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*1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CERÂMICAS *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * INTRODUÇÃO CERÂMICA é uma combinação perfeita do que os antigos gregos consideravam como os quatro elementos que constituíam o mundo. Ela é composta por terra, moldada com água, secada ao ar e, consolidada mediante o fogo. *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CONCEITO Keramos: “coisa queimada” (grego) Grinshaw(1971): materiais e artigos fabricados de terras que ocorrem naturalmente. Kingery(1976): a arte e a ciência da fabricação e utilização de artigos sólidos, que possuem em sua composição, compostos de materiais inorgânicos não metálicos. *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CONCEITO Glossário cerâmico: Produtos contendo materiais cerâmicos. Classe de produtos inorgânicos, não metálicos, que estão sujeitos a condições de alta temperatura durante sua fabricação. Materiais cerâmicos: materiais contendo compostos de elementos metálicos e não metálicos. Ex.: MgO, SiO2, argilas, (óxidos, nitretos, boretos, carbetos, silicetose silicatos), etc. *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CONCEITO Barsoum(1997): compostos sólidos, formados pela aplicação de calor, algumas vezes calor e pressão, constituídos por ao menos: – um metal (M) e um sólido elementar não-metálico (SENM) ou um não-metal (NM), – dois SENM, ou – um SENM e um NM. *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CONCEITO Metais (M): Na, Mg, Ti, Cr, Fe, Ni, Zn, Al... Não-metais (NM): N, O, H, halogênios, gases nobres... Sólidos elementares não-metálicos (SENM): B, P, S, C, Si, Ge. *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CONCEITO - M + NM: MgO, Al2O3 - M + SENM: TiC, ZrB2 - SENM + SENM: SiC, B4C SENM + NM: SiO2, Si3N4 As cerâmicas não estão limitadas aos compostos binários, pois os compostos podem ser complexos: Ba(M)Ti(M)O3(NM) –titanato de bário, Y(M)Ba2(M)Cu3(M)O7(NM) e, Ti3(M)Si(SENM)C2(SENM). *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CONCEITO Com base nas definições de Kingerye Barsoum, cerâmica pode ser definida como: “a arte, a ciência e a tecnologia de fabricação de compostos sólidos, que são formados pela aplicação de calor, e algumas vezes calor e pressão, constituídos em grande parte por materiais inorgânicos, não metálicos, denominados materiais cerâmicos” *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * PROCESSO DE FABRICAÇÃO *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CLASSIFICAÇÃO *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * PROPRIEDADES GERAIS São menos densos que a maioria dos metais e suas ligas; Os materiais usados na produção das cerâmicas são abundantes e mais baratos; A ligação química em cerâmicas é do tipo mista: covalente e iônica. Maior resistência ao calor que metais e polímeros; Alta capacidade calorífica; Baixo coeficiente de expansão térmica; Boa condutividade térmica. *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * PROPRIEDADES MECÂNICAS Alta dureza Resistência ao desgaste Resistência à corrosão Fragilidade (não sofrem deformação plástica) *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * MATÉRIAS PRIMAS (MP) Naturais sem tratamento químico Argila, feldspato, areia Sintéticas obtidas através de processos químicos, a partir de: Matérias-primas naturais – bauxita, calcita Outras matérias-primas sintéticas – CaO, SiC *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * MP NATURAIS Extraídas da natureza Submetidas apenas a tratamentos físicos Grande variação composição, pureza, propriedades e custos Podem ou não ser beneficiadas *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * MP NATURAIS *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * MP NATURAIS - ARGILA Silicatos de alumínio hidratados alteração, por intemperismo, de rochas ígneas, principalmente a partir do mineral feldspato K2O.Al2O3.6SiO2 + CO2 + 2H2O K2CO3 + Al2O3.2SiO2.2H2O + 4SiO2 Tipos de argila Caulinita: Al2O3.2SiO2.2H2O Montmorilonita: (Mg,Ca)O.Al2O3.5SiO2.nH2O Ilita: K2O, MgO, Al2O3, SiO2, H2O todas em proporções variáveis Feldspato potássico Caulinita *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * MP SINTÉTICAS Submetidas a tratamentos químicos Calcinação, sinterização, fusão/redução Minerais industrializados (85-98% de pureza): caulim, talco, feldspato, quartzo Produtos químicos industrializados (98-99,9 de pureza): Al2O3, MgO, AlN, SiC, Si3N4, TiO2, ZrO2 Produtos especiais (>99% de pureza): BaTiO3, sílica gel *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * DIVISÕES DA CERÂMICA Tradicional Produtos sílico- aluminosos, de baixo custo matérias- primas naturais Classificação Cerâmica vermelha, Materiais de revestimento, Cerâmica branca, Materiais refratários, Isolantes térmicos, Fritas e pigmentos, Abrasivos, Vidro, cimento e cal. *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CERÂMICA VERMELHA Tijolos Alvenaria Argilas Expandidas Jardins e floreiras Produção de concreto leve Isolamento térmico e acústico de ambientes *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CERÂMICA VERMELHA Fundentes abundantes Baixa temperatura Pouca vitrificação Resistência mecânica maior que a branca Mais baratos e mais duráveis *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CERÂMICA VERMELHA PROCESSO DE PRODUÇÃO *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CIMENTO PORTLAND Histórico A procura por segurança e durabilidade para as edificações conduziu o homem à experimentação de diversos materiais aglomerantes. Rochas naturais calcinação adição de água endurecimento Os romanos chamavam esses materiais de "caementum", termo que originou a palavra cimento. O engenheiro John Smeaton, em 1756, procurava um aglomerante que endurecesse mesmo em presença de água, de modo a facilitar o trabalho de reconstrução do farol de Edystone, na Inglaterra. *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CIMENTO PORTLAND Em suas tentativas, verificou que uma mistura calcinada de calcário e argila tornava-se, depois de seca, tão resistente quanto as pedras utilizadas nas construções. *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CIMENTO PORTLAND Coube, entretanto, a um pedreiro, Joseph Aspdin, em 1824, patentear a descoberta, batizando-a de cimento Portland, numa referência à Portlandstone, tipo de pedra arenosa muito usada em construções na região de Portland, Inglaterra. No pedido de patente constava que o calcário era moído com argila, em meio úmido, até se transformar-se em pó impalpável. A água era evaporada pela exposição ao sol ou por irradiação de calor através de cano com vapor. Os blocos da mistura seca eram calcinados em fornos e depois moídos bem finos. *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CIMENTO PORTLAND Aquele produto, no entanto, exceto pelos princípios básicos, estava longe do cimento Portland que atualmente se conhece, resultante de pesquisas que determinam as proporções adequadas da mistura, o teor de seus componentes, o tratamento térmico requerido e a natureza química dos materiais. *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CIMENTO PORTLAND O cimento Portland desencadeou uma verdadeira revolução na construção, pelo conjunto inédito de suas propriedades de MOLDABILIDADE, HIDRAULICIDADE (endurecer tanto na presença do ar como da água), elevadas resistências aos esforços e por ser obtido a partir de matérias-primas relativamente abundantes e disponíveis na natureza. A criatividade de arquitetos e projetistas, a precisão dos modernos métodos de cálculo e o genialidade dos construtores impulsionaram o avanço das tecnologias de cimento e de concreto, possibilitando ao homem transformar o meio em que vive, conforme suas necessidades. *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CIMENTO PORTLAND A importância deste material cresceu em escala geométrica, a partir do concreto simples, passando ao concretoarmado e finalmente, ao concreto protendido. A descoberta de novos aditivos, como a sílica ativa, possibilitou a obtenção de concreto de alto desempenho (CAD), com resistência à compressão até 10 vezes superiores às até então admitidas nos cálculos das estruturas. *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CIMENTO PORTLAND DEFINIÇÃO “Produto obtido pela pulverização do clínquer, constituído de silicatos de cálcio hidráulicos, sem adições após a calcinação, exceto de água e/ou sulfato de cálcio, além de outros materiais que não excedam teor de 1%” *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CIMENTO PORTLAND TIPOS Tipo I, comum produto usual das construções Tipo II, baixo calor de endurecimento usado também em contruções com ação moderada de sulfatos Tipo III, alta resistência inicial teor de sílica > que no Tipo I; maior proporção silicato tricálcico; moagem mais fina – endurecimento mais rápido Tipo IV, com calor de hidratação menores teores de silicato e aluminato tricálcicos; maior teor de aluminoferrito tetracálcio – calor de hidratação 15-35% do calor dos Tipos I e III Tipo V, resistente a sulfatos menor teor de aluminato tricálcico *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CIMENTO PORTLAND TIPOS *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CIMENTO PORTLAND Matérias-Primas CALCÁRIOS ARGILA GESSO MINÉRIO DE FERRO Composição Essencial Cal (CaO); Sílica (SiO2); Alumina (Al2O3) Óxido de ferro (Fe2O3) *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CIMENTO PORTLAND PREPARAÇÃO MP *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CALCÁRIOS São constituídos basicamente de carbonato de cálcio CaCO3 e dependendo da sua origem geológica podem conter várias impurezas, como magnésio, silício, alumínio ou ferro. O carbonato de cálcio é conhecido desde épocas muito remotas, sob a forma de minerais tais como a greda, o calcário e o mármore. O calcário é um rocha sedimentar, sendo a terceira rocha mais abundante na crosta terrestre e somente o xisto e o arenito são mais encontrados. O elemento cálcio, que abrange 40% de todo o calcário, é o quinto mais abundante na crosta terrestre, após o oxigênio, silício, alumínio e o ferro. CIMENTO PORTLAND PREPARAÇÃO MP *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CIMENTO PORTLAND PREPARAÇÃO MP CALCÁRIOS De acordo com o teor de Magnésio, o calcário se classifica em: Calcário calcítico (CaCO3) Teor de MgO: 0 - 4%. Devido à maior quantidade de cálcio a pedra quebra com maior facilidade e em superfícies mais uniformes e planas. Este calcário, também por ter menor quantidade de carbonato de magnésio exige maior temperatura para descarbonatar. Calcário dolomítico (CaMg(CO3)2) Teor de MgO: > 18% e por isso possui uma temperatura de descarbonatação ainda menor do que o calcário magnesiano. Calcário magnesiano (MgCO3) Teor de MgO: 4 - 18%. A presença maior de carbonato de magnésio faz com que este calcário tenha características bem diferentes do calcítico: *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CIMENTO PORTLAND PREPARAÇÃO MP CALCÁRIOS É uma pedra mais dura, com quebra irregular, formando conchas de onde vem o nome de pedra cascuda. O calcário magnesiano necessita de menos calor e uma temperatura menor para descarbonatar do que o calcítico. Ideal para fabricação de cal. Apenas o calcário vem sendo utilizado na fabricação do cimento. O uso de calcário com alto teor de MgO causa desvantagens na hidratação do cimento: MgO + H2O → Mg(OH)2 Isso provoca o aumento do volume e produz sais solúveis que enfraquecem o concreto quando exposto a lixiviação. *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CIMENTO PORTLAND PREPARAÇÃO MP ARGILA São silicatos complexos contendo alumínio e ferro como cátions principais e potássio, magnésio, sódio, cálcio, titânio e outros. A escolha da argila envolve disponibilidade, distância, relação sílica/alumínio/ferro e elementos menores como álcalis. A argila fornece os componentes Al2O3, Fe2O3 e SiO2. Podendo ser utilizado bauxita, minério de ferro e areia para corrigir, respectivamente,os teores dos componentes necessários, porém são pouco empregados. *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CIMENTO PORTLAND PREPARAÇÃO MP GESSO É o produto de adição final no processo de fabricação do cimento, com o fim de regular o tempo de pega por ocasião das reações de hidratação. É encontrado sob as formas de gipsita (CaSO4. 2H2O), hemidratado ou bassanita (CaSO4.0,5H2O) e anidrita (CaSO4). Utiliza-se também o gesso proveniente da indústria de ácido fosfórico a partir da apatita: Ca3(PO4)2 + 3H2SO4 + 6H2O → 2H3PO4 + 3(CaSO4. 2H2O) *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CIMENTO PORTLAND PROCESSO DE FABRICAÇÃO DO CIMENTO Preparação da mistura crua (Moagem de cru) O Calcário e argila são misturados e moídos a fim de se obter uma mistura crua para descarbonatação e clinquerização. O processo de moagem desta mistura envolve a pesagem do calcário e argila na proporção adequada ao projeto de produção. O processo de moagem consiste na entrada dos materiais dosados, num moinho de bolas ou de rolos, onde a moagem ocorre com impacto e por atrito. : *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CIMENTO PORTLAND PROCESSO DE FABRICAÇÃO DO CIMENTO : *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CIMENTO PORTLAND PROCESSO DE FABRICAÇÃO DO CIMENTO : *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CIMENTO PORTLAND PROCESSO DE FABRICAÇÃO DO CIMENTO Processo de clinquerização *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CIMENTO PORTLAND Etapas da Clinquerização Evaporação da água livre Ocorre em temperaturas abaixo de 100°C, no primeiro estágio de ciclones. H2O(l) (100°C) → H2O(g) (100°C) - 539,6 cal/g *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CIMENTO PORTLAND Etapas da Clinquerização Decomposição do carbonato de magnésio A decomposição da dolomita em MgO e CO2 tem início em 340°C, porém a medida que o teor de cálcio aumenta, também se eleva a temperatura de decomposição. MgCO3(s) (340°C) → MgO(s) + CO2(g) - 270 cal/g O MgO liberado vai dissolver-se na fase líquida (fundida), formada durante a queima e em parte formará soluções sólidas com as fases mais importantes do clínquer. Na temperatura de clinquerização, o MgO não se combina com os demais óxidos presentes, ficando livre na forma de periclásio (sistema CCC). *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CIMENTO PORTLAND Etapas da Clinquerização Decomposição do carbonato de Cálcio Esta reação tem início em temperatura acima de 805°C, sendo 894°C a temperatura crítica de dissociação do carbonato de cálcio puro a 1 atm de pressão. CaCO3(s) → CaO(s) + CO2 (g) - 393 cal/g Esta reação de descarbonatação é uma das principais para obtenção do clínquer, devido ao grande consumo de energia necessária à sua realização e à influência sobre a velocidade de deslocamento de material no forno. Nos fornos com pré-calcinadores cerca de 94% da descarbonatação ocorre no pré-calcinador e o restante no forno. Em fornos sem pré-calcinadores cerca 60% ocorre nos ciclones IV. É imprescindível que a descarbonatação esteja completa para que o material penetre na zona de alta temperatura no forno (zona de clinquerização). *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CIMENTO PORTLAND Etapas da Clinquerização DESIDROXILAÇÃO DAS ARGILAS As primeiras reações de formação do clínquer iniciam-se em 550°C, com a desidroxilação da fração argilosa da farinha (cru). A argila perde a água combinada, que oscila entre 5 e 7%, dando origem a silicatos de alumínio e ferro altamente reativos com o CaO que está sendo liberado pela decomposição do calcário. A reação entre os óxidos liberados da argila e o calcário, é lenta e a princípio os compostos formados contém pouco CaO fixado.Com o aumento da temperatura a velocidade da reação aumenta e os compostos enriquecem em CaO. *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CIMENTO PORTLAND Etapas da Clinquerização Formação do 2CaO.SiO2 A formação do 2CaO.SiO2 tem início em temperatura de 900°C onde mesmo sílica livre e CaO já reagem lentamente. Na presença de Ferro e Alumínio esta reação é acelerada. 2CaO + SiO2 (1200°C) → 2CaO.SiO2 = silicato dicálcico *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CIMENTO PORTLAND Etapas da Clinquerização Formação do 3CaO.SiO2 O silicato tricálcico inicia sua formação entre 1200°C e 1300°C a 1400°C os produtos de reação são 3CaO.SiO2, 2CaO.SiO2, 3CaO.Al2O3 e 4CaO.Al2O3.Fe2O3 e o restante de CaO não combinado. 2CaO.SiO2 + CaO (1260 a 1450°C) → 3CaO.SiO2 = silicato tricálcico *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CIMENTO PORTLAND Etapas da Clinquerização Primeiro resfriamento A complementação das reações de clinquerização podem ser afetadas pelo resfriamento sofrido pelo clínquer. Um resfriamento lento leva a um cimento de baixa qualidade. O primeiro resfriamento ocorre dentro do forno, após o clínquer passar pela zona de máxima temperatura. Nesta etapa pode ocorrer a decomposição do 3CaO.SiO2 segundo a reação: 3CaO.SiO2 → 2CaO.SiO2 + CaO livre *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CIMENTO PORTLAND Etapas da Clinquerização Segundo resfriamento O segundo resfriamento ocorre abaixo de 1200°C, já no resfriador. Este resfriamento lento também provoca uma maior corrosão dos cristais de 3CaO.SiO2 pela penetração desta fase, nas bordas dos cristais, auxiliando a formação de 2CaO.SiO2. O magnésio não combinado terá sua cristalização nesta etapa. Quanto mais lento for o resfriamento, maior será o desenvolvimento dos cristais de MgO, aglutinando em zonas. *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CIMENTO PORTLAND Etapas da Clinquerização Termoquímica da calcinação A formação dos compostos do clínquer consome pouca caloria e os principais valores da formação a 1300°C são: 2CaO + SiO2 → 2CaO.SiO2 - 146 cal/g 3CaO + SiO2 → 3CaO.SiO2 - 111 cal/g 3CaO + Al2O3 → 3CaO.Al2O3 - 21 cal/g 4CaO + Al2O3 + Fe2O3 → 4CaO.Al2O3.Fe2O3 - 25 cal/g *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CIMENTO PORTLAND PROCESSO DE FABRICAÇÃO DO CIMENTO Para que ocorra o aquecimento do material cru, o mesmo é lançado numa torre de ciclones onde em fluxo contrário, corre os gases quentes da combustão. Nos ciclones ocorrem a separação dos gases e material sólido. Os gases são lançados na atmosfera após passarem por um filtro eletrostático onde as partículas, ainda presentes dos gases são precipitadas e voltam ao processo. Após passagem pelos ciclones o material entra no forno rotativo onde ocorrem as reações de clinquerização. : *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CIMENTO PORTLAND PROCESSO DE FABRICAÇÃO DO CIMENTO Após a clinquerização o clínquer formado é bruscamente resfriado com ar frio em contra corrente. O clínquer daí é estocado em silos para a produção do cimento. *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CIMENTO PORTLAND PROCESSO DE FABRICAÇÃO DO CIMENTO *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CIMENTO PORTLAND PROCESSO DE FABRICAÇÃO DO CIMENTO O cimento é produzido moendo-se o clínquer produzido no forno, com o gesso. É permitido também a adição de calcário e escória de alto forno (fabricação de ferro gusa) em teores determinados de acordo com o tipo de cimento a ser produzido. O Cimento Portland de alta resistência inicial (ARI) - NBR 5733 , o cimento portland branco, o cimento portland de moderada resistência aos sulfatos e moderado calor de hidratação (MRS) e o cimento portland de alta resistência a sulfatos (ARS) – NBR 5737, não recebem outros aditivos, a não ser o gesso. Portanto, são feito de clínquer + gesso. *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CIMENTO PORTLAND PROCESSO DE FABRICAÇÃO DO CIMENTO O gesso é destinado ao controle do tempo de pega do cimento, para propiciar o manuseio ao adicionar água. O teor de gesso varia em torno de 3% no cimento. O cimento portland de alto forno – NBR 5735, além de gesso, recebe 25 a 65% de escória. Cimento portland pozolânico – NBR 5736, recebe além de gesso, a adição de material pozolânico (argila calcinada ou pozolana natural), nos seguintes teores: de 10 a 40% para cimento tipo 25 Mpa e de 10 a 30% para tipo 32 Mpa. *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CIMENTO PORTLAND PROCESSO DE FABRICAÇÃO DO CIMENTO Para o cimento portland comum – NBR 5732, é permitida a adição de escória granulada de alto forno num teor de até 10%. O clínquer com seus aditivos mencionados, passam ao moinho para a moagem final, onde devem ser asseguradas granulometrias convenientes para qualidade do cimento. Após moído o cimento é transportado para silos de estocagem, onde são extraído e ensacados em ensacadeiras automáticas em sacos de 50 ou 25Kg. *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CIMENTO PORTLAND HIDRATAÇÃO *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CIMENTO PORTLAND Reações de hidratação O 3CaO.Al2O3 é o primeiro a reagir: 3CaO.Al2O3 + CaO + 12H2O → Al2O3 . 4CaO . 12H2O O 3CaO.SiO2 reage a seguir: 3CaO.SiO2 + 4,5H2O → SiO2 . CaO . 2,5H2O + 2Ca(OH)2 2[3CaO.SiO2 ]+ 6H → 3CaO.2SiO2 . 3H2 + 3Ca(OH)2 *1SEM-2010 *CRP186 Química Tecnológica * CIMENTO PORTLAND Reações de hidratação O 2CaO.SiO2 reage muito mais tarde, do seguinte modo: 2CaO.SiO2 + 3,5H2O → SiO2 . CaO . 2,5H2O + Ca(OH)2 2[2CaO . SiO2] + 3H2O → 3CaO . 2SiO2 . 4H + Ca(OH)2
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