3) Separam-se somente os dígrafos rr, ss, sc, sç, xc .Exemplos: pas-se-a-ta, car-ro, ex-ce-to.. 
4) Separam-se os encontros consonantais pronunciados separadamente. Exemplo: car-ta. 
5) Os elementos mórficos das palavras (prefixos, radicais, sufixos), quando incorporados à 
palavra, obedecem às regras gerais Exemplos: de-sa-ten-to, bi-sa-vô, tran-sa-tlân-ti-co.. 
6) Consoante não seguida de vogal permanece na sílaba anterior. Quando isso ocorrer em início de 
palavra, a consoante será anexa à sílaba seguinte. Exemplos: ad-je-ti-vo, tungs-tê-nio, psi-có-lo-go, 
gno-mo... 
 
 
 
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Exercícios sobre divisão silábica 
 
1)Tendo em vista os conhecimentos dos quais você dispõe acerca dos critérios de divisão silábica, 
separe as sílabas das palavras demarcadas a seguir: 
 
a ) secretária 
b) fluído 
c) cadeado 
d) pássaro 
e )terra 
f) prato 
g ) psicológico 
h) pneumático 
i) fruta 
 j)rainha 
l) substância 
m) gratuito 
n ) atualização 
 
 
 
2)Assinale a alternativa em que a divisão silábica de todas as palavras está correta: 
a) e – nig – ma ;su – bju – gar ; rai – nha 
b) co – lé – gi – o; pror – ro – gar ; je – suí – ta 
c) res – sur – gir ; su – bli – nhar ; fu – gi – u 
d) i – guais ; ca- ná – rio ; due – lo 
e) in– te – lec – ção ; mi – ú – do ; sa – guões 
 
3)Dadas as palavras: 
1) des – a – ten – to 
2) sub – es – ti – mar 
3) trans – tor – no 
Constatamos que a separação silábica está correta: 
 
a) apenas em 1. 
b) apenas em 2. 
c) apenas em 3. 
d) em todas as palavras. 
e) NRC 
 
 
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4) Atendo-se à charge em evidência, explicite suas impressões acerca do vocábulo que se formou 
oriundo da separação silábica errônea, referente à palavra “canalhice. 
 
 
 
 
 
 
 
5) Texto: 
 
O Pinguim (Vinicius de Moraes) 
Bom dia, pinguim 
Onde vai assim 
Com ar apressado? 
Eu não sou malvado 
Não fique assustado 
Com medo de mim 
Eu só gostaria 
De dar um tapinha 
No seu chapéu jaca 
Ou bem de levinho 
Puxar o rabinho 
Da sua casaca 
Quando você caminha 
Parece o Chacrinha 
Lelé da caixola 
E um velho senhor 
Que foi meu professor 
No meu tempo de escola 
Pinguim, meu amigo 
Não zangue comigo 
Nem perca a estribeira 
Não pergunte por quê 
Mas todos põem você 
Em cima da geladeira 
 
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Copie do texto: O Pinguim 
• Cinco palavras com encontros vocálicos. Circule-os. 
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
________________________ 
 
• Cinco palavras com encontros consonantais. Circule-os. 
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
________________________ 
• Cinco palavras com dígrafos. 
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
________________________ 
 Diga quantas letras e quantos fonemas em cada palavra abaixo: 
 
• Pinguim; 
• tapinha 
• mim: 
• assustado: 
• malvado: 
• chapéu: 
• bem: 
• rabinho: 
6) Faça uma narração: 
 Na narração, precisa-se distinguir e desenvolver os seguintes elementos: 
narrador, personagem, enredo, cenário e tempo. 
 
7) Faça um texto descritivo: 
 Lembre-se que a descrição objetiva apresenta a pessoa, lugar ou objeto de uma 
maneira realística, sem inclusão das percepções pessoais. Na descrição subjetiva, 
porém, o observador faz uso de suas impressões particulares. 
 
 
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8) Texto “Batatinha aprende a latir” 
 
 
No texto “Batatinha aprende a latir” 
a) Sublinhe os encontros vocálicos; 
b) Circule os dígrafos. 
c) Copie 10 palavras que apresentam encontro consonantal. 
 
 
 
 
 CLASSES GRAMATICAIS 
 
As classes gramaticais da língua portuguesa. 
Todas as palavras que utilizamos no dia a dia ou até mesmo aquelas descritas no 
dicionário estão classificadas dentro de uma, das dez, classes gramaticais existentes na 
Língua Portuguesa Brasileira. 
 
 
 
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ARTIGOS: São as palavras que se antepõem aos substantivos, variáveis em gênero e 
número. Exemplos: o, os, a, as, uma, umas, uns, um. 
Artigos definidos: O, a, os, as 
Artigos indefinidos: um, uma, uns, umas 
 
SUBSTANTIVOS: São as palavras que nomeiam seres em geral, reais ou imaginários. 
Também designam lugares, estados, ações, etc 
 
Classificação e formação 
Substantivo comum: é aquele que designa que designa os seres de uma espécie de 
forma genérica. Ex: pedra, computador, cachorro, homem, caderno... 
Substantivo próprio: é aquele que designa um ser específico, determinado, 
individualizando-o. Ex: Maxi, Londrina,Dilson, Ester... O substantivo próprio sempre 
deve ser escrito com letras maiúsculas. 
Substantivo concreto: é aquele que designa seres que existem por si só ou apresentam-
se em nossa imaginação, como se existissem por si. Ex: ar, som, Deus, computador, 
pedra... 
Substantivo abstrato: é aquele que designa prática de ações verbais, existência de 
qualidades ou sentimento humanos. Ex: saída (prática desair), beleza (existência do 
belo), saudade. 
 
FORMAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS 
• Substantivos Simples e Compostos 
O substantivo chuva é formado por um único elemento ou radical. É um substantivo 
simples. 
 
Substantivo Simples: é aquele formado por um único elemento. 
Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. 
Veja agora: 
 
O substantivo guarda-chuva é formado por dois elementos (guarda + chuva). 
Esse substantivo é composto. 
Substantivo Composto: é aquele formado por dois ou mais elementos. 
Outros exemplos: beija-flor, passatempo. 
 
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• Substantivos Primitivos e Derivados 
Veja: 
Meu limão meu limoeiro, 
meu pé de jacarandá... 
O substantivo limão é primitivo, pois não se originou de nenhum outro dentro de 
língua portuguesa. 
Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de nenhuma outra palavra da própria 
língua portuguesa. 
O substantivo limoeiro é derivado, pois se originou a partir da palavra limão. 
Substantivo Derivado: é aquele que se origina de outra palavra. 
 
ADJETIVOS: São palavras que qualificam e caracterizam seres e objetos em geral. 
Podem variar entre gênero (masculino/ feminino), número (singular/ plural) e grau 
(comparativo/ superlativo). Existem também as locuções adjetivas, formadas por duas 
ou mais palavras (preposição + substantivo), que assumem valor de adjetivo. Exemplos: 
Adjetivos: lindo, feio, estranho, maravilhoso, nojento, louco... 
Locuções adjetivas: de dinheiro (pecuniário), de chuva (pluvial), de velho (senil), de 
morte (mortal)... 
 
 
NUMERAIS: Palavras que indicam o número ou quantidade exata de pessoas ou 
coisas. Podem ser cardinais, ordinais, fracionários ou multiplicativos. Exemplo: três, 
quatro, cinco, segunda, terceira, dobro, triplo, metade, um décimo... 
 
USO DOS PORQUÊS: 
 
 
POR QUÊ 
Caso surja no final de uma frase, imediatamente antes de um ponto (final, de 
interrogação, de exclamação) ou de reticências, a sequência deve ser grafada por 
quê, pois, devido à posição na frase, o monossílabo "que " passa a ser tônico. 
Ex: 
Estudei bastante ontem à noite. Sabe por quê? 
Será deselegante se você perguntar novamente por quê! 
 
PORQUE 
A forma porque é uma conjunção, equivalendo apois, já que, uma vez que, 
como. Costuma ser utilizado em respostas, para explicação ou causa. 
Ex: 
Vou ao supermercado porque não temos mais frutas. 
Você veio até aqui porque não conseguiu telefonar? 
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PORQUÊ 
 
A forma porquê representa um substantivo. Significa "causa", "razão", 
"motivo" e normalmente surge acompanhada de palavra determinante (artigo, 
por exemplo). 
Ex: 
Não consigo entender o porquê de sua ausência. 
Existem muitos porquês para justificar esta atitude. 
Você não vai à festa? Diga-me ao menos um porquê. 
 
Veja abaixo o quadro-resumo: 
 
Forma Emprego Exemplos 
Por que 
Em frases interrogativas (diretas e 
indiretas) 
Em substituição à expressão "pelo 
qual" (e suas variações) 
Por que ele chorou? (interrogativa 
direta) 
Digam-me por que ele chorou. 
(interrogativa indireta) 
Os bairros por que passamos eram sujos 
(por que = pelos quais) 
Por quê 
No final de frases 
 
Eles estão revoltados por quê? 
Ele não veio não sei por quê. 
Porque 
Em frases afirmativas e em respostas 
 
Não fui à festa porque choveu. 
Porquê 
Como substantivo 
 
Todos sabem o porquê de seu medo. 
 
 
EXERCÍCIOS 
1) Complete as lacunas utilizando por que, por quê, porque, porquê. 
A ) Não sei o ----------- de tanta euforia. 
B ) Você não compareceu à reunião -----------------? 
C) Os caminhos ---------- percorremos são tortuosos. 
D) ---------------não desiste dessa aventura maluca? 
E) Voltamos ---------------- estávamos com muita saudade. 
 
2)Relacione a primeira coluna de acordo com a segunda, tendo em vista o emprego 
de por que, porquê, por quê e porque: 
 (a) porquê ( ) Não fiz a pesquisa * estava doente. 
 (b) por que ( ) * marcela não conta toda a verdade? 
 (c) porque ( ) Não quis ir ao cinema *? 
 (d) por quê ( ) Nem imagino o * dessa alegria. 
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“MAU” - “MAL”/ “BOM” – “BEM” 
 MAU, o contrário de bom, é adjetivo - portanto sempre acompanha um 
substantivo e tem o feminino má (plural: maus e más) 
Fez um mau negócio, num mau momento. 
• Os homens maus e as mulheres más sempre se dão mal. 
• O lobo mau enfrentou um homem bom. 
 
MAL tem por antônimo a palavra bem e pode ser: 
1) Advérbio 
• Quando ele se comporta mal, nada vai bem. 
• Isso pegou mal. 
• Ela joga muito mal. 
• Ele é mal-humorado. 
• Estamos mal servidos. 
2) Substantivo: 
• O pequeno mal que o remédio provoca é compensado pelo bem que lhe traz. 
• Ele não imagina o mal que fez. 
3) Conjunção: 
• Mal chegou de viagem, já deseja partir. 
EXERCÍCIOS 
MAL OU MAU? Na dúvida, use o velho macete: mal => bem – mau => bom. 
Substitua os asteriscos por: Mal -Males - Mau - Maus - Má – Más. 
01. A firma possuía um ** administrador. 
02. O ** está sempre à nossa volta. 
03. O balconista era um tipo ** encarado. 
04. Eu ** compreendia o que estava acontecendo. 
05. ** saímos de casa, quase fomos assaltados. 
06. Antônio fala ** o Inglês. 
07. Não seja pessimista, nem todo o político é **. 
08. O combate entre as forças do bem e do ** é eterno. 
09. Ele jamais entenderá o ** que causou a todos. 
10. Está com um ** incurável. 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
 
MODERNA, Editora, EJA Moderna, Anos Finais do Ensino Fundamental, São Paulo, 
Editora Moderna 2013. 
CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar; Português Linguagens 
1,Editora Saraiva, São Paulo,2010. 
WWW.soportugues.com.br 
WWW.portugues/gramatica/silaba.com.br 
WWW.revistaescolaabril.com.br 
WWW.nlnp.net/exercicios.com.br 
WWW.mundovestibular.com.br