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Trabalho avaliativo Aulas 11 e 12: A educação no século XX Explique por que o século XX apresenta características únicas que determinaram mudanças radicais no processo de educação. No século XX o mundo presenciou inúmeras mudanças e acontecimentos, a Revolução Industrial foi uma delas, as pessoas começaram a migrar do campo para as cidades, com isso a procura por um emprego cresceu, porém, as condições não eram adequadas, sendo que era possível encontrar até crianças trabalhando dentro de fábricas. O mundo se tornou globalizado, aconteceram guerras e a tecnologia teve um grande avanço devido a elas. Com tantos conflitos, muitos movimentos sociais foram aparecendo, as mulheres começaram a exigir igualdade, os hippies também se manifestaram em relação a um mundo menos consumista entre outros movimentos. A criança passou a ter uma importância maior para a sociedade e teóricos da educação ganharam mais notoriedade. A educação tem reconhecimento fundamental para a sociedade, porque ela instrui, oportuniza a emancipação do sujeito, ou seja, apresenta outra visão do mundo, com possibilidade de pensar e julgar. Contudo, o uso da política na educação torna-se um risco, Estados Totalitários como Nazismo tentam doutrinar crianças e jovens, prejudicando o real sentido da escola. Ainda no século XX, houve uma maior abrangência da educação, incluindo assim meninos e meninas, pessoas com deficiências, povos de etnias variadas, tendo como objetivo a integração social. Que relações Dewey estabelece entre educação e sociedade? Qual é a importância de sua contribuição? Quais são seus limites? Dewey acreditava que o trabalho concreto como os manuais, estimularia os alunos a aprender de fato, além de ajuda-los a desenvolver a ideia de comunidade, fazendo com que cooperassem entre si e socializassem. A Pedagogia de Dewey tem aspectos inovadores, se opõe a escola tradicional, valoriza atividades práticas, pois elas devem ser associadas ao conteúdo estudado e fazer sentido na vida cotidiana da criança, assim ela aprende a ter iniciativa e ser independente, sendo capaz de questionar a realidade. Esses aspectos irão prepara-la para um mundo tecnológico e democrático e foi com a disseminação dessas ideias que Dewey se tornou importante para a Pedagogia, sendo bastante influente na Escola Nova. O limite de Dewey está na utopia de imaginar a escola como um território neutro, quando na verdade ele está permeado por todas as contradições sociais e políticas do seu contexto. De certo modo, na sua pedagogia é reforçada a adaptação do aluno à sociedade, que, como tal, não é questionada em momento algum. Trata-se de uma teoria que representa plenamente os ideais liberais, sem colocar em xeque os valores burgueses. Assim resultou a “ilusão liberal” ou o “otimismo pedagógico” da Escola Nova. “Gratuita! Queres dizer, paga pelo Estado. Mas quem pagará ao Estado? O povo. Já vês por aí que a educação não é gratuita. Mas isso não é tudo. Quem se aproveitará mais da educação gratuita, o rico ou o pobre? Evidentemente será o rico: o pobre está condenado ao trabalho desde o berço.” Nessa citação, o anarquista francês Pierre-Joseph Proudhon critica a educação gratuita oferecida pelo Estado. Responda: Por que Proudhon acha que a escola gratuita não é de fato gratuita? Porque é o povo quem paga através de imposto e contribuições, e que retorna para o povo em péssimas condições e qualidade. E o rico muitas vezes tira o lugar do pobre, o pobre muitas vezes larga a escola para trabalhar. Explique o que os anarquistas pensam sobre o Estado e outras instituições. Os anarquistas (ou libertários) criticam o Estado, a Igreja e todas as instituições hierarquizadas, inclusive a escola autoritária, e pretendem implantar “a ordem na anarquia”. Para tanto, as organizações anarquistas recusam as relações humanas coercitivas e se pautam pela cooperação voluntária, pela autodisciplina e pela autogestão. A negação do Estado não deve nos levar a pensar que se trata de uma proposta individualista, pois o conceito de organização não coercitiva se funda na cooperação e na aceitação da comunidade. Para os libertários, o ser humano é capaz de viver em paz com seus semelhantes, mas as instituições autoritárias deformam e atrofiam suas tendências cooperativas. Para inverter a pirâmide de poder que o Estado representa, propõem uma descentralização, buscando modos mais diretos de relação, pelo contato “cara a cara”. A responsabilidade surge a partir dos núcleos vitais das relações sociais, tais como no local de trabalho, nos bairros e, no caso dos educadores anarquistas, na escola. O importante é manter a participação, a colaboração, a consulta direta entre as pessoas envolvidas. Diante dessa crítica, como deveria ser a escola segundo a concepção anarquista? A tendência anarquista caracteriza-se na educação, como uma das linhas antiautoritárias, a escola antiautoritária depende também da ação revolucionária mais ampla, capaz de implantar a nova ordem política. A liberdade no conceito anarquista é uma meta a ser aprendida e construída por meio das relações entre os indivíduos. Nesse caso, o professor intervém para alcançar esse propósito, uma vez que a criança é um ser inacabado, em formação. Portanto, para os anarquistas, se a escola não é função do Estado, ela dependerá sempre da responsabilidade da comunidade. A revolta estudantil de 1968 teve causas muito mais amplas do que apenas a crítica à educação. Explique que outros elementos ajudaram a deflagrar aquele movimento. De cunho anárquico e, portanto, antiautoritário, esse movimento espontâneo provavelmente teria começado com questões internas de crítica ao sistema de exames, estendeu-se em razão da punição de alguns alunos e recrudesceu com os protestos contra a separação dos alojamentos femininos, o que significava também reivindicação de liberdade sexual e crítica à moralidade burguesa. Os estudantes reivindicavam maior participação na educação e nos diversos setores da política. Denunciavam o afastamento do cidadão comum dos centros de decisão, daí as palavras-chave serem autonomia, autogestão e diálogo. O movimento estudantil de maio de 1968 iniciado na França sofreu influência direta de Herbert Marcuse, um dos representantes da Escola de Frankfurt surgida na Alemanha. A Escola de Frankfurt é responsável pela formulação da teoria crítica da sociedade, seus principais temas de natureza sociológico-filosófica são a autoridade, o autoritarismo, o totalitarismo, a família, a cultura de massa, o papel da ciência e da técnica, a liberdade. Os frankfurtianos criticam a exaltação feita ao progresso e desmistificam esse conceito, que dá a ilusão de aperfeiçoamento espontâneo, quando na verdade, em certas circunstâncias, pode estar nos encaminhando para a barbárie. Caracterize a tendência tecnicista em educação e critique sua proposta de neutralidade. O avanço da tecnologia exigiu a formação de técnicos especializados e, mais ainda, de uma organização do trabalho voltada para o aumento da produtividade, eficiência e eficácia. Para tornar possível essa meta, teóricos propuseram técnicas de racionalização. Essa tendência baseia-se em pressupostos positivistas, e, em nome de um saber científico pretensamente neutro e objetivo, na verdade exerce uma função de controle e, portanto, oculta um significado político de dominação, então surge no século XX a tendência tecnicista, com o objetivo de implementar o modelo empresarial na escola, ou seja, aplicar na escola o modelo de racionalização típico do sistema de produção capitalista. Com forte influência das teorias positivistas e da psicologia americana behaviorista, o tecnicismo busca ensinar o aluno por meio do treinamento. De que maneira podemos afirmar que as teorias construtivistas superam as concepções empiristas e inatistas da aprendizagem? Para os construtivistas o conhecimento é construído, acontece por etapas a criança organiza e reorganiza o pensamento e a afetividade. Na concepção empirista a criança só aprende pelo conhecimentotransferido de outra pessoa, ou pela sua experiência. No inatismo, a pessoa já nasce com o conhecimento, é herdado e não construído, o conhecimento se desenvolve através da interação entre o empirismo e o inatismo. “Um estado de equilíbrio não é um estado de repouso final, mas constitui um novo ponto de partida.” A partir da afirmação de Piaget, responda: Em que medida essa afirmação sustenta a concepção de evolução em estágios? Quais são os estágios que Piaget descreve? Para Piaget, a inteligência e a afetividade estão em um estado de equilíbrio, porém o meio ambiente pode altera-lo fazendo com que a inteligência tente achar uma maneira de reestabelecer o mesmo através da assimilação, que é quando o indivíduo compreende uma situação com base em uma experiência anterior, e a acomodação modifica os significados já existentes. As mudanças mais significativas acontecem principalmente na mudança de um estágio para outro, quando ocorre o desiquilíbrio, os estágios são: sensório-motor, intuitivo, operações concretas e operações abstratas. b) Identifique outros pedagogos que também concordam com a noção de equilíbrio instável. Emilia Ferreiro, Lev Vygotsky, Henri Wallon, Alexandro Luria, Alexei Leontiev. Explique por que, segundo a teoria do desenvolvimento de Vygotsky, não é bom separar em classe à parte as crianças consideradas “mais fracas”. Para Vygotsky na Zona de Desenvolvimento Proximal, a criança consegue com a ajuda de um adulto ou com um grupo de colegas, resolver problemas que ainda são difíceis para ela, pois está em processo de amadurecimento e é através da interação social que a criança irá internalizar novos conhecimentos, levando a um aprendizado de fato. “Afinal, vai-se à escola para adquirir conhecimentos, ou para desenvolver competências? ” Explique por que Philippe Perrenoud assim responde aos críticos de suas teorias: “Essa pergunta oculta um mal-entendido e designa um verdadeiro dilema”. Ao afirmar que as competências devem ser desenvolvidas nas escolas, Perrenoud não nega a importância da transmissão de informações, mas sim que as informações devem ter sentido para os alunos. As competências devem ser construídas junto com as informações, que por sua vez precisam ser vivenciadas através de situações problemas pelos alunos, dando-lhes a oportunidade de trabalhar em grupos para resolver as problemáticas e desenvolver projetos. Leia as três citações a seguir, comentando o que elas têm em comum e que relação podemos fazer entre elas e as advertências das teorias pedagógicas contemporâneas. “Não basta adquirir sabedoria, é preciso tirar proveito dela.” (Cícero) “O erudito é um eunuco do saber.” (Nietzsche) o conhecimento é a impotência do saber “O especialista é aquele que sabe tanto de uma parte, até saber tudo de nada.” (frase irônica de Pittigrilli) As citações acima falam sobre a necessidade de adquirir conhecimento e ao mesmo tempo saber usa-la, não basta ter muitas especialidades se não saber colocar em prática. As teorias pedagógicas contemporâneas sofrem forte influência das ciências humanas, variando conforme o teórico, Perrenoud questiona “para que serve ir à escola, se não adquire nela os meios para agir no e sobre o mundo? ”. Os conhecimentos adquiridos pelas crianças devem fazer sentido para elas, ter um significado.