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Peixes Cartilaginosos-Chondrichthyes

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Metazoários III – Aula 01 – Prof. Alexandre Clistenes
CONDRICHTHYES: OS PEIXES CARTILAGINOSOS 
INTRODUÇÃO
O surgimento das maxilas (elementos ósseos associados à boca e ligados ao eixo esquelético 
do crânio) representa um dos passos mais importantes na evolução dos vertebrados. 
Os vertebrados passam, então, a atingir grandes tamanhos de corpo, a presença de dois 
pares de nadadeiras sustentadas por elementos esqueléticos e uma série de outras 
características que são sinapomorfias do grupo. 
As formas viventes de Condrichthyes incluem os cações, tubarões, raias e as menos 
conhecidas quimeras
Primeiros registros fósseis no início do Devoniano
Diferem-se dos outros peixes pela ausência de ossificação interna
Ocorrem predominantemente em ambientes marinhos, porém alguns grupos penetraram 
secundariamente em lagoas e rios continentais: Charcharinidae, Dasyatidae, 
Potamotrigonidae e Pristidae
CARACTERÍSTICAS GERAIS
Esqueleto cartilaginoso, com calcificação em sua camada superficial
Dentes não fundidos à mandíbula e distribuídos em camadas;
Nadadeiras não segmentadas em raios córneos (ceratotríquia);
Narinas ventrais em cada lado da cabeça;
Válvula espiral no intestino;
Escamas placóideas formadas por dentículos compostos por uma parede de dentina;
Presença de clásper
CLASSIFICAÇÃO – 2 subclasses
1) Holocephali – Cerca de 30 espécies de quimeras exclusivamente marinhas, com no 
máximo 1m de comprimento
Apresentam brânquias recobertas por um opérculo membranoso
Corpo de peixe, cabeça com olhos grandes e cauda longa
Dentes distribuídos em placas dentígeras
Espinhos nas nadadeiras
Encontradas normalmente em profundidades superiores a 80 metros, depositando ovos em 
águas mais rasas
Possuem glândula de veneno associado ao espinho dorsal
O macho apresenta um clásper cefálico em forma de clava
2) Elasmobranchii – Importantes predadores desde o médio Devoniano. Fósseis são raros 
pela ausência de ossificação
Os tubarões em sua maioria são carnívoros de topo
Um grande desvio do plano do corpo ocorreu em Baitoidea, a partir do jurássico
CARACTERÍSTICAS GERAIS:
Presença de 5 a 7 aberturas branquiais
Apresentam espiráculo (secundariamente perdidos em algumas formas)
Mandíbula não fundida ao crânio, apresentando suspensão da mandíbula anfistílica (arco 
mandibular sustentado em parte pelo hiomandibular) ou hiostílica (Maxilas articulam-se ao 
crânio apenas pelo hiomandibular)
Dentes numerosos e rapidamente substituídos
PRINCIPAIS GRUPOS:
Cladoselachii – São os primeiros Elasmobranchii. Viveram entre o final do devoniano e o 
início do Carbonífero
Semelhantes aos tubarões atuais, atingiam até dois metros
Apresentavam cinco aberturas branquiais, boca terminal, dentes tricúspides e maxila de 
suspensão anfistílica
2 gêneros conhecidos: Cladoselache e Xenacanthus
Hybodontes – Viveram entre o Triássico e o Cretáceo
Apresentavam dentes anteriores cuspidados e os posteriores achatados
Cinturas escapular e pélvica dividida em duas metades
Nadadeiras pares com maior hidrodinâmica
Nadadeira caudal heterocerca
A presença de clásper em todas as espécies indica a existência de corte e fecundação interna
Os machos apresentavam espinhos curvos sobre os olhos, provavelmente relacionados à 
cópula
Semelhantes aos Cladoselache apresentavam boca terminal e maxila de suspensão anfistílica
Desapareceram do planeta ao final da era Mesozóica
A IRRADIAÇÃO MODERNA DOS ELASMOBRANCHII – Tubarões e raias - NEOSELACHII
Fósseis indicam início desta irradiação a partir do final do Carbonífero
A diferença mais marcante apresentada pelos tubarões modernos é o focinho proeminente 
que projeta a boca ventralmente
Arco mandibular apresenta suspensão hiostílica que permite múltiplas posições apropriadas 
às diferentes oportunidades de alimentação
A vantagem da mandíbula dos tubarões modernos é a sua grande capacidade de expansão 
que suga água e alimento para a boca e permite abocanhar um organismo maior do que ele 
próprio
A notocorda foi substituída por centros vertebrais cartilaginosos
Por não possuírem bexiga natatória, usam o fígado para contrabalançar a densidade de seu 
corpo. A quantidade e o tamanho dos vacúolos de óleo no fígado é menos em tubarões 
bentônicos
Sistema sensorial dotado de mecanorreceptores, quimiorreceptores e eletrorreceptores
Olhos dotados de tapetum lucidum – cristais de guanina – que aumentam a sensibilidade 
luminosa
A reprodução é uma parte importante no sucesso dos tubarões modernos, caracterizada pela 
fecundação interna, podendo ser ovíparos, ovovivíparos ou vivíparos
TRÊS LINHAGENS PRINCIPAIS:
Squalomorphii – Cerca de 80 espécies de tubarões marinhos, com espinhos na nadadeira 
dorsal e considerados mais primitivos
Galeomorphi – Cerca de 280 espécies de tubarões predominantemente marinhos que incluem 
os tipos mais conhecidos
Batoidea – Cerca de 456 espécies de raias predominantemente marinhas, isoladas 
filogeneticamente dos tubarões. 
São adaptadas a hábitos bentônicos e a durofagia, com dentes fortes em forma de placa
	Metazoários III – Aula 01 – Prof. Alexandre Clistenes
	CONDRICHTHYES: OS PEIXES CARTILAGINOSOS 
	Introdução
	Características gerais
	Presença de 5 a 7 aberturas branquiais

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