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200129011419_PRAT_NA_ADV_AULA_01

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Aspectos específicos das Ações previstas na Lei 8245/91. Cabimento de Tutelas de Urgência e Evidência, Compe-
tência. Técnicas da Petição Inicial e Defesa. Ações de Despejo. Análise das Modalidades previstas na Lei 8245/91. 
Denuncia Vazia e Denuncia Cheia. Rescisão Contratual. Análise de Casos Práticos. Ação Revisional e Ação Reno-
vatória. Aspectos Práticos. Petição Inicial e Defesa. Casos Práticos. Ação de Consignação em Pagamento. Cabi-
mento. Petição Inicial. Análise do Código Civil e Processual Civil. Casos Práticos. 
 
CONTRATO DE LOCAÇÃO 
 
A ELABORAÇÃO DA MINUTA CONTRATUAL 
 
As pessoas não contratam pelo mero prazer de assumir obrigações. 
 
 
 
PASSO-A-PASSO 
 
Prefira ROTEIROS à MODELOS. 
 
• Analise a lei pertinente e verifique os pontos relevantes ao negócio sob seus cuidados; 
• Verifique se dentre os dispositivos legais há norma de ordem pública; 
• Verifique se, dentre o conteúdo dispositivo da norma, há aspectos interessantes a serem adotados ou afastados. 
• Campo de incidência da Lei 8.245/91 
 
Art. 1º A locação de imóvel urbano regula - se pelo disposto nesta lei: 
 
Parágrafo único. Continuam regulados pelo Código Civil e pelas leis especiais: 
 
a) as locações: 
 
1. de imóveis de propriedade da União, dos Estados e dos Municípios, de suas autarquias e fundações públicas; - 
ver Decreto-Lei 271/67 
2. de vagas autônomas de garagem ou de espaços para estacionamento de veículos; 
3. de espaços destinados à publicidade; 
4. em apart- hotéis, hotéis - residência ou equiparados, assim considerados aqueles que prestam serviços regulares 
a seus usuários e como tais sejam autorizados a funcionar; 
 
b) o arrendamento mercantil, em qualquer de suas modalidades. 
 
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO - INEXISTÊNCIA DE NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL - 
USO DE BEM DE EMPRESA PÚBLICA: REGIME JURÍDICO DE DIREITO ADMINISTRATIVO. 
 
 
 
 
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2. Os bens de empresa pública afetados à sua finalidade não podem ser utilizados senão dentro das regras de 
Direito Público. 
3. Bens da INFRAERO na área das atividades aeroportuárias não seguem as regras de locação (precedentes desta 
Corte). 
(REsp 447.867/ES, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 02/10/2003, DJ 28/10/2003, p. 
262) 
 
Definição das partes; 
 
Descrição do objeto; 
 
Direitos e obrigações das partes; 
 
Termos e condições; 
 
Encargos moratórios; 
 
Riscos; 
 
Garantias; 
 
Cláusula resilitória; 
 
Cláusula resolutória; 
 
Possibilidade (ou não) de revisão contratual; 
 
Disposições finais. 
 
 
 
Elementos do contrato: 
 
Subjetivos: 
 
a) LOCADOR (senhorio ou arrendador); 
b) LOCATÁRIO (inquilino ou arrendatário). 
 
Elemento Subjetivo: 
 
Pode ser pessoa natural ou jurídica e, em alguns casos, até mesmo o ente despersonalizado; 
 
Deve ser pessoa capaz ou estar devidamente representada ou assistida; 
 
 
 
 
 
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Deve ser observada a legitimação negocial. 
 
Art. 3º O contrato de locação pode ser ajustado por qualquer prazo, dependendo de vênia conjugal, se igual ou 
superior a dez anos. 
 
Parágrafo único. Ausente a vênia conjugal, o cônjuge não estará obrigado a observar o prazo excedente. 
 
AUSÊNCIA DE VÊNIA = INEFICÁCIA DO PRAZO EXCEDENTE 
 
LOCADOR PRECISA SER PROPRIETÁRIO? 
 
Pela locação se transfere a posse direta da coisa ao locatário, por direito pessoal e não por direito real. 
 
Conclusão: para ser locador basta que a pessoa seja possuidora da coisa e esteja legitimada para locá-la a terceiro. 
 
ATENÇÃO! 
 
SITUAÇÕES EM QUE O LOCADOR TEM QUE COMPROVAR DIREITO REAL SOBRE O IMÓVEL: 
 
1. Quando o locador solicitar a devolução do imóvel para uso próprio (art. 47, III); 
2. No caso de retomada em razão de reforma urgente do imóvel determinada pelo poder público (art. 9°, IV c/c art. 
60, caput); 
3. Quando o imóvel for pedido para reforma com aumento da área construída ou para demolição (art. 53, II); 
4. Para averbação de cláusula de vigência (art. 8°) ou do direito de preferência (art. 33). 
 
CONTRATO COM PESSOA A DECLARAR: 
 
Fica garantido à OUTORGANTE, até a data de assinatura da escritura definitiva, o direito de indicar outra pessoa 
para figurar em seu lugar, nos termos do disposto nos artigos 467 a 471 do Código Civil. 
 
O PRAZO DEVERÁ SER FIXADO CONFORME A NATUREZA DA OPERAÇÃO. 
 
Pluralidade de locadores e/ou locatários: 
 
Art. 2º Havendo mais de um locador ou mais de um locatário, entende - se que são solidários se o contrário não se 
estipulou. 
 
Parágrafo único. Os ocupantes de habitações coletivas multifamiliares presumem - se locatários ou sublocatários. 
 
SUCESSÃO NA LOCAÇÃO 
 
E NO CASO DE MORTE DE UM DOS CONTRATANTES? 
 
Art. 10. Morrendo o locador, a locação transmite - se aos herdeiros. 
 
Art. 11. Morrendo o locatário, ficarão sub - rogados nos seus direitos e obrigações: 
 
I - nas locações com finalidade residencial, o cônjuge sobrevivente ou o companheiro e, sucessivamente, os her-
deiros necessários e as pessoas que viviam na dependência econômica do de cujus , desde que residentes no 
imóvel; 
II - nas locações com finalidade não residencial, o espólio e, se for o caso, seu sucessor no negócio. 
 
O QUE ACONTECE SE O LOCATÁRIO SE SEPARAR / DIVORCIAR OU DISSOLVER A UNIÃO ESTÁVEL? 
 
Art. 12. Em casos de separação de fato, separação judicial, divórcio ou dissolução da união estável, a locação 
residencial prosseguirá automaticamente com o cônjuge ou companheiro que permanecer no imóvel. (Redação 
dada pela Lei nº 12.112, de 2009) 
 
 
 
 
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Cessão da locação: 
 
PELO LOCATÁRIO: 
 
Art. 13. A cessão da locação, a sublocação e o empréstimo do imóvel, total ou parcialmente, dependem do consen-
timento prévio e escrito do locador. 
§ 1º Não se presume o consentimento pela simples demora do locador em manifestar formalmente a sua oposição. 
§ 2º Desde que notificado por escrito pelo locatário, de ocorrência de uma das hipóteses deste artigo, o locador terá 
o prazo de trinta dias para manifestar formalmente a sua oposição. 
 
Cessão da locação: 
 
PELO LOCADOR: 
 
Art. 8º Se o imóvel for alienado durante a locação, o adquirente poderá denunciar o contrato, com o prazo de noventa 
dias para a desocupação, salvo se a locação for por tempo determinado e o contrato contiver cláusula de vigência 
em caso de alienação e estiver averbado junto à matrícula do imóvel. 
 
§ 1º Idêntico direito terá o promissário comprador e o promissário cessionário, em caráter irrevogável, com imissão 
na posse do imóvel e título registrado junto à matrícula do mesmo. 
§ 2º A denúncia deverá ser exercitada no prazo de noventa dias contados do registro da venda ou do compromisso, 
presumindo - se, após esse prazo, a concordância na manutenção da locação. 
 
LOCAÇÃO. AÇÃO DE DESPEJO. ALIENAÇÃO DO IMÓVEL NO CURSO DO CONTRATO DE LOCAÇÃO. DENÚN-
CIA VAZIA. POSSIBILIDADE. ART. 8.º DA LEI N.º 8.245/91 - LEI DO INQUILINATO. EXIGÊNCIAS LEGAIS CUM-
PRIDAS. REFORMA DO ACÓRDÃO. INVIABILIDADE. SÚMULA N.º 07/STJ. VIOLAÇÃO DE DISPOSITIVOS 
CONSTITUCIONAIS. EXAME EM SEDE DE RECURSO ESPECIAL. INVIABILIDADE. QUESTÃO RELATIVA À 
ALEGAÇÃO DE QUE O A SENTENÇA DE PRIMEIRO GRAU NÃO FOI DEVIDAMENTE FUNDAMENTADA. AU-
SÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA NAS RAZÕES DO ESPECIAL. APLICAÇÃO DA SÚMULA N.º 283/STF. 
 
(...) 
 
3. A disciplina contida no art. 8.º e parágrafos da Lei n.º 8.245/91 é clara ao reconhecer o direito do adquirente do 
imóvel locado à denúncia vazia, desde que haja a notificação do inquilino no prazo de noventa dias contados do 
registro da venda; ressalvada a vigência da cláusula contratual de tempo determinado; sob pena de presumir-se a 
concordância
com a manutenção da locação. Precedente. 
4. Recurso especial não conhecido. 
(REsp 674.825/PB, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 26/05/2009, DJe 15/06/2009) 
 
NO CASO DE SUCESSÃO OU CESSÃO DA LOCAÇÃO, COMO FICA A FIANÇA? 
 
Art. 12. 
§ 1
o
 Nas hipóteses previstas neste artigo e no art. 11, a sub-rogação será comunicada por escrito ao locador e ao 
fiador, se esta for a modalidade de garantia locatícia. (Incluído pela Lei nº 12.112, de 2009) 
§ 2
o
 O fiador poderá exonerar-se das suas responsabilidades no prazo de 30 (trinta) dias contado do recebimento 
da comunicação oferecida pelo sub-rogado, ficando responsável pelos efeitos da fiança durante 120 (cento e vinte) 
dias após a notificação ao locador. (Incluído pela Lei nº 12.112, de 2009) 
 
Locação. Cessão de imóvel. Extensão da fiança. Recurso especial. 
 
Falta de prequestionamento. Súmulas 5 e 7. Agravo regimental improvido. 
 
1. Somente se conhece do recurso especial se a matéria tiver sido apreciada, debatida e decidida pelo Tribunal de 
origem. 
 
 
 
 
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2. Em sede de recurso especial, não é possível o reexame de prova, bem como a interpretação de cláusula contra-
tual. 
3. Reconhecida a impossibilidade de se estender a fiança ao novo ocupante do imóvel à revelia do fiador, tendo em 
vista os elementos constantes nos autos, inviável se apresenta o recurso especial. 
4. Agravo regimental improvido. 
(AgRg no Ag 453.533/PA, Rel. Ministro NILSON NAVES, SEXTA TURMA, julgado em 07/10/2004, DJ 22/11/2004, 
p. 396) 
 
OBJETO 
 
Descrição do IMÓVEL e da operação econômica que será realizada. 
 
Direitos e obrigações das partes; 
 
Termos e condições; 
 
A elaboração dessas cláusulas dependerá essencialmente do objeto contratual, prestações, contraprestações, de-
veres acessórios etc 
 
Deveres do Locador: 
 
Art. 22. O locador é obrigado a: 
 
I - entregar ao locatário o imóvel alugado em estado de servir ao uso a que se destina; 
II - garantir, durante o tempo da locação, o uso pacífico do imóvel locado; 
III - manter, durante a locação, a forma e o destino do imóvel; 
IV - responder pelos vícios ou defeitos anteriores à locação; 
V - fornecer ao locatário, caso este solicite, descrição minuciosa do estado do imóvel, quando de sua entrega, com 
expressa referência aos eventuais defeitos existentes; 
VI - fornecer ao locatário recibo discriminado das importâncias por este pagas, vedada a quitação genérica; 
VII - pagar as taxas de administração imobiliária, se houver, e de intermediações, nestas compreendidas as despe-
sas necessárias à aferição da idoneidade do pretendente ou de seu fiador; 
VIII - pagar os impostos e taxas, e ainda o prêmio de seguro complementar contra fogo, que incidam ou venham a 
incidir sobre o imóvel, salvo disposição expressa em contrário no contrato; 
IX - exibir ao locatário, quando solicitado, os comprovantes relativos às parcelas que estejam sendo exigidas; 
X - pagar as despesas extraordinárias de condomínio. 
Parágrafo único. Por despesas extraordinárias de condomínio se entendem aquelas que não se refiram aos gastos 
rotineiros de manutenção do edifício, especialmente: 
(...) 
 
Deveres do Locatário: 
 
Art. 23. O locatário é obrigado a: 
 
I - pagar pontualmente o aluguel e os encargos da locação, legal ou contratualmente exigíveis, no prazo estipulado 
ou, em sua falta, até o sexto dia útil do mês seguinte ao vencido, no imóvel locado, quando outro local não tiver sido 
indicado no contrato; 
II - servir - se do imóvel para o uso convencionado ou presumido, compatível com a natureza deste e com o fim a 
que se destina, devendo tratá - lo com o mesmo cuidado como se fosse seu; 
III - restituir o imóvel, finda a locação, no estado em que o recebeu, salvo as deteriorações decorrentes do seu uso 
normal; 
IV - levar imediatamente ao conhecimento do locador o surgimento de qualquer dano ou defeito cuja reparação a 
este incumba, bem como as eventuais turbações de terceiros; 
V - realizar a imediata reparação dos danos verificados no imóvel, ou nas suas instalações, provocadas por si, seus 
dependentes, familiares, visitantes ou prepostos; 
VI - não modificar a forma interna ou externa do imóvel sem o consentimento prévio e por escrito do locador; 
 
 
 
 
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VII - entregar imediatamente ao locador os documentos de cobrança de tributos e encargos condominiais, bem 
como qualquer intimação, multa ou exigência de autoridade pública, ainda que dirigida a ele, locatário; 
VIII - pagar as despesas de telefone e de consumo de força, luz e gás, água e esgoto; 
IX - permitir a vistoria do imóvel pelo locador ou por seu mandatário, mediante combinação prévia de dia e hora, 
bem como admitir que seja o mesmo visitado e examinado por terceiros, na hipótese prevista no art. 27; 
X - cumprir integralmente a convenção de condomínio e os regulamentos internos; 
XI - pagar o prêmio do seguro de fiança; 
XII - pagar as despesas ordinárias de condomínio. 
 
BENFEITORIAS: 
 
Art. 35. Salvo expressa disposição contratual em contrário, as benfeitorias necessárias introduzidas pelo locatário, 
ainda que não autorizadas pelo locador, bem como as úteis, desde que autorizadas, serão indenizáveis e permitem 
o exercício do direito de retenção. 
 
Art. 36. As benfeitorias voluptuárias não serão indenizáveis, podendo ser levantadas pelo locatário, finda a locação, 
desde que sua retirada não afete a estrutura e a substância do imóvel. 
 
CDC: 
 
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e 
serviços que: 
 
XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias necessárias. 
 
AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE COBRANÇA - CONTRATO DE LOCAÇÃO 
- DECISÃO QUE NEGOU PROVIMENTO AO AGRAVO. INCONFORMISMO DOS RÉUS. 
 
1. Inaplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor ao contrato de locação, regido especificamente pela Lei n. 
8.245/91. Precedentes. 
2. Agravo regimental desprovido. 
(AgRg no Ag 1347140/PE, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 21/05/2013, DJe 
05/06/2013) 
 
Súmula 335 - STJ 
 
Nos contratos de locação, é válida a cláusula de renúncia à indenização das benfeitorias e ao direito de retenção. 
 
V Jornada de Dir. Civil - CJF 
 
433) Art. 424. A cláusula de renúncia antecipada ao direito de indenização e retenção por benfeitorias necessárias 
é nula em contrato de locação de imóvel urbano feito nos moldes do contrato de adesão. 
 
Direito de Preferência 
 
Art. 27. No caso de venda, promessa de venda, cessão ou promessa de cessão de direitos ou dação em pagamento, 
o locatário tem preferência para adquirir o imóvel locado, em igualdade de condições com terceiros, devendo o 
locador dar - lhe conhecimento do negócio mediante notificação judicial, extrajudicial ou outro meio de ciência ine-
quívoca. 
 
Parágrafo único. A comunicação deverá conter todas as condições do negócio e, em especial, o preço, a forma de 
pagamento, a existência de ônus reais, bem como o local e horário em que pode ser examinada a documentação 
pertinente. 
 
NATUREZA DO DIREITO DE PREFERÊNCIA 
 
SE O CONTRATO NÃO ESTIVER AVERBADO NO R.I.: 
 
 
 
 
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Natureza meramente obrigacional ensejando, em caso de descumprimento, somente perdas e danos. 
 
Art. 33. O locatário preterido no seu direito de preferência poderá reclamar do alienante as perdas e danos (...) 
 
NATUREZA DO DIREITO DE PREFERÊNCIA 
 
SE O CONTRATO FOR AVERBADO NO R.I.: 
 
Natureza de obrigação com eficácia real ensejando, em caso de descumprimento, perdas e danos ou adjudicação 
compulsória. 
 
Art. 33. O locatário preterido no seu direito de preferência poderá reclamar do alienante as perdas e danos ou, 
depositando o preço e demais
despesas do ato de transferência, haver para si o imóvel locado, se o requerer no 
prazo de seis meses, a contar do registro do ato no cartório de imóveis, desde que o contrato de locação esteja 
averbado pelo menos trinta dias antes da alienação junto à matrícula do imóvel. 
 
Parágrafo único. A averbação far - se - á à vista de qualquer das vias do contrato de locação desde que subscrito 
também por duas testemunhas. 
 
RECURSO ESPECIAL (ART. 105, III, "A" E "C", DA CF) - AÇÃO INDENIZATÓRIA - CONTRATO DE LOCAÇÃO - 
BEM ALIENADO A TERCEIRO - DESRESPEITO AO DIREITO DE PREFERÊNCIA DO LOCATÁRIO - AVERBA-
ÇÃO DO AJUSTE NO REGISTRO IMOBILIÁRIO - PRESCINDIBILIDADE - PERDAS E DANOS - QUANTUM A SER 
FIXADO EM LIQUIDAÇÃO - RECURSO ESPECIAL PARCIALMENTE CONHECIDO E PROVIDO. 
 
2. A averbação do contrato de locação no registro imobiliário é medida necessária apenas para assegurar ao loca-
tário o direito real de perseguir e haver o imóvel alienado a terceiro, dentro dos prazos e observados os pressupostos 
fixados na Lei n. 8.425/1991. A falta dessa providência não inibe, contudo, o locatário de demandar o locador 
alienante por violação a direito pessoal, reclamando deste as perdas e danos que porventura vier a sofrer pela 
respectiva preterição. Precedentes. 
 
(REsp 912.223/RS, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 06/09/2012, DJe 17/09/2012) 
 
Prazo para manifestação do Direito de Preferência: 
 
Art. 28. O direito de preferência do locatário caducará se não manifestada, de maneira inequívoca, sua aceitação 
integral à proposta, no prazo de trinta dias. 
 
Se o Locador desistir de vender 
 
Após a aceitação pelo Locatário? 
 
Art. 29. Ocorrendo aceitação da proposta, pelo locatário, a posterior desistência do negócio pelo locador acarreta, 
a este, responsabilidade pelos prejuízos ocasionados, inclusive lucros cessantes. 
 
RECURSO ESPECIAL Nº 1.193.992 - MG (2010/0086976-0) RELATORA : MINISTRA NANCY ANDRIGHI 
EMENTA DIREITO CIVIL. LOCAÇÃO. AÇÃO DE DESPEJO POR DENÚNCIA VAZIA. EXISTÊNCIA DE PRO-
POSTA DE VENDA DO IMÓVEL LOCADO. ACEITAÇÃO DO LOCATÁRIO. DISCUSSÃO EM TORNO DAS QUES-
TÕES RELACIONADAS À DESISTÊNCIA DO NEGÓCIO PELO LOCADOR. IMPOSSIBILIDADE. 
 
2. Aceita a proposta pelo inquilino, o locador não está obrigado a vender a coisa ao locatário, mas a desistência do 
negócio o sujeita a reparar os danos sofridos, consoante a diretriz do art. 29 da Lei 8.245/91. 3. A discussão acerca 
da má-fé do locador – que desistiu de celebrar o negócio – não inviabiliza a tutela do direito buscado pelo locador 
por meio da ação de despejo, porque a Lei 8.245/91 não conferiu ao locatário o poder de compelir o locador a 
realizar a venda do imóvel, cabendo-lhe somente o ressarcimento das perdas e danos resultantes da conduta do 
locador. 4. Recurso especial provido. 
 
QUANDO NÃO CABE O DIREITO DE PREFERÊNCIA? 
 
 
 
 
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 Art. 32. O direito de preferência não alcança os casos de perda da propriedade ou venda por decisão judicial, 
permuta, doação, integralização de capital, cisão, fusão e incorporação. 
 
 Parágrafo único. Nos contratos firmados a partir de 1o de outubro de 2001, o direito de preferência de que 
trata este artigo não alcançará também os casos de constituição da propriedade fiduciária e de perda da propriedade 
ou venda por quaisquer formas de realização de garantia, inclusive mediante leilão extrajudicial, devendo essa 
condição constar expressamente em cláusula contratual específica, destacando-se das demais por sua apresenta-
ção gráfica. (Incluído pela Lei nº 10.931, de 2004) 
 
INADIMPLEMENTO RELATIVO 
E 
ENCARGOS MORATÓRIOS 
 
ESPÉCIES: 
 
MORA SOLVENDI (do devedor); 
 
1) MORA ACCIPIENDI (do credor). 
 
Art. 394. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não quiser recebê-lo no 
tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer. 
 
CONSTITUIÇÃO EM MORA NO CC/2002: 
 
MORA EX RE (dies interpellat pro homine) 
 
Art. 397. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno direito em mora o 
devedor. 
 
MORA EX PERSONA 
 
Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou extrajudicial. 
 
EFEITOS DA MORA SOLVENDI 
 
No legislação vigente (CC/2002): 
 
Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, atualização dos valores 
monetários segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. 
 
CORREÇÃO MONETÁRIA 
 
CORREÇÃO MONETÁRIA 
 
1) Correção monetária em virtude da mora – independe de previsão contratual ou de pedido específico, sendo 
devido por força de lei (art. 395, caput, CC/2002); 
2) Cláusula de reajuste para atualização monetária dos valores contratados – incide independente de mora entre a 
data da contratação e a do efetivo pagamento. O índice costuma ser escolhido pelas partes segundo variação dos 
insumos e/ou do preço dos bens no mercado. 
 
No CC/2002: 
 
Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, atualização dos valores 
monetários segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. 
 
Art. 316. É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas. 
 
 
 
 
 
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JUROS DE MORA 
 
CÓDIGO CIVIL DE 2002: 
 
CAPÍTULO IV 
 
Dos Juros Legais 
Art. 406. Quando os juros moratórios não forem convencionados, ou o forem sem taxa estipulada, ou quando pro-
vierem de determinação da lei, serão fixados segundo a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de 
impostos devidos à Fazenda Nacional. 
 
JUROS MORATÓRIOS. ART. 406 DO CC/2002. TAXA LEGAL. SELIC. 
 
A Corte Especial entendeu que os juros de mora decorrentes de descumprimento de obrigação civil são calculados 
conforme a taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic), por ser ela que incide como juros 
moratórios dos tributos federais (art. 406 do CC/2002, arts. 13 da Lei n. 9.065/1995, 84 da Lei n. 8.981/1995, 39, § 
4º, da Lei n. 9.250/1995, 61, § 3º, da Lei n. 9.430/1996 e 30 da Lei n. 10.522/2002. Assim, a Corte Especial conheceu 
da divergência e deu provimento aos embargos de divergência. EREsp 727.842-SP, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, 
julgados em 8/9/2008. 
 
CLÁUSULA PENAL 
 
No CC/2002: 
 
Art. 408. Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que, culposamente*, deixe de cumprir a 
obrigação ou se constitua em mora. 
 
*Exceto nos casos de responsabilidade objetiva. Ver art. 393, do CC. 
 
A Cláusula Penal possui natureza jurídica de obrigação acessória. 
 
Sua finalidade é a de reforçar o devido cumprimento da obrigação principal (Caio Mario), bem como de pré-fixar o 
valor das perdas e danos (Silvio Rodrigues). 
 
CLÁUSULA PENAL MORATÓRIA; 
 
CLÁUSULA PENAL COMPENSATÓRIA. 
 
Art. 409. A cláusula penal estipulada conjuntamente com a obrigação, ou em ato posterior, pode referir-se à inexe-
cução completa da obrigação, à de alguma cláusula especial ou simplesmente à mora. 
 
VALOR DA CLÁUSULA PENAL: 
 
Art. 412. O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da obrigação principal. 
 
Art. 413. A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em 
parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade 
do negócio 
 
INDENIZAÇÃO SUPLEMENTAR: 
 
Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo. 
 
Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor exigir indenização 
suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como mínimo da indenização, competindo 
ao credor provar o prejuízo
excedente. 
 
 
 
 
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