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Parecer PGFN Decadência e Prescrição pdf

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Parecer 1770/2012 da Procuradoria da Fazenda Nacional, apresentado pelo Memorando PGFN 4363 
Sobre a Decadência e Prescrição no Simples Nacional 
 
Consulta da Secretaria Executiva do Comitê Gestor do Simples Nacional sobre decadência e prescrição nos 
tributos desse regime. 
 
 
Por meio do Oficio CGSN/SE/No 28/2012, de 17 de fevereiro de 2012, a Secretaria Executiva do Comitê Gestor 
do Simples Nacional formula a esta Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional consulta com o seguinte teor: 
"Nos termos dos artigos 12 e 13 da Lei Complementar no 123/2006, o Simples Nacional constitui-se em 
Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições, implicando o recolhimento mensal, 
pelas micro e pequenas empresas optantes, mediante documento Único de arrecadação, de até seis tributos 
federais (IRPJ, IPI, CSLL,COFINS, PIS/PASEP e CPP), um estadual (ICMS) e um municipal (ISS). 
 
As empresas optantes devem efetuar, mensalmente, o cálculo do valor devido por meio de sistema eletrônico 
simplificado e entregar, anualmente, declaração anual de informações socioeconômicas e fiscais (artigos 18, 
15, e 25, caput da LC 123/2006). 
 
Para os fatos geradores ocorridos até o período de apuração dezembro/2011, a declaração anual constitui-se 
em confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos tributos e contribuições que não 
tenham sido recolhidos resultantes das informações nela prestadas (art. 25, § 1º). A partir do período de 
apuração Janeiro/2012, o caráter declaratório de confissão de dívida passou a estar instrumentalizado nas 
informações mensais prestadas no sistema eletrônico de cálculo (art. 18, 15-A da LC 123/2006, incluído pela 
Lei Complementar no 139/2011 ). 
 
Portanto, todos os tributos devidos no âmbito do Simples Nacional (federais, estadual e municipal) são 
apurados pelas empresas optantes de modo unificado, utilizando o mesmo sistema de cálculo, forma de 
declaração e cumprimento de prazos. 
 
Ocorre, por, que no âmbito do GT 38 do CONFAZ e nesta Secretaria Executiva surgiram dúvidas acerca da 
aplicação dos institutos da decadência e prescrição no tocante ao Simples Nacional, tendo em vista sua 
característica peculiar de regime unificado de arrecadação de tributos de entes federados distintos (União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios). 
 
Assim com o intuito de dirimir as dúvidas e divulgar o entendimento a todos os entes federados, e 
considerando o disposto no 50 do art. 20 do Decreto no 6.038/2007, solicitamos a manifestação dessa 
Procuradoria no sentido de exarar parecer quanto às seguintes questões: 
 
1. Qual o prazo para lançamento de débitos apurados na forma do Simples Nacional, quando a empresa 
optante não apresentar a declaração anual (para fatos geradores ocorridos até 31/12/2011), ou não prestar as 
informações mensais de cálculo para fatos geradores ocorridos a partir de 01/01/2012), ou apresentá-las com 
deficiência, ou efetuar pagamentos sem a apresentaçã0 das citadas declarações? Qual o termo inicial desse 
prazo, em cada situação? 
 
1.1. Exemplificativamente, quando irá decair, em tal situação, o direito de lançamento dos débitos relativos 
aos períodos de apuração julho a dezembro de 2007, que estavam sujeitos à declaração anual, nas seguintes 
hipóteses: 
 
1.1.1. Inércia total do contribuinte, ou seja, ausência de pagamentos e ausência de declaração; 
 
1.1.2. Inércia parcial do contribuinte, com ausência de declaração, mas com pagamentos nas competências 
mensais, e valores a lançar superiores aos dos pagamentos efetuados; 
 
1.1.3. Inércia parcial do contribuinte, com apresentação da declaração, ausência de pagamentos e valores a 
lançar; 
 
1.1.4. Ação total do contribuinte, com declaração e pagamentos, mas com valores a lançar. 
1.2. Exemplificativamente, quando irá decair em tal situação, o direito de lançamento dos débitos relativos 
aos períodos de apuração janeiro a dezembro de 2012, que estão sujeitos declaração mensal, nas seguintes 
hipóteses: 
 
1.2.1. Inércia total do contribuinte, ou seja, ausência de pagamentos e ausência de declaração; 
 
1.2.2. Inércia parcial do contribuinte, com ausência de declaração, mas com pagamentos na competência, e 
valores a lançar superiores aos dos pagamentos efetuados; 
 
1.2.3. Inércia parcial do contribuinte, com apresentação da declaração, ausência de pagamentos e valores a 
lançar; 
 
1.2.4. Ação total do contribuinte, com declaração e pagamentos, mas com valores a lançar. 
 
2. A partir de que data o lançamento fiscal poderia [ter] sido efetuado, para as competências até dezembro 
de 2011 e a partir de janeiro de 2012: 
 
2.1. Exemplificativamente, a partir de que data o lançamento fiscal relativo à competência de julho de 2007 
poderia ter sido efetuado? 
2.2. Exemplificativamente, a partir de que data o lançamento fiscal relativo à competência janeiro de 2012 
poderia ter sido efetuado? 
 
3. Qual o prazo prescricional para cobrança dos débitos do Simples Nacional, declarados pela empresa 
optante, mas não recolhidos, tanto em relação à declaração anual (para fatos geradores ocorridos até 
31/12/2011) ou às informações mensais de cálculo (para fatos geradores ocorridos a partir de 01/01/2012)? 
Qual o termo inicial desse prazo, em ambos os casos? 
 
4. Os prazos decadencial e prescricional deverão ser contados em relação a cada tributo integrante do 
Simples Nacional (federais, estadual e municipal) ou aplicar-se prazo único a todos? Exemplificativamente: 
partindo do pressuposto de que haja termos iniciais distintos para os casos de adimplemento parcial de tributo 
e de total inadimplemento, se a empresa pagar uma fração dos tributos federais e não efetuar qualquer 
pagamento de ICMS (estadual), o prazo decadencial de todos os tributos se iniciará em um único momento, ou 
para a decadência de cada tributo haver um termo inicial próprio? Se o termo inicial for único, qual será ele?" 
(Destaques no original) 
 
Pensamos poder responder à consulta de forma englobada, para maior clareza e simplicidade. 
 
1. Iniciemos por dizer que a Constituição Federal de 1988, no artigo 146, III, b, reservou a disciplina da 
decadência e da prescrição em matéria tributa à lei complementar, a ser editada pelo Congresso Nacional com 
o quorum de maioria absoluta, previsto no artigo 69 da mesma Carta. São também reservadas a essa espécie 
de lei, na forma da alínea d ao inciso III do referido artigo 146 da Constituição, acrescentada pela Emenda 
Constitucional nº 42 de 2003, a instituição de tratamento tributo diferenciado e favorecido para as 
microempresas e empresas de pequeno porte, e, consoante o parágrafo único ao mesmo artigo 146, também 
introduzido pela EC nº 42, de 2003, a criação de um regime único de arrecadação de impostos e contribuições 
da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, no âmbito do tratamento diferenciado e favorecido acima 
mencionado. 
 
Confira-se com a transcrição dos preceitos: 
 
Art. 146. Cabe lei complementar 
[...] 
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: 
 
[...] 
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; 
[...] 
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno 
porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das 
contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239. 
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir um regime único de 
arrecadação dos impostos e contribuiçõesda União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
observado que: 
I - será opcional para o contribuinte; 
II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado, 
III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de recursos pertencentes aos 
respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção ou condicionamento, 
IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes federados, adotado 
cadastro nacional único de contribuintes. 
 
4 Para implementar tudo isso, foi editada a Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006, 
estabelecendo "normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às 
microempresas e empresas de pequeno porte" (artigo 1º, caput), especialmente no que se refere à apuração e 
recolhimento dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
mediante regime único de arrecadação, inclusive obrigações acessórias" (inciso I do artigo 1º), e instituindo o 
"Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e 
Empresas de Pequeno Porte – Simples Nacional" (artigo 12). 
 
5. A mesma LC nº 123, de 2006, não previu, todavia, regras próprias de decadência nem de prescrição em 
relação ao lançamento e cobrança dos tributos passiveis de arrecadação no âmbito do Simples Nacional, com 
o que prevalecem, nesse âmbito, as regras sobre o assunto previstas no Código Tributo Nacional (Lei no 5.172, 
de 25 de outubro de 1966, diploma que tem, como cediço, status de lei complementar), especialmente 
aquelas presente nos artigos 173 (caput, incisos parágrafo único), 150 (caput e §§ 1º e 4º) - ambos, sobre 
decadência (o segundo dos quais especifico para os tributos com lançamento por homologação) - o 174 - sobre 
prescrição -, com seguinte teor: 
 
Decadência (em geral) 
 
Art. 173. O direito de a Fazenda Publica constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, 
contados: 
 
I- do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; 
 
II - da data em que se tomar definitiva a decisão que houver anulado, por vicio formal, o lançamento 
anteriormente efetuado. 
 
Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o decurso do prazo nele 
previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributo pela notificação, ao 
sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento. 
 
Decadência (nos tributos com lançamento por homologação) 
 
Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito 
passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato 
em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, 
expressamente a homologa. 
 
§1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito sob condição 
resolutória da ulterior homologação do lançamento. 
[...] 
§4º Se a lei não fixar prazo à homologação será ele de 5 (cinco) anos, a contar da ocorrência do fato gerador; 
expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento 
e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. 
 
Prescrição 
Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em 5 (cinco) anos, contados da data da sua 
constituição definitiva. 
 
Parágrafo único. A prescrição se interrompe: " 
 
I- pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; 
II- pelo protesto judicial; 
III por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; 
IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do d6bito 
pelo devedor. 
 
No Parecer PGFN/CAT/Nº 1617/2008, de 1º de agosto de 2008, esta Procuradoria-Geral fixou o seguinte 
entendimento quanto à decadência e à prescrição nos tributos com lançamento por homologação, ali assim 
resumido: 
 
"b) apresentada a declaração pelo contribuinte (GFIP ou DCTF, conforme o tribute) não há necessidade de 
lançamento pelo fisco do valor declarado, podendo ser [lançada] apenas a eventual diferença a maior 
declarada (lançamento suplementar); 
 
c) na hipótese do subitem anterior, caso o Fisco tenha optado por lançar de ofício, por meio de NFLD, as 
diferenças declaradas e não pagas em sua totalidade, aplica-se o prazo decadencial dos arts. 150, §4º, ou 173 
do CTN, conforme tenha havido antecipação de pagamento parcial ou não, respectivamente; o prazo 
prescricional, ainda, e por sua vez, conta-se da constituição definitiva do crédito tributário; 
 
d) para fins de cômputo do prazo de decadência, não tendo havido qualquer pagamento, aplica-se a regra do 
art. 173, inc. 1 do CTN, pouco importando se houve ou não declaração, contando-se o prazo do primeiro dia 
do exercício seguinte aquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; 
 
e) para fins de cômputo do prazo de decadência, tendo havido pagamento, aplica-se a regra do §4º do art. 150 
do CTN; 
 
f) para fins de cômputo do prazo de decadência, todas as vezes que comprovadas as hipóteses de dolo, fraude 
e simulação deve-se aplicar o modelo do inciso I, do art. 173, do CTN; 
 
g) para fins de cômputo do prazo de prescrição, nas declarações entregues antes do vencimento do prazo para 
pagamento deve-se contar o prazo prescricional justamente a partir do dia seguinte ao dia do vencimento da 
obrigação; quando a entrega se faz após o vencimento do prazo para pagamento, o prazo prescricional é 
contado a partir do dia seguinte ao da entrega da declaração;" 
 
7. Noutras palavras (e em breve resumo, no que aqui interessa): 
 
I - Quanto ao prazo decadencial: 
(i) se há pagamento, o prazo, de cinco anos, para o lançamento da diferença apurada conta-se a partir da 
ocorrência do fato gerador; 
 
(ii) se não há pagamento, o prazo, também de cinco anos, para o lançamento dos valores devidos conta-se a 
partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado 
 
(iii) em qualquer dos casos é irrelevante, no cômputo do prazo decadencial, ter havido ou não declaração do 
contribuinte. 
 
II- Quanto ao prazo prescricional: 
 
(i) Se há declaração: 
(i.i) e ela é anterior a data do vencimento do tributo, o prazo, de cinco anos, para cobrança dos valores não 
declarados e não pagos inicia-se no dia seguinte à data de vencimento do tributo. 
 
(i.ii) e ela é posterior à data do vencimento do tributo, o prazo, de cinco anos, para cobrança dos valores nela 
declarados e não pagos inicia-se no dia seguinte à data de entrega da declaração. 
 
(ii) se não há declaração, o prazo, de cinco anos, para cobrança dos valores não pagos conta-se da data da 
constituição definitiva do crédito tributo, mediante prévio lançamento de ofício. 
 
8. Esse entendimento aplica-se, em linha de princípio, à decadência e à prescrição relativamente aos tributos 
cobrados no âmbito do Simples Nacional, porque, nesse âmbito, segundo a formatação que lhes deu a LC nº 
123, de 2006, eles configuram tributos com lançamento por homologação, eis que às empresas optantes foi 
atribuído o "dever de antecipar o pagamento sem prévio exame" das autoridades dos Fiscos das três esferas 
da Federação, que é o que caracteriza aquela espécie de lançamento, consoante previsto no caput do artigo 
150 do CTN, retrotranscrito. 
 
9. Com efeito, jádesde a redação original da LC nº 123, de 2006, às empresas optantes do Simples Nacional foi 
atribuído o dever de apurar e recolher mensalmente, "mediante documento único de arrecadação", os 
tributos integrantes desse regime, sem qualquer exame prévio dos Fiscos envolvidos. Isto se conclui da análise 
conjunta, por exemplo, dos seguintes dispositivos: 
 
Art. 13. O Simples Nacional implica o recolhimento mensal, mediante documento único de arrecadação, dos 
seguintes impostos e contribuições: 
[...] 
Art. 18. O valor devido mensalmente pela microempresa e empresa de pequeno porte comercial, optante pelo 
Simples Nacional, será determinado mediante aplicação da tabela do Anexo I desta Lei Complementar. 
§ 1º - Para efeito de determinação da alíquota, o sujeito passivo utilizará a receita bruta acumulada nos 12 
(doze) meses anteriores ao do período de apuração. 
[...] 
 
§ 15. Será disponibilizado sistema eletrônico para realização do cálculo simplificado do valor mensal devido 
referente ao Simples Nacional. 
[...] 
 
Art. 21. Os tributos devidos, apurados na forma dos arts. 18 a 20 desta Lei Complementar, deverão ser pagos: 
I - por meio de documento único de arrecadação, instituído pelo Comitê Gestor; 
[...] 
III - enquanto não regulamentado pelo Comitê Gestor, até o último dia útil da primeira quinzena do mês 
subseqüente àquele a que se referir; 
Art. 26. As microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional ficam obrigadas a: 
[...] 
II - manter em boa ordem e guarda os documentos que fundamentaram a apuração dos impostos e 
contribuições devidos e o cumprimento das obrigações acessórias a que se refere o art. 25 desta Lei 
Complementar enquanto não decorrido o prazo decadencial e não prescritas eventuais ações que lhes sejam 
pertinentes. 
[...] 
Art. 33. [...] 
[...] 
§ 3o O valor não pago, apurado em procedimento de fiscalização, será exigido em lançamento de ofício pela 
autoridade competente que realizou a fiscalização. 
 
10. Não se pode, portanto, ter a menor dúvida quanto à caracterização dos tributos integrantes do Simples 
Nacional como tributos com lançamento por homologação. A aplicação do entendimento desta PGFN sobre 
decadência e prescrição no tocante aos tributos sujeitos a essa espécie de lançamento, acima retratado, é, 
então, consequência inafastável. 
 
11. Dessarte, também no Simples Nacional se aplicam as formas de contagem do prazo decadencial e do prazo 
prescricional que enunciamos no item 7 supra. 
 
12. De esclarecer que, no tocante ao prazo decadencial, é desinfluente, para fins de 
determinar-se o seu termo a quo no âmbito do Simples Nacional, a periodicidade (semestral ou mensal - ou 
qualquer outra) em que deve ser apresentada, pelos optantes, declaração ao Fisco com informações sobre os 
valores devidos mensalmente e sua apuração. O importante ser apenas saber se houve ou não pagamento, 
como já indicado supra. 
13. Nesse ponto, cumpre anotar que a LC nº 123, de 2006, em sua vertente original, havia instituído o-
somente o dever de as empresas apresentarem anualmente Secretaria da Receita Federal "declaração única e 
simplificada de informações socioeconômicas e fiscais", tal como previsto no artigo 25, caput.12. Este dever 
persiste ainda hoje, mas a ele foi acrescido - pela Lei Complementar no 139, de 10 de novembro de 2011 - um 
outro,qual seja, o de as empresas (a partir de JAN de 2012) fornecerem mensalmente à Secretaria da Receita 
Federal do Brasil as informações por elas prestadas, em cada mês, no sistema eletrônico previsto no §15 do 
artigo 18 da LC nº 123, de 2006, a respeito do cálculo efetuado na apuração dos tributos devidos. 
 
14. Isto, contudo, no interfere na forma de contagem do prazo decadencial, pois o que importa para esse fim 
(reitere-se ainda uma vez) é saber se houve ou no pagamento, tal como registramos nos itens 7 e 12, supra. 
 
15. Dessa maneira, (i) quer quanto aos fatos geradores ocorridos entre JUN de 2007 e DEZ de 2011, (ii) quer 
quanto aos fatos geradores ocorridos a partir de JAN de -2012, a decadência, no 5mbito do Simples Nacional, 
deve ser contada da mesma forma. Com isso, pensamos ter respondido aos questionamentos formulados no 
item 1 da consulta. 
 
16. Um Segundo esclarecimento quanto à decadência se faz necessário, a partir do que perguntado no item 2 
da consulta. E o seguinte: apesar de nos tributos com lançamento por homologação o legislador normalmente 
prever a entrega, ao Fisco, de uma declaração em que o contribuinte deve informar o valor do tributo devido 
e a forma utilizada para sua apuração - como se dá, por exemplo, no caso dos tributos federais que devem ser 
informados na DCTF -, isto não é da essência dessa espécie de lançamento, que, como já dissemos supra, é 
aquela em que contribuinte simplesmente antecipa o pagamento do valor do tributo, sem qualquer 
verificação prévia por parte do Fisco. 
 
17. Assim, nos tributos com lançamento por homologação, constatado o não pagamento, o Fisco pode, desde 
já, promover o sen lançamento de ofício, independentemente de ter havido ou não declaração do 
contribuinte. O Fisco não precisará sequer esperar pela entrega da declaração, já que tem o dever de agir de 
oficio. Evidentemente que mais cômodo para o Fisco esperar a entrega da declaração (deva ela ser entregue 
quinzenal, mensal, semestral ou anualmente) - inclusive porque se a ela for dada pelo legislador, o caráter de 
"confissão de divida" e de "instrumento hábil e suficiente para a exigência" do tributo declarado - o Fisco 
poderá, constatado o não pagamento, promover, de logo, a cobrança judicial do tributo (via execução fiscal), 
sem necessidade de prévio lançamento de ofício. Isso, contudo, não significa que o Fisco não possa, desde 
logo, efetuar o lançamento, o que não é diferente no âmbito do Simples Nacional. Assim, constatado o não 
pagamento de tributo integrante desse regime, j no dia seguinte ao do vencimento o Fisco poder efetuar o 
lançamento, não se alterando, em nada, a conclusão pela aplicação, no seio desse regime, do entendimento 
desta PGFN quanto à fluência do prazo decadencial, posta nos item 11 e 15, supra. Com isso, entendemos 
respondidas as indagações do item 2 da consulta. 
 
18. Passemos agora aos esclarecimentos quanto ao prazo prescricional. 
 
19. Já vimos que antes do advento da LC nº 139, de 2011, existia, na LC nº 123, de 2006, previsto apenas da 
declaração anual, de que trata o seu artigo 25, caput. A essa declaração anual foi conferido pela Lei 
Complementar nº 128, de 19 de dezembro de 2008, o valor de "confissão de divida" e de "instrumento hábil e 
suficiente para a exigência de tributos e contribuições que não tenham sido recolhidos resultantes das 
informações nela prestadas", tal como se vê no (hoje §1º do artigo 25 da LC no 123, de 2006, aos moldes do 
que já acontecia no âmbito federal, por exemplo, com a DCTF. De registrar que essa norma, introduzida 
embora no ano de 2008, o foi com efeitos retroativos a 1º de julho de 2007, por força do artigo 14, inciso I, da 
referida LC no 128, de 2008. 
 
20. Somente com o advento da LC nº 139, de 2011, é que - junto com a criação da obrigatoriedade (a que já 
fizemos referência) da apresentação mensal SRFB das informações prestadas no sistema de cálculo previsto 
no §15 do artigo 18 da LC nº 123, de 2006 (retrotranscrito) -passou-se a conferir "caráter declaratório" a tais 
informações mensais e a dar-se a elas o mesmo valor de "confissão de divida" e de "instrumento hábil e 
suficiente para a exigência de tributos e contribuições que não tenham sido recolhidos" de que já desfrutava a 
declaração anual. É o que se lê, hoje, no §15-A do artigo 18 da LC nº 123 de2006, in verbis: 
Art. 18. [...] 
 
[...] 
 
§ 15-A. As informações prestadas no sistema eletrônico de cálculo de que trata o § 15: 
I - têm caráter declaratório, constituindo confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência 
dos tributos e contribuições que não tenham sido recolhidos resultantes das informações nele prestadas; e 
II - deverão ser fornecidas à Secretaria da Receita Federal do Brasil até o vencimento do prazo para pagamento 
dos tributos devidos no Simples Nacional em cada mês, relativamente aos fatos geradores ocorridos no mês 
anterior. 
 
21. Assim, em princípio, e com base no entendimento desta PGFN sobre a contagem do prazo prescricional 
enunciado no item 7, supra parece-nos correto afirmar, quanto aos fatos geradores dos tributos do Simples 
Nacional ocorridos no período de JUL de 2007 a DEZ de 2011, Que: 
 
i) nesse período, em que só havia a declaração anual (com valor de "confissão de dívida", etc), mas os 
pagamentos já eram mensais, o prazo prescricional para a cobrança dos tributos nela declarados, quando não 
pagos, conta-se, evidentemente, do dia seguinte à data da entrega da referida declaração; 
 
ii) ressalva-se, porém, a hipótese, eventual, de algum pagamento mensal ter o seu vencimento em data 
posterior àquela em que deve ser entregue a declaração anual, sendo que, nessa situação, o prazo 
prescricional da parcela começará a correr a partir da data do sem vencimento. 
 
22. Já quanto aos fatos geradores ocorridos a partir de JAN de 2012, em relação aos quais a legislação dá 
caráter de "confissão de divida", etc tanto à declaração anual como às informações prestadas mensalmente no 
sistema de cálculo de que cuida o §15 do artigo 18 da LC nº 123, de 2006, será preciso responder à seguinte 
indagação: o prazo prescricional para a cobrança dos tributos não pagos começa a partir da data em que 
prestadas as informações mensais, ou apenas a partir da data em que apresentada a declaração anual? 
 
23. A dúvida tem sua razão de ser, pois no juridicamente aceitável falar-se em dois termos a quo para a 
prescrição de uma mesma obrigação. 
 
24. Ora, sabe-se que, pelo principio da actio nata, adotado no sistema jurídico brasileiro, a prescrição, como 
causa do perecimento da pretensão de restauração de direito violado pela inércia do seu titular em busca-la, 
inicia-se a partir do momento que esse titular, podendo, deixa de fazê-lo. 
 
25. Na situação de que estamos tratando, parece claro que, desde o momento em que o Fisco constate o não 
pagamento dos valores informados no sistema em apreço, já poderá exercer a pretensão de cobrá-los 
judicialmente - com base, exatamente, no caráter de "confissão de divida" e de "instrumento hábil e suficiente 
para a exigência dos tributos", etc, que a legislação de regência da tais informações. O prazo prescricional para 
a cobrança desses valores é, portanto, de considerar-se iniciado a partir desse momento, nos moldes descritos 
no item 7, supra. 
 
26. O Fisco não precisa, com efeito, esperar a declaração anual para ajuizar a cobrança do tributo no pago no 
mês, pois, como já enfatizamos, as informações prestadas mensalmente no sistema de calculo de que trata o 
§15 do artigo 18 da LC nº 123, são dotadas do mesmo caráter (de confissão, etc) que aquela. 
 
27. Se, contudo, no há informações mensais, mas há a declaração anual, a prescrição deve considerar-se 
iniciada no dia seguinte à apresentação desta, com a ressalva posta na letra "ii" do it 21, supra. 
 
28. Ainda: se houver informações mensais, mas na declaração anual a empresa apura valores a pagar além 
dos que foram objeto daquelas informações, então, quanto a esses valores (quando não pagos, 
evidentemente), a prescrição deve considerar-se iniciada no dia seguinte apresentação da declaração anual, 
aplicando-se, também aqui, a ressalva posta na letra "ii" do item 21, supra. 
 
29. . Com isso, pensamos ter respondido aos questionamentos postos no item 3 da consulta. 
 
30. Por fim, quanto ao item 4 da consulta, cremos que, por tudo o que já expusemos acima, não pode ser 
outra a conclusão senão a de que a decadência e a prescrição no âmbito do Simples Nacional devem ser 
aferidas em relação a cada tributo, isoladamente considerado. Da circunstância de tratar-se de um regime 
unificado de arrecadação de tributos não nos parece possa decorrer um sistema de contagem unificado dos 
respectivos prazos, mormente quando se verificada que a LC nº 123, de 2006, nada inovou em relação à 
disciplina do tema insculpida no CTN e que, pelo próprio regime, são perfeitamente identificáveis os valores 
que devem ser repassados a cada um dos Fiscos, a todos os títulos. Vale dizer: e do pagamento ou da 
declaração de cada tributo que se há de apurar a decadência ou a prescrição, respectivamente. 
 
É o parecer. 
 
OTARGINO DA ROCHA NETO 
Procurador da Fazenda Nacional 
 
RONALDO AFFONSO NUNES LOPES BAPTISTA 
Procurador-Geral Adjunto de Consultoria e Contencioso Tributário Substituto

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