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UNIVERSIDADE PAULISTA ISABELLA SOARES MOMBERG DE MEDEIROS SONDAGEM SOROCABA 2019 ISABELLA SOARES MOMBERG DE MEDEIROS SONDAGEM Trabalho da disciplina Alfabetização e Letramento, do curso de Pedagogia, apresentado na Universidade Paulista – UNIP. Orientador: Profª Lúcia Schermek SOROCABA 2019 INTRODUÇÃO As pesquisas de Emília Ferreiro e Ana Teberosky sobre a psicogênese da língua escrita demonstram que de acordo com a teoria construtivista, toda criança passa por quatro fases até que seja alfabetizada: pré-silábico, silábico, silábico-alfabético e alfabético. Portanto, a educadora Emília Ferreiro, demonstrou que a criança, desde cedo, tem hipótese sobre a leitura e a escrita, que necessitam ser conhecidas pelo professor e exploradas em seus vários níveis, para uma maior eficiência no processo ensino-aprendizagem, permitindo definir atividades e intervenções pedagógicas que favorecem a compreensão da escrita e a superação das dificuldades desta aprendizagem. A passagem de um nível a outro, no processo de alfabetização, origina-se da tomada de consciência pelo aluno da insuficiência das hipóteses até então por ele formuladas para explicar a leitura e a escrita. Aqui serão apresentados dois níveis alfabéticos, identificados através da sondagem, realizados com duas crianças, uma de 5 anos e outra de 6 anos de idade, que cursam o 1º ano do ensino fundamental. Foi proposto o tema Objetos da sala de aula e solicitado que fosse escrito 6 palavras, dentre as quais houvesse a classificação das sílabas: monossílaba, dissílaba, trissílaba e polissílaba. 1 NÍVEL ALFABÉTICO Caracteriza-se pela correspondência entre fonemas e grafemas, quando a criança compreende a organização e o funcionamento da escrita e começa a perceber que cada emissão sonora (sílaba) pode ser representada, na escrita, por uma ou mais letras. A base alfabética da escrita se constrói a partir do conflito criado pela impossibilidade de ler silabicamente a escrita padrão (sobram letras) e de ler a escrita silábica (faltam letras). Neste nível, a criança, embora já alfabetizada, escreve ainda foneticamente (como se pronuncia), registrando os sons da fala, sem considerar as normas ortográficas da escrita padrão e da segmentação das palavras na frase. Segundo Ferreiro e Teberosky (1991), aqui a criança já compreendeu que cada um dos caracteres da escrita corresponde a valores menores que a sílaba. Isto não quer dizer que todas as barreiras tenham sido superadas: a partir deste momento, a criança se defrontará com as dificuldades da ortografia, mas não terá mais problemas de escrita, no sentido estrito. 1.2 PESQUISA DE CAMPO Analisando a sondagem, percebe-se que Ana Lara, de 6 anos, já faz as correspondências entre fonema e grafema e compreendeu a organização e o funcionamento do sistema de escrita alfabética. Porém ainda não tem conhecimento das normas ortográficas. Desta maneira, o professor precisa fazer a mediação do conhecimento das normas (m antes de p e b, x ou ch...), propiciar situações e propor atividades para a aprendizagem da escrita padrão, para assim ela avançar. Portanto, algumas atividades que contribuirão para a passagem para o próximo nível (Ortográfico) podem ser: Produção coletiva e individual de textos; Atividade de escritas: complete, stop, cruzadinha, forca, caça-palavras... 2 NÍVEL SILÁBICO Neste nível a criança descobre a lógica da escrita, percebendo a correspondência entre a representação escrita das palavras e as propriedades sonoras das letras, mas pensa que cada letra representada é uma sílaba oral, ou seja, usa ao escrever, uma letra, para cada emissão sonora (cada sílaba). 2.1 PESQUISA DE CAMPO Analisando a sondagem, percebe-se que Isabelly de 5 anos, está na transição do nível silábico, com valor, para o pré-alfabético, pois já notou a correspondência entre a representação escrita e as propriedades sonoras das letras, e em alguns momentos escreve uma letra para cada sílaba e em outros, duas letras para cada sílaba. Desta maneira, o conflito que levará ao próximo nível será o da impossibilidade de ler silabicamente, assim o professor precisa criar situações em sala e propor atividades em que a criança entrará em conflito com o que ela sabe e o que ele apresenta. Portanto, algumas atividades que contribuirão para a passagem para o próximo nível podem ser: Completar palavras com letras para evidenciar seu som: Propor atividades de escrita de palavras em duplas (uma dita e o outro escreve. Duplas com crianças de níveis diferentes ou na transição). CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir dos estudos realizados e este trabalho, compreende-se a importância do conhecimento sobre a psicogênese da língua escrita, e os níveis por ela apresentados, servindo de base para os professores de alfabetização. Contudo, a sondagem sendo um recurso essencial ao professor, servirá para a identificação das hipóteses que as crianças tem acerca do funcionamento da língua escrita, para então mediar, proporcionando um entendimento de onde devem partir. REFERÊNCIAS FERREITO, E.; TEBEROSK, A. A psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes médicas, 1991. MANSANI, M. Hipóteses de escrita de alunos pré-silábicos e silábicos: como fazê-los avançar. Nova escola, 23 de jan. de 2018. Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/9766/blog-alfabetizacao-hipoteses-escrita-pre-silabico-silabico-como-avancar>. Acesso em: 23 de maio de 2019, 14:53.
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