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CONTRATOS AGRÁRIOS

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UNIVERSIDADE PAULISTA-UNIP
Goiânia 2018
1- INTRODUÇÃO
Existem várias relações jurídicas entre os produtores rurais, seus parceiros, fornecedores, prestadores de serviços, arrendatários, compradores e outros, e cada uma dessas relações jurídicas corresponde a uma norma legal. Nos contratos agrários deve conter a capacidade jurídica dos contraentes, licitude do objeto do contrato e sua forma que deve ser permitida ou não proibida. Os contratos agrários que a lei reconhece, são o contrato de arrendamento e parceria, que tem como finalidade a posse ou uso temporário da terra, entre o proprietário (que detêm a posse ou tem a livre administração do imóvel rural) e aquele que nela exerça qualquer atividade agrícola, pecuária, agro-industrial, extrativa ou mista, conforme esta elencado na Lei n. 4.504 de 30/11/64 art. 92 e Lei n. 4.947 de 06/04/66, art. 13. A Lei n. 4.947 de 06/04/66, art. 13, IV, dispõe que todos os contratos agrários regem-se pelas normas do presente regulamento, as quais serão de obrigatória aplicação em todo o território nacional e irrenunciáveis os direitos e vantagens nelas instituídos e qualquer estipulação contratual que contrariar estas normas, será nula de pleno direito e de nenhum efeito. Os contratos de arrendamento e de parceria poderão ser escritos ou verbais. 
Nos contratos verbais presumem-se ajustadas as cláusulas obrigatórias estabelecidas no Regulamento do Estatuto da Terra e Direito Agrárias Decreto n. 59.566/66. Nos contratos escritos deverão conter o lugar e data da assinatura do contrato, nome completo e endereço dos contratantes, características do arrendador e arrendatário ou do parceiro-outorgante e parceiro-outorgado, objeto do contrato, tipo de atividade de exploração e destinação do imóvel ou dos bens, identificação do imóvel e número do Registro no Cadastro de Imóveis Rurais (IBRA), descrição da gleba, enumeração das benfeitorias e demais bens e facilidades, prazo de duração e preço, foro do contrato, cláusulas obrigatórias do Regulamento e assinatura dos contratantes ou da pessoa a seu rogo e de quatro testemunhas idôneas. 
CONCEITO
Para Vivanco (apud José Braga-Ind). D. Agrário Brasileiro, “Contrato Agrário é a elação jurídica agrária convencional que consiste no acordo de vontade comum destinado a reger os direitos e obrigações dos sujeitos intervenientes na atividade agrária, com relação a coisas e serviços agrários”.
Para Otávio M. Alvarenga (apud Benedito F. Marques – Ind Dir. Agrário Brasileiro, AB Editora), “por contrato agrário devem ser entendidas todas as formas de acordo de vontade que se celebrem, segundo a lei, para o fim de adquirir, resguardar, modificar ou extinguir direitos vinculados à produtividade da terra.”. Este conceito como pode se verificar abrange os contratos típicos (parceria e arrendamento) e os atípicos.
Características
	As principais características dos contratos agrários são as seguintes:
-Consensuais: direitos e obrigações surgem com o simples consentimento das partes.
-Trato Sucessivo: Obrigações continuadas, não se findam em uma única transação.
-Bilaterais: As partes assumem interdependência com as obrigações.
-Formais: é comum que sejam de forma escrita e devem ser registrados, mas como a lei não exige de maneira clara sua forma há questionamentos quanto a esta questão.
-Onerosos: as partes envolvidas visam lucros, havendo responsabilidade para ambas as partes excetuando apenas os CONTRATOS DE COMODATO.
-Limitação a liberdade de contratar: a lei gera diversas garantias ao hipossuficiente na relação, assim, os contratos se tornam mais difíceis, o que gera a limitação.
-Comutativos: benefícios mútuos.
Modalidades
Os contratos agrários, à luz da legislação em vigor, podem ser divididos em contratos nominados ou contratos típicos, que englobam os contratos de arrendamento e parceria, e os contratos inominados ou atípicos, do que são exemplos os comodatos, a empreitada, o compáscuo, entre outros. Estes últimos, mesmo não havendo regra especial definida na lei, devem, como condição de validade e no que lhes for aplicável, cumprir as regras obrigatórias estabelecidas para os contratos de parceria e arrendamento. É o que vem disciplinado no art. 39 do Decreto 59.56/6.
ELEMENTOS OBRIGATÓRIOS
	De acordo com as normas legais de Direito Agrário, qualquer que seja a forma do contrato, há algumas obrigações legais que devem
ser respeitas, a saber;
a) conservar os recursos naturais,
b) dever de proteção ao mais fraco na relação contratual ( via de regra o arrendatário e o parceiro outorgado);
c) Observância dos prazos mínimos estabelecidos por lei;
d) fixação do preço do aluguel dentro dos limites legais;
e) indenização, com direito de retenção das benfeitorias úteis e necessárias;
f) proibição de prestação de serviços gratuitos pelo arrendatário e parceiro outorgado;
g) proibição de obrigação de o arrendatário beneficiar seus produtos na usina do arrendador e de vender a este os seus produtos. 
(art. 93 da Lei nº 4.504/64);
h) obrigatoriedade de cláusulas que assegurem a conservação dos recursos naturais 
(art. 13,111 da Lei nº 4.947/66 e art. 13,11 do Decreto 59.566/66);
i) proibição de usos e costumes predatórios da economia agrícola ( art. 92 do ET; art. 13,I da Lei nº 4.947/66 e art. 13,VII,b do Dec. Nº 59.566/66);
j) irrenunciabilidade de direitos e vantagens legalmente definidos em prol do arrendatário e parceiro-outorgado (art. 13,IV da Lei nº 4.947/66 e art. 
13, I do Dec. 59.566/66).
	Além de buscar a preservação dos recursos naturais renováveis e do meio ambiente em geral, as cláusulas obrigatórias nos 
contratos têm também, como finalidade garantir a proteção ao débil econômico, com fundamento claro de ordem pública, como vem
estabelecido no artigo 13 da Lei nº 4.947/66.
Partes
Como todo o ato jurídico, o contrato agrário tem de ser feito por pessoa capaz, isto é, que possa consentir validamente e que o objeto do acordo seja lícito, sem esquecer a forma prescrita no Estatuto da Terra (OPTIZ; OPTIZ, 2011, p. 277). Os contratos agrários tem de um lado o arrendante/outorgante, que é o proprietário, detentor de posse com justo título ou administrador com poderes, podendo ser a pessoa física ou jurídica. Do outro lado, o arrendatário/outorgado aquele que vai exercer atividade agrícola, agroindustrial, extrativista ou mista. Muito embora o arrendatário descrito na legislação seja o trabalhador rural, na prática tanto a pessoa física ou jurídica, ou o chefe de família, representando o conjunto familiar, poderão receber, no contrato agrário, imóvel rural com o fim de exercer atividade agrária.
DIFERENÇA ENTRE ARENDAMENTO E PARCERIA:
A diferença básica está relacionada às vantagens auferidas pela parte que se dedica à exploração do móvel.
No contrato de arrendamento rural são cedidos uso e gozo do imóvel rural.
Assim o arrendatário aufere todas as vantagens do imóvel, de acordo com o que ficou avençado. Na parceria é cedido apenas o uso específico do imóvel rural. O pagamento do arrendamento é ajustado em quantia certa (em dinheiro), como valor certo (art 18 do Decreto), enquanto que na parceria rural, espécie de sociedade, os riscos correm por conta das duas partes, podendo ocorrer partilhas de prejuízos.
FORMAS DE CONTRATO 
Pode ser tanto escrita como verbal, de forma expressa ou tácita (art.92). 
Contudo, para maior garantia, convém que contratos sejam escritos. Nos contratos verbais subentende-se estarem presentes todas as cláusulas e condições obrigatórias estabelecidas em lei. O contrato agrário pode, portanto, ser provado exclusivamente por testemunhas, independente do seu valor.
PRAZOS
	O Decreto regulamentador estipula prazos específicos, que conforme o caput do artigo 13 que combinados com o artigo 12 parágrafo 
único e artigo 2º do mesmo Decreto devem ser respeitados, sob pena de ser declarado nulo de nenhum efeito os contratos agrários
estipulados entre as partes.
	Em regra geral o prazo mínimo é de
3 anos;
	Em regras específicas deve seguir o seguinte padrão:
• - Prazo mínimo de 3 anos de arrendamento para lavoura temporária e/ou pecuária de pequeno e médio porte (art.13,II,a);
• - prazo mínimo de 5 anos, nos casos de arrendamento em que ocorram atividades de exploração de lavoura permanente e ou de pecuária de 
grande porte para cria, recria, engorda ou extração de matérias primas de origem animal ;
• - prazo mínimo de 7 anos, nos contratos em que ocorra atividade de exploração florestal.
	Este dispositivo, como acima elencados, tem como função proteger o produtor e a produção rural, isso porque, na atividade 
agrária, o homem precisa de um tempo considerável para obter um retorno financeiro razoável, sendo que o legislador ao 
estipular os prazos mínimos de acordo com o tipo de exploração realizada no imóvel, tenta garantir uma permanência no imóvel
rural que seja passível de ganhos.
ARRENDAMENTO RURAL
CONCEITO
O conceito de contrato de arrendamento rural, uma das modalidades de contrato agrário, está prevista no art. 3º do Decreto nº 59.566/66[31], se não vejamos: Arrendamento rural é o contrato agrário pelo qual uma pessoa se obriga a ceder à outra, por tempo determinado ou não, o uso e gozo de imóvel rural, parte ou partes do mesmo, incluindo, ou não, outros bens, benfeitorias e ou facilidades, com o objetivo de nele ser exercida atividade de exploração agrícola, pecuária, agroindustrial, extrativa ou mista, mediante certa retribuição ou aluguel, observados os limites percentuais da Lei. Veja que o arrendatário, por força do contrato de arrendamento, passa a ter o uso e gozo do imóvel, objeto do contrato. O uso e gozo da terra compreende o livre exercício de qualquer atividade agrária licita, devendo ser observadas legislação do uso do solo. Em outras palavras contrato de arrendamento é a locação de uma terra para outra pessoa exercer sobre ela atividades de exploração, mediante retorno pecuniário pelo tempo de uso da terra.
Valor Máximo exigido para arrendamento
O valor pago pelo arrendatário ao arrendante, não pode ser fixado livremente, haja vista que, o Estatuto da Terra impõe limites legais a serem observados pelas partes contratantes, se não, vejamos o diz a lei: Quanto ao arrendamento rural, observar-se-ão os seguintes princípios: a remuneração do arrendamento, sob qualquer forma de pagamento, não poderá ser superior a 15% (quinze por cento) do valor cadastral do imóvel incluídas as benfeitorias que entrarem na composição do contrato, salvo se o arrendamento for parcial e recair apenas em glebas selecionadas para fins de exploração intensiva de alta rentabilidade, caso em que a remuneração poderá ir até o limite de 30% (trinta por cento). A lei ainda reza que o preço do arrendamento deve sempre ser fixado em dinheiro, contudo o pagamento poderá ser efetuado em produto ou em dinheiro.
CONTRATO DE PARCERIA
Conceito
	O contrato de parceria é uma espécie de contrato agrário, dando origem a uma sociedade sui generis, mas sem se submeter ao regime jurídico desta espécie contratual, é regido pela Lei n.º 4.504/64 do Estatuto da Terra, com base no artigo 96 e incisos, e seu respectivo Regulamento - Decreto n.º 59.566/66.
	Extraímos sua definição do art. 4º do Decreto n.º 59.566/66, in verbis:
Parceria rural é o contrato agrário pelo qual uma pessoa se obriga a ceder à outra, por tempo determinado ou não, o uso específico de imóvel rural, de partes do mesmo, incluído ou não benfeitorias, outros bens e/ou facilidades, com o objetivo de nele ser exercida atividade de exploração agrícola, pecuária, agroindustrial, extrativa vegetal ou mista; e/ou lhe entrega animais para cria, recria, invernagem, engorda ou extração de matérias primas de origem animal, mediante partilha de riscos de caso fortuito e da força maior do empreendimento rural, e dos frutos, produtos ou lucros havidos nas proporções que estipularem, observados os limites percentuais da lei.
	Embora tal enunciado prescritivo afirma que o contrato de parceria pode ser firmado por tempo indeterminado, sua interpretação não pode ser conflitante com a lei que está sendo regulamentada - Estatuto da Terra - que prevê em seu artigo que "o prazo dos contratos de parceria, desde que não convencionados pelas partes, será no mínimo de três anos (...)". Portanto, a interpretação coerente com este dispositivo legal é a seguinte, não se estabelecendo o prazo no contrato o dizer que o mesmo é indeterminado, equivale a estipulá-lo em três anos.
	O parágrafo único do art. 4º do decreto n.º 59.566/66, por sua vez, define as partes contratantes nos seguintes termos: Parágrafo único: Para os fins deste Regulamento denomina-se parceiro-outorgante, o cedente, proprietário ou não, que entrega os bens; e parceiro-outorgado, a pessoa ou o conjunto familiar, representado pelo chefe, que os recebe para os fins próprios das modalidades de parceria definidas no art. 5º . 
	Quanto ao parágrafo único do artigo 4º do referente decreto mencionado acima, podemos analisar que, o parceiro-outorgante não precisa ser o efetivo proprietário do imóvel ou dos produtos cedidos, podendo ser, em consequência, mero possuidor, enfiteuta ou usufrutuário. Em relação ao parceiro-outorgado, revela-se importante a menção do conjunto familiar em sua representação, conferindo à família do agricultor ou pecuarista que contrata com o parceiro outorgante as mesmas atribuições constantes no contrato de parceria.
TIPOS DE PARCERIAS
	Das definições são identificáveis as espécies de contrato de parceria, bem como suas características essenciais. Quanto às primeiras, o art. 5º do Decreto n.º 59.566/66 se encarrega de elencá-las e defini-las:
"Art. 5º - Dá-se a parceria: I – agrícola, quando o objeto da cessão for o uso de imóvel rural, de parte ou partes do mesmo, com o objetivo de nele ser exercida a atividade de produção vegetal; II – pecuária, quando o objetivo da cessão forem animais para cria, recria, invernagem ou engorda; III – agroindustrial, quando o objeto da cessão for o uso do imóvel rural, de parte ou de partes do mesmo, e/ou maquinaria e implementos com o objetivo de ser exercida atividade de transformação de produto agrícola, pecuário ou florestal; IV – extrativa, quando o objeto da cessão for o uso de imóvel rural, de parte ou partes do mesmo, e/ou animais de qualquer espécie com o objetivo de ser exercida atividade extrativa de produto agrícola, animal ou florestal; V – mista, quando o objeto da cessão abranger mais de uma das modalidades de parceria definidas nos incisos anteriores". No que concerne às características do contrato de parceria, podemos citar as seguintes: a) a diversidade de deveres e atribuições entre o parceiro-outorgante e o parceiro-outorgado; b) a participação de ambas as partes contratantes nos resultados, observados os tetos pré-fixados no Estatuto da Terra (art. 96, VI) em relação ao parceiro-outorgante, bem como a partilha dos riscos, entre outorgante e outorgado, provenientes de caso fortuito ou força maior; c) a semelhança, em regra, à situação de sociedade de capital e indústria, tendo o parceiro-outorgante posição semelhante ao sócio capitalista e o parceiro-outorgado ao sócio de indústria; d) a finalidade econômica do contrato; e) a bilateralidade do contrato, não sendo permitida, portanto, a intervenção de terceiros na sua execução além do parceiro-outorgante e do parceiro-outorgado. f) é intuito personae, de forma que não se transmite aos herdeiros das partes contratantes. g) a posição de "administrador" do empreendimento por parte do parceiro-outorgante nas relações com terceiros, salvo estipulação diversa expressa contrato.
Obrigações das Partes no Contrato de Parceria
Com base no Art. 96 e Incisos da Lei n.º 4.504/64, podemos analisar primeiramente que trata-se do Direito à conclusão da colheita pendente no qual o inciso I do art. 96 do Estatuto da Terra, no que toca ao prazo mínimo do contrato de parceria, que será de três anos.
Agora, cumpre-nos verificar a segunda parte do referido dispositivo
legal, a qual reza que é assegurado ao parceiro a conclusão da colheita pendente, mesmo com a expiração do prazo avençado.
Trata-se, na verdade, de uma regra que é decorrência lógica do consagrado princípio geral do direito que veda o enriquecimento ilícito, de forma que não suscita maiores observações.
Da configuração de relação empregatícia no contrato de parceria:
	O parágrafo único do art. 96 do Estatuto da Terra traz importante disposição acerca da possibilidade de o contrato de parceria ser desconfigurado para uma relação de cunho empregatício, se restar caracterizados os requisitos essenciais do contrato laboral. Assim dispõe o citado dispositivo legal:
"Parágrafo único - Os contratos que prevejam o pagamento do trabalhador, parte em dinheiro e parte percentual na lavoura cultivada, ou gado tratado, são considerados simples locação de serviço, regulada pela legislação trabalhista, sempre que a direção dos trabalhos seja de inteira e exclusiva responsabilidade do proprietário, locatário do serviço a quem cabe todo o risco, assegurando-se ao locador, pelo menos, a percepção do salário-mínimo no cômputo das duas parcelas".
	Portanto, observamos que o primeiro fator que colabora para a desconfiguração do contrato de parceria vem a ser o pagamento parcial em dinheiro ao parceiro-outorgado. A direção dos trabalhos, mediante inteira e exclusiva responsabilidade do parceiro-outorgante traz consigo outros requisitos da relação empregatícia, a saber:
a) subordinação, caracterizada pela direção e inteira responsabilidade dos trabalhos pelo parceiro-outorgante;
b) pessoalidade, que é a estrita relação do parceiro-outorgado com o parceiro-outorgante, caracterizada pela exclusividade que este tem na direção dos trabalhos. Ocorrendo, concomitantemente, estas hipóteses, a relação de parceria cederá lugar à relação empregatícia, razão pela qual as regras aplicáveis serão as constantes na legislação trabalhista.
DIFERENÇA ENTRE CONTRATO DE ARRENDAMENTO E CONTRATO DE PARCERIA
	A diferença existente entre os contratos de arrendamento e parceria reside, nas vantagens usufruídas pelo arrendatário, haja vista que, no contrato de arrendamento o arrendatário.
	A diferença existente entre os contratos de arrendamento e parceria reside nas vantagens usufruídas pelo arrendatário, haja vista que, no contrato de arrendamento o arrendatário usufrui de todas as vantagens do imóvel de acordo com os limites estabelecidos no contrato, enquanto que, no contrato de parceria é cedido apenas o uso específico do imóvel rural para a exploração, limitando-se a utilização das benfeitorias por ventura existentes.
A cerca do pagamento, pois no contrato de arrendamento, este deve ser ajustado em dinheiro enquanto que no contrato de parceria, os pactuantes partilham dos lucros obtidos.
Outra diferença notável é que no contrato de arrendamento, os riscos são todos do arrendatário, e no contrato de parceria, ambas as partes sofrem em caso de prejuízo.
EXTINÇÃO DOS CONTRATOS: (art. 26 a 34 do Dec. 59.566/66).
	Causas de extinção: 
- Término do prazo contratual - não tendo ocorrido a renovação do mesmo por falta de iniciativa do arrendatário ou parceiro-outorgado, ou por não ter exercido o seu direito de preferência. Não havendo interesse na renovação, o arrendatário ou parceiro outorgado deverá notificar o outro contratante, no prazo dos 30 dias entre os 6 meses e os 5 meses antes do término do prazo do contrato. 
- Por efeito de retomada: quando o arrendador ou parceiro-outorgante quer o imóvel para cultivo próprio ou através de descendente seu (art. 22, § 2º e art. 26,II do Decreto 59.566/66). A retomada depende de notificação ao arrendatário ou parceiro-outorgado até seis meses antes do vencimento do contrato, caso contrário, o contrato se renova automaticamente.
- Por efeito de confusão: quando a mesma pessoa passa à posição de arrendador e arrendatário ou parceiro-outorgante e parceiro-outorgado. - Pelo distrato: é o acordo de vontades mediante o qual as partes põe fim ao contrato. - Por rescisão: dá -se por vontade e iniciativa de uma das partes, nos casos de inadimplemento de obrigação contratual e de inobservância de cláusula asseguradora dos recursos naturais, o que permite à outra parte cobrar indenização por perdas e danos. 
- Por resolução ou extinção do direito do arrendador ou do parceiro-outorgante: é possível ocorrer nos casos de propriedade resolúvel, com o advento da causa resolutiva. - Por motivo de forca maior: ocorrência de fato imprevisto e impossível de ser evitado.
-Por sentença judicial irrecorrível: podendo ocorrer nos casos de anulação de contrato por vício de origem. 
- Pela perda do imóvel rural: desaparecimento com vulcão, ou por inundação. 
- Em virtude de desapropriação: em qualquer de suas modalidades, ficando garantido ao arrendatário ou parceiro-outorgado o direito à redução proporcional da renda ou a rescindir o contrato, em caso de desapropriação parcial. 
- Por morte do arrendatário.
- Por cessão do contrato sem prévio consentimento do arrendador ou parceiro outorgante. 
- Por falta de pagamento do aluguel ou renda: assegura o despejo, permitido ao arrendatário a purga da mora. 
- Por dano causado à gleba ou às colheitas: desde que caracterizado o dolo ou a culpa do arrendatário ou do outorgado, caso em que cabe ação de despejo. 
- Por causa de mudança na destinação do imóvel: ex. destruindo o capim (pecuária) para desenvolver a agricultura.
- Por abandono do cultivo: quando arrendatário ou parceiro-outorgado deixa de cumprir sua obrigação no trato da terra e o cuidado com a produção. Em diversas das hipóteses de extinção dos contratos, aqui relacionadas cabe a ação de despejo para a retomada do imóvel, seguindo o rito sumaríssimo. O art. 32 do Decreto nº 59.566/66 prevê as causas do despejo, cuja enumeração legal vale tanto para os contratos de arrendamento como para os de parceria.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
	Todos os contratos agrários reger-se-ão do Decreto 59.566/66, as quais serão obrigatoriamente aplicadas em todo território nacionais irrenunciáveis os direitos e vantagens nelas instituídos.
	No decorrer do trabalho, podemos identificar que os contratos em gerais tiveram uma evolução legislativa considerável o que favoreceu a sociedade. Da mesma forma, os contratos agrários também tiveram significativas mudanças com o advento do Estatuto da Terra.
	Após a análise dos principais aspectos do contrato de arrendamento e de parceria, podemos concluir que apesar de terem a mesma finalidade - exploração da terra – e de serem regidos pelo mesmo regulamento, ambos apresentam peculiaridades significativas, conforme estudado, que determinam qual tipo de contrato deverá ser usado.
	Se o proprietário tiver interesse em locar apenas parte do imóvel para o cultivo da terra por exemplo, poderá fazer um contrato de parceria e assumir o ônus junto com o outorgado ou se quiser entregar a terra e todas as benfeitorias para o arrendatário, deverá utilizar o contrato de arrendamento, respeitando os preceitos legais

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