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TRABALHO DIREITO PENAL I

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TRABALHO DIREITO PENAL I
Lei 7.210/84(Art.31 a 43)
Nome: Maurício Alves Junior		RA:20035344			Turma 12111
Pressuposto e Objetivos da Execução Penal
Adotado o sistema vicariante pelo legislador penal, e considerando que a execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal, conforme anuncia o art. 1º da Lei de Execução Penal, constitui pressuposto da execução a existência de sentença criminal que tenha aplicado pena, privativa de liberdade ou não, ou medida de segurança, consistente em tratamento ambulatorial ou internação em hospital de custodia e tratamento psiquiátrico.
Visa se pela execução fazer cumprir o comando emergente da sentença penal condenatória ou absolutória impropria, estando sujeitas a execução, também, as decisões que homologam transação penal em sede de juizado especial criminal.[2: Renato Marcão, Lei de Execução Penal anotada e interpretada, p.2.]
A execução penal deve objetivar a integração social do condenado ou do internado, já que adotada a teoria mista ou eclética, segundo a qual a natureza retributiva da pena não busca apenas a prevenção, mas também a humanização. Objetiva se, por meio de execução, punir e humanizar.
Natureza Juridica
Doutrina e jurisprudência apontam divergências sobre a natureza jurídica da execução penal.
Conforme leciona Ada Pellegrini Grinover: “na verdade, não se nega que a execução penal é atividade complexa, que se desenvolve, entrosadamente, nos planos jurisdicional e administrativo. Nem se desconhece que dessa atividade participam dois poderes estaduais: o judiciário e o executivo, por intermédio, respectivamente, dos órgãos jurisdicionais e dos estabelecimentos penais” .[3: Ada Pellegrini Grinover, Execução penal, p.7.]
Segundo Paulo Lucio Nogueira, “a execução penal é de natureza mista, complexa e eclética, no sentido de que certas normas da execução pertencem ao direito processual, como a solução de incidentes, enquanto outras que regulam a execução propriamente dita pertencem ao direito administrativo”.[4: Paulo Lucio Nogueira, Comentários à Lei de Execução Penal, p.5-6.]
Temos que a execução penal é de natureza jurisdicional, não obstante a intensa atividade administrativa que a envolve.
As decisões que determinam efetivamente os rumos da execução são jurisdicionais, e isso está claro na redação do art. 194 da Lei de Execução Penal, onde se lê que “ o procedimento correspondente às situações previstas nesta Lei será judicial, desenvolvendo se perante o Juízo de Execução”, e também na dos arts. 2º e 65 desta mesma Lei, “Ao passar em julgado a sentença condenatória, surge entre o condenado e o Estado uma complexa relação jurídica, com direitos, expectativas de direitos e legítimos interesses, de parte a parte, inclusive no que se refere aos incidentes da execução e, como em qualquer relação juridica, os conflitos, para serem dirimidos, demandam a intervenção jurisdicional”.[5: Armira Bergamini Miotto, Curso de ciência penitenciaria, São Paulo, Saraiva, 1975, v. 1, p. 59, apud Julio F. Mirabete, Execução penal, p.19.]
Do Trabalho
Como disse Alfredo Issa Àssaly, “O trabalho presidiário, consagrado em todas as legislações hodiernas, constitui uma das pedras fundamentais dos sistemas penitenciários vigentes e um dos elementos básicos da política criminal”.[6: Alfredo Issa Àssaly, o trabalho penitenciário, p.15.]
O trabalho sentenciado tem dupla finalidade: educativa e produtiva.
As disposições da Lei de Execução Penal colocam o trabalho penitenciário sob a proteção de um regime jurídico. Antes da lei, nas penitenciarias onde o trabalho prisional era obrigatório, o presa não recebia remuneração, e seu trabalho não era tutelado contra riscos nem amparado por seguro social(item 53 da exposição de motivos da LEP).
Atendendo às disposições contidas nas regras mínimas da ONU para o tratamento de reclusos, a remuneração obrigatória do trabalho prisional foi introduzida na Lei 6.416/77, que estabeleceu também a forma de sua aplicação. Consoante o item 51 da exposição de motivos da Lei de Execução Penal, ficando assim reproduzido o elenco das exigências pertinentes ao empresa da remuneração obtida pelo preso: na indenização dos danos causados pelo crime, desde que determinados judicialmente e não reparados por outros meios; na assistência à própria família, segundo a lei civil; em pequenas despesas pessoais; e na constituição de pecunio, em caderneta de poupança, que será entregue à saída do estabelecimento penal.
Ainda, as tarefas executadas como prestação de serviços à comunidade não serão remuneradas.
Para o condenado à pena de prisão simples o trabalho é facultativo, se a pena aplicada não excede a quinze dias, conforme estabelece o §2º do art. 6º do Decreto Lei n. 3.688, de 3 de outubro de 1941( Lei das Contravenções Penais).
Estranhamente , o condenado por crime político não esta obrigado a trabalhar, nos precisos termos do art. 200 da Lei de Execução Penal.
Do Trabalho Interno
Respeitadas as aptidões, a idade, a habilitação, a condição pessoal(doentes ou portadores de necessidades especiais), a capacidade e as necessidades futuras, todo o condenado definitivo esta obrigado ao trabalho, o que não se confunde com a pena de trabalho forçado, e, de conseqüência, não contraria a norma constitucional estabelecida no art. 5º, XLVII, c.
Para o preso provisório o trabalho é facultativo, e só poderá ser executado no interior do estabelecimento.
Diante da possibilidade de execução provisória da sentença condenatória que não transitou em julgado para a defesa(art. 2º da LEP; Súmula 716 do STF), é recomendável que o preso provisório se submeta ao trabalho, exercendo a faculdade legal(art.31, parágrafo único, da LEP) e a possibilidade de remissão (art. 126 da LEP).
Já se decidiu, entretanto, que ao preso provisório “não se faz possível a remição dos dias trabalhados durante o período de custodia provisória”.[7: RT, 617/337.]
A jornada normal de trabalho não será inferior a seis, nem superior a oito horas, com descanso nos domingos e feriados, podendo ser atribuído horário especial de trabalho aos presos designados para os serviços de conservação e manutenção do estabelecimento penal(art.33 da LEP), tais como os que desempenham atividades de “faxina”, na administração, em enfermarias etc.
 A Lei de execução Penal limita o artesanato sem expressão econômica,permitindo o apenas nos presídios existentes em região de turismo.
“o disposto no art. 32, §1º, da LEP, dirigi se aos responsáveis pela administração do sistema penitenciário, que deverão limitar, tanto quanto possível, o exercício de atividade laborativa artesanal pelos presos, de tal forma que não são proibidas e, sim, limitadas as atividades dessa natureza”.[8: RjTACrimSP, 35/88.]
Se realizado o trabalho artesanal, ainda que não se trate de região de turismo, evidentemente não se poderá negar o direito a remição de pena, desde que atendidos os requisitos legais.
Do Trabalho Externo
Nos precisos termos do art.36 da LEP, “O trabalho externo será admissível para os presos em regime fechado somente em serviço ou obras publicas realizadas por órgãos da administração direta ou indireta, ou entidades privadas, desde que tomadas as cautelas contra a fuga em favor da disciplina”, e a prestação de trabalho a entidade privada depende do consentimento expresso do preso(§3º).
A autorização para o trabalho externo não se insere no rol das atividades jurisdicionais, não estando incluída no art. 66 da LEP.
Cabe ao diretor do estabelecimento prisional autorizar, ou não, o trabalho externo, conforme a luz do art. 37, caput, da LEP.
Assim como para o trabalho interno, devem ser observadas e respeitadas, com relação ao preso, suas aptidões, sua idade, sua habilitação, sua condição pessoal(doentes e portadores de necessidades especiais), sua capacidade e suas necessidades futuras.
O trabalho externo submete se a satisfação de dois requisitos básicos. Um subjetivo, qual seja, a disciplinae responsabilidade, que a nosso ver devem ser apuradas em exame criminológico e outro objetivo, consistente na obrigatoriedade de que tenha o preso cumprido o mínimo de um sexto de sua pena.
Consoante a sumula 40 do Superior Tribunal de Justiça, “Para a obtenção dos benefícios de saída temporária e trabalho externo, considera se o tempo de cumprimento da pena no regime fechado”, em outras palavras, ingressando no regime semiaberto, por progressão, na avaliação do requisito objetivo indispensável para a concessão do beneficio, cumputa se o tempo de pena cumprido no regime fechado.
Concedido o beneficio, se o preso praticar fato definido como crime ou for punido com falta grave, ou ainda, se faltar com o dever de disciplina e responsabilidade, será regovada a autorização de trabalho externo.
Assim como a autorização, a revogação é um ato do diretor do estabelecimento prisional.
Trata se de revogação obrigatória, já que desatendida a finalidade da medida, e por ter se revelado o preso desmerecedor da benesse.
Dos Deveres
Como atividade complexa que é, em todos os sentidos, a execução penal pressupõe um conjunto de deveres e direitos envolvendo o Estado e o condenado, de tal sorte que, alem das obrigações legais inerentes ao seu particular estado, o condenado deve submeter se a um conjunto de normas de execução de pena.
Referidas normas, trazidas em deveres, representam, na verdade, um código de postura do condenado perante a Administração e o Estado, pressupondo formação ético social muitas vezes não condizente com a própria realidade do preso.
Devera ajustar se aquilo que preferimos chamar de “código de postura carcerária”, cumprindo destacar mais uma vez, nesse passo, e com apoio na sempre abalizada visão de Manoel Pedro Pimentel, que “ingressando no meio carcerário o sentenciado se adapta, paulatinamente, aos padrões da prisão. Seu aprendizado neste mundo novo e peculiar é estimulado pela necessidade de se manter vivo e, se possível, ser aceito no grupo. Portanto, longe de estar sendo ressocializado para a vida livre, esta, na verdade, sendo socializado para viver na prisão. É claro que o preso aprende rapidamente as regras disciplinares na prisão, pois esta interessado em não sofrer punições. Assim, um observador desprevenido pode supor que um preso de bom comportamento é um homem regenerado, quando o que se da, é algo inteiramente diverso: trata se apenas de um homem prisonizado”.[9: Manoel Pedro Pimentel, O crime e a pena na atualidade, p.158.]
Em conformidade com o disposto no art. 39 da LEP, constituem deveres do condenado:
I – comportamento disciplinado e cumprimento fiel da sentença;
II – obdiencia ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar se;
III – urbanidade e respeito no trato com os demais condenados;
IV – conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos de fuga ou de subversão à ordem ou à disciplina;
V – execução trabalho, das tarefas e das ordens recebidas;
VI – submissão a sanção disciplinar imposta;
VII – indenização à vitima ou a seus sucessores;
VIII – indenização ao Estado, quando possível, das despesas realizadas com sua manutenção, mediante desconto proporcional da remuneração do trabalho;
IX – higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento;
X – conservação dos objetos de uso pessoal;
Naquilo que não for incompatível, o rol de deveres acima transcrito aplica se ao preso provisório.
Dos Direitos
Consoante o art. 5º, III e XLXIX, da Constituição Federal, “ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante”; e “é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral”.
 A execução penal, no Estado Democrático e de Direito, deve observar estritamente os limites da lei e do necessário ao cumprimento da pena e da medida de segurança. Tudo o que excede os limites contraria direitos.
Nos termos do art. 41 da LEP, são direitos do preso:
I – alimentação suficiente e vestuário;
II – atribuição de trabalho e sua remuneração;
III – previdência social;
IV – constituição de pecúlio;
V – proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação;
VI – exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena;
VIII – proteção contra qualquer forma de sensacionalismo;
IX – entrevista pessoal e reservada com o advogado;
X – visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados;
XI – chamamento nominal;
XII – igualdade de tratamento, salvo quanto as exigências da individualização da pena;
XIII – audiência especial com o diretor do estabelecimento;
XIV – representação e petição a qualquer autoridade em defesa de direito;
XV – contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes;
XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena de responsabilidade da autoridade judiciária competente.
É bem verdade que o artigo 41 estabelece um vasto rol, onde estão elencados o que se convencionou denominar direitos do preso. Referido rol é apenas exemplificativo, pois não esgota, em absoluto, os direitos da pessoa humana, mesma daquela que se encontra presa, e assim submetida a um conjunto de restrições. Tambem em tema de direitos do preso, a interpretação que se deve buscar é a mais ampla, no sentido de que tudo aquilo que não constitui restrição legal, decorrente da particular condição do encarcerado, permanece como direito seu.
Deve se buscar, primeiro, o rol de restrições. O que nele não se inserir será permitido, e, portanto, direito seu.
Direito, é certo, que deverá ser interpretado tomando se por base sua condição de pessoa humana, ainda que sujeita as restrições permitidas no ordenamento jurídico. É preciso ter lógica e coerência na interpretação das regras proibitivas, seja para impedir ou permitir a pratica de determinada conduta.
Mediante decisão motivada do diretor do estabelecimento prisional, poderão ser suspensos ou restringidos os direitos estabelecidos nos incisos V, X e XV, acima indicados.
No que for compatível, as observações acima aplicam se ao preso provisório e ao submetido à medida de segurança.
Ressalta se, por oportuno, que “é publico e notório que o sistema carcerário brasileiro ainda não se ajustou à programação visada pelo LEP, não há, reconhecidamente, presídio adequado ao idealismo programático da LEP. É verdade que, em face da carência absoluta nos presídios, notadamente no Brasil, os apenados recolhidos sempre reclamam mal estar nas acomodações, constrangimento ilegal e impossibilidade de readaptação à vida social. Por outro lado, é de sentir que, certamente, mal maior seria a reposição à convivência da sociedade de apenado não recuperado provadamente, sem condições de com ela coexistir”.[10: RT, 736/685]
REFERENCIAS
ÁSSALY, Alfredo Issa. O trabalho penitenciário. São Paulo: Martins, 1944.
GRINOVER, Ada Pellegrini. Execução penal. São Paulo: Max Limonad, 1987.
MARCÃO, Renato. Lei de Execução Penal anotada e interpretada. 3 ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008.
MARCÃO, Renato. Curso de execução penal 9. Ed. ver., ampl e atual de acordo com as Leis n. 12.258/2010(monitoramento eletrônico) e 12.313/2010(inclui a defensoria publica como órgão de execução penal). São Paulo: Saraiva, 2011.
MIRABETE, Julio F. Execução penal.9. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
MIOTTO, Armida Bergamini. Curso de direito penitenciário. São Paulo: Saraiva, 1975 v. 1 e 2.
NOGUEIRA, Paulo Lucio. Comentarios à Lei de Execução Penal. 3. Ed. São Paulo: Saraiva, 1996.
PIMENTEL, Manoel Pedro. Prisoes Fechadas – Prisoes Abertas. São Paulo: Cortez & Moraes, 1978.

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