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controladoria 1

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CONTROLADORIA 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Edenise Aparecida dos Anjos 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Esta aula tem como objetivos apresentar a controladoria, sob a 
perspectiva conceitual, como área do conhecimento e como órgão 
administrativo, no contexto organizacional. Para melhor entender como funciona 
a Controladoria nas organizações, vamos estudar as organizações empresariais 
sob o enfoque sistêmico, abordando as interações com o ambiente dos 
subsistemas, modelos e processos de gestão, com enfoque em planejamento e 
controle, os objetivos e a missão da empresa, assim como o papel do controller 
nas organizações. 
CONTEXTUALIZANDO 
As constantes evoluções no mundo dos negócios criaram ambientes 
organizacionais e mercadológicos cada vez mais complexos, afetados por novos 
paradigmas da informação e por inovações tecnológicas. Diante desse contexto, 
as organizações empresariais precisam acompanhar tais avanços, 
desenvolvendo processos e estratégias para se manter no mercado, reforçando 
seu posicionamento estratégico. 
Assim, para cumprir essas exigências, a controladoria desenvolve-se nas 
organizações como um órgão administrativo, responsável pela gestão 
econômica da empresa, fazendo uso da contabilidade para gerar informações 
de custos, finanças, gerenciamento e controle (Padoveze, 2012). 
A controladoria pode ser observada sob uma visão sistêmica, como: (i) 
campo do conhecimento que proporciona bases conceituais; e (ii) unidade 
administrativa (departamento), responsável pela coordenação e divulgação de 
informação (Almeida; Parisi; Pereira, 2001). 
Nesta aula, vamos abordar os aspectos conceituais da controladoria, seus 
objetivos, e a controladoria como ciência. 
TEMA 1 – CONTROLADORIA 
Caro aluno, vamos iniciar nossos estudos sobre a controladoria, 
abordando aspectos, conceitos e definições. A Estrutura Conceitual Básica da 
Controladoria (ECBC) é composta das seguintes perspectivas: 
 Aspectos conceituais: o que é; 
 
 
3 
 Aspectos procedimentais: como funciona; 
 Aspectos organizacionais: como se materializa nas organizações. 
1.1 Aspectos conceituais 
A controladoria é definida como um conjunto de doutrinas e 
conhecimentos de gestão econômica. Como área do conhecimento, Mossimann 
e Fisch (1999, p. 99) conceituam a controladoria como “um conjunto de 
princípios, procedimentos e métodos oriundos das ciências de Administração, 
Economia, Psicologia, Estatística e, principalmente, da Contabilidade, que se 
ocupa da gestão econômica das empresas, com a finalidade de orientá-las para 
a eficácia”. 
A controladoria é definida, ainda, “como uma unidade administrativa 
responsável pela utilização de todo o conjunto da Ciência Contábil dentro de uma 
organização (Padoveze, 2012 p. 3)”. Nesse entendimento, a controladoria 
exerce um papel central no processo de gestão organizacional, e seu 
desenvolvimento tem como base científica a contabilidade, orientada para 
controle e resultados, com vistas à eficiência e eficácia organizacional. 
Diante do exposto, pode-se observar que a controladoria pode ser melhor 
entendida a partir da perspectiva organizacional, como um departamento ou 
órgão administrativo com ampla interação com a contabilidade. Vamos a um 
questionamento: Se a controladoria é um órgão administrativo e se 
conceitualmente é formada por um conjunto de princípios, procedimentos e 
métodos oriundos de diversas áreas do conhecimento, qual a sua origem? 
De acordo com Kanitz (1976), a origem da controladoria como unidade 
administrativa, ou seja, departamento de controladoria, deu-se a partir de 
profissionais que exerciam cargos de responsabilidade no departamento 
contábil, ou no departamento financeiro, visto que, em função dos seus cargos, 
tinham uma visão ampla da organização, o que os tornou capazes de enxergar 
as dificuldades como um todo e propor soluções. 
Quanto à origem histórica, Schmidt, Santos e Martins (2014) vinculam o 
surgimento da controlaria ao processo de evolução dos meios sociais de 
produção que ocorreram com o advento da revolução industrial no século XX e 
a necessidade de controle. Destacam quatro fatores determinantes para seu 
desenvolvimento: 
 
 
4 
 Aumento em tamanho e complexidade das organizações; 
 Globalização física das empresas; 
 Crescimento nas relações governamentais com negócios das 
companhias; 
 Aumento no número de fontes de capital. 
Esses fatores podem ser segregados em internos e externos à 
organização. Como fatores internos, podemos citar o aumento, no tamanho das 
organizações, em unidades (filiais e subsidiárias), o que implica complexidade 
para gerir, devido à descentralização da administração, juntamente com a 
globalização física, fatores que alteraram a estrutura e o modo de gestão dessas 
organizações, promovendo o desenvolvimento de sistemas de controles e 
modelos de gestão (Schmidt; Santos; Martins, 2014). 
No que tange aos fatores externos, tem-se as relações governamentais 
com as organizações, caracterizadas pela necessidade que as empresas 
sentiram de criar mecanismos com vistas a facilitar a fiscalização, estreitando as 
relações entre empresa e governo (Schmidt; Santos; Martins, 2014). 
Por fim, temos o aumento do número das fontes de capital, decorrente da 
abertura de capital por parte das empresas nas bolsas de valores. Esse fator 
implica o desenvolvimento de instrumentos de reporte e padronização, com 
vistas à melhoria da qualidade das informações contábeis-financeiras aos 
diversos usuários externos. 
Em síntese, o surgimento da controladoria se deu em decorrência de 
diversos fatores internos e externos à organização, com a finalidade de gestão 
e controle organizacional. Na sequência, vamos abordar os aspectos teóricos da 
controladoria. 
1.2 Controladoria como ciência 
O surgimento da controladoria se deve ao aumento da complexidade 
organizacional e a necessidade de controle. O acadêmico deve estar se 
questionando: A controladoria é um departamento ou uma Ciência? Vamos à 
literatura buscar as respostas. 
Voltamos ao conceito de controladoria proposto Mossimann e Fisch 
(1999, p. 99): “um conjunto de princípios, procedimentos e métodos oriundos das 
ciências de Administração, Economia, Psicologia, Estatística e, principalmente, 
 
 
5 
da Contabilidade, que se ocupa da gestão econômica das empresas, com a 
finalidade de orientá-las para a eficácia”. Esse corpo de doutrinas e 
conhecimentos confere à controladoria o status de Ciência. 
Para melhor entender a evolução da controladoria para Ciência, usando 
as bases conceituais da Ciência Contábil, vamos relembrar os aspectos teóricos 
da Ciência Contábil: é a ciência que estuda e enuncia as leis do controle 
econômico das empresas de todas as classes e deduz as normas oportunas a 
seguir para que esse controle seja verdadeiramente eficaz, persuasivo e 
completo. Considerada em sua manifestação prática, é a aplicação ordenada 
das ditas normas. 
Isto posto, observamos que o controle é precursor da ciência contábil, com 
vistas à mensuração, evidenciação e comunicação de informação econômica. 
Todavia, a contabilidade tem-se prestado, usualmente, à mensuração de 
eventos passados das organizações, na maioria das vezes em atendimento às 
necessidades fiscais, deixando a desejar quanto ao fornecimento de informação 
para a tomada de decisão (Almeida; Parisi; Pereira, 1999). 
Nesse entendimento, Catelli (2001) apresenta a controladoria como 
ramo do conhecimento, apoiada nos pressupostos da Ciência Contábil e 
numa visão multidisciplinar, como sendo a responsável pelo estabelecimento 
das basesteóricas e conceituais necessárias para a modelagem, construção e 
manutenção de Sistemas de Informações e Modelos de Gestão Econômica, 
capazes de suprir adequadamente as necessidades informativas dos gestores e 
os guiar durante o processo de gestão, quando for necessário, no auxílio à 
tomada de decisões ótimas. 
Partindo das premissas de controle e usufruindo da base do arcabouço 
conceitual da Ciência Contábil, e da interação com os demais ramos do 
conhecimento aplicados às áreas de negócios, a Ciência Contábil evoluiu 
naturalmente para a Ciência da Controladoria. De acordo com Padoveze (2012) 
a Controladoria é o atual estágio da Ciência Contábil, ao considerar que a 
Contabilidade passou, nas últimas três décadas, da teoria do lucro (mensuração 
e comunicação da informação) para a teoria da decisão (modelos de decisão e 
produtividade). 
Assim, a controladoria é um conjunto de conhecimentos que se 
constituem em bases teóricas e conceituais de ordens operacional, econômica, 
financeira e patrimonial, relativas ao controle e a um processo de gestão 
 
 
6 
organizacional. Segundo os estudos de Padoveze (2012, p. 6-7) as 
características que sustentam a Controladoria como ciência são: 
 Objeto de estudo próprio; 
 Utiliza-se de métodos racionais; 
 É regida por leis e princípios (teorias contábeis); 
 Caráter preditivo; 
 Construção lógica de pensamentos, conteúdo e doutrinas; 
 Estabelece relações entre os elementos patrimoniais, válidas em todo 
espaço e tempo; 
 Seus conteúdos apresentam generalidade; 
 Está relacionada aos demais meios de conhecimentos científicos; 
 Apresenta caráter de certeza na afirmação dos enunciados (comprovados 
por evidências anteriores). 
Em síntese, a controladoria é formada por conceitos, instrumentos e 
responsabilidades. É caracterizada como uma unidade administrativa que 
desempenha um conjunto de atividades em uma organização. Como se vê, a 
definição da controladoria envolve duas correntes: a primeira a partir dos 
aspectos conceituais, que a definem como área do conhecimento, e a outra do 
ponto de vista de seus objetivos organizacionais, como um órgão ou 
departamento administrativo. 
1.3 Objeto de estudo da controladoria 
 A controladoria, assim como a Ciência Contábil, tem como objeto de 
estudo o patrimônio das organizações. O escopo do objeto de estudo da 
controladoria, conforme Borinelli (2006), é muito amplo. O autor apresenta um 
framework das possibilidades de objetivos de estudo da Controlaria, tais como: 
 Natureza das contribuições ao processo de gestão; 
 Gestão econômica; 
 Modelos de decisão, de mensuração, identificação e acumulação de 
informação. 
 Informação; 
 Objetivos empresariais; 
 Criação de valor; 
 
 
7 
 Planejamento; 
 Controle; 
 Registro e a divulgação dos fenômenos empresariais; 
 Modelo e processo de gestão; Modelo organizacional; 
 Identificação, mensuração, comunicação e decisões relativas aos eventos 
econômicos; 
 Processo de formação de resultados; 
Mas afinal, qual o objeto de estudo da controladoria? Borinelli (2006) 
sintetiza na Figura 1 os possíveis objetos de estudo, deduzindo que os objetos 
de estudo da controladoria são as organizações. 
Figura 1 – Objeto de estudo 
 
Fonte: Borinelli, 2006, p. 106. 
Nesse entendimento, Borinelli (2006) descreve que, entre os conceitos e 
definições apresentados, a controladoria enquadra-se nos propósitos de: 
gerenciamento (processo de gestão); exercícios do controle; definição de metas; 
atendimento das necessidades dos gestores; gestão econômica; e modelagem 
de sistema de informação. São subdivididos em modelos de gestão, decisão e 
informação. Define ainda, como objeto de estudo da Controladoria, as 
organizações, com foco no processo de gestão baseado em resultados. 
 
Que conduzem ao processo de formação de resultados 
MODELO DE MENSURAÇÃO E MODELO DE IDENTIFICAÇÃO E 
ACUMULAÇÃO 
Subdividido em: 
OBJETO DA CONTROLADORIA: AS ORGANIZAÇÕES 
(Modelo organizacional) 
 
 
8 
1.4 Função da controladoria 
Conhecendo o objeto de estudo, vamos agora aprender sobre a função da 
controladoria. Como qualquer outra área de responsabilidade dentro das 
organizações, a controladoria tem suas responsabilidades definidas, 
respondendo pelas gestões operacionais, financeira, econômica e patrimonial 
das atividades (Almeida; Parisi; Pereira, 1999). 
Todavia, de acordo com Schmidt, Santos e Martins (2014), a determinação 
exata das funções da controladoria é uma tarefa quase impossível, devido ao 
leque de atividades atribuídas e desempenhadas no departamento de 
Controladoria. Há dependência direta do tamanho da entidade, da sua forma 
constitutiva e de vários outros fatores que, direta ou indiretamente, impactam nas 
funções da controladoria. 
Nesse contexto (responsabilidades e funções), atribui-se como 
responsabilidade da controladoria conduzir os gestores e executivos à melhoria 
continua dos processos decisórios. Na visão de Kanitz (1976) as funções da 
controladoria podem ser resumidas como segue: 
 Informação: compreende os sistemas contábil-financeiro-gerenciais; 
 Motivação: refere-se aos efeitos dos sistemas de controle sobre o 
comportamento; 
 Coordenação: visa centralizar informações com vista na aceitação de 
planos; o controller toma conhecimento de eventuais inconsistências 
dentro da empresa e assessora a direção, sugerindo soluções; 
 Avaliação: interpreta fatos, informações e relatórios, avaliando os 
resultados por área de responsabilidade, por processos, por atividades 
etc.; 
 Planejamento: assessora a direção da empresa na determinação e 
mensuração dos planos e objetivos; 
 Acompanhamento: verifica e controla a evolução e o desempenho dos 
planos traçados a fim de corrigir falhas ou de revisar tais planos 
Em suma, a Controladoria deve prestar-se para a contínua assessoria, no 
sentido de contribuir para o aprimoramento da empresa, por meio de críticas 
construtivas e inteligentes. 
 
 
 
9 
Nesse entendimento, a controladoria insere-se no contexto de melhoria 
contínua, e assim as funções genéricas compreendem: 
 Subsidiar o processo de gestão; 
 Apoiar a avaliação de desempenho; 
 Apoiar a avaliação de resultado; 
 Gerir o sistema de informações; 
 Atender aos agentes do mercado. 
Em síntese, a controladoria, além das funções gerenciais de execução de 
tarefas complementares e das funções regulatórias, relacionadas aos aspectos 
contábeis societários e tributários e ao gerenciamento dos sistemas de 
informações, deve subsidiar e apoiar os processos de tomada de decisão nos 
níveis operacionais e estratégicos. 
TEMA 2 – O SISTEMA EMPRESA COM O OBJETIVO DA EFICÁCIA 
Apresentamos os aspectos conceituais e objeto de estudo. Vamos, agora, 
abordar como se dá a interação da controladoria no âmbito organizacional. Para 
iniciarmos nosso estudo sobre o sistema de uma empresa, é importante definir 
o que é um sistema. 
Sistema é um conjunto de elementos interdependentes, ou um todo 
organizado, ou partes que interagem formando um todo unitário e complexo. 
Assim, um sistema é um conjunto de partes diferenciadas em inter-relação umas 
com as outras, formando um todo organizado que apresenta, como finalidade, 
um objetivo constante. 
Os sistemas são compostos por quatro componentes: entrada, 
processamento, saídas e Avaliação (realimentação ou feedback), conforme 
representado na Figura 2. 
Figura 2 – Sistema aberto 
Fonte: Reynolds; Stair, 2016, p. 8. 
Saída Entrada Processamento 
Avaliação (feedback ou realimentação) 
 
 
10 
Os sistemas podem aindaser classificados como sistemas abertos e 
sistemas fechados. Os sistemas fechados são circuitos que não sofrem com a 
interação do meio onde encontram-se inseridos, ou seja, os resultados obtidos 
não são reinseridos no sistema como forma de realimentação. Cumprem o 
objetivo para o qual foram designados, como por exemplo uma máquina, um 
relógio. 
Já os sistemas abertos são observados sob a luz da Teoria Geral dos 
Sistemas (TGA), de Bertanfly (1975), que define o sistema aberto como um 
complexo de elementos em interação e em intercâmbio contínuo com o 
ambiente. Portanto, os sistemas abertos são organizados e estruturados de 
modo a manter processos contínuos de aprendizagem e auto-organização. A 
seguir, vamos estudar a empresa sobre o enfoque sistêmico. 
2.1 Sistema empresa e as medidas de eficiência e eficácia 
 As empresas são visualizadas sob um enfoque sistêmico, devido à sua 
ampla interação com diversos agentes ambientais. De acordo com Figueiredo e 
Caggiano (2017, p. 8, grifos nossos), “uma empresa é um conjunto 
organizado de recursos econômicos, sociais e humanos, e pode ser vista 
como um sistema aberto”. Assim, a dinâmica das atividades empresariais as 
mantém em constante mutação; é preciso que sejam orientadas e reorientadas 
para sua finalidade principal. 
Conforme Bio (1985, p. 19): 
os sistemas abertos envolvem a ideia de que determinados inputs são 
introduzidos no sistema e, processados, geram certos outputs 
(entrada, processamento e saída). Com efeito, a empresa vale-se de 
recursos materiais, humanos, tecnológicos, de cujo processamento 
resultam de bens ou serviços a serem fornecidos ao mercado. 
Isso posto, a empresa, como um sistema aberto, pode ser vista como um 
processo de transformação de recursos em produtos e serviços, compostos de 
diversos processos menores, interdependentes, conforme apresentado na 
Figura 3. 
 
 
 
11 
Figura 3 – Sistema empresa e as interações do ambiente 
 
Fonte: Elaborado com base em Padoveze, 2013. 
A partir da leitura da Figura 3, pode-se inferir que o sistema empresa é um 
sistema aberto, dinâmico e complexo, analisado de acordo com interações com 
o ambiente interno e externo. O ambiente pode ser classificado como ambiente 
próximo e remoto. 
O ambiente próximo é entendido como os processos das atividades 
internas da organização, como atividades de compra de insumos, mercadorias, 
recebimentos de materiais, consumo de recursos, transformação, vendas, 
captação de recursos financeiros etc. É composto por interações com as 
entidades de acordo com o segmento de atuação de cada empresa, 
representadas por fornecedores, concorrentes, clientes e consumidores, entre 
outros. 
O ambiente remoto, ou externo, é composto por um conjunto de 
entidades que direta ou indiretamente, impactam ou são impactados por sua 
atuação. Essas organizações, embora não atuem diretamente nas atividades 
organizacionais, desempenham papeis significativos na atuação da empresa. 
São considerados exemplos de interação com o ambiente externo as relações 
com: governos, entidades regulatórias, órgãos de classe, associações 
empresariais e sindicatos. 
 
 
 
 
12 
2.2 Objetivos do sistema empresa, eficiência e eficácia 
Estudamos a empresa sob o enfoque sistêmico e também suas interações 
com o ambiente, com o processamento de recursos e a entrega produtos, bens 
ou serviços à sociedade. Agora, vamos abordar a empresa a sob a visão da 
eficiência. 
Para analisarmos o desempenho de uma empresa, é importante observar 
que a geração de riqueza de uma entidade é a diferença entre o consumo por 
ela possibilitado e o seu próprio consumo (Padoveze, 2012). A diferença entre a 
produção e o consumo é a sua medida da eficiência. 
O termo eficiência é utilizado para definir um método e comparar sistemas; 
está relacionado com o modo de fazer as coisas. A eficiência pode ser obtida 
pela divisão entre o volume produzido e os recursos consumidos. 
Entretanto, as empresas almejam mais do que um desempenho eficiente; 
almejam um desempenho eficaz, com resultados melhores, considerando as 
restrições de seus recursos; ou seja, trata-se de fazer mais com menos. Assim, 
a eficácia é definida como a medida do grau em que uma empresa alcança suas 
metas. Pode ser obtida pela divisão das metas realmente alcançadas pelo total 
de metas estabelecidas (Reynolds; Stair, 2016). Observe a Figura 4, que 
apresenta os objetivos do sistema empresa e a sua eficácia. 
Figura 4 – O sistema empresa com objetivos de eficácia 
 
Fonte: Elaborado com base em Padoveze, 2012. 
Assim, pode-se observar que a eficiência está relacionada com as 
atividades operacionais, mais especificamente com os métodos e processos. A 
eficiência está diretamente associada com os resultados decorrentes da 
atividade empresarial, com ênfase em metas e objetivos, considerando os 
 
 
13 
propósitos básicos da organização. Em síntese, uma empresa, para ser eficaz, 
dever ser eficiente. 
Vale ressaltar que as empresas atuam em um ambiente dinâmico e 
complexo. Desse modo, para estudar o sistema empresa, fazemos uma divisão 
em vários subsistemas, que serão estudados na sequência. 
2.2 Subsistema empresarial 
Estudamos as empresas sob o enfoque sistêmico, com o objetivo de 
alcançar a eficácia organizacional. Nesse enfoque, todo sistema é composto por 
partes, ou seja, há subsistemas. Portanto, o sistema empresa se subdivide em 
vários subsistemas, que se inter-relacionam buscando um único objetivo: atingir 
uma missão previamente definida (Schmidt; Santos; Martins, 2014). O Quadro 1 
apresenta os principais subsistemas organizacionais. 
Quadro 1 – Subsistema empresa 
Subsistemas Definição 
Institucional 
É a matriz dos demais subsistemas da empresa. Compreende a 
definição da missão da empresa e as convicções de seus 
empreendedores, traduzidas de suas crenças e valores. 
Gestão 
Compreende o processo que orienta a realização das atividades da 
empresa e seus propósitos, ou seja, é responsável pela dinâmica do 
sistema (Planejamento, Execução e Controle). 
Formal 
Refere-se à estrutura administrativa e ao subsistema organizacional. As 
tarefas e atividades são agrupadas em setores, departamentos ou 
divisões. 
Informação 
Compreende todo o conjunto de necessidades informacionais para a 
gestão empresarial. 
Social 
Refere-se ao conjunto dos elementos humanos na organização, bem 
como às características próprias dos indivíduos, tais como: 
necessidade, criatividade, objetivos pessoais, motivação, liderança. 
Físico 
Operacional 
Refere-se às instalações físicas e aos equipamentos do sistema 
empresa. Está fundamentalmente ligado aos produtos e serviços 
produzidos pela empresa. 
Fonte: Padoveze, 2012, p. 17-18. 
Os subsistemas organizacionais são um conjunto de sistemas que 
fornecem diretrizes para cada uma das partes, para que a empresa funcione 
como um todo. Assim sendo, a busca pela maior eficiência dos recursos deve 
ser coordenada sinergicamente, conduzindo a empresa a um padrão de 
lucratividade, rentabilidade e, consequentemente, à eficácia empresarial. 
 
 
14 
TEMA 3 – O MODELO E O PROCESSO DE GESTÃO 
A controladoria tem como objetivo a eficácia empresarial. No entanto, para 
alcançá-la, é preciso um modelo de gestão, para determinar quais os princípios 
pelo qual a empresa será administrada. Ou seja, trata-se do direcionamento de 
como os executivos, controllers e gestores vão administrar, avaliar e tomar 
decisões no âmbito organizacional. Assim, as decisões deverão ser tomadas 
levando em consideração o que foi definido no modelo de gestão. 
Conceitualmente, o modelo de gestão é definido por Figueiredoe Caggiano 
(2017, p.14): 
um conjunto de princípios e definições que decorrem de crenças 
específicas e traduzem o conjunto de ideias, crenças e valores dos 
principais executivos, impactando assim todos os demais subsistemas 
empresariais; é, em síntese, um grande modelo de controle, pois nele 
são definidas as diretrizes de como os gestores vão ser avaliados, e os 
princípios de como a empresa vai ser administrada. 
Desse modo, o modelo de gestão representa os princípios básicos que 
norteiam uma organização. Serve como referencial para orientar os gestores nos 
processos de planejamento, tomada de decisões e controle (Oliveira; Perez; 
Silva, 2015). Partindo do pressuposto de que o modelo de gestão decorre das 
crenças e valores de seus principais executivos, logo se presume que cada 
empresa tem sua própria maneira de administrar negócios. 
Sob essas considerações, Frezatti et al. (2011) discorrem que as crenças, 
valores e sentimentos dos controllers e gestores dão forma à filosofia da 
empresa, determinando o tamanho, a complexidade e o grau de formalização 
dos processos da própria empresa. A filosofia determina os processos de gestão, 
planejamento, execução e controle na organização. 
Assim, de acordo com Padoveze (2012, p. 26), o modelo de gestão deve 
ser estruturado considerando os aspectos: 
 Processo de gestão do sistema empresa: Planejamento, execução e 
controle. 
 Avaliação de desempenho das áreas e dos gestores: 
Responsabilidade pelos resultados das áreas de suas responsabilidades. 
 Processo decisório: Centralização ou descentralização. 
 Comportamento dos gestores: Motivação dos empreendedores. 
 
 
15 
O modelo de gestão é produto do Subsistema Institucional, definido como 
o conjunto de normas e princípios que devem orientar os gestores na escolha 
das melhores alternativas para levar a empresa a cumprir sua missão com 
eficácia (Padoveze, 2012, p. 26). O modelo de gestão servirá de base para a 
implementação do processo decisório organizacional. Na sequência, vamos 
estudar um pouco mais sobre os processos de gestão. 
3.1 Processos de gestão empresarial 
O modelo de gestão é a matriz do subsistema de gestão, sendo traduzido 
na empresa por meios de processos orientados, que habilitam a gestão para a 
tomada de decisão nos diversos fluxos operacionais. Assim, os processos de 
gestão atuam nos diversos planos e níveis hierárquico, permitindo que a 
organização, dentro de um processo ordenado, alcance as metas e os objetivos 
declarados na visão empresarial. 
Portanto, o processo de gestão compreende o processo de controle, com 
vistas a assegurar a eficácia empresarial, caracterizada como um processo 
contínuo de tomada de decisão (Catelli, 2001, p. 128). A controladoria tem como 
missão suportar todo o processo de gestão empresarial, por intermédio do 
subsistema informação, que é um sistema de apoio à gestão. 
Assim, o processo de gestão é composto pelas seguintes fases: 
planejamento, execução e controle. A fase de planejamento pode ser dividida 
em planejamento estratégico, planejamento operacional e programação, 
conforme representado na Figura 5. 
Figura 5 – Processo de Gestão 
 
Fonte: Elaborado com base em Padoveze, 2012. 
 
 
16 
 
 Planejamento estratégico: É a etapa inicial do processo de gestão, fase 
de definição de políticas, diretrizes e objetivos estratégicos, e tem como 
produto final o equilíbrio dinâmico das interações da empresa com suas 
variáveis ambientais. Esta fase visa orientar a etapa do planejamento 
operacional (Padoveze, 2012). 
 Planejamento operacional: Com base no planejamento estratégico, esta 
etapa consiste na identificação, integração e avaliação das alternativas de 
ação, e na escolha de um plano de ação a ser implementado, tais como 
objetivos operacionais, definição dos meios e recursos, simulações, entre 
outros (Catelli, 2001). 
 Programação: É a fase do processo de planejamento em que se 
replaneja a curto prazo, adequando-se as expectativas, diante das 
alterações dos ambientes externo e interno. Consiste na ordenação de 
necessidades, meios, recursos, ações, programas, análises e interações 
operacionais necessárias para executar o plano operacional adotado 
(Padoveze, 2013). 
 Execução: Corresponde à fase em que os recursos são consumidos e os 
produtos gerados, ou seja, é a execução das ações implementadas e das 
transações realizadas (Catelli, 2001). A execução deve ser coerente com 
o planejado e o programado. 
 Controle: Esta fase corresponde a um processo contínuo e recorrente 
que avalia o grau de aderência entre os planos e sua execução, 
compreendendo a análise dos desvios ocorridos, além de procurar 
identificar suas causas e direcionar ações corretivas. 
De acordo com Peleias (2002, p. 14) “o delineamento e o detalhamento 
das atividades da Controladoria podem ser específicos para cada empresa e 
depende das definições constantes do modelo de gestão adotado pela 
organização e dos diversos mecanismos por meio dos quais a gestão ocorre”. 
Padoveze (2016) apresenta uma síntese do modelo e processo de gestão. 
 
 
 
17 
Figura 6 – Modelo e processo de gestão 
 
Fonte: Elaborado com base em Padoveze, 2016. 
Em síntese, a controladoria, abordada sob uma visão sistêmica, 
segregada em seus diversos subsistemas, fornece subsídios para a elaboração 
dos modelos e processos de gestão. Desse modo, está presente em todas as 
fases e etapas do processo gerencial, incluindo planejamento, execução e 
controle, com vistas a cumprir a missão da empresa. 
TEMA 4 – MISSÃO E ESTRUTURA DA CONTROLADORIA E O PAPEL DO 
CONTROLLER 
Caro acadêmico, nos temas anteriores estudamos os aspectos 
conceituais da controladoria, o funcionamento e a interação das empresas com 
o ambiente, sob enfoque sistêmico, assim como o modelo e o processo de 
gestão. Agora, vamos estudar como a controladoria é formalizada no ambiente 
organizacional. 
Primeiramente, precisamos nos recordar de que toda empresa é fundada 
com uma missão, com objetivos e propósitos declarados. Sobre isso, Figueiredo 
e Caggiano (2017, p. 6) definem: 
Uma empresa é uma instituição econômica criada unicamente para 
prover a sociedade dos produtos e serviços necessários ou desejados, 
compatíveis com as atitudes sociais das nações e da humanidade. Aos 
olhos dos consumidores não existe nenhuma razão para a 
existência de um negócio, exceto pelo serviço que é prestado ou 
 
 
18 
pelo produto que é oferecido; se esse objetivo não é alcançado, a 
tendência é de que a organização desapareça. 
Portanto, para desenvolver uma visão geral de uma empresa, 
implementando um modelo e processos de gestão, deve-se observar as 
declarações de crenças e valores inscritas no subsistema Institucional 
(Padoveze, 2012). Observe a declaração de valores na figura. 
Figura 1 – Declaração de Valores 
 
Fonte: Elaborado com base em Padoveze, 2012. 
O quadro apresenta as principais declarações de valores de uma 
empresa. 
Quadro 2 – Declaração de crenças e valores 
Declaração Definição 
Visão É um conjunto preciso e vem elaborado de palavras que anunciam a direção 
da empresa. 
Missão É uma declaração do propósito da empresa. Definindo o que ela faz e o que 
não faz. A missão deve ser breve e reunir em poucas palavras a atividade da 
empresa, os mercados que quer atingir, seus produtos, clientes, Metas e 
objetivos a atingir. 
Metas As declarações das metas correspondem ao itinerário básico para chegar ao 
destino que a empresa deseja. São resultados abrangentes com os quais a 
empresa assumiu um compromisso definitivo. 
Objetivos São declarações especificas relacionadas diretamente a determinadameta, 
com o intuito de fornecer detalhes dos planos de ações menores. 
Fonte: Elaborado com base em Padoveze, 2016. 
Por exemplo, a declaração de valores de uma instituição de ensino 
superior extraída de seu site institucional: 
 Valores: Respeito às pessoas; Integridade; Responsabilidade; 
Excelência. 
 Missão: Desenvolver e transformar pessoas por meio da educação. 
 Visão: Ser reconhecida como organização de excelência para estudar, 
trabalhar e investir. 
Declaração da Visão
Declaração da Missão
Metas 
Objetivos
 
 
19 
 
As crenças e valores são os elementos geradores da real missão da 
entidade, e por isso é fundamental que façam parte da cultura organizacional 
(Schmidt; Santos; Martins, 2014). 
Estabelecida a missão da empresa no subsistema institucional, por meio 
das suas crenças e valores, a missão da controladoria consiste em 
“assegurar a eficácia da empresa por meio da otimização de seus 
resultados” (Padoveze, 2012, p. 33). Para que a missão seja cumprida 
adequadamente, os objetivos da controladoria devem ser claros e viáveis. Para 
tanto os objetivos, devem: 
 Promover a eficácia operacional; 
 Viabilização da gestão econômica; 
 Promover a integração das áreas de responsabilidades. 
Esses objetivos são essenciais para a obtenção e a otimização dos 
resultados econômicos. De acordo com Almeida, Parisi e Pereira (1999), esses 
resultados são decorrentes das decisões tomadas sob a égide da gestão 
econômica, num enfoque de abordagem sistêmica, ou seja, trata-se da 
congruência da missão e dos objetivos da controladoria. 
Para melhor contextualizar a missão da controladoria, vamos a uma 
definição de controladoria organizacional, como unidade administrativa, ou órgão 
administrativo: “A controladoria é a unidade administrativa dentro do sistema 
empresa, que por meio da Ciência Contábil e do Sistema de informação de 
Controladoria, é responsável pela coordenação da gestão econômica do sistema 
empresa” (Padoveze, 2012, p. 33). 
4.1 Estruturas da controladoria 
 O desenho da estrutura organizacional de uma organização é relacionado 
diretamente ao nível de autoridade definida e dos controles implementados. 
Schmidt, Santos e Martins (2014 p. 24) esclarecem que o número de níveis de 
autoridade “e a extensão do controle em cada nível influenciam na efetividade 
das tomadas de decisão e no sistema de comunicação da entidade”. Assim, para 
entender as responsabilidades da controladoria no ambiente organizacional, é 
importante verificar qual o nível de autoridade e relevância, dados pela entidade, 
ao departamento em questão. 
 
 
20 
A controladoria normalmente posiciona-se como staff do principal gestor 
da organização, atuando com autonomia para interferir no processo decisório, 
no intuito de otimizar o processo para que a entidade atinja sua missão, além de 
responsabilizar-se por todo o processo de avaliação de desempenho 
organizacional (Schmidt; Santos; Martins, 2014), conforme apresenta a Figura 8. 
Figura 8 – Controladoria na organização 
 
Fonte: Elaborado com base em Padoveze, 2016. 
A controladoria deve dar suporte à gestão dos negócios da empresa, de 
modo a assegurar o cumprimento dos seus objetivos. Assim, além do suporte 
informacional, o ato de “assegurar” traz consigo a visão de controle e alerta 
permanentes. 
Em suma, a Controladoria é responsável pelo Sistema de Informação 
contábil-gerencial, e sua função é assegurar o resultado econômico da 
organização (Padoveze, 2013). Portanto, a controladoria deve ser estruturada 
de modo a suportar e atuas em todas as etapas do processo de gestão 
(planejamento, execução, controle e avaliação), para que que exerça 
adequadamente sua função de controle. 
Importante ressaltar que a estrutura da controladoria deve estar 
ligada aos sistemas de informações necessários à gestão. Dessa forma, 
Padoveze (2016) a estrutura em duas grandes áreas: contábil e fiscal e de 
planejamento e controle: 
Presidente 
Vice-presidente 
(diretor) de 
produção
Vice-presidente 
(diretor) 
administrativo/ 
financeiro
Controller Tesoureiro
Vice-presidente 
(diretor) 
comercialização
 
 
21 
 Área contábil e fiscal: é responsável pelas informações societárias e 
fiscais, e pelas funções de guarda de ativos, tais como demonstrativos a 
serem publicados, controle patrimonial e seguros, gestão de impostos, 
controle de inventários etc. 
 Área de planejamento e controle: incorpora a questão orçamentária, 
com projeções e simulações, custos e a contabilidade por 
responsabilidade. 
A Figura 9 apresenta o organograma da estrutura da controladoria, e os 
seus principais elementos, Planejamento de Controle e Contabilidade, 
suportados pelos sistemas de informações integrados. 
Figura 9 – Estrutura de controladoria 
 
Fonte: Elaborado com base em Padoveze, 2016. 
O controle interno é um conjunto de normas, procedimentos, 
instrumentos e ações formalizados de forma sistemática. Como função do 
controle interno, há atividades referentes ao estabelecimento do sistema de 
controles internos, destinados a salvaguardar o patrimônio e os interesses da 
organização (Borinelli, 2006; Padoveze, 2016). 
 
CONTROLADORIA
Planejamento e controle
Orçamento, 
projeções e análise de investimentos; 
Contabilidade de custos; 
Contabilidade por responsabilidades; 
Controladoria estratégica; 
Gestão tributária.
Escrituração
Contabilidade societária;
Controle patrimonial; 
Contabilidade tributária
Controle Interno
Sistemas de informações para 
relação com investidores
Sistema de informação 
gerencial
 
 
22 
4.2 O papel do controller 
Até este ponto, focamos a controladoria no nível organizacional, suas 
funções e objetivos no âmbito da organização. Já neste tópico, vamos abordar o 
“indivíduo”, profissional de controladoria, ou seja, vamos definir o papel e o perfil 
do controller. 
De acordo com Padoveze (2016 p. 28), ”o papel tem como significado, 
responsabilidade atribuída a uma pessoa”. Assim, neste tema, vamos tratar 
especificamente das atribuições do profissional de controladoria (controller) nas 
organizações. Vamos relembrar o início da nossa aula, a origem da controladoria 
sinalizada por Kanitz (1976, grifos nossos): 
A origem da controladoria como unidade administrativa ou seja 
departamento de controladoria, deu-se a partir de profissionais que 
exerciam cargos de responsabilidade no departamento contábil, 
ou no departamento financeiro, visto que, em função dos seus 
cargos possuíam uma visão ampla da organização, o que os tornou 
capazes de enxergar as dificuldades como um todo e propor soluções. 
O controller, segundo a IFAC (International Federation of Accountants), é 
um profissional que deve processar, analisar e relatar informações, financeiras 
e operacionais, para uso da administração de uma empresa, nas funções de 
planejamento, avaliação e controle de suas atividades (Padoveze, 2016). 
A posição hierárquica do controller, na organização, varia em estatura e 
responsabilidade, de uma empresa para outra. Em algumas empresas, ele 
ocupa o papel de executivo principal, que apoia o planejamento e o controle 
gerencial em todas as subdivisões da empresa. Em outras empresas, compila 
dados, para emissão de relatórios externos. Para compreender a evolução do 
papel do controller nas organizações, Padoveze (2016) faz um levantamento na 
literatura, evidenciando a evolução de suas atribuições, conforme apresentado 
no quadro. 
 
 
 
23 
Quadro 3 – Evolução do papel do controller 
Autores/ano Papel atribuído ao controller 
Heckert e Willson 
(1963) 
a) supervisãoda contabilidade geral e de custos, da auditoria, dos 
impostos, dos seguros e das estatísticas; b) aplicações da função 
contábil para a resolução de problemas administrativos futuros. 
Yoshitake (1984) a) avaliação econômica de mercado que possa influenciar nos 
negócios da empresa. 
Horngren (1985) a) planejamento para o controle; b) relatórios e interpretação; c) 
avaliação e assessoramento; d) administração tributária; e) relatórios 
para o governo; f) proteção de ativos; e g) avaliação econômica 
Atkinson et al. 
(1997) 
a) preparar e interpretar informações financeiras para administradores, 
investidores e credores 
Ifac (2005) a) identificar, medir, acumular, analisar, preparar, interpretar e relatar 
informações, tanto financeiras quanto operacionais, para uso da 
administração de uma empresa; b) assegurar o uso apropriado e a 
responsabilidade abrangente de seus recursos. 
Fonte: Elaborado com base em Padoveze, 2016. 
Quanto ao perfil ou competências profissionais do profissional de 
controladoria, Cardoso, Mendonça Neto e Oyadomari (2010), destacam que um 
controller deve ter habilidades, capacidades, conhecimentos, atitudes, traços e 
motivos dentro do contexto de entrega. Entende-se ainda que, para desenvolver 
o papel de controlador, o controller deve ter as seguintes características 
(Padoveze, 2016): ser persuasivo (levar a crer ou aceitar; induzir; ser 
convincente); líder; influenciador; ser claro sobre os procedimentos; ser conciso 
no falar e agir (expor as ideias em poucas palavras; ter precisão; exatidão); ser 
independente; observador; ético; conciliador; multidisciplinar e transdisciplinar; e 
também proativo. 
Em resumo, para desempenhar com êxito as responsabilidades atribuídas, 
o controller deve ter um conjunto de habilidades e competências, além de 
conhecimento técnico, espírito de liderança e ética profissional. Deve trabalhar 
de acordo com os princípios e normas contábeis, atuando proativamente na 
gestão de resultados operacionais e econômicos da empresa. 
TEMA 5 – SISTEMA DE INFORMAÇÃO NO PROCESSO DE GESTÃO 
A controladoria utiliza como base informacional os sistemas de 
informações, contábeis e gerenciais. Os sistemas de informação são 
instrumentos de interação dos subsistemas da empresa, suportam os processos 
de gestão, a comunicação das variáveis ambientais, que definirá a projeção do 
cenário futuro, bem como da análise da definição estratégica, promove ainda, a 
melhoria da eficácia e eficiência da empresa. 
 
 
24 
Os sistemas de informação são definidos por Padoveze (2012, p.45) como 
“um conjunto de recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros, 
agregados segundo uma sequência lógica para o processamento de dados e 
tradução em informação, para com seu produto, permitir às organizações o 
cumprimento de seus objetivos principais”. 
Nas palavras de Mosimann e Fisch (1999, p. 52), um sistema de 
informação no ambiente dos negócios pode ser conceituado como uma rede de 
informações que alimenta o processo de tomada de decisões, tanto nos níveis 
decisórios como em cada área de responsabilidade. Por esse entendimento, os 
sistemas de informações empresariais podem ser classificados como apoio às 
operações ou como apoio à gestão e à tomada de decisão, conforme a Figura 
10. 
Figura 2 – Sistema de informação nos processos de gestão 
 
Fonte: Padoveze, 2012. 
O sistema de informações de apoio operacional e gerencial é definido por 
Gonçalves e Riccio (2009, p.13) como “um sistema que integra usuários e TI com 
o fim de fornecer informações e dar suporte às operações e funções de 
administração, à tomada de decisão e ao controle, em quaisquer dos níveis da 
gestão empresarial: operacional e/ou gerencial e/ou estratégico”. 
Os sistemas de apoio a decisão são definidos como uma extensão de 
modelos de contabilidade gerencial para manuseio de problemas de 
planejamento semiestruturados e estratégico, como por exemplo: decisões de 
fazer ou comprar, alugar ou comprar, adicionar ou abandonar uma linha de 
produção, entre outros (Padoveze, 2012). 
Sistemas de apoio 
à decisão
Sistemas de Apoio 
a Gestão
Sistemas de Apoio 
as Operações
 
 
25 
Desse modo, o sistema de informação da Controladoria é integrado com 
os sistemas operacionais, e tem como característica essencial a mensuração 
econômica das operações para planejamento, controle e avaliação dos 
resultados e desempenho dos gestores das áreas de responsabilidade 
(Padoveze, 2012). 
TROCANDO IDEIAS 
Nesta aula, estudamos a controladoria sob a perspectiva conceitual e 
organizacional, ou seja, buscamos situá-la tanto na ciência como na estrutura 
hierárquica organizacional. Diante do exposto, pergunta-se: Qual a importância 
do departamento de controladoria nas empresas hoje? Essa visão 
multidisciplinar é aplicável? 
NA PRÁTICA 
Para entender melhor a controladoria nas organizações, vamos 
apresentar um exemplo prático sobre a interação do contador e do controller no 
ambiente organizacional. 
O contador como Comunicador (Controller) 
Embora a contabilidade muitas vezes seja chamada de a linguagem dos 
negócios, para muitos é como se fosse uma língua estrangeira. De acordo com 
Barra, o controller de uma divisão de negócios da Lever Brothers Co., a solução 
pode encontrar-se com os próprios contadores: “Tenho encontrado muitos bons 
contadores, excelentes técnicos, que realmente conhecem seu trabalho, mas 
não conseguem se comunicar com a administração fazer chegar a ela a 
mensagem que querem passar. Eles simplesmente não conseguem apresentar, 
de forma simples, informações contábeis básicas”. 
A comunicação com não contadores é particularmente importante, em 
função da interação entre contadores e usuários de informações. De acordo com 
o Barra, pessoas da equipe de Marketing da Lever Brothers procuram os 
contadores para obter informações sobre os custos de distribuição de produtos 
que a empresa comercializa. A exemplo disso: quando a administração decide 
alterar um produto, os contadores trabalham com o departamento de compras, 
para obter informações sobre os novos materiais. Se a companhia estiver 
 
 
26 
considerando a introdução de um novo produto, “a análise e estimação dos 
custos é controlada pelo controller desde o início... idealmente, esse processo 
resulta em combinação de diversas áreas de conhecimento”. O pessoal do 
Marketing, com base nas informações fornecidas, estima as vendas futuras e 
também calcula o que acontecerá se as estimativas estiverem enviesadas. 
O que é necessário para que os contadores tenham uma comunicação 
efetiva com pessoas de áreas não financeiras? Na visão do controller Barra, as 
regras são as seguintes: 
 Apresente exemplos simples 
 Evite jargão técnico 
 Mostre entendimento de questões de marketing e de produção 
 Evite dar aulas de partidas dobradas 
Uma boa Comunicação beneficia o próprio contador e sensibiliza os 
gerentes a respeito das questões financeiras, melhorando a demanda por seus 
serviços. 
Fonte: Elaborado com base em Maher, 2001, p. 48. 
 O exemplo prático citado apresenta um dos dilemas do profissional 
contábil: a comunicação interna e o reporte das informações. Tal observação 
carece de atenção dos profissionais da área, pois a contabilidade é o principal 
sistema de informação de uma organização. Acerca do exposto, disserte sobre: 
1. O papel do profissional Controller nas organizações. Como sua atuação 
pode sanar problemas de comunicação da contabilidade e o reporte de 
informações aos níveis superiores? 
2. Pesquise pelo menos três organizações de ramos de atuação diferentes 
(indústria, comércios e serviços) e identifique o posicionamentoda 
controladoria na hierarquia organizacional. Transcreva como a 
controladoria está estruturada, além de valores, missão, visão, objetivos 
e metas de cada uma das organizações. 
FINALIZANDO 
Nesta aula, abordamos alguns pontos importantes sob a Controladoria, 
nomeadamente aspectos conceituais, definição, origem e a controladoria como 
ciência; sistema empresa com o objetivo da eficácia; a empresa sob o enfoque 
sistêmico e a interação com o ambiente próximo e remoto da organização; os 
 
 
27 
subsistemas de gestão; o modelo e o processo de gestão, com a importância de 
um modelo de gestão a partir do subsistema institucional; missão e estrutura da 
controladoria e o papel do controller, com as declarações de crenças, valores, 
visão, missão, objetivos e metas; e por fim sistemas de informação no processo 
de gestão, quando abordamos brevemente os sistemas de apoios a gestão, 
decisão e operações. 
 
 
28 
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