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RESUMO DIREITO FINANCEIRO - RECEITAS PÚBLICAS, COMPENSAÇÃO FINANCEIRA, ORÇAMENTO, LEIS ORÇAMENTARIAS -

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CONCEITO DE RECEITAS PÚBLICAS: É o ingresso de dinheiro aos cofres do Estado para atendimento de suas finalidades, mediante aplicação desses recursos pelo regime da despesa pública, em conformidade com a Lei Orçamentária Anual.
CLASSIFICAÇÃO DE RECEITAS PÚBLICAS: 
QUANTO A REGULARIDADE: EXTRAORDINÁRIAS e ORDINÁRIAS 
Extraordinárias são aquelas auferidas em caráter excepcional e temporário. - União pode lançar mão de empréstimo compulsório, sempre que houver necessidade, para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência. 
Ordinárias constituem fonte regular e permanente de recursos financeiros necessários.
QUANTO A ORIGEM: Originária e Derivada
Originária é aquela que advém da exploração, pelo Estado, da atividade econômica, sob o regime de direito privado.
As fontes: a) Receitas patrimoniais: são as geradas pela exploração do patrimônio do Estado. O patrimônio estatal compõe-se de patrimônio mobiliário e de patrimônio imobiliário (e compensação financeira).
b) Receitas industriais, comerciais e de serviços: são as geradas pelo Estado no exercício da atividade empresarial. Terão estatuto jurídico definido por lei e se submetem ao regime jurídico de direito privado.
Derivada arrecadação e confisco do Estado, que pode ser por meio de Tributos, Penas Pecuniárias, e Confisco. Integram, também, o quadro de receitas derivadas, as multas e penalidade pecuniárias aplicadas por autoridades administrativas ou pelo juiz. 
QUANTO A CONTABILIZAÇÃO DO INGRESSO DE DINHEIRO (centralizado no tesouro público): Receita Corrente ou de Capital
Corrente são as decorrentes do poder impositivo do Estado (tributos em geral); as decorrentes da exploração de seu patrimônio; e as resultantes de exploração de atividades econômicas (comércio, indústria, agropecuária e serviços).
De Capital são as provenientes de realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; as oriundas de conversão em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado destinados a atender a despesas de capital e, ainda, o superávit do orçamento corrente. 
INGRESSOS E RECEITA PÚPLICA:
Receitas é todo ingresso de recursos financeiros ao tesouro público, com ou sem contrapartida no passivo e independentemente de aumento patrimonial.
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COMPENSAÇÃO FINANCEIRA: 
Previsto na CF/1888, art.20, §1.
É contraprestação de bens pertencentes à União (recursos hídricos ou minerais) que são explorados. A compensação financeira é incluída na categoria de receitas correntes, classificando-se como receita patrimonial em relação aos órgãos da União.
RECEITAS PÚBLICAS NA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL:
No que se refere às receitas, a LRF estatuiu os requisitos da responsabilidade na gestão fiscal. Arts. 11 a 14 da LRF referentes ao Capítulo III, que cuida da receita pública.
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ORÇAMENTO: É o ato pelo qual o Poder Legislativo prevê e autoriza ao Poder Executivo, por certo período as despesas destinadas ao funcionamento dos serviços públicos e outros fins.
NATUREZA JURÍDICA DO ORÇAMENTO: natureza de lei formal ânua, como também o seu conteúdo material, como os demais instrumentos normativos. O descumprimento de suas normas pode acarretar sanções de natureza política, administrativa e penal.
PRINCÍPIOS ORÇAMENTARIOS: (são encontrados na própria Constituição Federal, de forma expressa ou implícita.)
Princípio da Exclusividade: art. 165, § 8º “A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.”
Objetivo do princípio: evitar que o orçamento fosse utilizado para aprovação de matérias que não se refere ao conteúdo orçamentário. 
Princípio da programação: art. 165, § 4° 
o orçamento deve ter conteúdo e forma de programação. Os programas de governo de duração continuada devem constar do plano plurianual, ao qual se subordinam os planos e programas nacionais, regionais e setoriais.
 Princípio do equilíbrio orçamentário: o orçamento equilibrar a economia.
Princípio da anualidade: periocidade do orçamento é anual.
 
Princípio da unidade: os orçamentos se estruturem uniformemente, ajustando-se a um método único.
Princípio da universalidade: art. 165, § 5° . Significa a globalização orçamentária, isto é: inclusão de todas as rendas e despesas dos Poderes, fundos, órgãos, entidades da administração direta e indireta etc., no orçamento anual geral. 
Princípio da legalidade: Em matéria orçamentária, esse princípio significa que a Administração Pública subordina-se às prescrições legais
Princípio da transparência orçamentaria: art. 165, § 6. O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativos regionalizados do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia, possibilitando, desta forma o exercício de cidadania no controle e fiscalização de gasto público.
 P. da Publicidade Orçamentaria: Os projetos de leis orçamentárias deverão atender ao principio da publicidade. (art. 165, § 3o ).
P. da não vinculação de receitas de impostos: 167, IV, CF.
Princípio da especialidade dos incentivos fiscais: art. 150, § 6, CF.
Princípio da responsabilidade na gestão fiscal: art. 11, LRF.
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LEIS ORÇAMENTARIAS: Plano plurianual; Lei de Diretrizes Orçamentarias; Lei Orçamentaria Anual.
PLANO PLURIANUAL: é o plano que estabelece as diretrizes, objetivos e metas a serem seguidos pela politica governamental. 
LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTARIA: § 2 do art. 165.
LEI ORÇAMENTARIA ANUAL: 
FISCALIZAÇÃO E CONTROLE DOS ORÇAMENTOS:
“a fiscalização contábil, financeira... será exercida... mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno...”
A fiscalização é feita sob vários ângulos:
Controle trata-se de verificar a compatibilidade entre o planejado e o que está sendo executado.
O controle externo cabe sempre ao Poder Legislativo (Congresso Nacional, Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais) com o auxílio dos respectivos Tribunais de Contas. Nos Municípios onde não houver Tribunal de Contas67 prestarão auxílio os Tribunais de Contas dos Estados ou os Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios (art. 31, § 1o, da CF).
Sob o prisma da legalidade impõe-se a verificação dos requisitos necessários à realização da despesa, isto é, ao gastar o dinheiro público o administrador deve observar rigorosamente as autorizações e as limitações da lei orçamentária sob execução.
Sob o enfoque da legitimidade, a fiscalização examina o mérito do ato praticado pelo agente público para detectar possível desvio de finalidade.
A economicidade diz respeito ao exame da despesa feita sob o enfoque custo-benefício, para verificar se foi escolhido, pelo agente público responsável, o meio menos oneroso.
As subvenções são auxílios governamentais concedidos às entidades públicas ou privadas, em geral, instituições sociais e educacionais, sem finalidades lucrativas, com o fito de ajudá-las na consecução de seus objetivos estatutários, destinados a secundar a ação do Estado
Renúncia de receitas públicas só pode ocorrer nas hipóteses e nas condições da lei. O exercício total da competência tributária não é compulsório, mas, uma vez exercitado e instituído o tributo, somente a lei poderá dispensar sua arrecadação. Por razões de política fiscal, a lei pode conceder incentivos fiscais consistentes em isenções, reduções de alíquotas, reduções da base de cálculo, bem como instituir hipóteses de moratória, de remissão e de anistia.
A fiscalização abrange os campos contábil, financeiro, orçamentário, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta.
Tipos de controle:
Controle interno - objetiva a criação de condições indispensáveisà eficácia do controle externo e visa assegurar a regularidade da realização da receita e da despesa, possibilitando o acompanhamento da execução do orçamento, dos programas de trabalho e a avaliação dos respectivos resultados. É, na sua plenitude, um controle de legalidade, conveniência, oportunidade e eficiência”
Controle externo – é aquele realizado pelo Poder Legislativo com o auxílio do Tribunal de Contas. Previsto no arts. 71 e 72 da Constituição. Tipos de controle externo: o concomitante e o posterior. 
Controle concomitante: Descoberta a irregularidade no curso da realização da despesa, ocorre a sustação do ato de execução (controle concomitante).
Controle Posterior: verificada a ilegalidade ou abuso na despesa, por ocasião do julgamento das contas dos administradores em geral, cabe ao Tribunal de Contas aplicar aos responsáveis as sanções previstas em lei (controle posterior).

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