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LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS BIOLOGIA DE DEUTEROSTOMIA I RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS CLASSE CHONDRICHTHYES Alunos: Alisson Vanzela Danilo Duque Eduardo Virgili Giovana Cristina Isadora Gobbi Prof° Dr. Sérgio Posso TRÊS LAGOAS/MS 2021 1. INTRODUÇÃO Os Chondrichthyes são um grupo antigo que apareceu no período Devoniano, e apresentam uma combinação de órgãos sensoriais bem desenvolvidos, mandíbulas poderosas, musculatura para natação e hábitos predadores. Nessa classe encontram-se tubarões, raias e quimeras. Com isso, uma das características que os distinguem é o esqueleto cartilaginoso. Seus esqueletos são calcificados, porém os ossos são completamente ausentes em toda a classe (Hickman et al., 2016). A partir disso, os Chondrichthyes descendem de ancestrais que tinham ossos bem desenvolvidos. No entanto, mesmo que o osso tenha sido perdido, há a presença de tecidos mineralizados de fosfato que ficaram retidos nos dentes, escamas e espinhos. Deste modo, na sua morfologia externa, pode ser visto um corpo fusiforme ou comprimido dorsoventralmente. Além disso, é possível notar a série de dentes sucessivos, denominados polifiodontes, sendo característico quando se trata de tubarões (Hickman et al., 2016). 2. MATERIAIS E MÉTODOS Materiais utilizados: • Fotografias da parte ventral e dorsal, e morfologia interna de tubarões e raias fornecidas pelo professor; • Fotografias das escamas da raia e tubarão na lupa, com uma ampliação de 60x fornecidas pelo professor. MÉTODOS Durante a aula foi apresentado a Classe Chondrichthyes, e em seguida foram encaminhadas imagens fornecidas pelo professor. Através das fotos foi possível observar as estruturas internas e externas dos tubarões e das arraias, com alguns detalhes sendo apontados. Após a análise, foi realizado anotações e desenhos detalhados do material observado. 3. RESULTADOS Figura 1 - Arcada dentária e maxila do tubarão tigre. Figura 2 – Dentição forma homodonte e tricúspide do tubarão tigre. Figura 3 - Visão da parte interna ventral da raia, apontando as estruturas visíveis. Figura 4 - Visão da parte interna ventral da raia, apontando as estruturas visíveis. Figura 5 - Visão da parte interna ventral da raia, apontando as estruturas visíveis. Figura 6 - Visão da coluna vertebral da raia, apontando as estruturas visíveis. Figura 7 - Escamas da raia. Figura 8 - Escamas do tubarão viola, imagem aumentada 60x na lupa. Figura 9 – Visão da parte dorsal da raia e suas estruturas. Figura 10 - Visão da parte ventral da raia e suas estruturas. Figura 11 - Estruturas da raia. Figura 12 - Visão ventral do Tubarão-Martelo e suas estruturas. Figura 13 - Visão dorsal do Tubarão-Martelo e suas estruturas. 4. DISCUSSÃO I. MORFOLOGIA EXTERNA 1. Qual o tipo de escama? Qual a diferença entre as escamas dos peixes cartilaginosos e peixes ósseos? R: Os Chondrichthyes possuem a escama do tipo placóide, são dérmicas, semelhantes a dentes, que reduzem a turbulência da água que flui ao longo da superfície do corpo durante a natação. Já os Osteichthyes possuem escamas grossas e imbricadas, com uma camada externa de um tipo de esmalte chamado ganoína (Hickman et al., 2016). 2. Qual a função do sistema de linha lateral? R: O sistema de linha lateral tem como principal função permitir que o tubarão localize suas presas a longas distâncias, através da percepção de vibrações de baixa frequência com os mecanorreceptores do sistema da linha lateral (Hickman et al., 2016). 3. Os dentes observados são todos iguais? R: Não. Nos tubarões, ambas, mandíbula e maxila, são providas de muitos dentes afiados. A fileira anterior de dentes funciona na margem da mandíbula é seguida posteriormente por fileiras de dentes em desenvolvimento que substituem os dentes gastos ao longo da vida do tubarão. Nas raias os dentes são adaptados para triturar presas como moluscos, crustáceos e, ocasionalmente, pequenos peixes (Hickman et al., 2016). 4. De que é composto o esqueleto apendicular do tubarão? R: Nos Elasmobranquios o esqueleto apendicular é representado por elementos de sustentação, e ele é o responsável em formar as cinturas que acabam sustentando o corpo do animal na água, visto que nos tubarões podemos observar as nadadeiras duplicadas, as nadadeiras peitorais e as pélvicas o sustentando. Além disso, também complementa o esqueleto apendicular os membros que formam as nadadeiras pares desses animais Elasmobranquios, possuindo um raio ceratotriquia. Nos tubarões ancestrais as nadadeiras peitorais e pélvicas eram estáveis, onde os elementos radiais e basais sustentavam-nas. Já nos tubarões mais atuais, devido a evolução os componentes mais basais passaram a se estender ao longo da linha do corpo na sua porção mediana, sendo dividida 3 pterigióforos (metapiterígeo, mesopterígeo e propterígeo) que servem para aumentar a sustentação das nadadeiras desses animais. Ademais, o clasper é correspondente ao prolongamento de um desses pterigióforos, o metapiterígeo. O esqueleto apendicular compreende as nadadeiras pares ou membros e as cinturas que as sustentam (Kardong, 2016), dessa forma, nos tubarões existem nadadeiras duplicadas, peitorais e pélvicas, sustentadas pelo esqueleto apendicular (Hickman et al., 2016). 5. Quais são as partes que compõem o esqueleto visceral? R: O esqueleto visceral fornece o suporte das brânquias entre as fendas branquiais faríngeas (Pough; Janis; Heiser, 2006). Os elasmobranchii possuem cinco e sete arcos branquiais e fendas branquiais em câmaras separadas ao longo da faringe, e maxila não fundida ao crânio (Hickman et al., 2016). 6. Qual o tipo de nadadeira e qual a sua função? R: Apresentam nadadeiras duplicadas, peitorais e pélvicas, sustentadas pelo esqueleto apendicular, nadadeiras dorsais medianas e uma nadadeira caudal, sendo do tipo heterocerca. A cauda heterocerca é assimétrica, assim, a coluna vertebral se curva para cima e estende-se pelo lobo dorsal da nadadeira caudal, proporcionando uma impulsão e sustentação enquanto se movimenta de um lado para outro (Hickman et al., 2016). II. MORFOLOGIA INTERNA 1. Sistema Digestivo 1.1. Qual o tipo de alimentação? R: Os tubarões são carnívoros e podem se alimentar de alguns crustáceos, já as arraias se alimentam de crustáceos e de peixes pequenos (Hickman et al, 2016). 1.2. Onde está localizada a válvula espiral e qual a sua função? R: O grupo apresenta um esôfago curto e largo que estende-se até um estômago em forma de J. Um fígado e um pâncreas descarregam seus conteúdos em um intestino curto e reto, nesse intestino contém a válvula espiral, que possui a função de retarda a passagem do alimento e aumenta a superfície de absorção (Hickman et al., 2016). 2. Sistema Respiratório 2.1. Qual é o mecanismo de troca gasosa no tubarão? R: O grupo apresenta cinco a sete pares de brânquias, onde utilizam essas estruturas para garantir a retirada de oxigênio da água, levando a fendas branquiais nas raias e nos tubarões ou cobertas por um opérculo nas quimeras (Hickman et al., 2016). 2.2. Existe bexiga natatória neste peixe? R: Os tubarões não apresentam bexiga natatória ou pulmão (Hickman et al., 2016), pois a bexiga natatória é uma característica típica dos peixes ósseos e não dos cartilaginosos. 3. Sistema Urogenital 3.1. Qual é o tipo de rim deste animal? R: Os tubarões possuem rins compridos, do tipo opistonefro (Hickman et al., 2016). 3.2. Qual é o nome do ducto que drena o rim deste animal e onde ele se abre? R: O ducto que drena o rim dos tubarões se chama ducto arquinéfrico, que auxilia na drenagem dos rins opistonéfricos levando suas excretas até a cloaca. (Hickman et al., 2016). 3.3. Onde se localiza o rim no corpo do animal?R: Os dois rins dos tubarões estão localizados ao longo da parede dorsal da cavidade corporal (Moyes & Schulte, 2010). 4. Órgãos do sentido 4.1. Quais são os órgãos dos sentidos observados externamente? R: O sistema da linha lateral, que é composto por órgãos receptores especiais (neuromastos) em tubos interconectados e poros que se estendem nas laterais do corpo e sobre a cabeça; a Ampola de Lorenzini; olhos e narina (Hickman et al., 2016). 4.2. Onde está localizada a Ampola de Lorenzini e qual a sua função? R: Os eletrorreceptores, as ampolas de Lorenzini, localizam-se primariamente na cabeça do tubarão, sendo capazes de responder a campos elétricos fracos. Os tubarões também podem utilizar eletrorrecepção para encontrar presas enterradas na areia (Hickman et al., 2016). III. QUESTÕES DE REFLEXÃO 1. Disserte sobre a origem da cartilagem e do osso. R: A cartilagem, em geral, tem origem do mesênquima. As células mesenquimais tornam-se arredondadas e formam uma massa celular com pouca matriz extracelular, onde a cartilagem deve desenvolver. A massa de células é https://www.google.com/search?q=Patricia+M.+Schulte&stick=H4sIAAAAAAAAAOPgE-LRT9c3NDRNMYyvsihR4gXz0gyKzfOKKtO1ZLKTrfST8vOz9cuLMktKUvPiy_OLsq0SS0sy8osWsQoHJJYUZSZnJir46ikEJ2eU5pSk7mBlBAATqt44VgAAAA&sa=X&ved=2ahUKEwjLhMTCuZXxAhXhJbkGHazsC8kQmxMoAjAWegQIFhAE denominada blastema e começa a produzir matriz cartilaginosa. As células nesta fase são os condroblastos, que gradativamente se afastam à medida que continuam a deposição de matriz extracelular. Essas células tornam-se condrócitos quando estão completamente circundadas por matriz. O tecido mesenquimal que circunda a massa condrogênica forma o pericôndrio (Beu; Guedes; De Quadros, 2017). Tecido conjuntivo especializado, translúcido, que compõe a maior parte do esqueleto de embriões e de vertebrados jovens, bem como de peixes cartilaginosos adultos, tais como tubarões e raias; em outros vertebrados adultos, esse tecido é, em grande parte, substituído por osso. (Hickman et al., 2016) Com a formação de água continental, criou-se um novo ecossistema e isso fez com que peixes de água salgada visitassem esse ambiente. O esqueleto ósseo surge como uma adaptação a esse novo ambiente, funcionando como um depósito de minerais. No processo de formação do osso, as células mesenquimais se diferenciam diretamente em osteoblastos, que são células especializadas em secretar matriz óssea. À medida que os osteoblastos ficam alojados dentro da matriz secretada por estes, eles ficam progressivamente mais distantes uns dos outros, embora permaneçam conectados através de processos citoplasmáticos finos. Os osteoblastos, então, diferenciam-se em osteócitos e seus processos estão contidos dentro de canalículos à medida que a matriz se torna calcificada. À medida que o tecido ósseo se desenvolve, os osteoblastos criam uma rede de trabéculas e espículas. Simultaneamente, mais células mesenquimatosas vizinhas diferenciam-se em células osteoprogenitoras e entram em contato com espículas ósseas recém-formadas. Essas células se tornarão osteoblastos, secretarão mais matriz e continuarão a gerar osso. Na maioria dos descendentes mais tardios, a ossificação persistiu ou progrediu no esqueleto interno, embora o crânio e as escamas tenderam à ossificação reduzida (Hickman et al., 2016). 2. Sobre a natação: forças e nadadeiras envolvidas. R: Nos Elasmobranchii encontramos organismos com o corpo fusiforme como nos tubarões, e organismos achatados dorsoventralmente como no caso das arraias, e dependendo do seu revestimento ou sua forma física, isso irá interferir na sua locomoção dentro da água. As nadadeiras são os principais apêndices de locomoção nesses animais, elas se desenvolveram e adaptaram-se ao meio aquático. Nos tubarões encontramos uma nadadeira caudal heterocerca, onde a coluna vertebral se projeta além do corpo permitindo uma maior impulsão e sustentação do corpo desses organismos, ou seja, amplia sua capacidade de locomoção na água. Além disso, podemos observar também, as nadadeiras dorsais e uma nadadeira anal, todas nadadeiras ímpares que irão auxiliar na estabilidade do animal. Já nas nadadeiras pares são observadas as nadadeiras peitorais muito desenvolvidas tanto no tubarão quanto nas arraias, onde nas arraias elas se expandem e formam a maior parte do corpo desses animais proporcionando sua locomoção por meio de ondulações. Além disso, as nadadeiras pélvicas também são pares e são modificadas nos machos formando o clásper que é um órgão reprodutor inseminador da fêmea. As nadadeiras peitorais e pélvicas podem estar relacionadas à realização de manobras dentro da água por esses organismos. 5. BIBLIOGRAFIA BEU, C.C.L.; GUEDES, N.L.K.O; DE QUADROS, Â.A.G. Tecido conjuntivo, 2017. Disponível em: https://uab.ufsc.br/biologia/files/2020/08/Zoologia-de- Cordados.pdf . Acesso em: 12 de jun. 2021. HICKMAN, C. P. JR.; LARRY S. ROBERTS, L. S.; KEEN, S. EISENHOUR, D. J.; LARSON, A.; I’ANSON, H. Princípios integrados de zoologia. 16ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. KARDONG, K. V. Vertebrados: anatomia comparada, função e evolução. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. MOYES, C.D., SCHULTE, P. M. Princípios de Fisiologia Animal. 2ª Edição. Ed. Artimed, 2010. POUGH, F. H.; JANIS, C. M.; HEISER, J. B. A vida dos vertebrados. 4ª Ed. São Paulo: Atheneu, 2006.
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