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1 FACULDADE BRASIL NORTE DIREITOS HUMANOS MAIS VIOLADOS NO AMAPÁ MACAPÁ-AP 2018 2 FACULDADE BRASIL NORTE ANDERSON VIEIRA DUARTE SOUTO ANDRÉ GUSTAVO BERREDO FERNANDES ÂNGELO SILVIO FERREIRA DOS SANTOS ANTÔNIO MARCOS VIEIRA DE OLIVEIRA JUNIOR ELAINE MORAIS CONCEIÇÃO GLEYCE KELLY MARTINS HIAGO FABIANO SENA RAMOS JURACY BARROS PEREIRA LUIDY SANTOS DA SILVA QUEMUEL DE MORAES SILVA RAUL LUCAS FERNANDES SOUSA SHAYENNE MACIEL COSTA THIAGO MARTINS GOMES WELLINGTON RANGEL CHAGAS DIREITOS HUMANOS MAIS VIOLADOS NO AMAPÁ Trabalho apresentado à Faculdade Brasil Norte, no curso de Direito, como requisito avaliativo da disciplina de Direitos Humanos, ministrada pelo Professor Doutor Pablo Cristiano. MACAPÁ-AP 2018 3 A verdade é que o direito é uma orquestra sem maestro, cujos músicos tentam a todo momento manter a harmonia no ritmo constante das problemáticas sociais. Henrique Araújo 4 Sumário 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 5 2 DIREITOS HUMANOS ............................................................................................. 6 3 DESENVOLVIMENTO ............................................................................................. 7 3.1 Direitos humanos no Brasil ................................................................................ 7 3.2 Direitos humanos no Amapá .............................................................................. 8 3.2.1 Negligência .................................................................................................. 9 3.2.2 Violência física ........................................................................................... 10 3.2.3 Violência psicológica .................................................................................. 12 3.3. Perfil das vitimas ............................................................................................. 13 3.3.1 Sexo ........................................................................................................... 13 3.3.2 Identidade de gênero ................................................................................. 13 3.3.3 Faixa etária ................................................................................................ 14 3.3.4 Cor/Raça .................................................................................................... 14 3.4. Principais agressores e ambientes mais frequentes. ...................................... 15 3.4.1 Suspeitos ................................................................................................... 15 3.4.2 Ambiente .................................................................................................... 16 4. PESQUISA DE CAMPO........................................................................................ 17 4.1 Entrevistas ....................................................................................................... 17 4.2 Pesquisa de dados locais ................................................................................ 23 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 25 Referências .............................................................................................................. 26 Entrevista ................................................................................................................. 27 Pesquisa sobre Plágio ............................................................................................ 29 5 1 INTRODUÇÃO O presente trabalho apresenta pesquisas e análises de dados que dizem respeito às violações de direitos humanos (DH) no Amapá; além de, como e por quais meios, órgãos ou entidades, as políticas públicas de promoção e proteção a esses direitos são implementadas; e ainda, até onde os dados divulgados representam a realidade do estado. Buscando a elucidação do tema proposto, o trabalho discute o conceito de direitos humanos para além do senso comum, haja vista ser um tema de muitos debates, e não sendo em mesma escala conhecido por muitos, até mesmo dosa que se lançam à discussão. Para tanto, pesquisou-se junto à Organização das Nações Unidas (ONU), qual o conceito de direitos humanos, os eventos históricos que ensejaram a preocupação internacional com estes direitos e a declaração universal dos direitos humanos. Através dessas informações, explicar de que maneira as nações incorporam tais direitos em seus ordenamentos jurídicos. A nível nacional, busca-se explicitar quais os órgãos/ entidades são promotoras e protetoras dos DH, como se dá a relação entre esses órgãos/entidades, bem como, analisar os direitos mais violados, grupos mais vulneráveis, os perfis das vítimas mais frequentes; além do ambiente e dos principais violadores desses direitos, e a atuação e os relatórios emitidos pelos órgãos/entidades responsáveis. De posse dos relatórios emitidos a nível nacional, feita análise dos mesmos e constatados os grupos com maior número de denúncias no Estado, a pesquisa passou a focar no grupo que lidera o ranking de denúncias, no caso, Crianças e Adolescentes (ECA), e buscou-se, junto aos órgãos e entidades locais, se há um banco de dados mantido e alimentado por eles, suas relações com os órgãos/entidades nacionais, bem como, esclarecimentos de como interagem os órgãos/entidades estaduais, para a promoção e proteção desse grupo que sofre tantas violações no Estado do Amapá. Diante dos dados levantados, aplicou-se ainda uma pesquisa junto a agentes que atuam diretamente com o público que mais sofre violações no Estado, entre eles, conselheiros tutelares, promotores, delegados especializados no atendimento de crianças e adolescentes, e que, em produtivas conversas, ajudaram a confrontar os dados e relatórios emitidos por órgãos oficiais, e que deram corpo a uma análise detalhada entre os dados e a realidade por eles vivenciada. 6 2 DIREITOS HUMANOS Direitos humanos é um tema que tem sido largamente debatido, inobstante, nota-se, por parte daqueles que se propõem à discussão, que muito do que se fala não passa de senso comum ou de opiniões sabidamente tendenciosas, que intentam inviabilizar um assunto de importância e interesse de todos. Imbuídos pelo propósito de conhecer mais e trazer esclarecimentos sobre um dos, ou até, o mais importante ramo do Direito, do qual emanam todos os outros, buscou-se o conceito do que vem a ser Direitos Humanos para além do senso comum, bem como o contexto histórico no qual surgem as preocupações com os mesmos. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), “os direitos humanos são direitos inerentes a todos os seres humanos, independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outro status” logo, não se trata de conjuntos de normas criadas para privilegiar um determinado grupo em detrimento de outros, menos ainda para “proteger criminosos” como comumente se ouve por aí. Antes, trata-se de reconhecimento de direitos e valores universais que buscam proporcionar o mínimo para uma vida humana digna. Ao longo dos tempos, o ser humano vem sendo desrespeitado e tendo suas necessidades mais básicas inobservadas,o resultado disso foram grandes horrores que mancharam as páginas da nossa história. Após a segunda guerra mundial, e um cenário de mortes, e violações de direitos, em massa, promovidos por governos totalitários e sem respeito pelo ser humano, as nações passaram a buscar meios de impedir que tais situações voltassem a acontecer. Nesse contexto foi criada em 1945 a ONU, organização imprescindível para que, logo em seguida, em 1948, fosse aprovada a declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), documento que marca o início da conscientização e preocupação mundial com a garantia de direitos e liberdades fundamentais do ser humano. Tendo no seu texto um modelo ideal que deve ser buscado por todas as nações, modelo este onde se apregoa que todos os homens nascem livres e devem ter igualdade em dignidade e em direitos. A DUDH tem sido adotada pelas nações e tem inspirado muitas outras instituições que trabalham para a promoção dos DH, como por exemplo: Anistia Internacional, Serviço de Paz e Justiça na América Latina, Gabinete de Instituições Democráticas e Direitos Humanos da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa. 7 3 DESENVOLVIMENTO 3.1 Direitos humanos no Brasil O Brasil garante os direitos humanos assegurando-os como direitos fundamentais em sua constituição de 1988. Atualmente o Ministério dos Direitos Humanos (MDH) é responsável pela articulação entre setores e ministérios para a promoção de políticas de proteção e garantia dos Direitos Humanos. Essa articulação se dá principalmente por meio de levantamento e apuração das denúncias recebidas pelo MDH, por meio do seu sistema SONDHA, este é um sistema que dispõe de canais, como o disque 100, ou pelo site, em sua versão online, acessível pelo endereço eletrônico www.humaniza.redes.gov. br. As denúncias recebidas são encaminhadas em até 72 horas, para os órgãos e as entidades com competência legal para adotar medidas protetivas e para investigar as situações de violações relatadas. Segundo o relatório do MDH, em 2017, foram recebidas 142.665 (390 por dia) denúncias no Brasil. É importante destacar que esses números não retratam todas as violações que ocorrem no território nacional, mas apenas as que chegam ao conhecimento do Ministério. Destacam-se, dentre os grupos mais vulneráveis, segundo o MDH (Relatório - Balanço anual Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, 2018) as crianças e os adolescentes, que sozinhos representam 58% das denúncias e que teve um aumento de 10% em relação a 2016. Em seguida vem os grupos de pessoas idosas com 23% e pessoas com deficiências 8%, que são vítimas principalmente de negligência, violência física, psicológica e abuso financeiro. Gráfico 1Adaptado por Anderson Souto de MDH-Disque100-Balanço geral emitido em: 31/07/2018 82139 130033 124079 91344 80473 76171 84049 8219 23524 38976 27184 32238 32632 33133 2979 8354 11391 8611 9656 9011 11682 0 20000 40000 60000 80000 100000 120000 140000 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 GRUPOS COM MAIOR NÚMERO DE DENÚNCIAS 2011-2017 ECA IDOSOS DEFICIENTES 8 3.2 Direitos humanos no Amapá No comparativo de denúncias registradas por unidade federativa (UF) para cada 100 mil habitantes, o Amapá é o 27° colocado com 245 denúncias, um aumento de 16% em relação ao ano de 2016, onde foram feitas 211 denúncias. No Estado os grupos mais vulneráveis também seguem a proporção nacional, sendo o primeiro grupo as crianças e adolescentes com 171 denúncias em 2017, logo após os grupos de pessoas idosas com 45, e pessoas com deficiência com 20, que também são vítimas principalmente de negligência, violência física, psicológica e abuso financeiro, de acordo com o relatório emitido pelo MDH. Gráfico 2 Adaptado por Anderson Souto de MDH-Disque100-Balanço geral emitido em: 31/07/2018 Como constatado no gráfico, as crianças e adolescentes lideram isoladamente com o maior número de denúncias, motivo que justifica uma análise mais atenta desse grupo. Verifica-se no relatório que trata especificamente das violações ao ECA no Amapá, que as principais denúncias são de negligências representado 21%, seguido por violência física com 20% e violência psicológica com 18% em 2017. Para melhor entendimento, se faz necessário trazer esclarecimento sobre tais violações; conceitos, suas tipificações penais bem como quais as possíveis sanções cabíveis, como veremos a seguir 180 381 367 209 138 150 171 8 57 57 31 34 42 45 7 20 25 12 14 13 200 50 100 150 200 250 300 350 400 450 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 GRUPOS COM MAIOR NÚMERO DE DENÚNCIAS NO AMAPÁ 2011-2017 ECA IDOSOS DEFICIENTES 9 3.2.1 Negligência A negligência, que é a violação mais denunciada, segundo o MDH (Relatório - Balanço anual Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, 2018), é subdividida em: abandono, autonegligência, negligência em alimentação, negligência em amparo e responsabilização, negligência em limpeza/higiene, medicamentos/assistência à saúde e outros. A seguir, o gráfico demonstra o percentual dentro dessas especificações: Gráfico 3 Adaptado por Anderson Souto de MDH-Disque 100-Balanço geral emitido em: 31/07/2018 Quando pesquisada no dicionário, a negligência significa: falta de cuidado, de interesse; em que há descuido, displicência, indolência. Não há a tipificação no código penal, ou até mesmo no estatuto da criança e do adolescente (ECA), do que vem a ser a conduta negligência, por esse motivo cada situação é analisada pela justiça individualmente. Segundo Júlio Fabbrini (MIRABETE, 2005), “a negligência decorre da omissão, quando o sujeito causador do dano deixa de observar o dever de cuidado” se há dever de cuidado, surge a pergunta: a quem compete essa obrigação que, quando não observada, pode ser considerada violação de direitos de crianças e adolescentes por negligência? O ECA (BRASIL, 1990) responde: Art. 4°- É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar Abandono 10% Autonegligência 0% Em alimentação 18% Em amparo e responsabilização 43% Limpeza/higiene 14% medicamentos/assistê ncia em saúde 10% outros 5% Negligência Abandono Autonegligência Em alimentação Em amparo e responsabilização 10 Como explícito no ECA, “é dever dos pais, da comunidade, da sociedade em geral e do Estado”. Logo, a estes podem ser imputadas às violações, bem como suas possíveis sanções, dentro do limite de suas responsabilidades negligenciadas. As sanções para violações por negligência vão desde multas por inobservâncias às obrigações básicas, podendo ser enquadrados pelo Código Penal (BRASIL, 1940) quando atingem um nível mais danoso, como abandono ou maus tratos. Como pode-se observar no código penal; Abandono de incapaz: “Art.133 – Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono. Pena: detenção de 6 meses a 3 anos” Maus-tratos: Art. 136 – Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina. Pena –detenção, de 2 meses a 1 ano, ou multa. 3.2.2 Violência física No Amapá, a segunda maior violação a direito de Crianças e adolescentes é a violência física, que se divide em: autoagressão, cárcere privado, chacina/massacre, homicídio, latrocínio, lesão corporal, maus-tratos, sequestros, tentativa de homicídio e outros. No gráfico a seguir, pode-se observar como se dividem as agressões dentro dessa delimitação sobre violência física. Gráfico 4-Adaptado por Anderson Souto de MDH-Disque 200- Balanço geral emitido em: 31/07/2018 Autoagressão 0% Cárcere privado 0% Chacina/masssacre 0% Homicídio 0% Latrocínio 0% Lesão corporal 46% Maus-tratos 54% Violência fisíca Autoagressão Cárcere privado Chacina/masssacre Homicídio Latrocínio Lesão corporal 11 Como pode-se observar, maus tratos e lesão corporal são as únicas denúncias registradas de violência física no Amapá. No entanto, se faz necessário esclarecer que isso não implica em dizer que não houve nenhuma outra violação por agressão física, mas que apenas essas chegaram ao conhecimento do MDH. O ECA (BRASIL, 1990) é enfático em dizer que as crianças têm direito a uma educação sem agressões físicas por parte de pais, familiares e agentes públicos. Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protege-los. E após a tipificação das condutas, no seu artigo 18-B o ECA propõe as medidas aplicáveis, que vão desde encaminhamento à programa oficial ou comunitário de proteção à família, a atendimento psicológico, programas de orientação até uma advertência, sem prejuízo de outras providências legais. Como explicado anteriormente, maus tratos e lesões corporais podem acontecer tanto por uma conduta omissiva, onde por negligência, o suspeito acaba deixando que um direito que tem o fim de garantir a integridade física e psicológica da vítima, seja violado; e também podem ocorrer por uma conduta ativa, que no caso pode se caracterizar violência física, por parte do agressor em desfavor da vítima em questão, no caso, criança ou adolescente. Uma vez mais, trata-se de crime tipificado no CP (BRASIL, 1940), onde as condutas são positivadas e como: Art. 136 – Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina. Pena – detenção, de 2 meses a 1 ano, ou multa. Com o agravante de lesão corporal mencionado no § 1° do mesmo artigo e que diz: “Se do fato resulta lesão corporal grave: pena- reclusão, de um a quatro anos”. 12 3.2.3 Violência psicológica Em terceiro no número de denúncias, está a violência psicológica que, segundo o conselho nacional de justiça (CNJ) é definido como se segue abaixo: Violência psicológica é a prática de agressões verbais, chantagens, regras excessivas, ameaças (inclusive de morte), humilhações, desvalorização, estigmatizarão, desqualificação, rejeição, isolamento, exigência de comportamentos éticos inadequados ou acima das capacidades. E no relatório do MDH se divide em ameaça, calúnia/injúria/difamação, destruição de bens, hostilização, humilhação, infantilização, perseguição, subtração de incapaz e outros. No gráfico a seguir podemos observar como se distribuem as denúncias dentro dessas subdivisões. Gráfico 5 Adaptado por Anderson Souto de MDH-Disque 100- Balanço geral emitido em: 31/07/2018 No gráfico é possível notar que hostilização com 43%, humilhação com 35% e ameaça 12% das denúncias lideram o como as violações mais frequentes, e para tais, atos, as sanções cabíveis são as previstas pelo ECA, no artigo 18-A, como já mencionado, que vão desde encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família, à atendimento psicológico, programas de orientação até uma advertência, sem prejuízo de outras providências legais. Ameaça 12% Calúnia/injúria/difamaç ão 2% Chantagem 1% Destruíção de bens 0% Hostilização 43% Humilhação 35% Infantilização 0% Perseguição 1% Subtração de incapaz 0% outros 6% Violência psicológica Ameaça Calúnia/injúria/difamação Chantagem Destruíção de bens Hostilização Humilhação Infantilização Perseguição Subtração de incapaz outros 13 3.3. Perfil das vitimas O relatório emitido pelo MDH traz o perfil das vítimas, ambiente e principais agressores, os dados planificados foram adaptados para os gráficos a seguir, para fim de melhor visualização da realidade no Estado do Amapá. 3.3.1 Sexo Nota-se que o sexo feminino lidera o ranking com 49% das denúncias, mas não há uma distância tão grande a ponto de se descuidar do sexo masculino que também teve um número considerável de denúncias 37%; e os casos onde não foram informados representam um percentual de 14%. 3.3.2 Identidade de gênero Quando analisados os números por identidade de gênero percebe-se que 93% das denúncias não informam a identidade de gênero da vítima, seguida por heterossexuais com um percentual tímido de 7% e embora tenham sido registrados um caso de vítima bissexual e 1 de caso de uma lésbica, não chegam a 1%. 132 101 16 FEMININO MASCULINDO NÃO INFORMADO 0 20 40 60 80 100 120 140 Sexo BISSEXUAL GAY HETEROSSEXUAL LÉSBICA NÃO INFORMADO TRANSEXUAL TRAVESTI 0 100 200 300 Bissexual; 1 Gay; 0 Heterossexual ; 18 Lésbica; 1 Não informado; 251 Transexual; 0 Travesti; 0 Identidade de gênero Gráfico 6 Adaptado por Anderson Souto de MDH-Disque 100- Balanço geral emitido em: 31/07/2018 Gráfico 7 Adaptado por Anderson Souto de MDH-Disque 100- Balanço geral emitido em: 31/07/2018 14 3.3.3 Faixa etária Quando a análise é feita por faixa etária, nota-se um relativo equilíbrio de 0 a 17 anos, tendo o seu pico de denúncias entre vítimas de 12 a 14 anos com 25% das denúncias, seguida por a de 8 a 11 com 17% e de 0 a 3 anos com também 17%. 3.3.4 Cor/Raça Na análise por cor e raça, lideram as vítimas de cor parda com 42% das denúncias, e chama a atenção que o número de casos onde a cor/raça não é informado é muito grande, chegando a 33% dos casos, fato que dificulta a identificação de qual o perfil por cor/raça é mais vulnerável. 0 20 40 60 80 Não Informado; 24 Nascituro; 0 Recém-nascido; 3 0 a 3 anos; 46 4 a 7 anos; 43 8 a 11 anos; 47 12 a 14 anos; 67 15 a 17 anos; 41 Faixa etária AMARELA BRANCA INDÍGENA NÃO INFORMADO PARDA PRETA 0 20 40 60 80 100 120 Amarela; 3 Branca; 44 Indígena; 0 Não informado; 89 Parda; 115 Preta; 20 Cor/Raça Gráfico 8 Adaptado por Anderson Souto de MDH-Disque 100- Balanço geral emitido em: 31/07/2018 Gráfico 9 Adaptado por Anderson Souto de MDH-Disque 100- Balanço geral emitido em: 31/07/2018 15 3.4. Principais agressores e ambientes mais frequentes. Ao analisar os principais violadores de direitos de crianças e adolescentes, percebeu-se que a maior parte das violações se dão por membros da família, e em grande parte das vezes no ambiente familiar, alternando entrea casa da vítima e a casa do agressor. 3.4.1 Suspeitos No gráfico a seguir percebe-se que as mães lideram com 36% das denúncias, seguidas dos pais com 24% e em terceiro estão as que não informam o agressor, que mais uma vez dificulta a identificação por ser um percentual significativo de 19%. Se somados os suspeitos que têm alguma relação de parentesco com a vítima; pais, avós, padrasto, madrasta, tios, primos e irmãs, o percentual de agressões por este grupo chega a 73%, uma realidade que não destoa do cenário nacional, que aponta que 79% das violações ocorrem por membros da família, o que causa Avô; 4; 1% Avó; 7; 2% Companheiro; 1; 0% Cuidador; 1; 0% Desconhecido; 3; 1% Diretor de escola; 5; 1% Irmão (a); 1; 0% Madrasta; 6; 1% Padrasto; 22; 5% Mãe; 147; 36% Pai; 100; 24% Primo; 3; 1% Tio ; 13; 3% Professor (a); 4; 1% Vizinho; 12; 3% Namorado (a); 7; 2% Não informado; 77; 19% Empregador ; 1; 0% Relação Suspeito x Vítima Avô Avó Companheiro Cuidador Desconhecido Diretor de escola Irmão (a) Madrasta Padrasto Mãe Pai Primo Tio Professor (a) Vizinho Namorado (a) Não informado Empregador Gráfico 10 Adaptado por Anderson Souto de MDH-Disque 100- Balanço geral emitido em: 31/07/2018 16 estranheza por se tratar do grupo responsável pela dignidade das crianças e dos adolescentes. 3.4.2 Ambiente As agressões aos direitos humanos de crianças e adolescentes dentro da própria casa lideram com 58% das denúncias, logo em seguida vem a casa do suspeito com 23% e em terceiro lugar aparece o ambiente escolar com 9%. Somadas as ocorrências na casa da vítima e na casa do suspeito, temos o percentual de 81% das ocorrências que, onde parte significativa desse percentual acontece dentro dessa ambiência familiar. Tanto os principais suspeitos, quanto o ambiente demonstram, segundo o MDH, que os familiares e o ambiente familiar representam a maior ameaça à dignidade das crianças e adolescentes. Casa da vítima; 88; 58% Casa do suspeito; 35; 23% Escola; 13; 9% Local de trabalho; 1; 1% Ônibus; 1; 1% Outros; 11; 7% Rua; 1; 1% Ambiente Casa da vítima Casa do suspeito Escola Local de trabalho Ônibus Outros Rua Gráfico 11 Adaptado por Anderson Souto de MDH-Disque 100- Balanço geral emitido em: 31/07/2018 17 4. PESQUISA DE CAMPO Diante dos dados supra expostos, surgem muitos questionamentos, como por exemplo, até onde esses números refletem a realidade? Por notar-se que um percentual de denúncias envolvendo as famílias é substancialmente maior que os números de denúncias relacionadas ao Estado, nasce o questiomento: será mesmo que é muito maior a violação por parte da família do que por parte do Estado? Diante da escassez de registros nos órgãos/entidades estaduais, até onde esses números representam a realidade? Qual a percepção das pessoas que atuam diretamente com esses grupos, que têm sido que tem sofrido tantas violações de direitos? Na busca por respostas a esses questionamentos, aplicou-se uma pesquisa onde agentes públicos que atuam na promoção e proteção aos direitos das crianças e adolescentes. 4.1 Entrevistas Os dados já analisados nos fornecem um ponto de vista intrigante, além das surpresas quanto ao grupo que lidera no número de denúncias, e este grupo não figurar entre os mais mencionados nas mídias ou nos debates públicos e políticos, causa admiração maior saber quem são, segundo o relatório do MDH, os maiores violadores desses direitos, em número expressivo, os familiares. Em não se tratar de uma percepção comum para a sociedade, buscou-se, por meio de entrevistas, verificar qual a percepção dos agentes que atuam diretamente na linha de frente para a promoção e proteção dos DH de crianças e adolescentes no Amapá. Os agentes entrevistados atuam em diversos órgãos e funções como, conselheiros tutelares, promotores, uma assistente social da vara da infância e juventude e um agente da Fundação da Criança e do Adolescente do Estado do Amapá (FCRIA); o que possibilita um olhar mais holístico sobre o tema em questão. 18 Foram aplicadas as perguntas a seguir, e as respostas obtidas seguem sendo analisadas doravante. Fonte: Pesquisa de Campo Quando indagados sobre os canais por onde recebem denúncias, 50% disseram que recebem as notícias por telefones locais que o órgão dispõe para a sociedade, 25% dos entrevistados disseram que recebem denúncias pelo MDH e por meios locais, que vão desde números disponíveis para a sociedade, como por denúncias presenciais feitas diretamente no local. Há ainda órgãos que não recebem denúncias diretas, mas encaminhamento dos casos vindos dos órgãos que as atende diretamente, como é o caso do Ministério Público (MP), Vara da infância e juventude do Fórum de Macapá, entre outros. Gráfico 13 - Pergunta 2: O órgão/entidade mantém interação com o Ministério dos Direitos Humanos? Fonte: Pesquisa de campo Os entrevistados também responderam se havia interação como MDH, e como seria. As repostas de 75% dos entrevistados foram de que os órgãos em que trabalham não têm nenhuma interação com o MDH, o que leva a concluir que a demanda atendida por estes não está registrada no relatório emitido e analisado acima, pois a ausência de interação direta com o ministério somada à ausência de Disque 100+locais 25% Locais 50% Não se aplica 25% Recebem denúncias por: Disque 100 Disque 100+locais Locais Outros Não se aplica Sim, recebe denúncias 0% Sim, recebe e dá retorno 25% Não 75% Interação com MDH Sim, recebe denúncias Sim, recebe e dá retorno Não Gráfico 12 - Pergunta 1: Por quais meios de comunicação o órgão/entidade recebe denúncias? 19 dados estatísticos pelos órgãos e entidades estaduais – como mostra o próximo tópico - inviabilizam que as ocorrências, por eles atendidas, cheguem aos MDH. Gráfico 14 – Pergunta 3: Qual a violação denunciada com mais frequência? Fonte: Pesquisa de campo Sobre qual violação é mais denunciada, 75% dos entrevistados responderam que o número de violência sexual é substancialmente mais expressivo, o que destoa em muito do que nos diz o relatório do MDH, onde as três principais violações são negligência, violências psicológicas e físicas. Quando procurada no relatório, a violência sexual tem registros tímidos 48 casos divididos em 33 abusos sexuais, 14 de exploração sexual e um caso de sexting. Um dado curioso é que, apesar de todos os entrevistados terem sido unânimes em afirmar que a ocorrência de estupro no estado é altíssima. No relatório do MDH não há nenhum registro, como pode ser observado na imagem a seguir: Imagem 1 – Planilha MDH-Disque 100- Balanço geral emitido em: 31/07/2018 Fonte: MDH-Disque 100- Balanço geral emitido em: 31/07/2018 Violência sexual 75% Ngligência 0% Não se aplica 25% Violação mais deúnciada Violência sexual Ngligência Violência fisíca Violência psicológica Não se aplica 20 Um dos entrevistados, que atua na defensoria pública-núcleo de atendimento especializado da criança e adolescente, como defensor, citou um levantamento que está sendo feito pelo órgão, onde só este ano, já são aproximadamente 400 casos de estupros no Amapá, ele disse ainda que recentemente acompanhou 5 casos de abusos sexuais só por parte dos genitores das vítimas. Estes relatos não destoam da percepção da maioria das pessoas entrevistadas. Não obstante, esses dados não chegam ao Ministério dos Direitos Humanos, como pode-seobservar na imagem reprodução do relatório deste ano, conforme pode ser observado logo abaixo: Imagem 2 – Planilha MDH-Disque 100- Balanço geral emitido em: 31/07/2018 Fonte: MDH-Disque 100- Balanço geral emitido em: 31/07/2018 Há ainda 25% dos entrevistados que por trabalharem em órgãos responsáveis por cumprimento de medidas sócio educativas, não souberam responder, pois os órgãos em que prestam serviços não recebem denúncias. Gráfico 15 - Pergunta 4: Que tipo de negligência é mais recorrente? E por parte de quem? Fonte: Pesquisa de campo Abandono 100% Não se aplica 0% Negligência mais deúnciada Abandono Não se aplica 21 Para 100% dos entrevistados, a maior negligência é o abandono, as respostas foram majoritariamente sobre mães que deixam crianças sozinhas em casa, ou ainda nas casas de terceiros, segundo uma conselheira tutelar, os casos são os mais diversos; mães que abandonam os filhos por causa de drogas, outras para sair para festas noturnas, e ainda tem aquelas que deixam as crianças sozinhas por precisarem trabalhar e trazer sustento para casa, e não têm com quem deixar as crianças. Alguns dos entrevistados apontaram ainda que em alguns casos em que os pais abandonam os filhos por causa de drogas, essas crianças são encontradas pedindo dinheiro para as pessoas nas ruas. Gráfico 16 - Pergunta 5: Em quais ambientes se dá o maior número de violência psicológica? E quais os principais agressores? Fonte: Pesquisa de campo Todos os entrevistados concordam que, embora haja muitas violações de direitos de crianças em ambientes como escolas, nas ruas e até mesmo em igrejas, é na ambiência familiar que elas são mais frequentemente vítimas de agressões. Gráfico 17 - Pergunta 6: Quais violências físicas são mais denunciadas? E quais os principais agressores? Fonte: Pesquisa de campo Ambiente familiar / familiares 100% Ambiente Ambiente familiar / familiares Agressão/castigo fisíco 25% Lesão corporal por violência sexual 75% Violação fisica mais recorrente Agressão/castigo fisíco Lesão corporal por violência sexual 22 Quando interrogados sobre qual a violência física mais frequente, 75% dos agentes disseram que violência relacionada a violência sexual, que mais uma vez evidencia que este é um problema grave e presente na realidade do estado do Amapá. Gráfico 18 - Pergunta 7: Segundo o relatório emitido pelo Ministério de Direitos Humanos, 73% das violações a direitos de crianças e adolescentes ocorre dentro do ambiente familiar, sendo na maioria, o agressor um membro da família. O que leva a conclusão de que há mais negligência por parte da família do que do Estado. Por suas experiências, isso reflete a realidade? Há mesmo mais negligência por parte da família do que pelo Estado? Fonte: Pesquisa de campo A pergunta que motivou a presente pesquisa foi para saber quem é mais negligente quando o assunto é garantir a dignidade das crianças e adolescentes no estado. A maioria, com um percentual de 60% dos entrevistados, admite que sim, a família que deveria proteger as crianças e adolescentes, é muito negligente, mas estes entendem que o Estado é muito mais ineficiente na garantia desses direitos. Para os 40% restantes, a família é a principal agressora do grupo em questão, pois, para eles, é esta que tem a obrigação principal de assegurar a dignidade para suas crianças e adolescentes. Cabe ainda a observação de que os 60% que entendem que o Estado é o mais negligente, são pessoas que atuam junto a órgãos responsáveis por promover proteção através de medidas administrativas e judiciais. Enquanto que os que acreditam que os familiares são mais faltosos com suas responsabilidades, são pessoas que atuam em órgãos que têm a função de lidar com adolescentes que cumprem alguma medida socioeducativa. O que permite inferir que a opinião dos entrevistados varia de acordo com suas respectivas funções. Sim reflete a realidade 40%Não, a negligência do Estado é maior 60% Quem é mais negligente para assegurar DH de crianças e adolescentes? Sim reflete a realidade Não, a negligência do Estado é maior 23 8. Durante suas experiências como profissional, houve algum caso marcante de violação a direitos de crianças e adolescentes? A última pergunta diz respeito às experiências tocantes durante o desempenho das funções. Foi o momento em que foi possível ver e sentir a emoção tomar conta dos entrevistados, dentre tantas histórias, destaca-se a da assistente social do Fórum de Macapá, que se mostrou uma mulher engajada na luta para garantir a dignidade das crianças e adolescentes que são vítimas de muitas formas de violações. A servidora narrou um caso que acompanhara no início da carreira, onde uma criança sofria abusos do pai e achava que era normal o genitor tocá-la daquela forma. “ A monstruosidade de um homem daqueles, de violar a própria filha, aproveitando-se de sua inocência, me marcou profundamente, e eu quis deixar a assistência social depois disso” disse a aguerrida assistente que, ao invés de desistir da causa, fez disso sua motivação, e hoje, quatro anos depois continua lutando para garantir que histórias como aquela sejam combatidas. 4.2 Pesquisa de dados locais Ao verificar-se algumas discrepâncias entre os dados emanados do MDH, mais especificamente quanto à pergunta de número 2 (dois) da entrevista, onde constatou- se que 75% das denúncias não vêm por meio do disque 100, mas da demanda local, e considerando que apenas 15% das denúncias vindas pelo MDH têm algum retorno, o que permite inferir que, se os órgãos locais não dão retorno daquilo que recebem, menos ainda dão da demanda local. Por se basearem apenas nas denúncias captadas pelo sistema SONDHA, recebidas pelo disque 100 e pelo site humaniza redes, e não retratarem esse significativo percentual de 75% de denúncias locais, não retratam a realidade do estado do Amapá. Fato que fica mais evidente quando se analisa, por exemplo, que no relatório oficial não consta nenhum caso de estupro no ano de 2017, enquanto que os entrevistados foram unânimes em afirmar que é a violação mais recorrente no estado. Pelos motivos elencados acima, e na busca de dados que refletissem com mais precisão a realidade, foram procurados junto aos órgãos estaduais, secretarias, promotorias, vara da infância e adolescência no fórum de Macapá e o Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP), quanto a relatórios e estatísticas feitas por órgãos/entidades locais, qual não foi a surpresa ao constatar que não há em nenhum 24 dos listados acima. O único que forneceu um relatório foi o Ministério Público de Porto Grande, e este só estando atualizado até o ano de 2016 e que era alimentado com os dados do MDH já discutidos. 25 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Por meio de uma pesquisa sobre dados a respeito das violações de Direitos Humanos mais frequentes no Amapá, foi constatado que, dentre os grupos mais vulneráveis, as crianças e adolescentes lideram com uma diferença exorbitante. O que direcionou essa pesquisa para este grupo, e permitiu de imediato perceber que, segundo o Ministério dos Direitos Humanos (MDH), as principais violações são: negligência, violência física e violência psicológica. Ainda no processo de análise desses dados, foi constatado que essas agressões se dão majoritariamente por parte dos familiares, sendo 79% a nível nacional e 73% a estadual, denúncias envolvendo as famíliasdas vítimas como principais suspeitos. Os dados, por contraporem o senso comum e trazerem surpresas neste sentido, motivaram uma pesquisa de campo que teve como objetivos: primeiro saber como as pessoas que trabalham com o público mais violado veem a realidade, bem como se elas concordam com os dados oficiais já mencionados. Buscou-se ainda junto aos órgãos e entidades estaduais, se estes mantinham bancos de dados ou estatísticas sobre as ocorrências de violações no Estado, esforço este baldado por sucessivas desculpas e nenhum registro, salvo um relatório do Ministério Público de Porto Grande, onde pode notar-se que se tratava dos mesmos dados emitidos pelo MDH. Confrontados os dados emitidos pelo MDH e as respostas obtidas por meio de entrevistas com agentes de órgãos responsáveis por promoção e proteção dos direitos humanos de crianças e adolescentes, nota-se discrepâncias significativas que vãos desde a percepção de qual a violação mais recorrente, que para o MDH é a de negligência, mas para os entrevistados é a de violência sexual; até a percepção de responsáveis pelo maior número de inobservância desses direitos que, para o MDH é a família, já os entrevistados entendem, em sua maioria, que embora a família tenha sua parcela de culpa, a negligência do Estado é muito maior. Diante dos dados e discussões supra expostas, conclui-se que ainda precisa- se avançar muito em conscientização e em políticas públicas para garantir a dignidade humana a muitos grupos, e que os grupos mais vulneráveis são os menos falados quando se debate DH. Isso talvez explique infundadas discussões e uma visão distorcida por parte da sociedade sobre um tema que diz respeito a todos, Direitos Humanos. 26 Referências BRASIL. Decreto Lei n° 2.848 de 07 de dez 1940. Código Penal, Brasília, DF, 07 Dez 1940. BRASIL. Lei 8.069 de 13 de Jul de 1990. Estatuto da criança e do adolescente, Brasília, 13 Jul 1990. CNJ. CNJ serrviços: tipificação de crimes de violência contra criança. Conselho Nacional de Justiça. Disponivel em: <www.cnj.jus.br>. Acesso em: 02 novembro 2018. MIRABETE, J. F. Manual de Direito Penal - Parte Geral. 22°. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2005. ONU. Nações Unidas. Site da O. Nações Unidas. Disponivel em: <www.un.org>. Acesso em: 22 Outubro 2018. RELATÓRIO - Balanço anual Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos. Ministério dos Direitos Humanos, 2018. Disponivel em: <www.mdh.gov.br>. Acesso em: 12 Nov 2018. 27 Entrevista n°: Órgão/entidade: Nome do entrevistado: (Observação o nome do entrevistado não terá nenhuma divulgação) Cargo: Tempo de atuação na função: Data da entrevista: / / Pesquisa realizada por acadêmicos do curso de Direito, da faculdade FABRAN turma DR2Q66. Aplicação acadêmico (s): Observações: 28 Questionário 1. Por quais meios de comunicação o órgão/entidade recebe denúncias? 2. O órgão/entidade mantém interação com o Ministério dos Direitos Humanos (disque 100)? 3. Quais são as denúncias mais recebidas? 4. Que tipo de negligência é mais recorrente? 5. Em quais ambientes se dá o maior número de violência psicológica? E quais os principais agressores? 6. Quais violências físicas são mais denunciadas? E quais os principais agressores 7. Segundo o relatório emitido pelo Ministério de Direitos Humanos, 73% das violações a direitos de crianças e adolescentes ocorre dentro do ambiente familiar, sendo na maioria, o agressor um membro da família. O que leva a conclusão de que há mais negligência por parte da família do que do Estado. Por suas experiências, isso reflete a realidade? Há mesmo mais negligência por parte da família do que pelo Estado? 8. Durante suas experiências, como profissional, houve algum caso marcante de violação a direitos de crianças e adolescentes? 29 Pesquisa sobre Plágio Para Renata (RATTON, 1992) plágio é um assunto difícil, principalmente no universo acadêmico, por isso todo o cuidado é pouco. Segundo a especialista em Marketing, plágio é uma apropriação indevida da produção de outro autor sem lhe atribuir a autoria. O professor Lécio Ramos, citado pela autora (RATTON, 1992), existem, pelo menos, três tipos de plágio acadêmico: Integral: cópia de um trabalho inteiro sem citar a fonte. Parcial: colagem resultante da seleção de parágrafos ou frases um ou diversos autores, sem menção as obras. Conceitual: utilização da essência da obra do autor expressa de forma distinta do original, mas também tem o plágio mosaico e o Autoplagio. A punição para o crime de plágio e de multa ou 3 meses a 1 anos de reclusão sem fala que a pessoa que cometer o crime de plágio perderá todo e qualquer credibilidade em qualquer meio de trabalho. Referências RATTON, R. A. Plágio e direito do autor. PUC RIO, 1992. Disponivel em: <www.puc- rio.br>. Acesso em: 28 out. 2018.