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GEOPROCESSAMENTO - AULA 2 - BASE DE DADOS GEORREFERENCIADOS Profa. Nívea Pons Universidade Federal de Itajubá Instituto de Recursos Naturais Base de dados georreferenciados 1- Estrutura de dados 2- Introdução de dados em um SIG 3- Georreferenciamento de dados espaciais 4- Modelagem de dados espaciais Base de dados georreferenciados • Trabalhar com geoinformação significa utilizar computadores como instrumentos de representação de dados espacialmente referenciados • Problema fundamental da Ciência da Geoinformação: estudo e implementação de diferentes formas de representação computacional do espaço geográfico Base de dados georreferenciados • Geoprocessamento é uma tecnologia interdisciplinar • “O espaço é uma linguagem comum” para as diferentes disciplinas do conhecimento Base de dados georreferenciados • Interdisciplinaridade dos SIGs obtida pela redução dos conceitos de cada disciplina a algoritmos e estruturas de dados utilizados para armazenamento e tratamento dos dados geográficos Base de dados georreferenciados Alguns problemas típicos: • Um sociólogo deseja utilizar um SIG para entender e quantificar o fenômeno da exclusão social numa grande cidade brasileira; • Um ecólogo usa o SIG com o objetivo de compreender os remanescentes florestais da Mata Atlântica , através do conceito de fragmento típico de Ecologia da Paisagem; • Um geólogo pretende usar um SIG para determinar a distribuição de um mineral numa área de prospecção, a partir de um conjunto de amostras de campo. Base de dados georreferenciados • Cada especialista lida com conceitos de sua disciplina • Para utilizar um SIG, é preciso que cada especialista transforme conceitos de sua disciplina em representações computacionais • Após esta tradução, torna-se viável compartilhar os dados de estudo com outros especialistas (eventualmente de disciplinas diferentes) Base de dados georreferenciados • Do ponto de vista da aplicação, utilizar um SIG implica em escolher as representações computacionais mais adequadas para capturar a semântica de seu domínio de aplicação • Do ponto de vista da tecnologia, desenvolver um SIG significa oferecer o conjunto mais amplo possível de estruturas de dados e algoritmos capazes de representar a grande diversidade de concepções do espaço Base de dados georreferenciados FUNÇÕES DE UM SIG Base de dados georreferenciados FUNÇÕES DE UM SIG Aquisição e edição de dados Gerenciamento do banco de dados Análise geográfica de dados Representação de dados Base de dados georreferenciados • A utilização de um SIG pressupõe a existência de um banco de dados georreferenciados • dados georreferenciados: dados portadores de registros referenciados a um sistema de coordenadas conhecido • Manipulação dos dados por meio de um Sistema Gerenciador de Banco de Dados (SGBD) Base de dados georreferenciados • O SGBD deve ser estruturado de forma que os dados possam relacionar-se entre si • No SIG: os dados tradicionais (alfanuméricos) devem ser vinculados a dados espaciais (arquivos digitais gráficos) ESTRUTURA DE DADOS DADOS ALFANUMÉRICOS DADOS ESPACIAIS ESTRUTURA DE DADOS DADOS ALFANUMÉRICOS São dados constituídos por caracteres (letras, números ou sinais gráficos) que podem ser armazenados em tabelas, as quais podem formar um banco de dados ESTRUTURA DE DADOS DADOS ALFANUMÉRICOS SIG Os dados dispostos nas tabelas devem possuir atributos que possam vinculá-los à estrutura espacial do sistema, identificados pelas suas coordenadas, e atributos específicos, com sua descrição qualitativa ou quantitativa ESTRUTURA DE DADOS DADOS ESPACIAIS Podem ser representados espacialmente, ou seja, de forma gráfica (imagens, mapas temáticos ou planos de informação- PIs) A estrutura dos dados espaciais pode ser: vetorial ou matricial ESTRUTURA DE DADOS DADOS ESPACIAIS Dados em estrutura vetorial - Compostos por três primitivas gráficas (pontos, linhas e polígonos) - Utiliza um sistema de coordenadas para sua representação - pontos: representados por um par de coordenadas - linhas e polígonos: representados por um conjunto de pares de coordenadas ESTRUTURA DE DADOS DADOS ESPACIAIS Dados em estrutura vetorial - As entidades podem receber diferentes caracterizações, de acordo com a escala utilizada Ex: - Uma cidade na escala 1:1.000.000 pode ser representada por um ponto; - Uma cidade na escala 1:250.000 pode ser representada por um polígono - Uma cidade na escala 1:10.000 pode ser representada por um conjunto de pontos, linhas e polígonos ESTRUTURA DE DADOS DADOS ESPACIAIS Dados em estrutura vetorial - Cada um desses elementos gráficos pode apresentar uma estrutura associada, relacionando cada entidade a um atributo digital ou a um banco de dados alfanuméricos ESTRUTURA DE DADOS DADOS ESPACIAIS Dados em estrutura vetorial Exemplos: - Curvas de nível contendo sua altitude; - Polígonos demarcando manchas de solo, ou relacionando o tipo de solo vinculado a uma propriedade; - Loteamento de uma área urbana contendo a delimitação de cada terreno e as edificações vinculadas. ESTRUTURA DE DADOS DADOS ESPACIAIS Dados em estrutura matricial (ou em grade - raster structure) - Representada por uma matriz com n linhas e m colunas M (n,m), na qual cada célula (pixel – picture element – elemento da imagem) apresenta um valor z que pode indicar uma cor ou tom de cinza a ele atribuído. - Ex: imagens de satélite, fotografias aéreas digitais, mapas digitalizados. ESTRUTURA DE DADOS DADOS ESPACIAIS Dados em estrutura matricial (ou em grade - raster structure) - Em uma imagem digital georreferenciada, cada pixel apresenta um par de coordenadas planas e/ou geográficas e um valor z associado. ESTRUTURA DE DADOS Figura: estruturas de dados vetorial e raster ESTRUTURA DE DADOS Quadro: estruturas de dados vetorial e raster INTRODUÇÃO DE DADOS EM UM SIG - Aquisição de produtos de Sensoriamento Remoto (SR) - Confecção de planilhas de dados - Uso de sistemas de posicionamento por satélite (GPS) - Uso de processos de digitalização e vetorização INTRODUÇÃO DE DADOS EM UM SIG Processo de digitalização ou “escanerização” - Um produto como um mapa, uma foto ou uma imagem é introduzido no computador com o uso de um scanner - Scanner: fotocopia digitalmente o material por um procedimento de varredura ou “rasteirização” - Scanner de mesa (tamanho A4, A3) - Scanner de rolo (tamanho A0) INTRODUÇÃO DE DADOS EM UM SIG Processo de digitalização ou “escanerização” Procedimento tradicional: 1- Escolha da resolução digital da imagem a ser gerada - quantidade de pixels ou pontos por polegada (dpi- dots per inch) desejada pelo usuário - Mínimo 300 dpi INTRODUÇÃO DE DADOS EM UM SIG Processo de digitalização ou “escanerização” Procedimento tradicional (cont.): 2- escolha da quantidade de cores a ser trabalhada (resolução radiométrica) -Mínimo de 256 cores (arquivo de 8 bits) 3- abrir o programa a ser utilizado 4- seguir os passos determinados pelo programa INTRODUÇÃO DE DADOS EM UM SIG Processo de digitalização ou “escanerização” Procedimentotradicional (cont.): 5- preceder aos ajustes (brilho, contraste, tamanho da área etc) na imagem digitalizada 6- salvar a imagem em formato adequado (bmp, tiff, jpeg, gif) INTRODUÇÃO DE DADOS EM UM SIG DESTAQUE: Um arquivo no formato vetorial poderá ser convertido em formato raster, de forma automática, por meio de procedimento específico existente nos softwares. O processo de vetorização é mais complexo e ainda não existe ferramenta eficiente. INTRODUÇÃO DE DADOS EM UM SIG ESCOLHA DA ESCALA DA IMAGEM Características da imagem digital = Características do mapa ou imagem original Escala original do material INTRODUÇÃO DE DADOS EM UM SIG ESCOLHA DA ESCALA DA IMAGEM GSD ( Ground Sample Distance) = Distância Correspondente do Terreno Tamanho real (no terreno) de um determinado pixel com relação à resolução de uma imagem e à sua escala INTRODUÇÃO DE DADOS EM UM SIG ESCOLHA DA ESCALA DA IMAGEM GSD = N / R Onde: GSD = distância correspondente do terreno N = denominador da escala R = resolução da imagem (dpi) INTRODUÇÃO DE DADOS EM UM SIG ESCOLHA DA ESCALA DA IMAGEM Exercício 1: Sabendo-se que uma carta, cuja escala original era de 1:25.000, foi digitalizada com resolução de 200 dpi, pergunta-se: qual o tamanho de cada pixel, em metros? INTRODUÇÃO DE DADOS EM UM SIG ESCOLHA DA ESCALA DA IMAGEM Resolução Exercício 1: GSD = N / R GSD = 25.000 / 200 = 125 polegadas GSD em unidades métricas: GSD = 125” x 2,54 cm = 317,5 cm = 3,175 m Resposta: Cada pixel terá 3,175 m. INTRODUÇÃO DE DADOS EM UM SIG ESCOLHA DA ESCALA DA IMAGEM Exercício 2: Dispondo-se de uma imagem digitalizada com resolução horizontal/vertical de 300 dpi, pede-se a sua escala original, sabendo-se que cada pixel possui aproximadamente 20 m x 20 m. INTRODUÇÃO DE DADOS EM UM SIG ESCOLHA DA ESCALA DA IMAGEM Resolução Exercício 2: GSD = N / R 1” = 2,54 cm = 0,0254 m 20 m = 787,4” 787,4” = N / 300 N = 787,4” x 300 N = 236.220,5 Resposta: A escala original da imagem será de 1:236.220 INTRODUÇÃO DE DADOS EM UM SIG QUANTIDADE DE PIXELS A quantidade de pixels que define uma imagem é dada pela altura, com base no número de linhas, e pela largura, com base no número de colunas. Resolução digital R = p / d R = resolução digital em dpi p = número de pixels da largura ou altura da imagem d = largura (ou altura) de impressão da imagem (”) INTRODUÇÃO DE DADOS EM UM SIG QUANTIDADE DE PIXELS Exercício 3: Em um processo de digitalização com o uso de um scanner, utilizando-se uma resolução digital de 300 x 300 dpi em uma porção de carta digitalizada com 5,93 cm x 6,73 cm, ou seja, 2,333” x 2,65”, deseja-se saber: qual será a quantidade de pixels da largura e da altura da imagem gerada? INTRODUÇÃO DE DADOS EM UM SIG QUANTIDADE DE PIXELS Resolução Exercício 3: R = p / d R = 300 dpi dl = 2,333” da = 2,65” pl = R x dl = 300 dpi x 2,333” = 700 pixels de larg. pa = R x da = 300 dpi x 2,65” = 795 pixels de altura R = Imagem com 700 pixels de larg. e 795 de alt. INTRODUÇÃO DE DADOS EM UM SIG - Aquisição de produtos de Sensoriamento Remoto (SR) - Confecção de planilhas de dados - Uso de sistemas de posicionamento por satélite (GPS) - Uso de processos de digitalização e vetorização INTRODUÇÃO DE DADOS EM UM SIG Processo de vetorização - Transporte de elementos de uma imagem (carta, fotografia, imagem de satélite) realizado por meio de desenho com auxílio de um mouse, digitalmente, no formato vetorial - Manual, semi-automática ou automática - Formatos usados em SIG: wmf, emf, dwg e dxf, shp, dwf INTRODUÇÃO DE DADOS EM UM SIG Processo de vetorização VETORIZAÇÃO MANUAL - Um operador desenha os detalhes desejados constantes no mapa (foto/ imagem) original, em papel, ou na imagem digital rasterizada apresentada pela tela do computador, por meio de uso de um mouse. INTRODUÇÃO DE DADOS EM UM SIG Processo de vetorização VETORIZAÇÃO MANUAL - Através de mesa digitalizadora ou diretamente na tela do monitor do computador. INTRODUÇÃO DE DADOS EM UM SIG Processo de vetorização VETORIZAÇÃO MANUAL OBS: - Quantidade de pontos, linhas e polígonos - arquivos vetoriais são armazenados em camadas (layers) distintas INTRODUÇÃO DE DADOS EM UM SIG Processo de vetorização VETORIZAÇÃO AUTOMÁTICA - A imagem original rasterizada é inserida em um programa específico e os pixels que representam determinadas feições são convertidos em pontos, linhas ou polígonos, sendo necessária uma posterior edição na imagem obtida INTRODUÇÃO DE DADOS EM UM SIG Processo de vetorização VETORIZAÇÃO SEMI-AUTOMÁTICA - o operador direciona as ações do computador, ou seja, o técnico decide o caminho a ser percorrido pelo cursor quando ocorre uma intersecção de linhas – nó - necessita de pós-edição GEORREFERENCIAMENTO DE DADOS ESPACIAIS Para a introdução de dados espaciais (vetoriais ou raster) em um SIG é necessário um ajuste por meio de um sistema de coordenadas conhecido. GEORREFERENCIAMENTO DE DADOS ESPACIAIS Procedimento: - Separar mapa ou imagem com sistema de referência conhecido da mesma área, que servirá de base para o arquivo de correspondência da nova imagem; - abrir a imagem de estudo em ambiente SIG - escolher, no mínimo, 3 (10) pontos (pontos de controle) notáveis na imagem aberta GEORREFERENCIAMENTO DE DADOS ESPACIAIS Procedimento: - estabelecer o relacionamento, em termos de coordenadas híbridas (da imagem não georreferenciada) e coordenadas conhecidas (da imagem de referência), entre os pontos de controle presentes na imagem e seus correspondentes no mapa/imagem georreferenciado GEORREFERENCIAMENTO DE DADOS ESPACIAIS Procedimento: - realizar o reposicionamento da imagem com os parâmetros da imagem de referência (sistema de coordenadas, referenciais de altimetria/ planimetria/ gravimetria, sistema de projeção etc) GEORREFERENCIAMENTO DE DADOS ESPACIAIS MODELAGEM DE DADOS ESPACIAIS * Próxima aula...
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