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RECÉM-NASCIDO DE RISCO Prof Camila Neumaier Alves ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NOS DISTÚRBIOS GASTROINTESTINAIS ONFALOCELE •Vísceras exteriorizadas, recobertas por membranas: âmnio e peritônio parietal (cordão umbilical, que se continua no ápice do defeito) •Leitura sugerida: http://www.scielo.br/pdf/rbgo/v23n1/4043.pdf GASTROSQUISE •Defeito da parede abdominal para-umbilical geralmente à direita •vísceras exteriorizadas, livres no líquido amniótico; o defeito é lateral a um cordão umbilical íntegro http://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2015/02/GASTROSQUISE-2014.pdf https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/26142/000757161.pdf?sequence=1 REFLUXO GASTROESOFÁGICO • Prematuridade • Asfixia ao nascer • Desenvolvimento neurológico lento • Atresia esofágica • Fistula Traqueoesofágica • Gastrosquise e Onfalocele • Atresia duodenal • Hernia de Hiato • Hernia Diafragmática • Doenças pulmonares crônicas Fatores de risco Quadro Clínico • Irritação, com choro contínuo, principalmente na 1º hora após alimentação • Vômitos frequentes • Perda de peso, crescimento lento • Esofagite • Pneumonia por aspiração • Sono interrompido com frequência, devido ao desconforto • Movimentos de mastigação, alguns minutos após a alimentação • Apneia e bradicardia, alguns minutos após a alimentação • Hematemese devido a esofagite Tratamento •Posicionamento – decúbito ventral com cabeceira do berço elevada em 45º por 1,5 hora a 2 horas após dieta. •Dieta – pequenos volumes com aumento da frequência, engrossar com cereal conforme prescrição médica, alimentação via sonda jejunal. •Medicamentos – agilizar o esvaziamento gástrico e aumentar a mobilidade gastrointestinal. Droga de escolha: metoclopramida; ranitidina. •Cirurgico: Casos persistentes após os 3 meses de idade. http://www.scielo.br/pdf/rcefac/v17n5/1982-0216-rcefac-17-05-01664.pdf ENTEROCOLITE NECROZANTE •Alimentação enteral •Hipotermia •Septicemia •Cateteres umbilicais •Aumento do pH gástrico •Diminuição dos fatores imunológicos no trato gastrointestinal • Imaturidade da parede intestinal •Diminuição da mobilidade intestinal •Uso de leite artificial Fatores de risco Quadro Clínico • Distensão abdominal • Alças abdominais salientes • Intolerância alimentar com vômitos biliosos • Resíduo Gástrico >30% do volume total administrado • Vômito • Presença de sangue nas fezes • Sinais de infecção como apneia, instabilidade térmica, letargia e irritabilidade • Abdome sensível ao toque • Diminuição da perfusão da pele • Mudança da cor da pele abdominal http://files.bvs.br/upload/S/0101-5907/2015/v29n2/a5014.pdf Tratamento • Jejum por aproximadamente 2 semanas. • Aporte calórico endovenoso • Antibiótico sistêmico • Sonda gástrica conectada a aspiração baixa intermitente para descompressão • Monitorização Perímetro abdominal • Raio X • Manejo da dor • Suporte ventilatório • Manutenção da PA • Monitorização da glicemia ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NOS DISTÚRBIOS HEMATOLÓGICOS DISTÚRBIOS DA GLICOSE • HIPOGLICEMIA • A hipoglicemia caracteriza-se pelo nível de glicose sanguínea abaixo de 40mg/dL ou pelos níveis de glicose plasmática inferiores a 45mg/dL em recém-nascidos pré-termo e a termo (RNPT e RNT). • HIPERGLICEMIA • Níveis de glicemia plasmática, obtidos por, no mínimo, 2 amostras distintas durante um período de 12 horas superiores a 145mg/dL. Hipoglicemia • prematuros; • retardo do crescimento intrauterino (RCIU); • pequenos ou grandes para idade gestacional (PIG ou GIG); • mães com pré-eclâmpsia; • com asfixia perinatal; • com hipotermia; • mãe diabética ou que desenvolveu diabetes gestacional; • Doença hemolítica pelo sistema Rh; • mãe que fez tratamento para inibir o trabalho de parto prematuro; • com suspeita de sepse • choro anormal alto; • hipotermia; • instabilidade na temperatura; • sudorese; • sucção débil; • recusa alimentar; • tremores; • reflexo de Moro com resposta exagerada; • letargia; • hipotonia; • convulsões; • palidez; • cianose; • taquipneia; • apneia; • movimentos anormais dos olhos; • taquicardia; • bradicardia; • insuficiência cardíaca; • dificuldade respiratória Sinais e sintomas Rastreio • Recém-nascido GIG/macrossômico (risco de hiperinsulinemia) – dosar a glicemia utilizando fita reagente com 1, 2, 4, 8, 12 e 24 horas de vida; • Recém-nascido PIG e outras situações com diminuição de reserva ou causas mistas, tais como estresse, asfixia, sepse, hipotermia, dificuldade respiratória – dosar a glicemia utilizando fita reagente com 2, 4, 6, 12, 24, 48 e 72 horas de vida. https://diretrizes.amb.org.br/_BibliotecaAntiga/recem_nascido_macrossomico.pdf Tratamento • Nos RNs assintomáticos com glicemia baixa (entre 25 e 45mg/dL), alimentar a criança, preferencialmente com leite materno. Repetir a dosagem da glicemia em 30 – 60 minutos. • Nos RNs sintomáticos ou com glicemia inferior a 25mg/dL, infundir solução de 2mL/kg de soro glicosado a 10%, a uma velocidade de 1mL/min, por via endovenosa, o que corresponde a 200mg/kg de glicose. Após a infusão, manter oferta endovenosa contínua de glicose a uma velocidade de 6 – 8mg/kg/min. A glicemia deve ser avaliada novamente 30 minutos após a infusão do bolus de glicose, e depois a cada hora com glicofita, até que os níveis se mantenham estáveis e adequados. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_saude_recem_nascido_profissionais_v3.pdf HGT • informar aos pais o procedimento a ser realizado; • oferecer medidas de alívio para a dor do recém-nascido, • de preferência o colo materno ou paterno; • estimular o aleitamento materno sempre que possível; • lavar as mãos antes e depois de contato com cada paciente, assim como entre procedimentos no mesmo paciente, o que reduz o risco da contaminação cruzada entre pacientes; • calçar luvas de procedimento; • identificar a área a ser puncionada – face lateral ou medial; nunca o centro do calcâneo. ICTERÍCIA NEONATAL • Caracterizada pela coloração amarelada na pele, escleróticas e membranas mucosas do RN, devido ao alto nível de bilirrubina (hiperbilirrubinemia indireta) depositada nesses locais. • A icterícia é uma situação clínica muito comum e acomete aproximadamente 80% de todos os neonatos na primeira semana de vida, principalmente os prematuros, que são mais suscetíveis. • A icterícia é clinicamente detectada quando a concentração sérica de bilirrubina ultrapassa 2-3mg/100mL (o valor normal é 0,3-1,0mg/100mL). Zonas de Krammer Icterícia Fisiológica • Ocorre após 48 horas do nascimento. • Tem evolução benigna. • Atinge maior intensidade no 4º dia de vida no RN a termo e no 5º ou 6º no pré-termo. • Devido à imaturidade eritrocitária, hepática e gastrintestinal, a icterícia fisiológica é mais intensa no pré-termo. • A icterícia fisiológica é visível ao atingir níveis de 5 a 6mg/dL, mas os níveis de bilirrubina não costumam passar de 10 a 12mg/dL. Icterícia Patológica Ocorre nas 24 ou 48 horas de vida. • doenças hemolíticas; • hemorragia; • policetemia; • galactosemia; • hipotireoidismo; • atresia biliar; • sangue deglutido; • filho de mãe diabética. Cuidados de enfermagem • investigar os antecedentes familiares (incompatibilidade sanguínea prévia, abortos, natimortos e hidrópsia fetal); • verificar a presença de hipóxia, hipoglicemia, hipotermia, infecção e acidose; • verificar se os exames de rotina foram realizados na mãe e no filho para identificar a causa da icterícia neonatal (incompatibilidade Rh e ABO). Biliblanket Bilispot Bilitron BiliberçoCuidados de enfermagem na fototerapia • despir o RN; • manter proteção ocular durante todo o período de exposição; • retirar a proteção ocular durante a higiene, visita dos pais e amamentação; • verificar sinais vitais de 2 em 2 horas devido ao risco de hipertermia; • fazer balanço hídrico rigoroso; • se possível, manter aleitamento materno exclusivo; • se necessário, manter nutrição enteral; • realizar mudança de decúbito regularmente; • posicionar o aparelho a 30cm do RN; • manter limpa a superfície de acrílico da incubadora e a proteção do dispositivo de fototerapia; • verificar se todas as lâmpadas estão acesas; • utilizar aparelhos com 7 a 8 lâmpadas; • utilizar cortinas laterais azuis que refletem a radiação que se perderia na lateral, aumentando de 10 a 15% a irradiância; • verificar periodicamente a irradiância (a cada plantão e sempre que reposicionar o foco) emitida pela fototerapia, ligando o aparelho por duas horas antes de medir a irradiância no nível da pele do RN, e trocar quando inferior ao mínimo – procurar deixar no valor ideal, que é de 4W/cm2/nm; • observar sinais de irritação da pele, hipertermia e lesão de retina. Cuidados de enfermagem na fototerapia http://www.saude.pb.gov.br/site/arquivos/NOVAS_ROTINAS_UNIDADE_NEONATAL.pdf https://www.fen.ufg.br/revista/v12/n2/v12n2a18.htm Kernicterus • A principal complicação da hiperbilirrubinemia. • Síndrome neurológica causada pela deposição de bilirrubina nas células cerebrais, que ocorre quando os níveis de bilirrubina são maiores do que 25mg/dL, com evidência de lesão neural. • O quadro clínico do RN com impregnação cerebral de bilirrubina é dividido em fases para melhor identificação: • fase I – hipotonia, letargia, má-sucção, choro agudo durante algumas horas; • fase II – hipertonia, opistótono e febre; • fase III – aparente melhora no final da primeira semana; • fase IV – paralisia cerebral por encefalopatia bilirrubínica, perda de audição neurossensorial, distúrbios extrapiramidais (dois ou três meses). http://www.scielo.br/pdf/eins/v9n2/pt_1679-4508-eins-9-2-0220.pdf DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS NO PERIODO NEONATAL Doença da Membrana Hialina • A Doença da Membrana Hialina (DMH) ou Síndrome do Desconforto Respiratório (SDR) é uma patologia causada por imaturidade pulmonar e está relacionada à deficiência primaria de surfactante. Acomete frequentemente recém-nascidos pré-termo (RNPT), de peso inferior a 1500g, normalmente do sexo masculino e se manifesta nas primeiras semanas de vida. • O surfactante é sintetizado a partir da 20ª semana gestacional. • A produção atinge a quantidade suficiente por volta das 34-35 semanas. • O diabetes materno prejudica a quantidade e qualidade do surfactante. • O uso de corticóide antenatal protege o surfactante pulmonar. Doença da Membrana Hialina •Gemido expiratório, batimento de asas do nariz, taquipneia, retração da caixa torácica e cianose. •Os sinais e sintomas aparecem logo após o nascimento. •Piora progressiva nas próximas 36 a 48 horas de vida. http://www.amrigs.org.br/revista/58-03/004.pdf Batimento de asas Tiragem intercostal Retração esternal Gemido Sincronização http://www.scielo.br/pdf/reben/v62n6/a08v62n6.pdf Taquipneia Transitória do RN é caracterizada por um desconforto respiratório leve a moderado, geralmente de evolução benigna, decorrente de retardo na absorção do líquido pulmonar após o nascimento. • Cesariana eletiva sem trabalho de parto. • Asfixia perinatal. • Diabetes e asma brônquica materna. • Policitemia Taquipneia Transitória do RN • Inicio precoce, nas primeiras horas. • FR entre 80-100 ipm. •Retração intercostal , batimento de asas do nariz, gemido e cianose que melhora facilmente com o aumento da concentração de oxigênio •Ausculta normal ou estertores subcrepitantes finos. •Evolui com melhora progressiva e resolve com ± 72 horas. Síndrome de Aspiração de Mecônio • Idade Gestacional geralmente >40 semanas • Asfixia perinatal. •Presença de Líquido Amniótico meconial. Síndrome de Aspiração de Mecônio • Impregnação de mecônio. •Presença de mecônio na traqueia. •A cianose grave. •Quando não há complicações, evolui com melhora em 5-7 dias. http://www.redeblh.fiocruz.br/media/arn_v3.pdf DISTÚRBIOS CARDÍACOS NO PERIODO NEONATAL Estudo independente • Acianóticas: Comunicação Interventricular (CIV), Comunicação Interatrial (CIA), Persistência do Canal Arterial (PCA) e Coarctação de Aorta (CoAo). • Cianóticas: Tetralogia de Fallot, a Transposição das Grandes Artérias e a Atresia Tricúspide, Anomalia de Ebstein e defeitos do septo atrioventricular (DSAV).
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