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CURSO DE SISTEMAS ESTRUTURAIS II Prof. Leonam Estados Limites (ELU e ELS) Uma estrutura ou parte dela atinge um Estado Limite quando de certa maneira, ela se torna Inutilizável, ou deixa de satisfazer condições previstas para sua utilização. Segundo a o item 3.2 da NBR 6118/2014, existem 2 tipos: ELU - Estado Limite Último: Situações que levem a estrutura ao Colapso, seja pela ruptura direta do material, ou pela perda de equilíbrio. Em ambas as situações a estrutura deve ser paralisada (ver item 10.3 da NBR6118/2014). Ex: Escoamento ou ruptura do concreto, ou do aço (no corte, na flexão, na torção, etc.) Ex: Retirada de “pedaços” ou de apoios de uma estrutura hiperestática transformando-a em hipostática. ELS - Estado Limite de Serviço: Situações que levem a estrutura a perder ou limitar sua Funcionalidade (ver item 10.4 da NBR6118/2014). Ex: verificação de flecha limite, mesmo que atenda aos quesitos de dimensionamento à flexão Resumidamente: - ELU → Colapso → Dimensionamento (de seções e armaduras) - ELS: → Funcionalidade → Verificações (de flechas, fissuras e vibrações) Tipos de Ações Ações: São quaisquer influências, ou conjunto delas, capaz de produzir tensões ou deformações na estrutura. Classificadas conforme item 11 da NBR6118/2014: 1. Ações Permanetes (g): Atuam praticamente constantes durante o tempo, ou crescentes, tendendo à um valor limite. - Diretas: Peso próprio e empuxo de terra (quando não removível) - Indiretas: Deslocamento de apoios, protensão, fluência, retração e imperfeição geométrica. 2. Ações Variáveis (q) Variam durante o tempo. - Diretas: Sobrecarga de utilização (ou Cargas acidentais), Vento e Chuva. - Indiretas: Temperatura e ações dinâmicas (vibrações mecânicas e sismos). 3. Ações Excepcionais (qe): Ações não citadas acima, que devem ser estudadas por normas específicas. Coeficientes de Ponderação (g) Também são chamados de “Coeficientes de Segurança”, pois consideram alguma margem de segurança. São fatores que transformam Valores Característicos em Valores de Cálculo (ou “de Projeto”). Existe um estudo probabilístico para se determinar esses coeficientes, em função de uma análise amostral, que não será abordado. Esses coeficientes consideram a variabilidade que um determinado valor pode ter em sua natureza. Existem 2 tipos: m k d f f g - Coeficiente de Ponderação das Resistências (gm) item 12.3.1 da NBR6118/2014 = ação característica: = resistência característica: kfd FF g (majora) (minora) kF kf - Coeficiente de Ponderação das Ações (gf) item 11.7 da NBR6118/2014 - tensão normal (s); - tensão de cisalhamento (t); - de escoamento (sesc); - ou de ruptura (srup). - carregamento distribuído (q); - esforço normal (N); - esforço cortante (V); - momento fletor (M). Coeficiente de Ponderação das Resistências (gm) Transforma Resistência Característica em de Cálculo (Projeto), apenas para o ELU: m k d f f g gc para o concreto gs para o aço gm = Exercício 1: Determine a resistência de cálculo de um concreto C30, utilizado em uma obra já executada e em condições normais de utilização: Exercício 2: Determine a resistência de cálculo de um aço CA-50, utilizado em uma obra já executada e em condições normais de utilização: MPa f f c ck cd 43,21 4,1 30 g MPa f f s yk yd 8,434 15,1 500 g (item 12.1 da NBR 6118/2014) Coeficientes gc e gs no ELU (tabela 12.1 da NBR6118/2014) Coeficiente de Ponderação das Ações (gf) * Na maioria dos casos considera-se D. Coeficiente gf = gf1 . gf3 (tabela 11.1 da NBR6118/2014) k2f3f1fk3f2f1fkfd F...F...F.F ggggggg - para o ELU: - para o ELS: k2fkfser,d F.F.F gg Transforma Ação Característica em de Cálculo (Projeto): Coeficiente de Ponderação das Ações (gf) Coeficiente gf2 (tabela 11.2 da NBR6118/2014) Combinação de Ações Um estrutura ao ser carregada, pode sofrer a influência de diversas ações Variáveis com diferentes naturezas (sobrecarga de utilização, vento, temperatura, chuva, sismo e etc). Todas essas ações tem uma certa probabilidade de atuarem simultaneamente e que não serão discutidas aqui neste curso. O item 11.8 da NBR6118/2014 trata da combinação de ações e a divide em dois itens: - Combinações de ações no ELU: item 11.8.2 da NBR6118/2014; - Combinações de ações no ELS: item 11.8.3 da NBR6118/2014. A norma não deixa claro, mas quando se tem mais de uma ação Variável, pode ser adotada uma ação Variável Principal, ou seja, uma ação que seja “menos” variável que as demais, como se ela fosse mais provável de acontecer e perdurar por mais tempo que as demais, como se fosse uma ação “quase permanente”. Esta explicação ficará mais explícita nos exercícios a seguir. Combinação de Ações Combinação de ações no ELU (tabela 11.3 da NBR6118/2014) Combinação de Ações Combinação de ações no ELS (tabela 11.4 da NBR6118/2014) Combinação de Ações Exercício 1: Em um programa de análise estrutural, foram obtidos os seguintes esforços cortantes característicos, atuando em uma viga de construção predial residencial, durante a fase de construção: - peso próprio da viga: Vg = 4kN (ação permanente) - sobrecarga de utilização: Vq = 9kN (ação variável) Determine: (a) O esforço cortante de cálculo (ou de projeto) Vd no ELU; (b) O esforço cortante de cálculo (ou de projeto) Vd,ser no ELS. qkqgkgd V.V.V gg kNm0,169.2,14.3,1Vd Resposta s: (a) (b) k,q2k,gser,d V.VV kNm7,69.3,04V ser,d (tab.11.4 da NBR6118/2014) (tab.11.3 da NBR6118/2014) Combinação de Ações Exercício 2: Em um programa de análise estrutural, foram obtidos os seguintes momentos fletores característicos, atuando em um pilar de construção predial comercial, já em fase de utilização: - peso próprio do pilar: Mg = 7kNm (ação permanente) - peso próprio do revestimento do pilar: Mg = 3kNm (ação permanente) - sobrecarga de utilização: Mq = 5kNm (ação variável) - carga de vento: Mq = 2kNm (ação variável) Determine: (a) O momento fletor de cálculo (ou de projeto) Md no ELU; (b) O momento fletor de cálculo (ou de projeto) Md,ser no ELS. k2q02k1qqgkgd M.M.M.M gg kNm7,222.6,05.4,137.4,1Md Respostas : (a) Sobrecarga como ação variável principal: k2q02k1qqgkgd M.M.M.M gg kNm3,205.5,02.4,137.4,1Md Vento como ação variável principal: Resp. Combinação de Ações Exercício 2: Em um programa de análise estrutural, foram obtidos os seguintes momentos fletores característicos, atuando em um pilar de construção predial comercial, já em fase de utilização: - peso próprio do pilar: Mg = 7kNm (ação permanente) - peso próprio do revestimento do pilar: Mg = 3kNm (ação permanente) - sobrecarga de utilização: Mq = 5kNm (ação variável) - carga de vento: Mq = 2kNm (ação variável) Determine: (a) O momento fletor de cálculo (ou de projeto) Md no ELU; (b) O momento fletor de cálculo (ou de projeto) Md,ser no ELS. k1q1,2k1q1gkser,d M.M.MM kNm0,122.05.4,037M ser,d Respostas: (b) Sobrecarga como ação variável principal: Vento como ação variável principal: k1q1,2k1q1gkser,d M.M.MM kNm1,122.3,05.3,037M ser,d Resp. - fyk = resistência característica de escoamento do aço à tração. - São comercializados 3 tipos de aços no formato de fios e barras: CA-25, CA-50 e CA-60. A sigla CA indica que é um tipo de aço utilizado emconcreto armado, e o número indica a resistência fyk em kN/cm². - Por exemplo: uma barra de CA-50 possui fyk= 50kN/cm², ou seja 500MPa de resistência. - O aço utilizado em concreto armado é o passivo, ou seja, não é o ativo (não está inicialmente “ativado” com tensão ates de ser carregado). - Aço e ferro são materiais distintos, e diferem principalmente no teor de carbono. O ferro possui teor entre 2,04 a 6,7%, e o aço teor abaixo de 2,04%. Os aços padrão CA utilizados como armaduras, possuem um teor de carbono entre 0,08% a 0,50%, desta forma é errado chamá-los de “ferros”. - Os aços CA-25 e CA-50 são fabricados por laminação à quente, já os CA-60 são fabricados por trefilação, estiramento ou laminação à frio, processo esse que aumenta a resistência do CA-60. -Propriedades do aço: g = 7850kgf/m³ (77kN/m³), E = 210GPa e n = 0,3. Propriedades do Aço Passivo Propriedades do Aço Passivo Diagrama tensão-deformação na tração (item 8.2.10.1 da NBR6118/2014) Diagrama de Tensão-deformação do aço passivo (Figura 8.4 da NBR6118/2014) ss : tensão de tração no aço. fyk : resistência característica do aço na tração. fyd : resistência de cálculo do aço na tração. es : deformação do aço na tração. Es : módulo de elasticidade do aço. GPa210 ff E yd yd yk yk S e e e s Propriedades dos diferentes tipos de aços: eyd eyk eyk : deformação característica do aço na tração. eyd : deformação de cálculo do aço na tração. Propriedades do Aço Passivo Diagrama de tensão-deformação para tipos de aço passivo Propriedades do Concreto - fck = resistência característica de escoamento do concreto à compressão. - Por exemplo: uma viga de concreto C30 possui fck= 30MPa de resistência. - A NBR6118/2014 trata de concreto armado classes C20 até C90, e divide em 2 categorias distintas: classe C20 até C50 e classe C55 até C90. Atualmente utilizam-se concretos até classe C45, apesar da norma estar preparada para até classe C90. O número depois do C indica a resistência fck em MPa. - Diferente do aço, o concreto geralmente é usinado na obra, com pouco ou nenhum controle de qualidade, desta maneira, as propriedades calculadas empiricamente com base em correlações devem ser verificadas com ensaios de campo e laboratoriais. - Propriedades do concreto: g ≈ 2550kgf/m³ (≈ 25kN/m³), n = 0,2 E=? (diferente do aço o concreto tem um módulo de elasticidade E variável, função do seu fck, representado por uma fórmula empírica) Módulo de Elasticidade Tangente Inicial: ckEci f.5600.E 3 1 ck E 3 ci 25,1 10 f ..10.5,21E - Classe C55 até C90: - Classe C20 até C50: Propriedades do Concreto Para avaliar a resistência do concreto à compressão, devem ser moldados corpos de prova cilíndricos e ensaiados a compressão. No Brasil, os corpos têm as seguintes medidas padronizadas: 15cm de diâmetro por 30cm de altura, ou 10cm de diâmetro por 20cm de altura. São ensaiados diversos corpos de provas até a ruptura e anotados os valores de fc. Inicialmente, seria intuitivo adotar o valor médio de toda a dispersão dos valores, mas que não representaria um valor seguro para a construção, assim defini-se: Resistência característica à compressão (item 8.2.4 da NBR6118/2014) Resistência Característica do Concreto à Compressão (fck): Definição segundo o item 12.2 da NBR6118/2014 para qualquer resistência característica: * Geralmente lote com 28 dias de concretado. * Propriedades do Concreto Diagrama tensão-deformação na compressão - Concreto classe C20 até C50: - Concreto de classe C55 até C90: 00 0 cu 00 0 2c 5,3 0,2 2n e e sc : Tensão de Compressão no Concreto. fck : Resistência Característica do Concreto na Compressão. fcd : Resistência de Cálculo do Concreto na Compressão. ec : Deformação de Compressão do Concreto. ec2 : Deformação de Compressão Plástica do Concreto. ecu : Deformação de Compressão na Ruptura do Concreto. e e s n 2c c cdc 11f85,0 Diagrama tensão-deformação do concreto na compressão 000 4 ck00 0 cu 00 053,0 ck00 0 2c 4 ck 100f90.356,2 50f.085,00,2 100f90.4,234,1n e e Propriedades do Concreto Diagrama tensão-deformação na tração Diagrama tensão-deformação do concreto na tração (Figura 8.3 da NBR6118/2014) sct : Tensão de Tração no Concreto. fctk : Resistência Característica do Concreto na Tração. Eci : Módulo de Elasticidade Tangente Inicial do Concreto. ect : Deformação de Tração do Concreto. Propriedades do Concreto Módulo de elasticidade (item 8.2.8 da NBR6118/2014) Módulo de Elasticidade Tangente Inicial: ckEci f.5600.E 3 1 ck E 3 ci 25,1 10 f ..10.5,21E - Classe C55 até C90: ciics E.E 0,1 80 f .2,08,0 cki - Classe C20 até C50: onde, E é função do tipo de agregado graúdo: E = 1,2 (basalto e diabásio) E = 1,0 (granito e gnaisse) E = 0,9 (calcário) E = 0,7 (arenito) Módulo de Elasticidade Secante: onde : Módulos de elasticidade do concreto considerando granito como agregado graúdo (tabela 8.1 da NBR6118/2014): Obs: fórmulas empírica s! entra MPa sai MPa. Propriedades do Concreto Módulo de elasticidade (item 8.2.8 da NBR6118/2014) Módulos de elasticidade do concreto considerando granito como agregado graúdo (tabela 8.1 da NBR6118/2014): Exercício 7: Calcule o módulo de elasticidade secante Ecs de um concreto classe C30 feito com brita comum (de granito). 0,1E 30.5600.0,1f.5600.E ckEci (classe C30) módulo de elasticidade tangente inicial: MPa30fck (brita de granito) módulo de elasticidade secante: MPa2683830672.875,0E.E ciics )ok(0,1875,0 80 30 .2,08,0 80 f .2,08,0 cki MPa30672 Propriedades do Concreto Diagrama de tensão-deformação para tipos de concreto C20 até C50 Propriedades do Concreto Diagrama de tensão-deformação para tipos de concreto C55 até C90 Símbolos Aço passivo: sS e eS : Tensão e Deformação do Aço. fyk : Resistência Característica do Aço na Tração. fyd : Resistência de Projeto (ou de Cálculo) do Aço na Tração. fyck : Resistência Característica do Aço na Compressão. fycd : Resistência de Projeto (ou de Cálculo) do Aço na Compressão. Concreto: sC e eC : Tensão e Deformação do concreto. fck : Resistência Característica do Concreto na Compressão. fcd : Resistência de Projeto (ou de Cálculo) do Concreto na Compressão Índices S = Steel = Aço k = CHaracteristc = Característico c = Concrete = Concreto ou Compression = Compressão d = Design = Projeto y = yield ? = produção ? rendimento ?
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