Buscar

Inst Elétricas M 2

Prévia do material em texto

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS 
 Módulo 02 
PROF. DAEME GONÇALVES 
 
 
Engenharia Civil Prof. DAEME GONÇALVES 
 
Instalações Elétricas 
P
a
g
. 
1
 
Uma vez pronto o padrão de entrada, segundo as especificações da 
norma técnica, compete à concessionária fazer a sua inspeção. Estan-
do tudo certo, a concessionária instala e liga o medidor e o ramal de 
serviço, Uma vez pronto o padrão de entrada e estando ligados o 
medidor e o ramal de serviço, a energia elétrica entregue pela conces-
sionária estará disponível para ser utilizada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 – Fornecimento de Energia Elétrica 
 
O fornecimento de energia elétrica em tensão secundária a unidade consumidora individual é realizado em 380/220 V, quando tr i-
fásica, e 220 V, quando monofásica, na frequência de 60 Hz, com os respectivos limites de carga instalada conforme tabela, segundo a CELPE. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 – Padrão de Entrada 
 
Padrão de entrada nada mais é do que o poste com isolador de roldana, 
bengala, caixa de medição e haste de terra, que devem estar instalados, 
atendendo às especificações da norma técnica da concessionária para o 
tipo de fornecimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os itens que compõem o Padrão de Entrada são: 
 Poste 
 Caixa para Medidor 
 Sistema de Aterramento 
 Eletrodutos 
 Fios e Condutores 
 Disjuntor 
 
 
Tensão Sistema Carga Instalada [kW] 
220 V Monofásico com neutro aterrado (fase e neutro) C.I. ≤ 15 
380 V / 220 V Trifásico, estrela com neutro aterrado (3 fases e neutro) 15 < C.I. ≤ 75 
 Tipos de Fornecimento e Tensão 
Elétrico 
Capítulo 
 01 
 
Fornecimento monofásico- feito a dois fios: 
 
 uma fase e um neutro 
 tensão de 220 V 
Fornecimento trifásico- feito a quatro fios: 
 
 Três fases e um neutro 
 tensão de 380 V / 220 V 
 
 
Engenharia Civil Prof. DAEME GONÇALVES 
 
Instalações Elétricas 
P
a
g
. 
2
 
 
QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO GERAL (QDG) 
 
Quadro de distribuição é o centro de distribuição de toda a instalação elétrica de uma residência. Ele é o centro de distribuição, pois recebe 
os fios que vêm do medidor. Nele é que se encontram os dispositivos de proteção. Dele é que partem os circuitos terminais que vão alimen-
tar diretamente as lâmpadas, tomadas e aparelhos elétricos. Deve ser previsto, para cada edificação de uso coletivo, um Quadro de Distribui-
ção Geral - QDG com dispositivo de proteção e seccionamento, constituído por um armário em chapa de ferro galvanizado nº 18USG (parte 
externa) e 20 USG (parte interna), instalado em local de fácil acesso e livre de inundação. No caso de edificações ligadas diretamente da rede 
de distribuição de baixa tensão, deve estar localizado o mais próximo possível do ponto de entrega, no limite de propriedade com a via públi-
ca. No caso de edificações ligadas através de subestação deve estar localizado preferencialmente emparede próxima ou contígua à mesma. 
 
 
3 – Condutores Elétricos 
 
O termo condutor elétrico é usado para designar um produto destinado a transportar corrente (energia) elétrica, sendo que os fios e os 
cabos elétricos são os tipos mais comuns de condutores. O cobre é o metal mais utilizado na fabricação de condutores elétricos para instala-
ções residenciais, comerciais e industriais. Um fio é um condutor sólido, maciço, provido de isolação, usado diretamente como condutor de 
energia elétrica. Por sua vez, a palavra cabo é utilizada quando um conjunto de fios é reunido para formar um condutor elétrico. 
 
Dependendo do número de fios que compõe um cabo e do diâmetro de cada um deles, um condutor apresenta diferentes graus de flexibili-
dade. A norma brasileira NBRNM280 define algumas classes de flexibilidade para os condutores elétricos, a saber: 
 
Classe 1 - são aqueles condutores sólidos (fios), os quais apresentam baixo grau de flexibilidade durante o seu manuseio. 
 
Classes 2, 4, 5 e 6 - são aqueles condutores formados por vários fios (cabos), sendo que, quanto mais alta a classe, maior a flexibilidade 
do cabo durante o manuseio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
E qual a importância da flexibilidade de um condutor nas instalações elétricas residenciais? 
 
Geralmente, nas instalações residenciais, os condutores são enfiados no interior de eletrodutos e passam por curvas e caixas de passagem 
até chegar ao seu destino final, que é, quase sempre, uma caixa de ligação 5 x 10 cm ou 10 x 10 cm instalada nas paredes ou uma caixa octo-
gonal situada no teto ou forro. Além disso, em muitas ocasiões, há vários condutores de diferentes circuitos no interior do mesmo eletrodu-
tos, o que torna o trabalho de enfiação mais difícil ainda. Nestas situações, a experiência internacional vem comprovando há muitos anos 
que o uso de cabos flexíveis, com classe 5, no mínimo, reduz significativamente o esforço de enfiação dos condutores nos eletrodutos, facili-
tando também a eventual retirada dos mesmos. Da mesma forma, nos últimos anos também os profissionais brasileiros têm utilizado cada 
vez mais os cabos flexíveis nas instalações elétricas em geral e nas residenciais em particular. 
 
QUAL A COR DOS CABOS? 
 
O padrão de cores adotadas para condutores elétricos pode ser diferente de acordo com o país ou 
região. No Brasil, a norma NBR 5410 determina que as cores que devem ser utilizadas para identificar 
os cabos e fios são: 
 
Azul claro: para condutores neutros com isolação; 
 
Verde ou verde com amarelo: para condutores de proteção (fio terra); 
 
Preto: indicado para condutores de retorno; 
 
Outras cores: indicado para condutores fase. 
 
Classe 1 Classe 2, 4, 5 e 6 
Conforme a norma ABNT NBR 5410, os condutores instalados em vãos de até 
15 metros devem ter uma seção superior a 4 mm
2
. 
 
 
Engenharia Civil Prof. DAEME GONÇALVES 
 
Instalações Elétricas 
P
a
g
. 
3
 
A escolha errada do condutor (bem como dos dispositivos de 
proteção) pode acarretar em graves acidentes, desde a exposição 
acidental a choques elétricos até incêndios, cabendo a responsa-
bilidade ao projetista ou ao instalador. A principal causa dos 
problemas em condutores está no aquecimento, quer seja o do 
meio onde o condutor está, quer seja aquele imposto pela passa-
gem da corrente. Um condutor com seção menor do que a neces-
sária irá aquecer em demasia, assim como a utilização de condu-
tores com a camada isolante imprópria para o meio também 
trará problemas (NAGEL,2008). 
Características do cobre: 
 
 Densidade – 8,95 g/cm3; 
 Ponto de fusão – 1.083°C; 
 Resistência à tração: fundido – 15 a 20 kgf/mm2; laminado e recozido – 20 a 26 kgf/mm2; encruado – 35 a 45 kgf/mm2; 
 Quando exposto ao ar, o cobre reage criando uma fina camada de óxido que o protegerá de novas oxidações; 
 Fácil deformação a frio e a quente; 
 A oxidação é lenta em ambientes de elevada concentração de umidade, porém é bastante rápida quando o metal sofre eleva-
ção de temperatura;
 
 Permite fácil soldagem. 
 
O cobre é o mais utilizado principalmente devido ao seu comportamento quanto à condutividade elétrica e térmica. 
 
Vale destacar que, apesar de existir uma norma específica para a padronização de fios e cabos elétricos, muitas instalações elétricas não 
seguem a coloração oficial — sobretudo em obras muito antigas ou irregulares. Por isso, jamais confie cegamente na cor do fio na hora de 
fazer novas conexões ou realizar manutenções. O ideal é sempre consultar detalhadamente os diagramas e mapas dainstalação, bem como 
medir a tensão presente em cada condutor. 
TIPOS DE CONDUTORES ELÉTRICOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONDUTORES DE ALUMÍNIO E DE COBRE 
 
Em função de suas propriedades elétricas, térmicas, mecânicas e custos, o cobre e o alumínio são os metais mais utilizados desde os primór-
dios da indústria de fabricação de fios e cabos elétricos. A prática nos leva a observar que, quase sempre, as linhas aéreas são construídas em 
alumínio e as instalações internas são com condutores de cobre As três principais diferenças entre o cobre e o alumínio dizem respeito à 
condutividade elétrica, conexões e Peso. 
 
Condutividade Elétrica - O número que expressa a capacidade que um material tem de conduzir a corrente; 
 
Resistividade Elétrica - O número que indica a propriedade que os materiais possuem de dificultar a passagem da corrente. 
 
 
Material Condutividade relativa ACS (%) 
Cobre mole 100 
Cobre meio duro 97,7 
Cobre duro 97,2 
alumínio 60,6 
 
 
cobertura 
isolação isolação 
condutor condutor 
Os dois compostos isolantes mais utilizados no Brasil são o PVC (cloreto de polivinila), o EPR (borracha etileno-propileno) e o 
XLPE (polietileno reticulado). Em relação à isolação, a utilização do PVC está limitada a 6 kV enquanto o EPR pode ser usado até 
138 kV (o limite de isolação também depende da espessura da camada isolante). 
 
 
Engenharia Civil Prof. DAEME GONÇALVES 
 
Instalações Elétricas 
P
a
g
. 
4
 
 As linhas aéreas em geral, onde os vãos entre as torres são grandes, o peso dos cabos tem grande influência, sendo me-
lhor o de alumínio. Por outro lado, quando o principal aspecto não é peso, mas é o espaço ocupado pelos condutores, es-
colhe-se o cobre por possuir um menor diâmetro. Essa situação é encontrada nas instalações internas, onde os espaços 
ocupados pelos eletrodutos, eletrocalhas, bandejas e outros são importantes na definição da arquitetura do local. 
 
 Uma das diferenças mais marcantes entre cobre e alumínio está na forma como se realizam as conexões entre conduto-
res ou entre condutor e conector. O cobre não apresenta requisitos especiais quanto ao assunto, sendo relativamente 
simples realizar as ligações dos condutores de cobre. Isto não ocorre com o alumínio. Quando exposta ao ar, a superfície 
do alumínio é imediatamente recoberta por uma camada invisível de óxido, de difícil remoção e altamente isolante. As-
sim, em condições normais, ao se encostar um condutor de alumínio em outro, é como estar colocando em contato dois 
isolantes elétricos, ou seja, não há contato elétrico entre eles. 
 
 O uso de condutores de alumínio só é admitido: 
 
Em instalações de estabelecimentos industriais podem ser utilizados condutores de alumínio, desde que, simultanea-
mente: 
 
a) a seção nominal dos condutores seja igual ou superior a 16 mm2; 
b) a instalação seja alimentada diretamente por subestação de transformação ou transformador, a partir de uma rede 
de alta tensão, ou possua fonte própria. 
 
Em instalações de estabelecimentos comerciais podem ser utilizados condutores de alumínio, desde que a seção no-
minal dos condutores seja igual ou superior a 50 mm2. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 – Proteção em Instalações Elétricas Prediais 
 
 
Disjuntores Termomagnéticos (DTM) 
Os disjuntores têm o mesmo papel dos fusíveis. Ele é um sistema de segurança de um circuito elétrico, contra 
sobrecargas elétricas ou curtos-circuitos, que tem a função de cortar a passagem de corrente elétrica no circuito, 
caso a intensidade da corrente ultrapassar a intensidade limite que, normalmente, vem especificada nos próprios 
disjuntores. Uma boa característica dos disjuntores, é que, além de proteger a corrente, ele também serve como 
dispositivo de manobra. 
 
Para reativar o disjuntor, basta que ligue a chave (dispositivo de manobra) novamente, enquanto que nos fusíveis 
queimados precisamos trocá-los por novos, podendo até tomar choque, quanto que isto não ocorre quando reli-
gamos o disjuntor. 
 
 
Disjuntor de 10 A 
Características do alumínio: 
 
 Densidade – 2,7 g/cm3; 
 Ponto de fusão – 660,2°C; 
 Resistência à tração: recozido – 3,5 a 6 kgf/mm2; encruado – 11 a 13 kgf/mm2; 
 Quando exposto ao ar seco, a sua condutividade permanece inalterada, porém na presença de umidade recobre-se de 
uma fina película de óxido, passando a ter uma resistência elevada com tensão de ruptura de 100 a 300 V;
 
 Fácil deformação a frio e a quente; 
 Exige-se processos especiais para soldagem. 
 
O alumínio é o material mais abundante na crosta terrestre. Na escala de utilização na área elétrica está em segundo lu-
gar. Mas a utilização do alumínio está crescente. 
∅𝑨𝒍 = 𝟏, 𝟐𝟖 ∅𝑪𝒖 
𝒎𝑪𝒖 ≈ 𝟐 𝒎∅𝑨𝒍 
Comparando o diâmetro e a massa dos condutores de alumínio e de cobre: 
 
 
 
 
 
Engenharia Civil Prof. DAEME GONÇALVES 
 
Instalações Elétricas 
P
a
g
. 
5
 
QDG com fusíveis de rosca QDG com disjuntores e barramento 
 
Existem vários tipos de disjuntores, o mais conhecido é o termomagnético que possui três funções: 
 
 manobra: abertura e fechamento do circuito; 
 proteção contra sobrecargas: quando a corrente elétrica acima do previsto para o disjuntor permanece 
por um determinado período, ativa um dispositivo do disjuntor que é sensível ao calor e provoca a 
abertura dele. 
 proteção contra curto-circuito: que através de um dispositivo magnético desativa o disjuntor, quando 
ocorre um aumento instantâneo da corrente elétrica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Disjuntores: Modelo NEMA E modelo DIN 
 
No mercado atualmente existem dois tipos de disjuntores para baixa tensão os “pretinhos” padrão norte-americano 
(NEMA) e os “branquinhos” padrão europeu (DIN). Esses dois modelos de disjuntores apresentam características 
próprias de atuação e construção, diferenças estas devido aos testes que são submetidos e em função do rigor de 
cada norma. Tradicionalmente tem se usado os disjuntores pretos em instalações no Brasil, no entanto, como são 
baseados em normas americanas não estão tão adaptados aos circuitos das instalações quanto os disjuntores brancos 
que são baseados em normas IEC (DIN), o mesmo padrão usado para as normas brasileiras, isso se considerando uma 
bitola de condutor específico. Os disjuntores DIN possuem capacidade de interrupção de curto-circuito maior que os 
NEMA. Por exemplo, para um disjuntor GE padrão NEMA de 25 A possui uma capacidade de interrupção de 3 kVA já 
um disjuntor padrão IEC da mesma marca possui capacidade de interrupção de 4,5 kVA. Pode-se verificar que o dis-
juntor branco possui uma resposta mais rápida frente a correntes de curto que o disjuntor preto. 
 
O tipo DIN segue o padrão europeu e seu tamanho é menor comprado ao NEMA. São versáteis e práticos e otimizam 
o espaço no quadro e ainda são fáceis de instalar. Além disso, ambos contam com o certificado do Inmetro. O tipo 
NEMA pode ser encontrado na cor preta, possui um tamanho maior e seu padrão é americano. 
 
Curva de Disparo dos Disjuntores 
 
A curva de ruptura do disjuntor é o tempo em que o disjuntor suporta uma corrente acima da corrente nominal por determinado tempo. 
Quando se tem uma equipamento muito delicado necessita-se que a interrupção do circuito quando a corrente passe o limite de funciona-
mento seja muito rápida, para que o equipamento não seja danificado, em compensação na partida de um motor por exemplo, para que 
este saia do estado de inércia e chegue a sua velocidade máxima uma grande corrente énecessária no instante da partida, as vezes muitas 
vezes maior do que a corrente para que este mesmo motor esteja em velocidade plena, nestes casos o disjuntor tem que suportar a corrente 
alta durante um período de tempo maior. 
Fusíveis de rosca 
Modelo NEMA 
Modelo DIN 
 
 
Engenharia Civil Prof. DAEME GONÇALVES 
 
Instalações Elétricas 
P
a
g
. 
6
 
1) Contato direto – falha de isolação 
ou remoção das partes isolantes, com 
toque acidental da pessoa em parte 
energizada (fase / terra-PE). 
2) Contato indireto – através do contato da pessoa coma 
parte metálica (carcaça do aparelho), que estará energiza-
da por falha de isolação, com interrupção ou inexistência 
do condutor de proteção (terra-PE). 
O Dispositivo DR protege a pessoa dos 
efeitos das circunstâncias ao lado sendo 
que no caso do contato direto e a única 
forma de proteção. 
D
isp
o
sitivo
 D
R
 d
e 30 m
A
 
U
 ~ 230 V
 ... 400 V
 
 
Os disjuntores se dividem em três tipos de curvas de disparo ou desarme: B, C e D. 
 
 
As normas de proteção NBR 5410 e NBR 5459 estabelecem que os disjuntores de curva B devem atuar 
para correntes de curto-circuito entre três e cinco vezes a corrente nominal. Já os de curva C atuam 
entre cinco e dez vezes a corrente nominal e, por fim, os disjuntores de curva D devem responder para 
correntes entre dez e vinte vezes a corrente nominal. 
 
Os disjuntores de curva B são indicados para cargas resistivas com pequena corrente de partida, como 
é o caso de aquecedores elétricos, fornos elétricos e lâmpadas incandescentes. 
 
Os disjuntores de curva C são indicados para cargas de média corrente de partida, como motores elé-
tricos, lâmpadas fluorescentes e máquinas de lavar roupas. 
 
Os disjuntores de curva D são indicados para cargas com grande corrente de partida, a exemplo de 
transformadores BT/BT (baixa tensão). 
 
 
Dispositivos DR, Módulos DR, Disjuntores DR 
 
 
O elevado número de acidentes originados 
no sistema elétrico impõe novos métodos e 
dispositivos que permitem o uso seguro e 
adequado da eletricidade reduzindo o peri-
go às pessoas, além de perdas de energia e 
danos às instalações elétricas. A destruição 
de equipamentos e incêndios são muitas 
vezes causados por correntes de fuga à 
terra em instalações mal executadas, sub-
dimensionadas, com má conservação ou 
envelhecimento. As correntes de fuga pro-
vocam riscos às pessoas, aumento de con-
sumo de energia, aquecimento indevido, 
destruição da isolação, podendo até ocasio-
nar incêndios. Esses efeitos podem ser 
monitorados e interrompidos por meio de 
um Dispositivo DR, Módulo DR ou Disjuntor 
DR. Os Dispositivos DR (diferencial residual) 
protegem contra os efeitos nocivos das 
correntes de fuga à Terra garantindo uma 
proteção eficaz tanto à vida dos usuários 
quanto aos equipamentos. A relevância 
dessa proteção faz com que a Norma Brasi-
leira de Instalações Elétricas –ABNT NBR 
5410, defina claramente a proteção de 
pessoas contra os perigos dos choques 
elétricos que podem ser fatais, por meio do 
uso do Dispositivo DR de alta sensibilidade 
(≤ 30mA). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(Catálogo Simens) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A somatória vetorial das correntes que passam pelos condutores ativos no núcleo toroidal é 
praticamente igual a zero (Lei de Kirchhoff). 
Existem correntes de fuga naturais não relevantes. Quando houver uma falha à terra (corren-
te de fuga) a somatória será diferente de zero, o que irá induzir no secundário uma corrente 
residual que provocará, por eletromagnetismo, o disparo do Dispositivo DR (desligamento do 
circuito). 
O dispositivo DR não substitui o disjuntor, ele deve ser colocado em série com o 
sistema, ou seja, depois do disjuntor geral e antes dos disjuntores dos sistemas. O 
DR só funciona com correntes de fuga para terra. Se uma pessoa toma um choque 
de mão para a terra (uma mão segurando a fase e a outra livre, mas com os pés em 
contato com a terra) o DR atuará, mas se uma pessoa toma um choque de mão 
para mão (uma mão segurando a fase e a outra o neutro) o DR não atuará a não ser 
que esta pessoa esteja também descalça, aí haverá uma fuga para a terra, fazendo 
o DR atuar desligando a energia. 
 
 
Engenharia Civil Prof. DAEME GONÇALVES 
 P
a
g
. 
7
 
Instalações Elétricas – Módulo 02 
A NBR 5410:2004, determina que a utilização dos DPS instalados junto ao ponto de entrada da linha 
elétrica na edificação ou no quadro de distribuição principal, o mais próximo possível do ponto de 
entrada, devem ficar dispostos, no mínimo. 
 
Recomendações e Exigências da NBR 5410 
 
A NBR 5410 exige, desde 1997, a utilização de proteção diferencial residual (disjuntor ou interruptor) de alta sensibilidade em circuitos ter-
minais que sirvam a: 
 
 tomadas de corrente em cozinhas, copas-cozinhas, lavanderias, áreas de serviço, garagens e, no geral, a todo local interno molhado em 
uso normal ou sujeito a lavagens; 
 tomadas de corrente em áreas externas; 
 tomadas de corrente que, embora instaladas em áreas internas, possam alimentar equipamentos de uso em áreas externas; 
 pontos situados em locais contendo banheira ou chuveiro. 
 
 
 
O que é o Dispositivo de Proteção contra Surtos (DPS)? 
 
 O DPS é um dispositivo de proteção contra surtos. Surtos de tensão são provocados por 
raios gerando uma sobretensão na rede quando ocorre incidência de raio na linha ou quando o raio 
ocorre próximo a ela. Essas sobretensões possuem frente de onda bem rápidas podendo queimar 
equipamentos eletroeletrônicos em segundos. Como o sistema elétrico é um sistema dinâmico tam-
bém podem surgir sobretensões na rede proveniente de manobra da concessionária ou fornecedor 
de energia. 
 
Deve ser provida proteção contra sobretensões transitórias, nos seguintes casos: 
 
 
a) quando a instalação for alimentada por linha total ou parcialmente aérea, ou incluir ela própria 
linha aérea, e se situar em região sob condições de influências externas AQ2 (mais de 25 dias de trovoadas por ano); 
 
 
b) quando a instalação se situar em região sob condições de influências externas AQ3 (Riscos provenientes da exposição dos 
componentes da instalação – partes da instalação situadas no exterior das edificações. 
 
 
 
 
 
 
Qual o esquema de ligação do DPS e do DR? 
O DPS deve ser ligado em paralelo ao DR. O princípio de funcionamento do DPS é, na verdade, como de um varistor comum. 
Quanto maior a tensão sobre um varistor, menor é a resistência elétrica fornecida para passagem de corrente. Fazendo uma 
analogia aos sistemas hidráulicos, o DPS seria como um dreno para sobretensões de energia de modo a evitar a queima dos 
seus aparelhos eletroeletrônicos da edificação. Por isso, o DPS deve ser ligado independente para cada fase , bem como o 
neutro. Na saída do DPS, de cada fase e neutro, deve ser ligado o condutor terra para proporcionar o "dreno" de energia em 
caso de sobretensões. 
 
 
 
NOTA: os circuitos não relacionados nas recomendações e exigências acima poderão ser protegidos apenas por disjuntores termo-
magnéticos (DTM). 
 
 
Engenharia Civil Prof. DAEME GONÇALVES 
 P
a
g
. 
8
 
Instalações Elétricas – Módulo 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O primeiro passo para especificação de um DPS é determinar se a edificação possui um Sistema de Proteção contra 
Descargas Atmosféricas (SPDA) externo ou se a rede da concessionária é aérea. Se uma destas duas condições é preenchida 
deveremos instalar em seu quadro de entrada um DPS tipo I. Caso não exista um SPDA externo ou a rede daconcessionária 
seja subterrânea, o primeiro DPS, também instalado no quadro de entrada, deverá ser um DPS tipo II, que protegerá as instala-
ções elétricas contra sobretensões induzidas ou surtos de manobra criados por variações bruscas de tensão da própria rede da 
concessionária. A Corrente de impulso depende das características das descargas atmosféricas esperadas na edificação, e o seu 
valor será função das características da localização, exposição às descargas atmosféricas e dimensões da edificação. Valores 
estes que podem ser obtidos através da norma ABNT –NBR 5419-2005. 
DR DPS 
B
ar
ra
m
en
to
 d
e 
n
eu
tr
o
 
B
ar
ra
m
en
to
 d
e 
P
E 
DG 
R 
S 
T 
N 
PE 
Circuitos 
Os DPS's tem classificações conforme sua disposição no sistema elétrico ao qual se deseja proteger: 
 
 Classe B: Instalações sujeitas à descargas diretas nos Pára-Raios da edificação ou descargas vindas pela 
rede elétrica.Usado em Industrias, Edifícios de elevada altura, etc. 
 
 Classe C: Instalações elétricas gerais, que muito provavelmente receberão "surtos" somente pela rede 
elétrica. Usado em Residências, Comércios e edificações de pequenos porte. 
 
 Classe D: Instalações elétricas com equipamentos muito sensíveis aos "surtos elétricos". Usado em hos-
pitais (centros cirúrgicos), centros de telecomunicações, etc. 
 
Em geral o mais utilizado e de fácil aquisição nas lojas é o de Classe C, pois acaba atendendo a maioria do usuá-
rios. 
 
 
 
Engenharia Civil Prof. DAEME GONÇALVES 
 P
a
g
. 
9
 
Instalações Elétricas – Módulo 02 
 
 
Quadro de distribuição geral com DR e com DPS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vamos tomar um exemplo, comprando-se um DPS Classe C, 280 VAC, 40 kA, 1.5 kV significa: 
 
A tensão máxima entre Fase e Terra nominal ao qual será instalado, deve ser de no máximo 280 VAC. Então se a ten-
são ultrapassar 280 VAC, o DPS escoará o excesso de tensão "surto" para o "terra". 
 
A corrente máxima suportada pelo DPS neste caso é de 40 kA (40.000 amperes, durante microssegundos). Se o "sur-
to" for mais de 40.000A ampères e durar mais de (10/350) microsegundos, o DPS queimará. 
 
A tensão máxima que o DPS deste caso suportará é de 1.5 kV (1.500 V), se o "surto" passar de 1.500 V o DPS não su-
portará e queimará. 
 
 
 
Engenharia Civil Prof. DAEME GONÇALVES 
 P
a
g
. 
1
0
 
Instalações Elétricas – Módulo 02 
 
 
 
 
 
 
 
 
O quadro de distribuição ou quadro de luz é o local onde se concentra a distribuição de toda a instalação elétrica, ou seja: 
 
 Onde se instalam os dispositivos de proteção dos circuitos 
 Onde se recebe os condutores (ramal de alimentação) que vêm do medidor ou centro de medição 
 Onde partem os circuitos terminais que irão alimentar as diversas cargas da instalação (lâmpadas, tomadas, chuveiros, 
torneira elétrica, condicionador de ar etc.) 
 
Principais partes ou componentes de um quadro de distribuição (DQ) ou quadro de luz (QL) são: 
 
 Disjuntor geral 
 Barramento de neutro 
 Barramento de proteção (terra) 
 Barramentos de instalação das fases 
 Disjuntores dos circuitos terminais 
 
Localização: o quadro de distribuição deve estar localizado: 
 
 Locais de fácil acesso: cozinha, área de serviço e corredores 
 O mais próximo possível do medidor 
 Locais onde haja maior concentração de cargas de potência elevadas 
 
 
1 – QDG com DTM e IDR (bifásico) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Quadro de Distribuição Geral (QDG) 
Elétrico 
Capítulo 
 02 
 
 
 
Engenharia Civil Prof. DAEME GONÇALVES 
 P
a
g
. 
1
1
 
Instalações Elétricas – Módulo 02 
 
2 – QDG com DTM e sem IDR (monofásico) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exemplo de circuitos terminais protegidos por disjuntores: 
 
 
 Circuito de Tomada de uso Geral (TUG) Circuito de Tomada de Uso Específico (TUE) 
 (F + N + PE) (F + N + PE) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Barramento 
de Proteção 
Disjuntor DR 
Fase 
Neutro 
PE 
Barramento 
de Proteção 
Disjuntor DR 
Fase 
Neutro 
PE 
 
 
Engenharia Civil Prof. DAEME GONÇALVES 
 P
a
g
. 
1
2
 
Instalações Elétricas – Módulo 02 
 
Circuito de Tomada de uso Específico (TUE) Circuito de Interruptor de duas seções 
 Chuveiro Elétrico (F + N + PE) (F + N + R) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diagrama Unifilar 
 
 
O diagrama unifilar é um desenho que utilizando simbologia específica, representa graficamente uma instalação elétrica, indi-
cando, sobre a planta 
Indicando, sobre a planta arquitetônica: 
 
• os pontos de luz e as tomadas; 
• a posição dos eletrodutos; 
• a localização dos quadros de distribuição; 
• a divisão dos circuitos; 
• o número e a caracterização dos condutores dentro dos eletrodutos. 
 
Tanto aspectos do circuito elétrico como do caminhamento físico da instalação são contemplados no diagrama unifilar. 
 
SIMBOLOGIA GRÁFICA 
 
Os símbolos gráficos usados nos diagramas unifilar são definidos pela norma NBR5444, para serem usados em planta baixa 
(arquitetônica) do imóvel. Neste tipo de planta é indicada a localização exata dos circuitos de luz, de força, de telefone e seus 
respectivos aparelhos. As tabelas a seguir mostram a simbologia do sistema unifilar para instalações elétricas prediais 
(NBR5444). 
 
DUTOS E DISTRIBUIÇÃO 
SÍMBOLO SIGNIFICADO OBSERVAÇÃO 
 
Condutor de fase no interior do eletroduto 
Cada traço representa um condutor. 
Indicar a seção, n° do circuito e a 
seção dos condutores, exceto se 
forem de 1,5 mm
2
. 
 
Condutor neutro no interior do eletroduto 
 
Condutor de retorno no interior do eletroduto 
 
Condutor de proteção elétrica no interior do eletroduto 
 
 
Barramento 
de Proteção 
Disjuntor DR 
Fase 
Neutro 
PE 
Barramento 
de Proteção Fase 
Neutro 
PE 
Retorno 
 
 
Engenharia Civil Prof. DAEME GONÇALVES 
 P
a
g
. 
1
3
 
Instalações Elétricas – Módulo 02 
 
DUTOS E DISTRIBUIÇÃO 
SÍMBOLO SIGNIFICADO OBSERVAÇÃO 
 
Eletroduto embutido na laje 
 
 
Eletroduto embutido na parede 
 
Eletroduto embutido no piso 
 
 
 
 
INTERRUPTORES 
SÍMBOLO SIGNIFICADO OBSERVAÇÃO 
 
Interruptor de uma seção 
 
 
 
 
 
 
Letra minúscula indica o ponto 
comandado 
 
Interruptor de duas seções 
 
Interruptor de três seções 
 
Interruptor paralelo ou Three-Way 
 
Interruptor intermediário ou Four-Way 
 
 
 
 
TOMADAS 
SÍMBOLO SIGNIFICADO OBSERVAÇÃO 
 
Tomada baixa (300 mm do piso acabado) 
A potência deverá ser indicada ao 
lado em VA (exceto se for 100 
VA), como também o número do 
circuito correspondente e a altu-
ra da tomada, se forem diferente 
da normalizada. 
 
Tomada média (1.300 mm do piso acabado) 
 
Tomada alta (2.000 mm do piso acabado) 
 
 
 
Vejamos um diagrama unifilar e uma representação do diagrama 
em 3D: 
 
Uma vez determinado o local para o quadro de distribuição, inicia-se o caminhamento partindo dele com um eletroduto em 
direção ao ponto de luz no teto da sala e daí para os interruptores e tomadas desta dependência. Neste momento, representa-
se também o eletroduto que conterá o circuito de distribuição. 
 
 
 
 
a 
ab 
a b 
c 
a 
 a 
 300 VA 
 -3- 
 300 VA 
 -3- 
 300 VA 
 -3- 
 
 
Engenharia Civil Prof. DAEME GONÇALVES 
 P
a
g
. 
1
4
 
Instalações Elétricas – Módulo 02 
Vista em 3D 
Diagrama Unifilar 
Diagrama Unifilar 
Diagrama Multifilar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Vejamos um exemplo: Diagrama multifilar e Diagrama unifilar: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QDG 
QDG 
-1- -1- 
1a 
a 
a 
100 VA 
Ponto de luz no teto 
Ponto de luz na parede 
Interruptor simples 
Interruptor paralelo 
Tomada baixa monofásica 
com terra 
Tomada média monofásica com terra 
Cx de saída média bifásica com terra 
Cx de saída alta bifásica com terra 
Campainha 
Botão de Campainha 
 
 
Engenharia Civil Prof. DAEME GONÇALVES 
 P
a
g
. 
1
5
 
Instalações Elétricas – Módulo 02 
Diagrama Multifilar Diagrama Unifilar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
a) Interruptor simples comandando uma lâmpada; duas tomadas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
b) Interruptor duplo comandando duas lâmpadas; duas tomadas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
a 
a 
a 
2 
2 
2 
1 
-2- 
-2- 
1 
 
 
Engenharia Civil Prof. DAEME GONÇALVES 
 P
a
g
. 
1
6
 
Instalações Elétricas – Módulo 02 
 
c) Interruptor triplo comnandando três lâmpadas; duas tomadas:: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
d) Interruptor paralelo – Three - Way: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Engenharia Civil Prof. DAEME GONÇALVES 
 P
a
g
. 
1
7
 
Instalações Elétricas – Módulo 02 
 
e) Interruptor intermediário – Four - Way: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
]

Continue navegando