Buscar

Apostila Macroeconomia

Prévia do material em texto

MODELO KEYNESIANO SIMPLES
Nota: Distinção entre Variáveis Reais e Nominais
A variável nominal é aquela que não desconta o efeito da inflação. Por exemplo, se dizemos que o Produto Nacional foi de 1, 7 trilhão de reais em 2005, este é seu valor nominal. O valor real, que exclui um aumento do produto causado apenas por aumento dos preços, só se acha ao descontar a inflação (que é o próprio aumento dos preços).
O ato de descontar a inflação chama-se DEFLAÇÃO. Para deflacionar, dividimos o valor nominal por um índice de preços.
Deflação do PIB: PIB nominal / índice de preços.
O índice de preços calcula quanto foi a variação dos preços no ano de 2005. Outros valores, podem ser deflacionados, como o salário (para saber o poder de compra real do salário) e os aluguéis. É preciso escolher o índice adequado para cada um deles; para os salários usa-se um índice ao consumidor, como o IPCA.
A Contabilidade Nacional e a Teoria Macro
Diferença entre a Contabilidade Nacional e a Teoria Macro: a Contabilidade mede as variáveis depois que elas ocorreram, portanto descreve o ocorrido; já a Macro, refere-se ao planejamento das variáveis, ao início de um período.
	Início (ex-ante):
	Período de produção
	Depois (ex-post):
	Macro 
	
	Contabilidade Social
A teoria Macro apóia-se no instrumental desenvolvido por Keynes.
Keynes, em 1936, lançou uma obra no contexto da crise de 29 nos EUA, que gerou grande desemprego e se estendeu para o âmbito mundial.
Para a teoria anterior (neoclássica), dominante em 1929, o desemprego se resolveria através do funcionamento das forças de mercado. Os neoclássicos acreditavam, inclusive, que a economia tendia ao pleno emprego - situação em que um país teria todos os seus recursos de produção sendo utilizados. Entretanto, isto não aconteceu...
Em sua “Teoria Geral”, Keynes argumentou que o “pleno emprego” na prática não existia. Mas o governo deveria sempre conduzir a economia de modo a usar o máximo possível dos recursos, chegando o mais próximo do “pleno emprego”.
Para tal, seria indispensável que o governo promovesse gastos e incentivasse os investimentos privados, como Keynes recomendou. Keynes analisou o efeito das políticas econômicas, das quais falaremos mais adiante neste curso.
Modelo Keynesiano Simples – Hipóteses:
A economia opera abaixo do limite, que é o nível de produção no qual aconteceria pleno emprego dos recursos; há portanto, recursos ociosos (desemprego de recursos).
No curto prazo, as quantidades dos fatores de produção não mudam: o estoque de capital, o estoque de mão de obra e a tecnologia não sofrem variações de quantidade, só de utilização. Ex.: Há 100.000 trabalhadores nesta economia. Destes, só metade está trabalhando, o que não muda o fato de que existem 100.000. Logo, os fatores de produção são fixos.
Esta é uma conseqüência: se os fatores de produção são fixos, a produção (que é chamada de oferta agregada) não tem como crescer além de um limite, dado pela quantidade existente de fatores de produção no curto prazo.
( Observe que a produção e, portanto, o volume de recursos que será empregado, poderão variar até o limite chamado de “pleno emprego”. Mas o que irá determinar em que nível ficará a produção? Se os recursos serão usados em 20% ou 90% da sua totalidade? Veremos que para Keynes, a demanda agregada é a responsável por determinar o nível do produto. 
O que é a Demanda Agregada (DA) ?
É a despesa planejada por todos os agentes da economia, ou seja, pelos 4 setores, com os produtos de um país:
	DA = C + I + G + X – M
Já conhecemos esta identidade, da Cont. Social. A diferença é que aqui, todos os itens são planejados, pois o período de produção estará no começo. Graficamente, a DA pode ser apresentada de duas formas:
��� SHAPE \* MERGEFORMAT �
Vamos entender a Fig. A:
No eixo dos “x”, marcamos a renda real desta economia (ou o produto real, já que renda e produto são equivalentes). A renda real é dita “ y” . 
Conforme aprendemos sobre variáveis reais, quanto maior for P (o índice de variação dos preços), menor será y. Os preços são marcados no eixo das ordenadas. Há uma relação inversa entre renda real e P.
Já entre DA e renda, são sinônimos: a demanda agregada, se de fato se efetivar ao fim do período de produção, será a própria despesa nacional, que por definição contábil, é a renda. Observa-se a DA com inclinação positiva, na Fig. B: quanto maior a “y”, maior é a DA.
( Como se determinam os componentes da DA ? Vamos agora entender, já que de fato, é a DA quem determina o nível de produção, o ritmo de funcionamento da economia e o nível do equilíbrio.
Lembre que DA = C + I + G + X – M. No modelo keynesiano básico, como se calculam...
...Consumo?
C = a + by, onde a = consumo autônomo e b= Propensão Marginal a Consumir.
O que é “ a” ? É a parte do consumo que não depende da renda (vem da riqueza, por exemplo)
O que é PMgC? É a parte da renda que aquela população tende a gastar em consumo. Exemplo: população que poupa muito só consome 40% de sua renda. Sua PMgC é de 0,4.
Cada vez que a renda aumenta, somente 40% deste aumento é usado em consumo.
A PMgC , representada por “b”, varia entre 0 e 1.
Como há uma parte do consumo que depende da renda, C é chamado “variável induzida.”
...Poupança?
Como visto em contas Nacionais, a poupança é o que não é consumido da renda: S= y – C
A propensão marginal a poupar (PMgS) corresponde a 1- PMgC. 
...Investimento?
No modelo básico é considerado autônomo (independente da renda) : I = Ī
Representa os investimentos privados em capacidade produtiva.
OBS.: O investimento tem dois aspectos: no curto prazo é uma despesa que eleva a Demanda Agregada.
No longo prazo, esta despesa irá se transformar em aumento de capacidade produtiva (aumento de capacidade de gerar OA). Portanto, é o responsável pelo crescimento (ampliação da capacidade de produzir) de um país.
Ou seja, no curto prazo faz parte da DA, no longo prazo já é parte da OA.
...Gastos do governo?
O componente “G” representa os gastos do governo, que podem ser de investimento dos ministérios, custeio de pessoal e outros. Observe-se que se G aumenta, a DA aumenta:
DA = C + I + G + X – M em que G é autônomo
Quando o governo gasta mais do que arrecada (déficit), diz-se que pratica
 uma política fiscal expansionista.
Quando o governo arrecada mais do que gasta (superávit), diz-se que pratica
uma política fiscal recessiva.
* Política Fiscal é a administração dos gastos e receitas do governo.
☺John Maynard Keynes enfatizou a importância da pol. fiscal expansionista, para levar a DA ao nível de pleno emprego. 
Importações e Exportações
No modelo básico que estamos vendo, considera-se que as importações são autônomas, independem da renda e do produto. (Mas na prática, sabe-se que o volume de importações depende da produção. Quando o país está produzindo pouco, suas compras no exterior caem.)
Deve-se notar que M diminui a DA. É o único componente da DA que a diminui, quando cresce: DA = C + I + G + X – M 
As exportações X também são consideradas independentes da renda.
Passemos agora a entender a Oferta Agregada, para chegarmos ao equilíbrio da economia.
O que é a Oferta Agregada (OA)?
A oferta da economia é a soma das ofertas, da produção, de todos os mercados. Logo, oferta agregada = Produto Nacional 
Usamos sempre o conceito de Produto Real, descontada a inflação. O Produto Real é igual à renda real (definição contábil). Portanto a oferta agregada será chamada de “ y”, assim como a renda real.
Como é a Oferta Agregada graficamente? 
�
A curva de oferta tem três partes: A, B e C. 
A: aquela em que o nível de preços é fixo e só a qtde. (y) varia.
B: a parte curva, na qual preço e quantidade variam.
C: aquela em que a qtde. não varia, só os preços.
Em nossa análise tomaremos só os casos extremos(A e C). Na 1ª parte ocorre desemprego conjuntural de recursos. Na 2ª, pleno emprego. A oferta de pleno emprego está no nível do que chamamos de “produto potencial”.
☺ “Produto Potencial” ou Produto de Pleno Emprego: nível máximo de y que pode ser produzido, com atual qtde. de recursos produtivos de que a economia dispõe.
No curto prazo, os recursos são fixos, só podem ter mudança de quantidade no longo prazo.
Entendimento dos Vazamentos e Injeções no Sistema
Há variáveis que impulsionam um aumento da renda e do produto, quando crescem. São as chamadas injeções: 
Inj = I + G + X
Por outro lado, há variáveis cujo crescimento conduz à redução da renda e do produto, chamadas de “vazamentos”:
Vaz = S + M + T
Os tributos são uma fonte de arrecadação do governo, mas que têm o efeito de tirar renda do setor privado para o agente governo. Desta forma, os tributos reduzem a renda disponível do setor privado. Observe que :
Renda Real = y (inclui os tributos)
Renda Disponível (Rd) = y – T (o pagamento de tributos é descontado)
Equilíbrio de Curto Prazo do Modelo Keynesiano Básico
A condição de equilíbrio é similar a que aprendemos em Microeconomia:
Oferta = Demanda. Em Macro, OA = DA, ou seja:
	y = C + I + G + X – M
Equilíbrio da economia: 
�
A economia está em equilíbrio desde que DA = OA. No equilíbrio Vaz = Inj .
A DA é mais sensível que a OA, pois pode aumentar ou diminuir no curto prazo. Já a OA só pode variar no longo prazo.
Se a DA for em volume tal que gere produto abaixo do pleno emprego, há recursos ociosos, mas há equilíbrio (equilíbrio COM desemprego).
Se a DA for em volume tal que gere gastos correspondentes a um volume de produto que estaria além da oferta de pleno emprego, isto acarreta aumento de preços, já que a oferta agregada não poderá suprir a demanda agregada, por falta de recursos.
�
Outra forma de representar o equilíbrio: 
�
Sobre o equilíbrio, Keynes diz:
☺Princípio da Demanda Efetiva de Keynes: a demanda agregada que se efetiva ao fim do período de produção é o fator que determina o nível da renda e do produto, em uma economia.
☺Existe equilíbrio com desemprego. Esta foi uma das grandes afirmações de Keynes. Não adianta esperar que o mercado gere pleno emprego, pois o equilíbrio pode acontecer em nível de renda e produto abaixo do pleno emprego. É claro que todo país quer se aproximar ao máximo do pleno emprego; Keynes então faz recomendações para aumento da injeções, pois estas induzem aumentos da demanda agregada, que é a responsável pela determinação da renda e do produto no equilíbrio.
Para saber o quanto um aumento em I, G ou X pode elevar a renda (ou como M pode reduzi-la), Keynes criou o multiplicador. Através dele sabemos o quanto um aumento de gastos do governo, por exemplo, pode gerar de aumento no produto e na renda.
Multiplicador Keynesiano Simplificado de Gastos
Mede as variações na renda ocasionadas por variações dos elementos autônomos da economia (os fatores de injeção), descontando a propensão a poupar (1 – PMgC).
Afinal, quanto maior a PMg a Consumir, maior será o aumento da renda a partir de uma injeção na economia, pois menos desta renda será “ vazada” para a poupança:
Fórmula do multiplicador k : 
	 k =
	1
	Ou k =
	 1
	
	(1- PMgC)
	
	 (1- b)
 
Se k = 4, qualquer aumento nos gastos do governo trará um aumento de “ 4 vezes o valor do acréscimo de gasto” na renda da economia. Exemplo: com k = 4, se o governo aumenta seus gastos de R$ 600 bi para R$ 1.000 bi, houve variação de R$ 400 bi nos gastos G. O efeito de alta da renda será de 4 vezes R$ 400 bi , isto é, haverá aumento de R$1.600 bi na renda nacional.
Ainda, se K= 4, um aumento das exportações em R$ 1 mi, acarreta aumento na renda de R$ 4 mi.
Mas k também tem um efeito perverso: se as exportações caírem em R$ 200 mil, a renda também cairá, em 4 X R$ 200 mil, isto é, em R$ 800 mil.
Na prática, deve-se conjugar o efeito de variações no G, no I, nas X e nas M , para saber o impacto de todos sobre a renda.
Importante:
O processo de multiplicação da renda a partir do aumento de um gasto é iniciado sempre a partir de uma variação autônoma em DA. 
O efeito de multiplicação só funciona se o produto estiver abaixo do pleno emprego, pois aí existe margem para que haja expansão. Se o produto (a Oferta Agregada) já estiver em nível equivalente ao produto potencial, sinônimo de pleno emprego, o aumento das injeções só causa alta de preços, e não do produto. Isto acontece porque as injeções não encontrarão recursos disponíveis para sua expansão, o que causará excesso de demanda, com conseqüente inflação.
Exercícios – Modelo Keynesiano Básico
1. Uma diminuição da demanda por investimentos, segundo o pensamento keynesiano, produz:
Um aumento proporcional da renda
Uma queda proporcional da renda
Um aumento mais do que proporcional da renda
Uma queda mais do que proporcional da renda
2. Suponha uma economia na qual a propensão marginal a consumir é de 0,85. Isto significa que a cada $100 adicionais de renda disponível as pessoas irão consumir:
R$ 75
R$ 100
R$ 85
R$ 95
3. Se a partir de uma situação de equilíbrio fiscal o gov. resolve restringir a demanda agregada através da política fiscal, ele:
Aumenta os gastos e incorre em déficit
Diminui impostos e mantém-se equilibrado
Aumenta impostos e incorre em superávit
Diminui gastos e incorre em déficit
4. Para uma economia fechada e sem governo, a PMgC é de 0,60. Logo, podemos afirmar que o multiplicador keynesiano é:
3
2,5
2
3,3
( Para uma economia aberta, com governo, trabalhando ao nível do produto potencial, temos os seguintes dados: 
	Produto de pleno emprego = Y = 300
	C = 10 + 0,75y
	I = 150
	X = 100
	G = 80
Responda então as questões 5 a 8:
5. Pode-se afirmar que, no equilíbrio com pleno emprego, o valor das importações é...?
6. Neste nível de produção, o desempenho da balança comercial pode ser considerado bom? Explique.
7. Se o governo reduzisse seus gastos, coeteris paribus, qual seria a variação proporcional da renda nacional?
8. Se o investimento aumentasse para 200, coeteris paribus, qual seria exatamente a variação na renda nacional? 
9. Se você deve pagar, ao final de 1 mês, uma prestação de R$ 781,00 (sem sofrer reajuste), e ocorrer uma inflação de 1,2% neste mesmo mês, pode-se afirmar que:
O valor real a ser pago no fim do mês será menor que 781.
O valor real a ser pago no fim do mês será igual a 781.
O valor nominal a ser pago no fim do mês é de 781.
Não há opção correta.
10. Sabendo que a função Consumo é C = 10 + 0,8 y, calcule:
Como é a função Poupança.
Qual é a PMg C.
Qual é a PMg S.
O consumo ao nível de renda y = 200.
11. Dado o gráfico abaixo:
 SHAPE \* MERGEFORMAT ���
Explique qual a situação da economia deste país (em relação a nível de atividade e equilíbrio), nos pontos em que DA1 cruza OA e que DA2 cruza OA.
Os 2 pontos ocorrem na prática em um país?
12. Suponha que os investimentos internos de um país, num determinado ano, tenham sido de 2000, os gastos do governo de 300 e os impostos de 100. Sabe-se que a função consumo é C = 25 + 0,8Yd, sendo Yd a renda disponível.
 a. Qual é o nível de renda de equilíbrio (Y)? 
b. Qual é o valor do multiplicador dos gastos do governo? 
13. Considere o seguinte modelo, que descreve uma economia fechada, em que Y é a renda, Yd, a renda disponível, C a função que descreve o consumo agregado, I, o investimento, G, o gasto do governo e T, os impostos:
C= 20 + 0,5Yd
I=90, G= 300 e
T = 0,25Y
Qual é a renda total, no equilíbrio?
Respostas 
D
C
C
B
No pleno emprego, o produto é igual ao produto potencial, portanto y = 300. No equilíbrio, a DA é igual à oferta. Substituindo na equação da demanda agregada(DA = C+I+G+X-M) os dados do problema:
300 = 10 + 0,75 (300) + 150 + 80 + 100 – M
M = 565 – 300 = 265
Para avaliar, é preciso saber o saldo da balança comercial (X – M): 100 – 265 = -165
A balança é deficitária, logo seu desempenho não é bom.
Isto corresponde ao valor do multiplicador: k = 1 / (PMg a poupar)
k = 1 / (1 – 0,75) = 1/ 0,25 = 4
Assim, se o gasto do gov. variar, seja qual for a variação, a renda sofrerá uma mudança proporcional de “4 vezes” o valor da variação do gasto. Ex.; Se o gasto aumentar em 20, a renda vai aumentar em 4 X 20 = 80.
Já conhecendo o valor do multiplicador, ele é válido para qualquer variação em gastos autônomos. O investimento é um gasto autônomo. Portanto, deve-se calcular: qual foi a variação de I? De 150 para 200, isto é, aumentou em 50.
Logo, a renda também irá aumentar, em 4 vezes a variação do investimento, ou seja, 4x 50 = 200.
9. A
10. a) S= -10 + 0,2y b)0,8 c) 0,2 d) C = 10 + 0,8 (200) = 170.
11. Quando DA1 cruza OA, a economia está em equilíbrio com desemprego de recursos. Quando DA2 cruza OA, a economia também está em equilíbrio, agora com pleno emprego de recursos (opera no nível do produto potencial).
O pleno emprego não existe, o que se pode fazer é procurar aproximar a economia deste nível.
12. a) Y= 11225 b) k= 5
13. Comece observando o seguinte: Yd= Y - T = Y - 0,25Y = 0,75Y
Faça Y = C + I + G. Vai achar que Y = 656
�
	Resumo de Políticas Macroeconômicas
POLÍTICA MONETÁRIA 
Política monetária: trata da oferta de moeda (R$) e da taxa de juros da economia de um país.
► MOEDA: instrumento aceito por todos para facilitar as trocas.
•	Moeda Mercadoria: sal, couro, gado, metal precioso
•	Moeda lastreada – emitir a moeda com base em metais preciosos (acabou em 1920).
•	Moeda Fiduciária (atual) – idéia de confiança; todos crêem que uma nota de R$ 10 vale R$ 10. 
► Funções da Moeda
•	Intermediária de troca	(permite trocar sapato por banana)
•	Unidade de Conta (sabe quanto vale o sapato e quanto vale a banana, em uma unidade monetária única)
•	Reserva de valor (só funciona na ausência de inflação, com inflação fica prejudicada. Ex.: se você comprar um imóvel hoje e guardar o dinheiro, daqui há um ano, não compra mais o mesmo imóvel). Obs.: Moeda não oferece rendimento
* Característica de Liquidez : é a capacidade da moeda de se trocar imediatamente por qualquer mercadoria, sem perder rendimento e sem ônus (o que se aplica em Cad. Poupança não é moeda).
► Conceito de Moeda na Política Monetária
Muitas coisas são usadas como moeda, inclusive o cartão de crédito. Mas o conceito de moeda que é usado na Política Monetária é o M1.
M1 = papel-moeda em poder da sociedade + depósitos em conta corrente bancária
Obs.: Quando se fala “sociedade”, não contabilizamos as moedas que estão em poder do governo.
►Demanda por Moeda (M1)
È a quantidade de moeda (M1) que a coletividade deseja deter em um determinado momento.
•	Moeda é a contrapartida da Renda: para se ter demanda por ela, é preciso ter participado na geração da renda nacional.
As pessoas demandam moeda (M1) para Transações (compras/ vendas); por Precaução (contra a incerteza na economia) e por Especulação (guardar provisão de moedas para quando aparecer um investimento interessante).
► Oferta de Moeda (M1)
•	Quantidade de moeda disponível para a sociedade em um determinado momento.
•	O Banco Central é o órgão do governo encarregado de controlar a OF de moeda.
► De que forma o Banco Central controla a Oferta de Moeda (M1)?
Através dos instrumentos monetários, que são quatro:
1.	Emissão de Moeda: Aumenta emissões – aumento da oferta de moeda
2.	Percentual de depósito compulsório – é uma parte dos depósitos à vista que o banco comercial recebe diariamente, e que ele é obrigado a depositar no Banco Central, onde o $ ficará guardado. Veja a seguir:
A riqueza (lucro) do banco comercial vem da intermediação financeira. Quanto mais recursos ele tiver livres para aplicar/emprestar, mais ele realiza operações, elevando a OF M1 na economia.
Logo, se o Banco Central elevar o Depósito Compulsório, reduz a OF M1. Já se o Banco Central diminuir o Depósito Compulsório, aumenta a OF M1.
3.	Linhas de Redesconto : Repasse de verba do Bacen aos Bancos Comerciais (usando aquele $ que é guardado sob a forma de depósito compulsório). Isto só ocorre com 2 objetivos:
-	Empréstimo de Liquidez (repasse de $ temporário, só até o banco comercial se reorganizar parta honrar um volume maior de saques dos correntistas)
-	Linhas especiais de crédito (ex.: crédito a exportadores. Dinheiro com um custo mais baixo para o exportador. Vem do Bacen para os Bancos Comerciais.)
4.	Operações de Mercado Aberto: Compra e Venda de títulos da dívida pública. Ao vender os títulos da dívida pública à sociedade, o governo recolhe moeda; logo, uma operação de venda de títulos leva a uma redução na oferta de moeda.
Já na hora em que o governo compra/resgata os títulos da dívida pública da sociedade, devolve o valor e o rendimento em moeda. Logo, uma operação de compra de títulos pelo governo leva a um aumento na oferta de moeda.
☺ Comentários importantes sobre a dívida pública interna;
É gerada quando o governo vende títulos ao público, para captar dinheiro rápido, e oferecendo em troca um rendimento deste dinheiro em um certo prazo. Os bancos comerciais são compradores habituais. A dívida surge de uma necessidade de gasto do Estado, que não quer financiá-la diretamente por um aumento de tributos. Além disso, a dívida é um dos instrumentos de política monetária.
► O Banco Central quer controlar a OF de moeda para determinar a Taxa de Juros SELIC
A oferta de moeda permite que o Banco Central determine a taxa de juros, que resulta da Relação entre Oferta e Demanda de moeda (R$). Supondo constante a demanda por moeda, a oferta de moeda passa a ser a forma de influenciar a Taxa de Juros.
De que taxa estamos falando? Da taxa SELIC (Setor de Liquidação de Custódia), que é a taxa básica da economia brasileira. Ela é resultante da Oferta e Demanda de moeda (R$).
	Aumento de OF de moeda ( ( juros SELIC
Redução da OF de moeda ( ( juros SELIC
Quem decide qual será o melhor nível desta taxa é o COPOM → Conselho formado pelos integrantes do Banco Central . Nesta decisão são considerados as metas de inflação para o ano e o nível de atividade da economia, entre outros.
► Qual a importância da Taxa de Juros?
-	É estratégica. O nível da taxa de juros vai afetar as decisões de investimento em bens de capital: se as taxas estiverem elevadas, isso inviabilizará muitos projetos de investimentos, e os empresários optarão por aplicar seus recursos no mercado financeiro.
-	As decisões dos empresários quanto à compra de máquinas, equipamentos, aumento ou diminuição de estoques, de matérias-primas ou de bens finais, e de montantes de capital de giro, serão determinadas não só pelo nível atual, mas também pelas expectativas quanto aos níveis futuros das taxas de juros.
-	Se as expectativas quanto à trajetória das taxas de juros se tornarem pessimistas (juros altos), os empresários deverão manter níveis baixos de estoques e mesmo de capital de giro no presente, uma vez que o custo de manutenção desses ativos poderá ser extremamente oneroso no futuro.
-	Os consumidores, por sua vez, exercerão um maior poder de compra à medida que as taxas de juros diminuírem, e ao contrário, se as taxas de juros aumentarem.
A taxa de juros acabará por influenciar o volume de consumo, por parte das famílias, e de investimento, por parte das empresas. O elo entre o mercado monetário e o lado real da economia (nível de produto, de emprego e de renda) é feito através da taxa de juros.
► Tipos de Política Monetária
Variam conforme a trajetória da taxa de juros, e seu impacto sobrea DA.
( Política Monetária Expansionista (expande a DA)
OF Moeda ( ( juros ( ( ( inv. Produção ( ( emprego, ( consumo ( CRESCIMENTO
(Vendas em alta, maior chance de aumento de preço. Fácil surgir inflação.)
 ( Política Monetária Contracionista (reduz a DA)
OF Moeda ( ( juros ( ( ( inv. Produção ( ( emprego, ( consumo
 (Única vantagem: Vendas em queda, menor chance de aumentar preços.)
POLÍTICA FISCAL
Para dar conta de suas tarefas, o governo precisa arrecadar receitas e realizar gastos, o que se refere à política fiscal. A política fiscal consiste na administração dos gastos e receitas do governo, em R$.
	Exemplos de receitas do governo:
	Exemplos de despesas do governo:
	Coleta de impostos diretos e indiretos
	Gastos dos ministérios, secretarias e autarquias
	Contribuições à previdência Social
	Gastos com transferências à população (como aposentadorias, bolsas de estudos, Fome Zero, etc.)
	Outras receitas: taxas, multas, aluguéis, etc...
	Subsídios (transferências às empresas)
Obs.: As contas nacionais não consideram a movimentação da dívida mobiliária (dívida do governo em emissões de títulos públicos, dentro do país). Mas esta, na prática, também é fonte de ganhos e gastos. Ganhos, quando o governo vende títulos ao setor privado; gastos, quando deve resgatar estes títulos, pagando também o seu rendimento. Muitas vezes o governo financia o pagamento, emitindo novos títulos para pagar uma leva anterior: é a rolagem da dívida pública.
Efeitos da Política Fiscal sobre a Demanda Agregada, Emprego e Produção
A política fiscal pode ser contracionista (=recessiva) ou expansionista. Diz-se contracionista quando reduz a demanda agregada, e expansionista, quando expande a demanda agregada.
( Uma política fiscal contracionista ocorre se o governo corta gastos com o setor privado, ou aumenta os impostos. Isto porque: DA = C +I + G + X – M.
 Se o governo diminui G, também diminui a DA. Já se o governo aumenta os tributos, isto afeta indiretamente a DA, por meio de C e I. Afinal, pagando mais impostos, o consumidor poderá reduzir o consumo e as empresas eventualmente reduzem o investimento. Os preços dos exportados podem se tornar menos competitivos, devido aos impostos embutidos:
Impostos sobem e Gastos Gov. caem ( ( inv. Produção ( ( emprego, ( consumo, ( Produto
( Uma política fiscal expansionista ocorre se o governo aumenta seus gastos com o setor privado, ou reduz os impostos. Se o governo aumenta G, também aumenta a DA. Já se o governo reduz os tributos, isto aumenta indiretamente a DA, por meio de C e I . A redução de impostos se reflete em maior capacidade de gasto, tanto para consumo quanto para investimento:
Impostos caem e Gastos Gov. sobem ( ( inv. Produção ( ( emprego, ( consumo, ( Produto
Efeitos da Política Fiscal sobre a Inflação
Como visto acima, uma política fiscal expansionista aquece a demanda agregada. Desta forma, as vendas aumentam, o que cria um ambiente mais propício ao aumento de preços. Por isto, uma política fiscal expansionista pode contribuir para o aumento da inflação, mesmo que a economia não esteja próxima ao nível de pleno emprego. Já se a economia estiver operando próxima do nível máximo, com certeza haverá inflação, neste caso, inflação de demanda.
Quando o governo tem como meta estabilizar os preços, costuma aplicar política fiscal contracionista. A lógica é a seguinte: esta política reduz a demanda agregada, logo reduz o investimento produtivo e o emprego. O consumo cai, o que dificulta aumentos de preços. Um empresário pode manter seus preços altos, mas não os aumenta, se as vendas estão caindo.
Resultados do Governo
São formas de calcular o saldo entre Receitas e Gastos do Governo, em R$. Existem 3 formas:
Resultado Primário: Receitas menos gastos, sem incluir nesta conta pagamento de juros e correção monetária pelo governo – ou seja, sem incluir a dívida pública. Normalmente, o governo brasileiro tem buscado superávit primário. 
Resultado Operacional: Receitas menos gastos, incluindo o pagamento de juros da dívida pública. Neste conceito, o resultado mais comum é de déficit.
Resultado Nominal: Receitas menos gastos, incluindo o pagamento de juros da dívida pública, mais a correção monetária ou cambial (alguns títulos da dívida pública têm rendimento correspondente à variação do câmbio). Este é o conceito mais completo; normalmente é um déficit.
NOTA SOBRE INFLAÇÃO 
►O que é a INFLAÇÃO – é um aumento generalizado e persistente dos preços. Percebe-se que são necessárias mais unidades da moeda nacional para comprar o mesmo objeto, na medida em que a inflação aumenta. Há 2 tipos principais de Inflação: de demanda e de custos.
Inflação de Demanda: Quando a OF não consegue acompanhar a demanda (excesso de demanda leva a ( preços), em vários setores produtivos da economia.
Obs.: A demanda pelas mercadorias cresce rápido, mas a oferta destes bens anda devagar, gerando descompasso e conseqüentemente a inflação.
Inflação de Custos: quando o aumento dos custos é repassado ao preço da mercadoria vendida ao consumidor. Por exemplo, o aumento do combustível (que onera o transporte da mercadoria), poderá ser repassado ao preço desta.
Obs.: A resistência das margens de lucro ajuda a causar inflação de custo.
P = custo unitário + (margem x custo unitário)
Se os custos aumentam, e o produtor de um bem não reduz sua margem de lucro para absorver este aumento, ele repassa o custo maior para o preço de seu produto.
Inercial: é a inflação passada que é trazida ao presente devido aos REAJUSTES BASEADOS EM ÍNDICES (=INDEXAÇÃO).
Ex.:
Observa-se que uma inflação de custos que aconteceu em janeiro, vai sendo repassada aos outros meses, através do mecanismo de indexação com base na inflação anterior.
COMBATE: Congelamento.
(O Problema, é que as pessoas se aproveitam depois do congelamento, para tentar recuperar os reajustes.)
Desindexação – (Suprime proíbe o reajuste de acordo com os índices, ou espaça o período de reajustes.
Obs.: Na prática a inflação inercial tende a acelerar.
►Alguns Aspectos Negativos da Inflação:
Inflação piora a distribuição de Renda.
(nem todo mundo pode reajustar de acordo com a inflação. Empregados não podem reajustar salários; se não é possível reajustar, há perdas)).
Perda de Competitividade dos produtos nacionais.
(Quando nosso produto aumenta e o dos concorrentes não, perdemos competitividade).
Adiamento das decisões de investir em produção.
(Suspende ou adia planos de investimento; a capacidade de produção não evolui, por causa da alta inflação).
	POLÍTICA CAMBIAL 
Política Cambial: é a determinação da taxa de câmbio do país.
►TAXA DE CÂMBIO = É o preço do dólar no país; mede quantas unidades da moeda nacional são necessárias para comprar U$ 1.
Taxa de Câmbio VALORIZADA = para comprar U$ 1 é preciso MENOS de R$ 1,00 (R$ vale mais que a outra moeda). Esta é uma taxa BAIXA.
Taxa Cambial DESVALORIZADA = quando é preciso MAIS de R$ 1,00 para comprar U$ 1. Esta é uma taxa ALTA.
→ VALORIZAÇÃO Cambial = quando passo a precisar de MENOS reais (R$) para comprar o mesmo dólar (U$). Ex.: R$ 2,50 → R$ 2,10 (valorizou o R$)
→ DESVALORIZAÇÃO Cambial = quando passo a precisar de MAIS moeda nacional (R$) para comprar o mesmo (U$). Ex.: R$ 2,17 → R$ 2,40	(desvalorizou o R$) 
►Como é determinada a Taxa de Câmbio?
 O Governo adota métodos, chamados Regimes Cambiais: Fixo e Flutuante 
�
Regime de Câmbio Flutuante (Flexível)
 No Regime de câmbio Flutuante, o mercado determina a taxa de câmbio. Ou seja, ela depende da demanda por U$ e da Oferta de U$.
→O que é a Oferta de U$? É a entrada de U$ no país. Algumas fontes de entrada :
Exportações – o exportador recebe em U$ e troca no Bacen
Empréstimo do FMI
Venda de títulos do Brasil no exterior
Entradade capitais financeiros, atraídos por nossos juros altos
Envio de lucros de empresas brasileiras atuando no exterior
→ O que é a Demanda por U$? É a saída de U$ em circulação no país. Algumas fontes de demanda por U$:
Importações - importador compra dólar, para pagar suas compras
Pagamento da divida externa
Envio de remessa de lucro de Multinacionais atuando aqui, para o país de origem 
Saída de capitais financeiros
	
No Regime Flutuante Puro, a taxa de câmbio depende da proporção entre entrada e saída de U$, diariamente no país.
IMPORTANTE: No Regime de câmbio Flutuante, o comum na prática é o governo atuar agindo como se fosse um dos agentes no mercado. “Flutuação Suja” ( é o regime atual no Brasil)
Ex.: R$ 3,00 a OF está muito pequena em relação a DEM :
Governo vende U$ para ↑OF U$ →↓ Tx câmbio
Vantagens do Câmbio Flutuante: o Governo não é obrigado a gastar as Reservas Internacionais para controlar a taxa de câmbio (mas pode fazê-lo eventualmente). A balança comercial tende ao superávit, como será visto adiante.
Desvantagens: toda vez que a taxa de câmbio sobe, encarece o custo de importar. Isto pode impactar sobre a inflação aqui, caso um produto aqui produzido use componentes importados.
Regime de Câmbio Fixo 
 O Governo se compromete (oficialmente) com uma determinada taxa fixada. Por exemplo, pode estipular que U$ 1 = R$ 1,00. 
Vantagens: O preço do dólar não varia, portanto, não encarece os importados; não impacta sobre a inflação. 
Desvantagens: o Gov precisa gastar as Reservas Internac. para manter a taxa. E se a taxa for valorizada (baixa), a balança comercial fica Deficitária, como será visto adiante.
►Efeito da Taxa de Câmbio sobre a Balança Comercial do País (EXP – IMP)
O Exportador RECEBE em dólar, e troca por R$ 
 Ex.: Venda de U$ 100
Se a Tx. de Câmbio = 2,90 , sua Receita em R$ = 100 x 2,90 = R$ 290,00
Se a Tx. Câmbio = R$ 4,00, sua Receita em R$ = 100 x 4,00 = R$ 400,00
→ O exportador fica estimulado quando a Tx cambial está desvalorizada (tx maior), porque a receita em R$ vai ser maior.
O Importador GASTA em dólar; para isto, usa R$ para comprar U$ e pagar a encomenda.
 Ex.: Importação de mercadorias, no valor de U$ 100
Se a Tx. de Câmbio = 2,90, seu Gasto em R$ = 2,90 x 100 = R$ 290,00
Se a Tx. Câmbio = R$ 4,00, seu Gasto em R$ = 4,00 x 100 = R$ 400,00
→ O importador fica estimulado quando a Tx cambial está valorizada (tx menor), porque o gasto em R$ vai ser menor.
Conclusão: A taxa de câmbio valorizada (baixa) desestimula as EXP, apesar de estimular IMP, o que pode vir a causar uma balança comercial deficitária.
►Efeito da Taxa de Câmbio sobre a Inflação no País
Pode ocorrer uma inflação de custos. Se a taxa de câmbio aumentar, isto torna mais cara a importação. Se o empresário brasileiro que compra o importado decidir repassar o custo maior ao preço da mercadoria final, realmente ocorrerá inflação. Para evitar este tipo de inflação de custos (que vem da taxa de câmbio) o governo às vezes fixa o preço do U$, em uma taxa baixa: “ÂNCORA CAMBIAL”.
	POLÍTICA COMERCIAL 
São medidas para influenciar as EXP e as IMP, sem que seja necessário mexer na taxa de câmbio.
 
Afetam as exportações :
Crédito mais barato
Isenção de impostos
→ Todo país sempre deseja aumentar as EXP.
Afetam as importações:
Estabelecimento de cotas (limites de quantidade) para a importação de um produto
Definir obstáculos burocráticos
Dar subsídio ao produto nacional, para que fique mais barato que o importado
Colocar tarifas sobre os produtos importados
→ Atenção: O país pode querer barrar as importações (PROTECIONISMO) ou incentivá-las (ABERTURA COMERCIAL).
Organismos Multilaterais que influenciam a Economia Internacional:
OMC
Desde 1994, a Organização Mundial do Comércio regulamenta o comércio internacional, com a meta de promover a abertura dos mercados e combater concorrência desleal.
Deve contribuir para elevar o volume do comércio internacional. Sucedeu ao GATT (Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio), que ocorreu de 47 a 94. 
FMI (Fundo Monetário Internacional)
Criado em 1944, com a finalidade de auxiliar o equilíbrio financeiro dos países-membros. Seus empréstimos são voltados para a melhoria do Balanço de Pagamentos dos seus sócios. Como condição para liberação de U$, exige estabilidade macro, com política fiscal recessiva e baixa inflação.
BIRD (Banco Internacional para Reconstrução e desenvolvimento)
Criado também em 1944. Seus empréstimos têm juros menores que os do FMI, e são voltados para desenvolvimento de infra-estrutura. O BID (Banco Interamericano, criado em 1959) atua na mesma linha, embora abrangendo menos países.
Blocos Comerciais
São formados por países que desejam elevar o fluxo de comércio entre si, e fortalecer sua posição internacional. Os mais conhecidos são o NAFTA (Eua, Canadá e México), Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai), União Européia (que conta hoje com 27 países e vai além da proposta de bloco, formando um mercado comum). 
BALANÇO DE PAGAMENTOS:
É o registro mensal das transações entre residentes e não-residentes do país. Contabiliza não só transações do governo, mas principalmente das empresas e cidadãos. As contas são feitas em dólares. 
Balanço de Pagamentos do Brasil (dados do Banco Central, em US$ milhões)
	Contas principais
	2005
	2006
	 Balança comercial (FOB)
	 5 011 
	 46 074 
	 Serviços
	- 851 
	- 9 408 
	 Rendas
	- 4 128 
	- 27, 444 
	 Transferências unilaterais 
	 356 
	 4 306 
	Transações correntes
	388
	 13 528 
	Conta capital e financeira
	 3 121 
	 17 277 
	Erros e omissões
	- 359 
	- 236 
	Resultado do Balanço
	 3 150 
	 30 569 
Contas do Balanço de Pagamentos:
Balança Comercial
Só registra valores de mercadorias.
EXPortações
IMPortações
Balanço de Serviços
Viagens Internacionais
Fretes
Seguros (referente a mercadorias registradas na Balança Comercial)
Rendas de Capitais (lucros, juros da dívida externa, dividendos)
Serviços diversos (pagamento por Assistência Técnica, pagamento de Royalties)
Serviços governamentais (embaixadas, consulados, representações) 
Transferências Unilaterais
São movimentações de valor entre estrangeiros e brasileiros, sem contrapartida. É o caso das doações entre países (como remessa de remédios para países necessitados). Também entram remessas de dinheiro que trabalhadores brasileiros no exterior enviam às famílias.
Conta em Transações Correntes
É um Saldo. O Saldo em Transações Correntes é:
= Saldo da Balança. Comercial + Saldo do Balanço de Serviços + Transferências Unilaterais
Movimento de Capitais Autônomos ou Balanço de Capitais.
Reflete as receitas obtidas com venda de ativos do Brasil no exterior, assim como os gastos de brasileiros que compram ativos externos. Suas contas são:
Investimento Direto (multinacionais que compram fábricas para produzir no país; estrangeiros que adquirem casas ou terrenos)
Reinvestimentos (de empresas estrangeiras já funcionando no país)
Empréstimos e Financiamentos (privados ou governamentais)
Amortizações (quando se paga o principal da Dívida. Externa *)
Capital de Curto Prazo (créditos recebidos ou concedidos em prazo inferior a 1 ano; reflete operações no mercado financeiro e não na órbita da produção; é atraído por taxa de juros alta.).
☺ Comentários importantes sobre a Dívida Externa
	* A Dívida Externa não é somente do Governo. Quando empresas brasileiras pedem empréstimos no exterior, em busca de juros menores, também estão aumentando esta dívida.
Além de pedir empréstimos a organismos internacionais, o governo brasileiro ainda vende Títulos no exterior. O Risco-País é a diferença de valor que o Brasil paga para que se compre o nosso título no mercado financeiro internacional, em relaçãoao papel americano. 
Erros e Omissões (Diferença entre cálculos do Banco Central e outras instituições, como Departamento de Comércio Exterior, Receita Federal, etc.)
Saldo do Balanço de Pagamentos 
Saldo em Transações Correntes + Balanço de Capitais + Erros e Omissões = Saldo do BP
Este Saldo pode ser um Déficit – se o país gastou mais do que tinha em U$ - ou um Superávit – se o país recebeu mais U$ do que gastou.Dependendo deste resultado, mexe-se na conta a seguir:
Capitais Induzidos ou Financiamento do Balanço de Pagamentos:
Haveres e Obrigações no Exterior = Reservas Internacionais
(Um superávit do Balanço de Pagamentos ( Reservas; já o déficit ( Reservas.) Um baixo nível das Reservas causa receio em investidores estrangeiros.)
Empréstimo de Regularização (FMI)
Atrasados Comerciais
* O saldo de Capitais Induzidos, ou Financiamento do Balanço, corresponde ao saldo do Balanço de Pagamentos com sinal contrário. Se o BP contabilizou “- U$100 milhões”, o Financiamento será de “+ U$100 milhões.”
�
O MODELO CLÁSSICO
(Ler Froyen, cap. 3)
*ANTES DOS CLÁSSICOS: MERCANTILISTAS
O pensamento mercantilista predominou nos séculos 16 e 17, fase da expansão marítima européia e das colonizações.
Para os mercantilistas, dois princípios eram essenciais: o metalismo (acúmulo de metais preciosos) e a intervenção estatal no comércio exterior do país, para que a balança comercial fosse sempre superavitária.
	Para entender o modelo clássico, é importante saber diferenciar entre variáveis reais e nominais. 
A variável nominal é aquela que não desconta o efeito da inflação. Por exemplo, em 2011 o salário mínimo que vigorou foi de R$ 575,00. Este é seu valor nominal. Para achar o valor real, temos que descontar a inflação que houve nesse período, o que fazemos dividindo o salário nominal por um índice de preços. 
	Real= 
	 nominal
	
	preços
O que devemos entender é o seguinte:
Quanto maior a inflação, menor é o salário real, e quanto menor for a inflação, maior será o salário real. O mesmo se aplica ao Produto do país: se a inflação do ano for alta, o Produto Real é bem menor que o Produto Nominal.
Também é importante entender a diferença entre o lado real e o lado monetário da Economia. Ao falar do lado REAL, estamos nos referindo à produção de bens e serviços, e à geração de empregos. Já o lado MONETARIO é referente à moeda e aplicações financeiras.
Quem são os “Clássicos”?
Keynes inovou em 1936, ao trazer o enfoque da Macroeconomia em sua obra A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda.
Ele chamou de “clássicos” todos os economistas que tinham escrito sobre variáveis macroeconômicas antes de 1936. Podemos citar como variáveis macro o Produto do país, a Renda do país e o nível de emprego.
Obs.: Atualmente separamos esses autores da fase anterior a Keynes em 2 grupos. O primeiro designado clássicos, é dominado pelos trabalhos de Smith (A Riqueza das Nações, 1776), David Ricardo (Princípios de Economia Política,1817), e John Stuart Mill (Princípios de Economia Política, 1848), Marx (O Capital, 1867). O segundo, denominado neoclássicos, tem como seus representantes mais proeminentes os ingleses Alfred Marshall (Princípios de Economia,1920) e A.C. Pigou (A teoria do Desemprego,1933).
O MODELO CLÁSSICO 
Para os economistas clássicos, uma economia está em equilíbrio quando se encontra no pleno emprego, ou seja, usa 100% dos seus recursos de produção. Isso é o mesmo que dizer que o produto efetivo é igual ao potencial (nível máximo que o Produto pode alcançar em um país).
Os clássicos postulam que a economia de um país tende ao pleno emprego mesmo no curto prazo. Explicam que as forças de mercado conduzem naturalmente a economia ao pleno emprego, ponto em que se igualam a oferta e a procura de mão-de-obra. 
O que determina qual é o nível máximo de Produto de um país? Os clássicos afirmavam que o Produto depende do estoque de fatores de produção (terra, capital, mão-de-obra...) e do seu grau de avanço tecnológico. Se um desses fatores aumentar, o nível de Produto Potencial (= máximo) também aumenta.
A relação entre o Produto e seus determinantes é dada pela Função de Produção. Para cada nível de utilização de recursos (=insumos), a Função mostra o valor resultante de produção, e pode ser escrita como:
 y = F(K,N)
y = Produção Real;
K é o estoque de capital (planta e equipamentos)
N é a quantidade de mão-de-obra, suposta homogênea (mesma qualificação)
No curto prazo, as hipóteses do modelo são de que o estoque de capital, a tecnologia a população são fixos, ou seja, não aumentam nem diminuem. O nível de Produto que o país terá depende unicamente do grau de utilização da mão de obra (N); usando 100% desta, o Produto será o máximo possível. 
Assim, para os clássicos a análise dos determinantes do Produto depende de variáveis reais. A moeda, em sua concepção, serve para facilitar as trocas, mas não influencia o nível de Produção de uma economia; isso significa afirmar que a moeda é neutra. Mas atenção: muita moeda na economia causa, na visão dos clássicos, alta dos preços (inflação) . Essa será uma grande diferença em relação à teoria de Keynes, em 1936.
Note ainda que para os clássicos o mercado funciona para alocar os recursos, os agentes econômicos são racionais e usam as informações conhecidas para tomarem sempre a melhor decisão. A melhor decisão individual é aquela que maximiza o benefício; para um indivíduo, é a decisão que maximiza sua satisafação. Para uma empresa, é aquela que maximiza seu lucro. Assim, a intervenção do governo na economia não é necessária, salvo em casos em que vá garantir o livre funcionamento dos mercados.
O mercado de trabalho e o nível de emprego
As firmas e os trabalhadores individuais escolhem e agem de forma ótima. Todos são perfeitamente informados sobre os preços relevantes. Não há obstáculos aos ajustes dos salários nominais; o mercado se equilibra. 
As empresas constituem a demanda por trabalho, os compradores de serviços de mão-de-obra. Tais empresas escolhem as quantidades a serem produzidas que maximizem os lucros. A escolha do nível de produção e a quantidade de trabalho constituem uma única decisão, no curto prazo. Quanto maior for o salário real, menor é a demanda por trabalho das empresas.
Os trabalhadores individuais representam a oferta de trabalho. Quanto maior for o salário real, maior é a oferta de trabalho por parte dos trabalhadores. 
Existe um nível de salário real que equilibra o mercado de trabalho, determina o nível de emprego no país e ao mesmo tempo, o nível de Produção do país:
�
�
Na terminologia freqüentemente usada, produto, emprego e salário real são tidos como variáveis endógenas ao modelo clássico. Variável endógena significa uma variável determinada dentro do modelo, ou por ele. 
Sobre a Função de Produção, cabe notar que é deslocada, no longo prazo, por uma mudança tecnológica que altera a quantidade de produtos obtenível a partir de quantidades fixas de insumos. À medida que o estoque de capital se altera no decorrer do tempo, a função produção também se desloca. 
Sobre a curva de demanda por trabalho, será deslocada se a produtividade do trabalho mudar em virtude de uma mudança tecnológica ou de formação de capital.
Aspectos a destacar no modelo clássico:
Todos os fatores que determinam a produção no modelo clássico são variáveis que afetam o lado da oferta, ou seja, as quantidades que as firmas escolhem produzir. A demanda agregada não determina o nível do Produto, é consequência deste.
A moeda não interfere no nível de Produto da economia.
A economia tende a auto-regulação e sempre no sentido de se equilibrar em um nível de Produção de pleno emprego.
Modelo IS-LM: explicação simplificada
Como falamos no curso, a Economia tem o lado real e o lado monetário. O modelo IS-LM mostra o equilíbrio entre ambos, relacionandotaxa de juros e nível de renda/produto na Economia. Trabalha com a hipótese de que a economia está abaixo do pleno emprego, portanto não há inflação. Graficamente, o equilíbrio no modelo, que é o equilíbrio de uma economia, corresponde à intersecção entre as curvas IS e LM:
�
A Curva IS
( O que representa a curva IS? Os pontos em que a oferta agregada é igual à demanda agregada. Outra definição: as combinações de taxas de juros e renda que fazem a Poupança do país ser igual ao Investimento. Na prática, podemos entender que a IS se comporta como a demanda agregada; se a taxa de juros aumenta, cai o investimento e o consumo, a demanda agregada diminui. A IS é negativamente inclinada, por este motivo.
( Fatores que compõem a IS: os mesmos que compõem a demanda agregada, isto é, o gasto induzido (Consumo) e os gastos autônomos (I, G, X e M). Quando os gastos autônomos mudam, dado o multiplicador, há deslocamento da IS.
Por exemplo: se algum dos gastos, como G, é aumentado, a DA aumenta, o nível de renda aumenta, por isto a IS se desloca para a direita (maior nível de renda). Esse efeito é o que ocorre também se I ou X aumentarem; ou se a tributação diminuir (pois aí há elevação da DA); ou se as importações caírem (também causa elevação da DA).
E se houver redução em I, G ou X? Neste caso a DA diminui, logo a IS diminui, deslocando-se para a esquerda (menor nível de renda). Isto também acontece se houver aumento nas importações M (pois acarreta diminuição da demanda agregada), ou aumento de impostos (o que também diminui a demanda agregada).
A Curva LM
( O que representa a LM? A LM representa um estoque fixo de moeda disponível, ou seja, uma determinada oferta de moeda.
( Porque a LM é positivamente inclinada? Porque está representada em um conjunto de eixos que relacionam renda e taxa de juros, e quando aumenta a renda, há aumento da demanda por moeda (pelos motivos transações e precaução). Ora, se a oferta de moeda está fixa, o aumento da demanda por moeda eleva o preço da moeda, que é a taxa de juros. 
( O que causa deslocamento da LM? O aumento ou redução da oferta de moeda. A LM move-se sempre em decorrência da política monetária. Na política monetária expansionista, o governo aumenta a oferta de moeda, o que aumentará a LM, deslocando-a para a direita (LM 2). Isto porque, se a oferta de moeda aumenta, e a demanda por moeda se mantém constante, a taxa de juros cai. A queda na taxa de juros estimula a DA, elevando a renda. Veja abaixo o efeito:
�
No caso de uma política monetária contracionista, o governo reduz a oferta de moeda (mas neste momento a demanda por moeda se mantém), causando aumento da taxa de juros. Graficamente, a LM se desloca para a esquerda. Este aumento dos juros reduz a DA, diminuindo a renda.
Observações importantes:As conseqüências de medidas de política monetária devem ser avaliadas a partir da LM, pois deslocam a LM. Já as medidas de política fiscal devem ser avaliadas através da IS, que mostra as mudanças na produção e no emprego.
Fig. A
P
Q = PN = Y/p = y
DA
NÌVEL DA
Q = PN = Y/p = y
DA
Fig. B
P
Q = PN = Y/p = y
A
C (pleno emprego)
B
P
 y 
DA 2
DA 1
OA de pleno emprego
�
DA= OA
Pleno empr.
DA
Matematicamente
DA = OA
DA
y = OA
DA = OA
Com desempr.
P
 y 
DA 2
DA 1
OA 
Q U$
D U$
Tx Câmbio
FIXA
O U$
Se a DEM U$ ↑, o gov. tem que oferecer U$, de modo a manter a taxa fixa.
Se a DEM U$ cair, o gov. tem que comprar U$ para que a taxa se mantenha a mesma.
U$
U$
DEM U$
OF U$
Todos os agentes que têm condições, aumentam seu preço em 2 %.
Inflação de Custos
(alta do petróleo)
Índice = 2 %
Índice = 2 %
(Captou Inflação de janeiro))
Índice = 2 %
Novo aumento de preço 2 %
(baseado no índice anterior, de fevereiro)
Jan
Fev
Mar
Abr
Intermediações: é o que sobra p/ o banco comercial trabalhar, aplicar, e gerar seu lucro *
(
Reservas voluntárias ( Dinheiro que mantém no cofre, não coloca em transações financeiras 
( Depósito Compulsório
(Reserva Involuntária) Banco Central determina quanto terá de ser o % que o Bco Comercial depositará no Bco. Central
Volume Total de depósitos à vista em Bancos Comerciais:
EMPREGO (N)
SALÁRIO REAL 
1
1
Q
3
DEMANDA
(EMPRESAS)
OFERTA (TRABALHADORES)
PRODUTO REAL y
PRODUTO PLENO
EMPREGO
EMPREGO
LM
IS
Renda (y)
Taxa de juros (i)
LM 1 
IS
Renda (y)
Taxa de juros (i)
LM 2 
�PAGE �
�PAGE �23�

Continue navegando