Buscar

ETICA KANTIANA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Instituto Vianna Júnior - Direito
Disciplina: Filosofia do Direito e Lógica Jurídica 
Turma: 2D
Evelyn Martins Pires – 444
A Ética Kantiana e sua compreensão sobre o Direito.
Emmanel Kant, um dos filósofos mais estudados na modernidade, fundador da “filosofia crítica” – sistema que preconizou determinar os limites da razão humana. Sua obra é considerada pedra angular da disciplina que cuida das questões gerais e fundamentais relacionadas com a natureza e a existência humana. Nascido em 22 de abril, na cidade de Könisburg, na Prússia Ocidental, onde também morreu, pois nunca saiu do local. Tendo passado toda a sua vida investigando o universo espiritual humano, nunca se casou ou teve filhos. Além disso, por passar sua vida dedicado aos estudos, tanto das ciências humanas, quanto das ciências naturais, teve também como motivação a fundamentação última de critérios universais e necessários para o conhecimento e para a ação humana. Passou por três períodos distintos, os quais passaram por temáticas divergentes, sendo que, Kant nada fez de célebre até os 50 anos de idade, quando tem início sua segunda fase, na qual, produziu freneticamente. 
Dentre suas principais ideias revela que o espírito ou razão, modela e coordena as sanções, das quais as impressões dos sentidos externos são apenas matéria prima para o conhecimento. O sistema filosófico kantiano foi concebido como uma síntese e superação das duas grandes correntes da filosofia da época: o racionalismo – que enfatizava a preponderância da razão como forma de conhecer a realidade - e o empirismo, que declarava primazia à experiência. Sobretudo, para compreender tal filosofia, nascida em um período onde tudo se justificava na vontade divina, e se buscava na religião a resposta para todas as perguntas, entender e aceitar seu pensamento, foi algo extremamente difícil. 
Com isso, é necessário que se contextualize todas as suas ideias, assim como as mudanças temporais e principalmente com a concepção do iluminismo, ele então, desenvolve sua filosofia. Com Kant, surge o “racionalismo crítico”, ou “criticismo”, a partir de 1770 e se dedicou a ela, até 1804, ano de sua morte. Nesse sistema, procura-se determinar os limites da razão humana. Sua filosofia foi sintetizada em três obras principais: “Crítica da Razão Pura”, “Crítica da Razão Prática” e “Crítica do Juízo”, sendo essas, as mais conhecidas e estudadas mundialmente, até à contemporaneidade.
No segundo período, Kant gradativamente, se deixou influenciar pela ética e pela filosofia empírica dos ingleses. Segundo o próprio Kant, ele despertou do “sono dogmático”, passando assim, a adotar uma postura crítica ante a estreita correlação entre conhecimento e realidade. O racionalismo Kantiano, sujeito do conhecimento, é uma empreitada em torno da sabedoria, o qual só é possível, na medida em que integram condições materiais de conhecimento advindas da experiência (o que os sentidos, na vida real, percebem à sua volta) em condições formais de conhecimento (o que a razão faz com que os sentidos percebam). Sendo assim, um estudante de Direito, embora se aprofunde dedicadamente em todas as doutrinas, códigos e jurisprudências, não irá ter pleno e total conhecimento. Diferentemente, de um advogado, o qual possui anos de prática em meio jurídico, tendo experimentado todos os tipos de situações cotidianas e anormais, do âmbito jurídico. 
A experiência, para Kant, é o início do conhecimento, pois através dela, os sentidos absorvem dados, informações, hipóteses, todos os quais são organizados e elaborados cuidadosamente pela razão. O homem, na doutrina Kantiana, governa-se com base em leis inteligíveis (puramente racionais) e naturais (empíricas e sensíveis), correspondendo estas, a duas categorias diferentes entre si, de acordo com a própria prosa geral das reflexões do sistema filosófico criticista. Sendo assim, para ele objetos são contaminados pela razão humana.
A ética kantiana inaugura um conjunto de preocupações muito peculiares e com isso, ela se torna revolucionária, e não se confundem com os anseios teleológicos, ou utilitaristas, ou hedonistas, tendo então, uma marcante preocupação. O criticismo kantiano detecta na razão um instrumento incapaz de fornecer todas as explicações e de produzir todas as deduções necessárias para explicar as razões últimas do querer, do existir, do escolher, eticamente. Com isso, a preocupação maior de Kant, em parte, seria relatar a insuficiência do sistema racional, para a resolução do conflito ético humano. Em outro viés, relata que não na experiência sensível se encontrará o elemento que garantirá a felicidade e a realização ética humana.
Por fundamentação de uma metafísica dos costumes, Kant pretendia estabelecer as condições de possibilidade de uma Lei Moral Universal dirigindo a ação do homem emancipado que manifesta sua autonomia a partir da razão pura prática que identifica condições a priori – tudo aquilo que é válido independentemente de qualquer condição ou imposição derivada da experiência - de sua vontade. Em sua visão, tudo que se encontra no universo possui uma Lei que o define e defenda, mas só é percebida através da experiência. Tal lei funciona assim como a Lei da Gravidade, descoberta pelo astrônomo Isaac Newton. Embora não seja vista, com base em experiências, é provado que todos os objetos que possuem massa são “puxados” para o centro gravitacional do planeta terra. Assim como toda bola, jogada para o alto, volta para o chão, toda Vontade humana é condicionada pela Lei Moral, seja essa Vontade fruto da liberdade ou condição para que a liberdade seja conhecida.
Preocupa-se, portanto, em fundamentar a prática moral não na pura experiência, mas em uma lei aprioristicamente inerente à racionalidade universal humana; quer-se garantir absoluta igualdade aos seres racionais ante à lei moral universal, e expressa por meio de uma máxima, o chamado imperativo categórico, que se resume a uma única sentença. Tal imperativo, representa a ação pura, o agir com dever, sem finalidade alguma. Não obedecendo então, uma aspiração pessoal, sem interesses próprios, mesmo que seja uma boa finalidade.
Imperativo categórico é, único, pois, as obrigações absolutas que nós temos sempre. O agir, conforme uma máxima, que possa ser universal. Não deriva da experiência e não tem em vista as a felicidade, mas de sua observância decorre a felicidade. Sem pôr como condição nenhum proposito a obter por meio de certa conduta, determina essa conduta imediatamente, não se referindo à matéria da ação e ao que desta possa resultar, mas à forma e ao princípio onde ela resulta. Consistindo o essencialmente, bom da ação no ânimo que se nutre por ela, seja qual for o êxito. Então, assim, esse imperativo pode denominar-se da moralidade. Assim, como exemplo, é visto um adolescente ao ajudar uma senhora a atravessar a rua, sem intuito de agradar alguém ou seguir preceitos religiosos.
Diferentemente, guiando nas sendas práticas, o homem, no sentido de alcançar objetivos utilitários, como o da felicidade, há o imperativo hipotético. Ele é condicional, na medida em que se subordina a um determinado fim, e só tem valor se – e somente se – procuramos atingir esse fim em particular e ao mesmo tempo são analíticos. Sendo assim, se preocupam com os meios para se atingir um fim específico. No entanto, esse fim é contingente e particular e não é possível estabelecer uma regra única e absoluta (portanto universal e necessária) para atingi-los. E, por isso, o imperativo hipotético é apenas um meio para se atingir esse fim, nos dizendo sobre, se uma ação é boa ou não relativa a um propósito. Kant designa de princípio problemático-prático o imperativo hipotético que diz se uma ação é boa em relação a um propósito possível, e designa de princípio assertórico-prático o imperativo hipotético que diz se uma ação é boa em relação a um propósito real e efetivo.
Caso o jovem, anteriormente citado, ajude à velha senhora a atravessar a rua, mas apenas por seguir seus preceitos religiosos, de que assim,com a bondade, conseguiria a salvação, sem um agir puro, estaria se enquadrando ao hiperativo hipotético. Desse modo, se forja o conceito de moralidade; tudo o que faculta a manutenção dessa liberdade, dessa autonomia. A imoralidade residirá em tudo o que contrarie esse princípio base, segundo o qual se organizam as estruturas ético humanas. 
A vontade é uma espécie de causalidade dos seres vivos, enquanto racionais, e liberdade seria a propriedade desta causalidade, pela qual pode ser eficiente, independentemente das causas estranhas que as determinam. É com base nessa liberdade e se casa a adequação do homem ao imperativo, e dessa adequação resulta a felicidade. Nessa cadeia de implicações extrai-se que o ser kantianamente ético significa agir conforme ao dever, inclusive em detrimento dos próprios desejos, tendências e inclinações, abnegar-se pela causa da própria libertação de si.
Enquanto o agir ético tem como móvel o cumprimento do dever pelo dever, o agir jurídico pressupõe outros fins, outras metas, necessidades interiores e exteriores para que se realize, e com isso, é possível que não se realize uma ação conforme à lei positiva, só pelo fato de se tratar da lei positiva. Enquanto, a juricidade pressupõe coercitivamente, a moralidade pressupõe autonomia, liberdade e dever. Na moral, não importa apenas cumprir, ou seja, a prática da lei por si mesma, tendo seu âmago, na vontade interna do sujeito.
Kant faz com que seu novo viés da filosofia jurídica coercitiva ganhe grande alento. Tal postura se tornou marcante para o pensamento jurídico e definiu parâmetros para o raciocínio e discussão à cerca da relação entre direito e moral. Segundo Kant, na definição de direito, é a forma universal da coexistência dos arbítrios dos simples, e é também a condição pelo segundo as quais os homens podem conviver entre si, ou o limite da liberdade, de uma maneira que todas as liberdades externas possam coexistir em nome de uma lei universal. O direito também é o que possibilita a livre coexistência dos homens, a coexistência em nome da liberdade, porque somente onde a liberdade é limitada, pela presença da liberdade dos outros. 
Nesse contexto, então, o Estado será, o instrumento para a realização dos direitos, que regulamenta o convívio das liberdades, garante-as de modo à permitir que todos convivam, subsistam, governem-se a si próprios, segundo a lei moral, mas sem obstruir que todos os outros também vivam de acordo com seus fins pessoais e próprios. Independe das razões pessoais, o primordial é cumprir a lei. Na realidade, o direito se impõe como uma razão exterior, concretizando-se no seu cumprimento, ainda que as razões não sejam morais. 
Contudo, Kant acreditava que o Estado era formado, segundo a concepção Lockiana, para a garantia dos direitos, equilíbrio e racionalidade. Mas que mesmo assim, sua formação, de acordo com a sua concepção, não estava consolidada. Possui a ideia de Paz Perpétua, em que essa seria a finalidade da história humana, necessária igualmente para a ordem mundial. Nesse viés, tal preceito coloca em primeiro plano as possibilidades da paz e a defesa do republicanismo, ressaltando a relação necessária entre ética e política por intermédio do Direito Internacional.
Fonte:
BITTAR, Eduardo Carlos Bianca; DE ALMEIDA, Guilherme Assis. Curso de filosofia do direito. Atlas, 2017.
KANT, Immanuel; QUINTELA, Paulo. Fundamentação da metafísica dos costumes. Lisboa: Edições 70, 1995.
JÚNIOR, Gilmar Miranda. Resenha à Fundamentação da Metafísica dos Costumes de Immanuel Kant. Civilistica.com, 2014.

Continue navegando