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CURSO DE ANALISTA TRIBUTÁRIO 
Marineusa Andreico Rodrigues 
 
 
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Capitulo I – Direito Tributário 
 
 
1.Hierarquia das Leis do Trabalho 
 
 
 
Para o profissional de contabilidade é importante conhecer inicialmente a hierarquia das Leis e 
entender o significado, a importância, o alcance e a eficácia de cada um dos instrumentos 
jurídicos utilizados 
Inicialmente devemos entender o que é hierarquia para o direito. 
Para o direito, a hierarquia de uma norma é a subordinação desta a uma fonte geradora superior. 
 
Vemos, por exemplo, que todas as leis são hierarquicamente inferiores a Constituição Federal, pois 
encontram seu fundamento de validade na Carta Magna. 
 
1.1.Constituição Federal 
A Constituição Federal não cria, apenas delimita a competência das entidades capazes de atribuir 
o tributo, ou seja, de tributar, mas esta outorga não é ilimitada, sob pena de existirem abusos do 
Estado. Assim, do mesmo modo que a constituição outorga competências, também impõe limites 
a este poder de tributar. 
 
As limitações ao poder de tributar são impostas pelos princípios e pelas imunidades. 
 
 
 
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Nenhuma lei pode contrariar aquilo que está disposto na 
Constituição Federal, seja em relação aos direitos e garantias 
individuais, relacionados no artigo 5°, nos direitos trabalhistas relacionados no artigo 7º ou 
qualquer outro dispositivo constitucional. 
 
Qualquer lei ou ato administrativo; gerado pela criação do legislativo municipal, estadual ou 
federal, que contrarie o disposto na Constituição Federal, será considerada uma norma 
inconstitucional e, por isso, certamente será fulminada pelo poder judiciário tornando-a nula desde 
o seu nascimento, sem qualquer efeito no mundo jurídico. 
 
1.2.Emenda Constitucional 
É uma modificação na Constituição que deve ser aprovada por 3/5 das duas casas do Congresso, 
em dois turnos. Não podem ser objeto de emenda constitucional (artigos 60º § 4º, I a IV) as 
chamadas "cláusulas pétreas", isto é, as que se referem à federação, ao voto direto, secreto, 
universal e periódico, à separação de poderes e aos direitos e garantias individuais 
 
1.3.Lei Complementar 
A lei complementar à Constituição é por esta definida quanto às matérias. Requer maioria absoluta de 
votos nas duas casas do Congresso para aprovação. 
 
1.4.Lei Ordinária 
A lei ordinária diz respeito à organização do poder judiciário e do ministério público, à 
nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais, planos plurianuais e 
orçamentos e a todo o direito material e processual, como os códigos civil, penal, tributário e 
respectivos processos. 
 
1.5.Lei Delegada 
A lei delegada é elaborada pelo presidente, a partir de delegação específica do Congresso, mas 
não pode legislar sobre atos de competência do Congresso, de cada casa, individualmente, sobre 
matéria de lei complementar nem sobre certas matérias de lei ordinária. 
 
1.6. Medida Provisória 
A medida provisória, editada pelo presidente da república, deve ser submetida ao Congresso; não 
pode ser aprovada por decurso de prazo nem produz efeitos em caso de rejeição. 
 
1.7.Decreto Legislativo 
O decreto legislativo é de competência exclusiva do Congresso Nacional, sem necessitar de 
sanção presidencial. A resolução legislativa também é privativa do Congresso ou de cada casa 
isoladamente, por exemplo, a suspensão de lei declarada inconstitucional 
 
1.8.Decreto Presidencial 
No sistema jurídico brasileiro, os decretos são atos administrativos da competência dos chefes dos 
poderes executivos (presidente, governadores e prefeitos). 
 
Um decreto é usualmente usado pelo chefe do poder executivo para fazer nomeações e 
regulamentações de leis (como para lhes dar cumprimento efetivo, por exemplo), entre outras 
coisas. 
 
1.9.Portaria 
Documento de ato administrativo de qualquer autoridade pública, que contém instruções acerca 
da aplicação de leis ou regulamentos, recomendações de caráter geral, normas de execução de 
serviço, nomeações, demissões, punições, ou qualquer outra determinação de sua competência 
 
1.10.Resolução 
Resolução - Ato legislativo de conteúdo concreto, de efeitos internos. É a forma que revestem 
determinadas deliberações da Assembléia da República. As Resoluções não estão, em princípio, 
sujeitas a promulgação e também não estão sujeitas a controle preventivo da constitucionalidade, 
exceto as que aprovem acordos internacionais. 
 
 
 
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1.11.Ato normativo 
São resoluções administrativas dos Tribunais, atos estatais de conteúdo meramente derrogatório, 
como as resoluções administrativas, desde que recaiam sobre atos de natureza normativa. 
 
1.12.Ato Administrativo 
Ato emanado de órgão competente, no exercício legal de suas funções e em razão destas, é todo 
aquele que tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos, 
ou impor obrigações aos administrados ou a si própria. Já os fatos administrativos não se 
preordenam à produção de efeitos jurídicos. 
 
Quando revestido de todos os seus requisitos formais e materiais, o ato administrativo se diz 
eficaz; todavia, pode apresentar vícios ou defeitos, cuja gravidade enseja a seguinte classificação 
para os atos mal formados: inexistência; nulidade; anulabilidade e irregularidade. 
 
1.13.Portaria 
Documento de ato administrativo de qualquer autoridade pública, que contém instruções acerca 
da aplicação de leis ou regulamentos, recomendações de caráter geral, normas de execução de 
serviço, nomeações, demissões, punições, ou qualquer outra determinação de sua competência. 
 
2.Poderes das Leis 
 
As seguintes matérias são reservadas exclusivamente à Lei; 
 
• instituir, extinguir, reduzir ou majorar tributos; 
• definir fato gerador da obrigação tributária principal; 
• fixar alíquotas ou base de cálculo de tributos; 
• cominar penalidades; 
• excluir, suspender ou extinguir crédito tributário; 
 
3.Sistema Tributário Nacional 
 
O Sistema Tributário Nacional acha-se embasado em dois pressupostos fundamentais: 
 
Consolidação dos impostos de idêntica natureza em figuras unitárias, levando-se em conta suas bases 
econômicas; 
 
Coexistência de 4 sistemas tributários autônomos: federal, estadual, municipal e do Distrito Federal. 
 
Composição: O Sistema Tributário Nacional compõe-se de: 
 
• Impostos 
• Taxas 
• Contribuições de Melhoria 
• Contribuições Parafiscais 
• Contribuições Especiais 
• Empréstimo Compulsório 
4.Tributo 
 
Conceito → é uma obrigação ex lege em moeda, que não se constitui sanção por ato ilícito e tem 
como sujeito ativo, normalmente uma pessoa política e, por sujeito passivo, qualquer pessoa 
apontada na lei da entidade tributante. 
 
a) é uma obrigação ex lege – Obrigação é o vínculo abstrato de conteúdo patrimonial, pelo qual, 
alguém, sujeito passivo, vê-se compelido a dar, fazer, não fazer ou suportar algo em favor de 
outrem, sujeito ativo. 
 
O tributo deriva direta e imediatamente da vontade da lei, por isso, é uma obrigação ex lege. 
 
 
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Nasce do fato descrito na lei e, por ela considerado, apto a desencadear obrigações tributárias. É 
diferente da obrigação ex vontate – a Fazenda não vai saber se o contribuinte queria ou não 
pagar . Por esta razão que a capacidade tributária passiva é diferente de capacidade civil (louco 
tem que pagar tributo) 
 
b) em moeda - a lei só pode obrigar o contribuinte a pagar o tributo em moeda, não terá que 
pagar em espécie. Deve ser moeda corrente - reais. É obrigação de dar – dare pecuniam. 
 
É possível, se o contribuinte quiser ou puder poderá pagar o tributo com algo que, em moeda, possa 
se exprimir. (Dação) 
 
c) nãoconstitui sanção - O tributo além de ser uma obrigação ex lege de dar moeda, não se 
constitui sanção por ato ilícito. O tributo não é multa. Tem por pressuposto a prática de um fato 
lícito qualquer, diferente de multa que pressupõe o descumprimento de um dever jurídico. 
 
Um ato ilícito sozinho não pode gerar tributo mas, ele pode existir remotamente na cadeia (ex. 
bicheiro deve pagar IR). Prevalece a teoria non olet (não tem cheiro) que diz que não importa a 
origem do tributo, só não pode derivar diretamente de ato ilícito. 
 
O tributo incide sempre sobre fatos que trazem riqueza, economicamente considerando (traz ganhos 
para a pessoa que praticar o ato). 
 
Obrigação: é uma relação jurídica e, portanto, tem SA e SP. 
 
d) sujeito ativo: é o credor do tributo, é a pessoa que tem a titularidade do crédito tributário, que tem 
o direito subjetivo de cobrar, de arrecadar o tributo. 
 
O sujeito ativo é, normalmente, uma pessoa política, aquela que cria em abstrato o tributo (quase 
sempre). Normalmente a mesma pessoa que exerce a competência tributária (aptidão para criar 
tributos) também tem a capacidade tributária (aptidão para cobrar o tributo). 
 
e) sujeito passivo: é o devedor do tributo, é a pessoa que tem o dever jurídico de efetuar o pagamento do 
tributo, é a que tem capacidade tributária passiva. 
 
Qualquer pessoa tem capacidade tributária passiva, inclusive as pessoas políticas, as jurídicas 
(autarquias, sociedade de economia mista, empresas públicas, empresas privadas) ou físicas, 
independentemente de ter ou não capacidade civil. 
 
As pessoas políticas e as autarquias são imunes somente aos impostos, podendo Ter que pagar outro 
tipo de tributo. 
 
4.1. Natureza Jurídica do Tributo 
 
É determinada pelo seu fato gerador, sendo irrelevantes para qualificá- la a denominação, a 
destinação legal. Assim, o imposto é imposto SE TIVER FATO GERADOR PRÓPRIO DE 
IMPOSTO e não de taxa ou contribuição. A análise do fato gerador não é suficiente, sendo 
necessária a base de cálculo. As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos. 
 
4.2. Nascimento da obrigação tributária 
 
O tributo nasce quando se verifica, no mundo em que vivemos, o fato lícito (diferente de multa) e 
não-voluntário (decorre da vontade da lei) descrito na hipótese de incidência da norma jurídica 
tributária (é a lei da pessoa política competente). 
 
4.3. Elementos do tributo 
 
 
 
 
 
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Os elementos do tributo são: 
 
a) Hipótese de incidência: é o fato descrito na lei que acontecido faz nascer a relação jurídica 
tributária (o dever de pagar tributo) que tem por objeto a dívida tributária. Existe no mundo 
abstrato, é o tipo tributário, é o elemento diferenciador dos tributos (fato gerador in abstrato). 
Cuidado com a expressão fato gerador – é equívoca. 
 
b) Fato imponível: é a ocorrência do fato que já era previsto em como apto a gerar uma obrigação 
tributária. É a ocorrência real da descrição abstrata, é o fato típico do tributo (fato gerador in 
concreto) 
 
c) base de cálculo: é a dimensão legal da materialidade do tributo. Deve guardar correlação 
lógica com a Hipótese de Incidência (está embutida na Hipótese de Incidência), se houver 
descompasso entre ambas nada poderá ser cobrado. (é elemento quantitativo). Ex.: IR = a 
Hipótese de Incidência é obter rendimentos e a base de cálculo é o valor do rendimento. 
 
Na década de 60 em Porto Alegre criaram um IPTU que tinha por Hipótese de Incidência = ser 
proprietário e como base de cálculo = aluguéis (no lugar do valor venal, valor de mercado) - é 
inconstitucional. 
 
d) alíquota: é o critério legal, normalmente expresso em %, que, conjugado à base de cálculo 
permite que se chegue ao quantum debeatur. Não pode ser confiscatória (tributo confiscatório 
é o que retira do contribuinte o mínimo necessário para sua sobrevivência. A base de cálculo 
e a alíquota são fixadas pela pessoa política tributante). 
4.4.Impostos 
 
São os tributos que trazem maior retorno econômico, mas juridicamente têm a mesma importância 
dos outros. É o tipo de tributo que tem por hipótese de incidência um fato qualquer não 
consistente numa atuação estatal (não vinculado). 
 
Os impostos podem ser: 
 
a) federais – II, IPI, IE, IOF, IR, ITR, etc. 
b) estaduais – ICMS, IPVA, etc. 
c) municipais – IPTU, ISS, ITBI, etc 
 
A União tem ainda a competência residual, pode, por lei complementar criar impostos ainda não 
existentes da CF. Tem também competência para criar os impostos extraordinários. 
 
Ao DF cabem tanto os impostos estaduais e os municipais IPI, 
II, IE e IOF não se sujeitam ao princípio da anterioridade. 
 
Outra classificação de imposto: 
 
a) Reais: É o imposto baseado em bens reais (físicos), são os denominados "Impostos sobre o 
Patrimônio", como IPTU, IPVA e ITR. 
 
b) diretos: Incidem sobre o “Contribuinte de Direito”, o qual não tem, pelo menos teoricamente, 
a possibilidade de repassar para outrem o ônus tributário. No Imposto de Renda da pessoa física 
assalariada, por exemplo, é o empregado quem suporta a obrigação, não havendo condições de 
ocorrer a repercussão (transferência do ônus tributário para outrem). 
 
c) indiretos: A carga tributária cai sobre o “Contribuinte de Direito” que o transfere para outrem, 
o “Contribuinte de Direito” é figura diferente do “Contribuinte de Fato”.Nem sempre o contribuinte 
que paga é, efetivamente, quem suporta em definitivo a carga tributária. 
 
 
 
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Assim temos: 
 
Contribuinte de direito: pessoa designada pela lei para pagar o imposto. 
 
Contribuinte de fato: pessoa que de fato suporta o ônus fiscal. 
 
Esse aspecto é de importância fundamental na solução dos problemas de restituição do indébito tributário. 
 
O IPI e o ICMS são impostos indiretos. uma vez que o consumidor final é que, de fato, acaba por 
suportar a carga tributária, embora não seja designado pela lei como contribuinte desses 
impostos. 
 
d) Pessoal: Pessoal é o imposto que estabelece diferenças tributárias em função de condições 
inerentes ao contribuinte. Tributa-se de acordo com sua capacidade econômica (Imposto de 
Renda das pessoas físicas e jurídicas), em decorrência do disposto no § 1 do artigo 145 da CF: 
 
 
“sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica 
do contribuinte, facultado à administração tributária especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, 
identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades 
econômicas do contribuinte”. 
 
 
e) Progressivo: Quando suas alíquotas são fixadas em porcentagens variáveis e crescentes, 
conforme a elevação de valor da matéria tributável - como exemplo, o Imposto de Renda das 
Pessoas Físicas. 
REGRESSIVOS 
 
f) São cobrados em porcentagens iguais sobre contribuintes, não levando em conta a 
capacidade econômica daquele que suportará o ônus fiscal. Isto o torna "regressivo", ou seja, os 
contribuintes com menores condições econômicas acabam pagando (proporcionalmente) maior 
parcela de tributos sobre suas rendas. O ICMS, IPI, PIS e COFINS são exemplos de regressivos 
(simultaneamente, são também classificados como indiretos). Atualmente, no Brasil, a grande 
maioria dos tributos é de natureza regressiva, o que implica em enorme injustiça social (ricos 
pagam, proporcionalmente à renda, bem nenos tributos que a população mais pobre). 
 
5. Princípios Gerais da Legislação Tributária 
 
Princípios: é o mandamento nuclear de um sistema, um verdadeiro alicerce, são diretrizes que norteiam o 
bom exercício da competência tributária. 
 
Não importa se está implícita ou explícita → a sua importância se mede pela abrangência da norma. 
 
a) Princípio da Legalidade: ninguém seráobrigado a fazer ou deixar de fazer alguma 
coisa, senão em virtude de lei (princípio da universalidade da legislação). 
 
Nenhum tributo pode ser exigido ou aumentado sem lei que o estabeleça. 
 
Daí podemos afirmar que a causa da tributação é sempre uma lei e sem lei não há tributo. 
 
O princípio da legalidade trata de garantir essencialmente a exigência da auto-imposição, isto é, 
que sejam os próprios cidadãos, por meio de seus representantes, que determinem a repartição 
da carga tributária e, em conseqüência, os tributos que cada um deles podem exigir. 
 
Além da legalidade formal, necessita ainda que a lei que institua o tributo defina todos os aspectos 
pertinentes ao fato gerador, necessários à quantificação do tributo, ou seja, a norma jurídica tributária deve 
prever de modo taxativo e completo as situações tributáveis, bem como o dever jurídico dela decorrente. 
 
 
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Exceções ao princípio da legalidade: 
 
Pode o poder executivo alterar as alíquotas dos seguintes tributos: (artigo 153, parágrafo 1° da CF/88): 
· Imposto de Importação - lI ; 
· Imposto de Exportação - IE; 
· Imposto Sobre Produtos Industrializados - IPI; 
· Imposto Sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros, ou Relativas a Títulos e 
Valores Mobiliários – IOF 
 
b) Princípio da anterioridade → princípio comum do campo tributário, diz que a lei que 
cria ou aumenta tributo, ao entrar em vigor, fica com sua eficácia suspensa até o início do próximo 
exercício financeiro, quando incidirá e produzirá todos os seus efeitos no mundo jurídico (não adia 
a cobrança e sim suspende a eficácia, não há incidência). Este princípio e o princípio da 
segurança jurídica evitam a surpresa. 
 
Observando conjuntamente com o princípio da anterioridade, aplica-se também o princípio da noventena. 
 
Graças ao princípio da noventena, a lei que institui ou majora tributo não pode surtir efeitos antes de 
decorridos 90 dias da sua publicação. 
 
As isenções tributárias devem obedecer este princípio. 
 
Exceções: As exceções a este princípio não podem ser criadas pelo poder reformador, só 
pelo poder constituinte originário. 
 
• Imposto de Importação - lI ; 
• Imposto de Exportação - IE; 
• Imposto Sobre Produtos Industrializados - IPI; 
• Imposto Sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros, ou Relativas a Títulos e Valores Mobiliários 
- IOF 
• Impostos Extraordinário em Razão de Guerra Externa ou sua Iminência 
• Empréstimos Compulsórios por Motivo de Guerra Externa ou Calamidade Pública 
• As Contribuições para à Seguridade Social ( anterioridade especial) 
 
c) Princípio da segurança jurídica : (ou irretroatividade) - É vedado às entidades 
tributantes cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da 
lei que os houver instituído ou aumentado, ou seja é proibido a aplicação de lei nova que criou ou 
aumentou tributo a fato pretérito 
 
A lei não retroage, exceção apenas do art. 106 do CTN - lei expressamente interpretativa e lei mais 
benigna (para infrações). 
 
d) Princípio da Isonomia : A Lei deve tratar iguais os que estão em posição de 
igualdade e desigualmente, desde que haja desigualdade de fato. 
 
O tributo deve ser aplicado igualmente para todos, sem nenhuma sorte de discriminação. 
ou seja, quando fatos idênticos ocorrem, o tratamento tributário dispensado também deve ser 
idêntico. 
 
A lei tributária deve ser igual para todos e a todos deve ser aplicada com igualdade, todos 
devem receber o mesmo tratamento tributário. 
 
e) Princípio da Capacidade Contributiva : faz parte do princípio da isonomia, 
consiste em tratar os desiguais de modo desigual, podendo assim o tributo ser cobrado de acordo com 
as possibilidades de cada um 
 
 
 
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f) Princípio da Vedação de efeitos confiscatórios : o tributo deve 
ser razoável, não 
podendo ser tão oneroso que chegue a representar um verdadeiro confisco; 
 
g) Princípio da Imunidade recíproca das esferas públicas : a União, os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios não podem instituir impostos sobre o patrimônio, renda ou serviço, uns dos 
outros 
 
h) Princípio da Imunidade de tráfego : não pode a lei tributária limitar o 
tráfego interestadual ou intermunicipal de pessoas ou bens, salvo o pedágio de via conservada pelo 
poder público 
 
i) Princípio da Uniformidade nacional : o tributo da União deve ser igual em todo 
território nacional, sem distinção entre os Estados 
j) Princípio da Vedação de distinção em razão de procedência ou destino : é 
vedado aos Estados, ao DF e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e 
serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino 
 
k) Princípio da Não-cumulatividade : Este princípio é alcançado subtraindo-se do imposto 
devido na operação posterior o que foi exigível na anterior. Não se permitirá a tributação em cascata, 
em cada operação de industrialização e comercialização, mas apenas a operação inicial e, em cada 
uma seguinte, apenas sobre o valor acrescido. 
Este princípio não é geral, sendo aplicado apenas no IPI, no ICMS e em eventuais 
impostos que vierem a ser criados pela União, na sua competência residual. Na apuração contábil 
do IPI e do ICMS, o imposto a ser pago é lançado como débito, e o que já foi pago nas operações 
anteriores é lançado como crédito, a diferença entre esses débitos e créditos é que efetivamente 
deve ser recolhido em determinado período. 
 
l) Princípio da Tipicidade : o tributo só incide no caso de fato ou situação típica, ou 
seja, de fato ou situação previamente descrita em lei. 
 
6.Obrigação Tributária Principal e Acessória 
 
A natureza do Direito Tributário é obrigacional, ou seja, gira em torno de relações obrigacionais, que apresentam 
como objetivo final a aquisição de receitas para o erário. 
 
A relação jurídica obrigacional tributária é objeto essencial do direito tributário, pois sendo este 
de natureza obrigacional, constitui sempre uma obrigação do sujeito passivo para com o sujeito 
ativo tributante. 
 
A relação que se estabelece entre o Estado e as pessoas, segue, em princípio, as mesmas regras 
que regulam as relações obrigacionais entre as pessoas, com sujeito ativo e passivo, causa, 
objeto e, envolvendo tudo isso, o próprio vínculo jurídico. 
 
A obrigação tributária, originariamente, integrada pelos mesmos elementos de uma obrigação 
privada, é um vínculo jurídico ligado ao campo das relações do Direito Público, mediante o qual, 
uma entidade estatal (o fisco federal, estadual ou municipal), na condição de sujeito ativo, e a 
partir da ocorrência de uma situação prevista em lei ou na legislação tributária (fato gerador), 
pode exigir de uma pessoa física ou jurídica (sujeito passivo), um determinado objeto, que tanto 
pode ser um pagamento do tributo ou penalidade pecuniária, como uma prestação positiva ou 
negativa (obrigação de fazer ou não fazer) que não constitua pagamento. 
 
A relação tributária surge a partir da ocorrência de um fato previsto em uma norma como capaz de 
produzir efeitos. 
 
Em virtude do princípio da legalidade, essa norma há de ser uma lei em sentido estrito, salvo em 
se tratando de obrigação acessória. A lei descreve um fato e atribui a este o efeito de criar uma 
relação entre alguém e o Estado. 
 
 
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Ocorrido o fato, que em Direito Tributário denomina-se fato 
gerador, ou fato imponível, nascem as relações tributárias, que compreendem o dever de alguém 
(sujeito passivo da obrigação tributária) e o direito do Estado (sujeito ativo da obrigação tributária). 
 
O dever e o direito (no sentido de direito subjetivo) são efeitos da incidência da norma. 
6.1.Espécies: 
Obrigação Tributária Principal: é aquela cuja criação depende sempre de lei, tendo comoobjeto o 
pagamento do tributo ou penalidade pecuniária. Vale dizer que é de natureza patrimonial. 
 
Obrigação Tributária Acessória: é criada pela legislação tributária. Seu objeto, em vez de 
pagamento, são determinadas ações ou omissões que irão auxiliar o fisco na administração dos 
tributos. O objeto da obrigação acessória é sempre não patrimonial. 
 
Na terminologia do direito privado, dir-se-ia que a obrigação acessória é uma obrigação de fazer ou 
não fazer determinada coisa. 
 
Quem por exemplo, faz acontecer um fato gerador (hipoteticamente previsto em lei) de Imposto 
sobre Produto Industrializado - IPI -, caso de uma empresa industrial que dá saída a produto por 
ela fabricado, fica obrigado ao pagamento do imposto (que é objeto da obrigação principal), mas 
ao lado disso, obriga-se ainda, a emitir nota fiscal, registrar as entradas e saídas de matérias-
primas e produtos, efetuar as operações de crédito e débito do imposto, não rasurar os 
documentos fiscais obrigatórios, sujeitar-se ao exame da fiscalização federal, e tantas outras 
obrigações específicas em conformidade com a legislação tributária; todas essas obrigações 
paralelas à de pagar o tributo são de caráter acessório. 
 
A ação eficaz de uma administração fiscal subordina-se a uma inteligente distribuição e uma 
eficiente utilização das obrigações acessórias relativas aos tributos considerados; os sistemas de 
arrecadação e fiscalização dependem diretamente do que lhes podem informar as obrigações 
acessórias. 
 
Enquanto a obrigação principal envolve somente o objeto maior, qual seja o pagamento do tributo 
ou penalidade, as acessórias são todas as demais, instrumentais cujo objeto é facilitar a 
localização e a exigência da principal. 
 
Quando o contribuinte deixa de cumprir uma obrigação acessória, esta se converte em obrigação 
principal relativamente à penalidade pecuniária, ou seja, esse descumprimento será objeto de 
aplicação de multa. 
 
A infração cometida é fato gerador da obrigação tributária principal, relativa à multa pecuniária. O 
valor a ser pago, referente à multa, passa a caracterizar uma obrigação principal. 
 
Art. 113 - CTN. A obrigação tributária é principal ou acessória. 
 
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou 
penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. 
 
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou 
negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. 
 
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal 
relativamente à penalidade pecuniária 
 
6.2.Elementos da Obrigação Tributária 
 
Os elementos da obrigação tributária são os seguintes: 
 
 
 
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a) sujeito ativo é a pessoa jurídica de direito público ou privado competente 
para exigir tributos, como será melhor explicado mais adiante; 
 
b) sujeito passivo é a pessoa física ou jurídica obrigada por lei ao cumprimento da prestação tributária, 
denominada contribuinte ou responsável (CTN, art. 121); 
 
c) objeto é o cumprimento de uma prestação positiva ou negativa determinada por lei; 
 
d) causa é a lei, em razão do princípio da legalidade tributária, pelo que a vontade jurídica dos indivíduos é 
inapta para criá-la; 
 
e) fato gerador é a causa das obrigações tributárias. 
 
 
Fato Gerador: é o fato ou conjunto de fatos que configuram uma hipótese de incidência, que quando ocorre na 
vida real, configura o fato gerador (fato imponível). 
 
CTN - Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à 
sua ocorrência. 
 
 
 
Fato Gerador da Obrigação Tributária Principal: é a situação tributária principal, definida em lei como necessária 
e suficiente à sua ocorrência, ou seja, é um fato concreto que provoca o nascimento das obrigações de pagar 
um tributo determinado. 
 
 
Analisando, temos com : 
 
Situação: é o fato, situação jurídica. Toda e qualquer ocorrência, decorrente ou não da vontade. 
 
Definida em lei: só a lei é o instrumento próprio para descrever, para definir a situação cuja ocorrência gera 
a obrigação tributária principal (Princípio da Legalidade). 
 
Necessária: sem a situação prevista em lei, não nasce a obrigação tributária. Para surgir essa obrigação 
é indispensável a ocorrência da situação prevista em lei. 
 
Suficiente: significa que a situação prevista em lei é suficiente para o surgimento da obrigação tributária. 
 
Exemplo: se a lei do ISS determina que o fato gerador desse imposto é a prestação de serviço 
de advocacia, por empresa ou profissional autônomo, sem qualquer vínculo empregatício 
(hipótese de incidência), quando um profissional liberal realizar os serviços jurídicos 
(concretização da hipótese de incidência - fato gerador), nasce a obrigação tributária principal, 
tendo como sujeito ativo o Município, e o prestador de serviço como sujeito passivo. 
 
Fato gerador da Obrigação Tributária Acessória: o fato gerador da obrigação tributária 
acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a 
abstenção de ato que não configure obrigação principal. 
 
Nos termos do Código Tributário Nacional, esse fato gerador pode ser definido pela legislação (conjunto 
de normas) e não apenas pela lei que regula determinado tributo. 
 
CTN - Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da 
legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal. 
 
A situação de quem pretende instalar um estabelecimento comercial, por exemplo, faz nascer o 
dever de requerer inscrição nos cadastros fiscais correspondentes. É uma situação de fato que, 
nos termos da legislação tributária, faz nascer a obrigação acessória de pedir as devidas 
inscrições. 
 
 
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A situação de quem é estabelecido comercialmente faz nascer as 
obrigações acessórias de não receber mercadoria sem o documento fiscal correspondente, e de 
tolerar a fiscalização em seus livros e documentos. 
 
Uma determinada situação de fato pode ser, ao mesmo tempo, fato gerador de uma obrigação tributária 
principal e de uma obrigação tributária acessória. 
 
 
Exemplo: a situação na qual um comerciante promove a saída de mercadorias do seu estabelecimento, faz 
nascer, ao mesmo tempo, a obrigação de pagar o ICMS (obrigação principal) e também a obrigação de emitir 
a nota fiscal correspondente (obrigação acessória). 
 
 
6.3.Elementos Constitutivos do Fato Gerador: 
 
O CTN dispõe: 
Elemento temporal: o momento exato da ocorrência do fato gerador. 
 
 
Art. 101. A vigência, no espaço e no tempo, da legislação tributária rege-se pelas disposições legais aplicáveis 
às normas jurídicas em geral, ressalvado o previsto neste Capítulo. 
 
 
Elemento espacial: o local de ocorrência do fato gerador. 
 
CTN - Art. 102. A legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vigora, 
no País, fora dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade 
os convênios de que participem, ou do que disponham esta ou outras leis de normas gerais 
expedidas pela União. 
 
Subjetivo: referente ao sujeito ativo e passivo da obrigação tributária. 
 
Quantitativo: base de cálculo, valor numérico do fato gerador, que permite saber a alíquota aplicável e a 
quantia a ser paga. 
 
 Classificação do Fato Gerador: 
 
Instantâneo: ocorre no exato momento em que se completa uma operação que configura o fato 
gerador e se repete toda vez que o fato ocorrer. 
 
Exemplificando, podemos dizer que fato gerador instantâneo é a saída da mercadoria do estabelecimento do 
contribuinte, em relação ao ICMS;é a entrada da mercadoria estrangeira no território nacional, quanto ao 
imposto de importação; é a transmissão da propriedade de um bem imóvel, no que concerne ao imposto de 
transmissão. 
 
a) Complexivo (periódico): ocorre periodicamente em dado momento determinado pela lei. O 
fato gerador somente se completa depois de ocorrido certo período de tempo marcado em lei, 
consistindo num conjunto de fatos globalmente considerados. Ex: Imposto de Renda – incidência 
anual. 
 
 
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6.4. Sujeitos Tributários 
 
Sujeito ativo: é a pessoa jurídica de direito Público que recebeu da Constituição a competência para 
exigir o tributo objetivado na obrigação: a União, os Estados e os Municípios. 
 
Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público titular da competência 
para exigir o seu cumprimento. 
 
Vejamos como dispõe a norma. 
Sujeito passivo: é a pessoa obrigada ao pagamento do tributo ou da penalidade pecuniária ou ao 
cumprimento das prestações positivas ou negativas determinadas pela legislação tributária. 
 
Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade 
pecuniária. 
 
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se: 
 
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato 
gerador; 
 
II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição 
expressa de lei. 
 
Art. 122. Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações que constituam o seu objeto. 
 
Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo 
pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito 
passivo das obrigações tributárias correspondentes. 
 
Se um Estado ou Município for criado em virtude de desmembramento territorial, a nova 
entidade sub-roga-se nos direitos da entidade que anteriormente integrava, passando a utilizar 
a legislação tributária da mesma até criar a sua própria legislação (salvo disposição de lei em 
contrário). 
CTN - Art. 120. Salvo disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica de direito público, que se 
constituir pelo desmembramento territorial de outra, sub-roga-se nos direitos desta, cuja 
legislação tributária aplicará até que entre em vigor a sua própria. 
 
Contribuinte direto: aquele que tem relação direta com o fato gerador. 
 
Responsável indireto: alguém envolvido ou não com o fato gerador, mas obrigatoriamente indicado pela 
lei de cada tributo. 
O tributo somente é devido quando consumado o fato sobre o qual incide a norma de tributação ou, em 
outras palavras, quando concretiza a hipótese de incidência tributária. 
 
 
CTN - Art. 117. Para os efeitos do inciso II do artigo anterior e salvo disposição de lei em contrário, os atos 
ou negócios jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados: 
 
 
 
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I 
II - sendo suspensiva a condição, desde o momento de seu implemento; 
III - sendo resolutória a condição, desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio. 
 
Há necessidade de ocorrência integral do fato gerador para que surja, efetivamente, a obrigação 
tributária. Quando a situação eleita como hipótese legal de incidência envolve negócios 
condicionais, o fato gerador somente é considerado ocorrido quando a condição torna o negócio 
pleno, completo ou enquanto tal condição não extingue o negócio. 
Explicando: existem duas situações jurídicas que somente se tornam efetivas quando se verifica 
uma situação chamada SUSPENSIVA (é o caso de quem, por exemplo, firma contrato com seu 
empregador, mediante o qual fica garantida ao empregado a chefia de um departamento, tão logo 
o mesmo conclua o curso superior). 
Em tais hipóteses, o fato gerador somente ocorre e surte efeitos a partir de ocorrência de condição 
suspensiva. 
Existe outro tipo de condição, RESOLUTÓRIA ou RESOLUTIVA, que tem capacidade inversa, ou 
seja, uma vez acontecida, acaba com a validade do negócio. 
 
6.5.Condicionantes Tributárias 
 
Nos casos sujeitos a condição resolutiva, os fatos geradores acontecem e surtem seus efeitos 
enquanto o negócio estiver valendo, deixando de ocorrer quando tudo se resolver, mediante a 
realização da situação prevista em lei. 
 
Exemplo: quando a lei define como hipótese de incidência de um tributo uma situação jurídica condicional, 
e não dispõe de modo diverso, considera-se ocorrido o fato: 
 
Condição suspensiva: o fato gerador ocorre no momento do implemento da condição. 
 
Condição resolutiva: o fato gerador ocorre desde o momento em que o ato ou negócio jurídico 
foi celebrado, e se extingue com o acontecimento da condição. 
 
Mas é importante lembrar que a ocorrência do fato gerador é suficiente, por si só, para criar a 
relação tributária, sem que devam ser levados em conta quaisquer aspectos ou condições 
fundamentais, não previstas na norma, para validade de atos, como acontece nas demais áreas 
jurídicas. 
 
Ou seja, é irrelevante, no direito tributário, a validade jurídica do ato ou negócio jurídico (incapacidade de 
sujeito passivo, ocorrência da coação, fraude, ilicitude, etc.). 
 
 
O Código Tributário Nacional é claro: 
Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo- se: 
 
I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem 
como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; 
 
II - dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos. 
 
 
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7. Responsáveis Tributários 
 
Quem são os responsáveis tributários? 
 
Os responsáveis tributários são, pois, sujeitos passivos indiretos da obrigação tributária principal, 
enquanto os contribuintes são sujeitos passivos diretos. 
 
O Código Tributário Nacional relaciona três espécies de responsáveis tributários: sucessores, terceiros ou 
por infrações. 
 
Assim, sempre que alguém adquire um bem imóvel, se houver dívida tributária sobre o mesmo 
e o ato de transferência da propriedade não houver sido completado com a apresentação de 
certidão negativa de débitos tributários, o adquirente assume a responsabilidade pelo débito, 
sucedendo o real devedor, o transmitente. 
 
São ainda considerados responsáveis sucessores: o espólio (representado pelo patrimônio de 
quem houver falecido), relativamente aos tributos devidos pelo de cujus (morto); e , persistindo 
dívidas tributárias até a ocasião da partilha dos bens, os que de qualquer forma herdam (cônjuge 
sobrevivente (meeiro), descendentes ou ascendentes), que poderão ser exigidos até o limite dos 
valores que houverem recebido na partilha. 
 
No âmbito das pessoas jurídicas, a responsabilidade por sucessão atinge qualquer empresa 
resultante de fusão, transformação ou incorporação, no tocante a dívidas tributárias deixadas 
pela empresa extinta através da modificação ocorrida; a mesma regra de sucessão é extensiva 
aos de empresa que, pondo oficialmente às suas atividades, seja continuada por qualquer sócio 
remanescente, mesmo em nome individual. 
 
A finalidade de tal disposição do Código Tributário é prevenir e coibir as costumeiras tentativas 
de sonegação, mediante a desativação formal de um negócio e sua continuação através da 
pessoa física, ou, então, a constante mudança de denominação social, com o intuito de confundir 
os burlar os credores. 
 
Como última hipótese de responsabilidade de sucessores, prevê o CTN que, quando um negócio 
(seja empresa, fundo de comércio ou estabelecimento comercial) foi transferido a outra pessoa 
(física ou jurídica) e esta continuar a respectiva exploração, as obrigações tributárias devidas até 
a data da transferênciapassarão a ser encargo do novo dono: integralmente, se o proprietário 
anterior não vier a desenvolver qualquer tipo de atividade mercantil, pelo menos até seis meses 
após a cessão do negócio; e, em posição subsidiária em relação ao alienante, se este continuar 
desenvolvendo atividades econômicas (industriais, comercial ou profissionais) ou começar a 
exercê-las no período de seis meses subseqüentes à transferência do negócio. 
 
Terceiros Responsáveis: 
 
O segundo grupo de responsáveis tributários, os terceiros, é integrado por pessoas que 
responderão solidariamente com os contribuintes pelo cumprimento da obrigação principal, nos 
atos em que tomarem parte ou pelas omissões que acarretarem, desde que não seja possível 
exigir a obrigação diretamente dos contribuintes. 
 
 
 
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São terceiros responsáveis, relacionados no artigo 134 do Código Tributário: 
 
Artigo 134 CTN: 
 
I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores; 
 
II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados; 
 
III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes; 
 
IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio; 
 
V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário; 
 
VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos 
praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício; 
 
VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas. 
 
A responsabilidade de terceiros abrange apenas os tributos e respectivos encargos moratórios, 
não sendo extensiva a infrações e penalidades, a não ser quando os mesmos responsáveis 
abusam de seus poderes ou, de qualquer modo, descumprem suas funções de representantes, 
hipóteses em que a responsabilidade se transfere inteiramente a esses, inclusive quanto a 
penalidades. 
 
Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes 
de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos: 
 
I - as pessoas referidas no artigo anterior; 
 
II - os mandatários, prepostos e empregados; 
 
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. 
 
Art. 137. A responsabilidade é pessoal ao agente:: 
 
III - quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico: 
 
a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por quem respondem; 
 
b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandantes, preponentes ou empregadores; 
 
c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado, contra estas. 
 
Observação importante: 
 
Não haverá caracterização da responsabilidade tributária quando os atos geradores forem praticados à 
revelia das pessoas retro referidas. 
 
Responsáveis por infrações 
 
A responsabilidade por infrações envolve outro aspecto a ser tratado, objeto do Direito Penal Tributário. 
 
 
 
 
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Comparando-se com o tratamento jurídico - penal comum, aplicável aos crimes e contravenções, 
o âmbito da responsabilidade tributária apresenta mais diferenças que semelhanças. 
 
Primeiro, como regra geral (sujeita a exceções expressas em lei), a responsabilidade por 
infrações tributárias independe da intenção de quem as comete, sendo irrelevantes as 
graduações de culpa, dolo e premeditação tão importante no campo criminal. 
Depois, a responsabilidade por infrações tributárias deverá ser excluída, sempre que o infrator 
espontaneamente denunciar o erro e adotas as medidas para saná-lo. 
 
Numa análise comparativa: Se alguém comete um crime de homicídio e se apresenta 
imediatamente à autoridade policial, continua sujeito à pena cominada. Contudo, na hipótese 
tributária, se uma empresa funciona irregularmente, sem cumprir obrigações acessórias nem 
atender às principais, basta que compareça à repartição fiscal credora e, mediante solicitação 
escrita, esclareça a situação irregular e peça para serem calculados tributos atrasados e encargos 
moratórios. 
 
Uma vez que a autoridade fiscal atenda e aceite o pagamento da dívida tributária em atraso, não 
haverá a exigência de qualquer penalidade (a não ser a de caráter moratório). 
 
Exceção: 
Tal regra tem exceção apenas nos casos de Imposto de Importação que, por ser essencialmente 
extrafiscal, não permite tal benefício: se alguém entrar no Brasil com mercadoria estrangeira que 
não atenda aos procedimentos de importação regular e, desejando corrigir o erro, procurar uma 
repartição da Receita Federal para pagar o imposto de Importação e ter regularizada a 
mercadoria, terá a decepção de ver a mercadoria apreendida e, após processo fiscal regular, a 
mercadoria será perdida em favor da Fazenda Nacional, como penalidade única prevista. 
 
8. Decadência e Prescrição 
 
Tanto a Decadência quanto a prescrição, elas constituem a perda do direito que a fazenda pública 
possui de: lançar o tributo ou de cobrar o crédito judicialmente. 
8.1. Decadência 
A decadência está arrolada como forma de extinção do crédito tributário no inciso V do art. 156 da 
Lei 5.172 de 1966(Código Tributário Nacional - CTN). 
A decadência e a prescrição têm em comum o fato de ambas decorrerem da ligação de dois fatores 
essenciais: 
a) o decurso de certo lapso de tempo; 
b) a inércia da fazenda pública. 
Tais fatores resultarão na extinção de seu direito material ou na perda do direito de ação que possuiria 
para ver assegurado o exercício de seu direito. 
A decadência está disciplinada no art. 173 e no art. 150, § 4º, do CTN. 
A decadência significa a extinção do direito de a fazenda pública efetuar o lançamento. 
É a decadência que extingue o direito de constituir o crédito (o crédito é constituído pelo 
lançamento) o que nos leva à curiosa conclusão de que a decadência extingue algo (o crédito 
tributário) que ela mesma impediu que chegasse a existir. 
 
 
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O art. 173 do Código Tributário Nacional dispõe que: 
"Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue se após 5 (cinco) anos, 
contados: 
I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; 
II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento 
anteriormente efetuado. 
Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o decurso 
do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito 
tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao 
lançamento." 
O prazo é de cinco anos. Entretanto, o ponto mais controverso é o termo inicial, havendo quatro 
diferentes regras estabelecidas no Código Tributário Nacional, conforme a seguir: 
a) Regra Geral - Aplicável sempre que não haja incidência de qualquer das demais regras. 
Está prevista no art. 173, I, do CTN; 
b) Regra da Antecipação da Contagem - Prevista no art. 173, parágrafo único do CTN; 
c) Regra da Anulação de Lançamento por Vício Formal - Prevista no art. 173, II do CTN; 
d) Regra do Lançamento por Homologação - Prevista no ar. 150, § 4º do CTN. 
 Regra Geral 
A Regra Geral é prevista no inciso III do art. 173 do CTN, segundo o qual o direito de a Fazenda 
Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos contados do primeiro dia do 
exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. 
Exemplo: 
Considerando que determinado tributo sujeito ao lançamento de ofício teve seu fato gerador em 
15 de janeiro de 2009. Conseqüentemente já no dia 16 de janeiro de 2009 seria possível à 
autoridade fiscalcompetente efetuar o lançamento e o direito de a Fazenda Pública tomá-la 
extingue-se após cinco anos contados a partir de 1° de janeiro de 2010, ocorrendo a extinção do 
crédito em 1° de janeiro de 2015, de maneira que o lançamento poderia ser realizado até 31 de 
dezembro de 2014. 
 Regra da Antecipação de Contagem 
O parágrafo único do art. 173 do CTN estatui que o direito de lançar se extingue definitivamente 
com o decurso do prazo de cinco anos, contados da data em que tenha sido iniciada a constituição 
do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória 
indispensável ao lançamento. 
Esta regra é aplicável nos casos em que durante o lapso de tempo compreendido entre o fato 
gerador e o início da contagem do prazo decadencial, a Administração Tributária adota medida 
preparatória para o lançamento. 
Exemplo: 
 
 
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No caso em que antes de se chegar o primeiro dia do exercício seguinte àquela em que o 
lançamento poderia ter sido efetuado, a Administração Tributária inicia procedimento de 
fiscalização relativo ao fato. Este procedimento de fiscalização é ocorre na forma de lavratura de 
termo de início. Na data em que o sujeito passivo toma ciência do termo inicia-se a contagem do 
prazo prescricional. Frisa que se não fosse a iniciativa da providência preparatória para 
lançamento a contagem do prazo só seria iniciada a partir do primeiro dia do exercício seguinte. 
Por isso que a regra traz uma hipótese de antecipação da contagem de prazo decadencial. 
 Regra da Anulação de Lançamento por Vício Formal 
Conforme o art. 173, II do CTN, o direito de proceder ao lançamento extingue-se em cinco anos 
contados da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o 
lançamento anteriormente efetuado. 
Esta regra premia o cometimento de ilegalidades na atividade de lançamento, posto que 
estabelece como conseqüência para a administração que cometeu vício formal, a devolução do 
prazo para que constitua o crédito. 
Entretanto regra somente é aplicável quando o vício que constar do lançamento for de natureza 
formal(adjetivo), não aproveitando aos casos de vício material(substantivo). 
Exemplo: 
Caso o lançamento tenha sido declarado nulo em virtude de cerceamento de defesa do sujeito 
passivo ou a autoridade lançadora não tiver competência legal para exercer a atividade, a regra 
é aplicável, pois o vício não se refere ao conteúdo do ato, mas sim um vício formal. 
O CTN adotou a solução mais favorável a Fazenda Pública: a restituição integral do prazo. 
 Regra do Lançamento por Homologação 
O § 4º do art. 150 do Código Tributário Nacional, disciplinando a sistemática do lançamento por 
homologação, estabelece que "se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a 
contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha 
pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se 
comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação." 
Tem-se o entendimento da doutrina esmagadora que o passar do prazo para a homologação sem 
que esta tenha sido expressamente realizada não apenas configura homologação tácita, mas 
também decadência do direito de constituir crédito tributário relativo a qualquer diferença entre o 
valor antecipado pelo sujeito passivo e aquele que a administração entende devido. 
Observação: Via de regra, o lançamento por homologação não está sujeito à decadência visto 
que, com o decorrer do prazo sem providência administrativa, o lançamento se tem por perfeito 
e acabado. Todavia, na linha adotada pela doutrina majoritária, é possível perceber que o passar 
do prazo para homologação efetivamente extingue o direito de se lançar as diferenças entendidas 
devidas. 
O STJ tem o posicionamento no sentido de que a regra do art. 150, § 4º não é aplicável nos casos 
em que o contribuinte não faz, até a data do vencimento, pagamento algum, devendo neste caso 
o prazo decadencial ser contado na forma definida na regra geral prevista no art. 173, I. do CTN. 
Desta forma, caso o contribuinte tenha antecipado o pagamento dentro do prazo legal,mesmo 
que o valor recolhido tenha sido mais inferior, a homologação tácita ocorrerá em cinco anos 
 
 
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contados da data do fato gerador, conforme art. 150, § 4º do CTN. Caso o contribuinte não tenha 
antecipado qualquer valor, o prazo para homologação começará a fluir a partir do primeiro dia do 
exercício subseqüente(CTN, art. 173, IV), posto que já no exercício da omissão seria possível à 
Fazenda Pública constituir relativo ao tributo não recolhido (STJ - EREsp. 101407/SP). 
O STJ, a partir de 1995, passou a adotar um entendimento que tem o efeito de ampliar o prazo 
para que a Fazenda Pública constitua créditos tributários relativos a diferenças apuradas na 
sistemática do lançamento por homologação. 
Este entendimento decorre de as regras relativas à decadência do direito de lançar são 
exclusivamente aquelas constantes do caput, alíneas e parágrafo único do art. 173 do CTN. Neste 
sentido, a regra relativa ao prazo para homologação, conforme art. 150, § 4º do CTN, deveria ser 
complementada pela constante do art. 173, I do mesmo Código. 
Conseqüentemente a decadência somente ocorreria com o decurso de cinco anos contados do 
exercício seguinte àquele em que se extinguiu o direito potestativo que possui a Fazenda Pública 
para rever o lançamento. 
Exemplo: 
Considerando que o fato gerador de um tributo sujeito a lançamento por homologação ocorra no 
dia 27 de julho de 2009 e que o respectivo sujeito passivo antecipe o pagamento no dia 31 de 
julho de 2009. O prazo para homologação é de cinco anos contados do fato gerador, expirando-
se no dia 27 de julho de 2014(aplicação do art. 150, § 4º, do CTN). Como no último dia do prazo 
a administração Tributária poderia deixar de homologar o lançamento e lançar eventuais 
diferenças, o prazo para lançar de ofício seria cinco anos contados do primeiro dia do exercício 
seguinte (1° de janeiro de 2015). Seguindo o raciocínio, a decadência ocorreria no dia 1° de 
janeiro de 2020. 
Entretanto, no que concerne ao lançamento da contribuições para financiamento da seguridade 
social, a Lei 8.212 de 1991 estipulava prazo decadencial de dez anos. A regra foi declarada 
inconstitucional pela STF, pela Súmula Vinculante n° 8, estabelecendo que: "São 
inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decreto-lei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da 
Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário" 
8.2. Prescrição 
A prescrição é uma forma de extinção do crédito tributário também enumerada no inciso V do art. 
156 do CTN. 
A prescrição está disciplinada no art. 174 do CTN. 
A prescrição que ocorre contra a Fazenda, acarreta a extinção do direito que ela possui de 
promover ação judicial(execução fiscal) para a cobrança do crédito tributário já definitivamente 
constituído e não pago pelo sujeito passivo. Em suma, a prescrição extingue o direito de ação 
judicial de cobrança do crédito não pago, conseqüentemente, extingue também o próprio crédito. 
O art. 174, caput, do CTN estabelece: 
"Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da 
sua constituição definitiva." 
É relevante observar que o início da contagem do prazo prescricional é sempre um momento 
posterior ao início da contagem do prazo decadencial e nunca há contagem simultânea de ambos. 
 
 
 
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Enquanto se está contando prazo decadencial não há que se falar em prescrição. Caso ocorra a 
extinção pela decadência, também não se terá chegado a cogitar de prazo prescricional. Somente 
haverá início de contagem para prescrição se não tiver havido a decadência, e após ter ocorrido 
a constituição definitiva do crédito tributário.Caso o sujeito passivo, dentro do prazo decadencial, é notificado do lançamento, não se fala mais 
em decadência. Todavia, pode não se iniciar nesse momento a contagem do prazo prescricional 
porque o sujeito passivo pode impugnar administrativamente o lançamento. Tendo havido essa 
impugnação, somente com a decisão administrativa final o crédito será considerado 
definitivamente constituído, e apenas a partir desse momento inicia-se a contagem do prazo de 
prescrição. 
Resumidamente, para efeito de determinar o início da contagem do prazo de prescrição, considera-se 
definitivamente constituído o crédito tributário em um desses dois momentos: 
a) na data de notificação do lançamento ao sujeito passivo, caso ele não faça impugnação administrativa 
do lançamento; ou 
b) na data de notificação ao sujeito passivo da decisão administrativa definitiva que tenha mantido total 
ou parcialmente o lançamento por ele impugnado. 
 Interrupção da Prescrição 
Tratando-se de prescrição não existe a regra geral, aplicável à decadência, quanto à vedação de 
suspensão ou interrupção da contagem do prazo. 
A suspensão e a interrupção de um prazo se distinguem da seguinte forma: enquanto na 
suspensão aproveita-se, quando se reinicia a contagem, o prazo já transcorrido, na interrupção 
despreza-se esse prazo e reinicia-se a contagem do zero. 
Os casos de interrupção do prazo prescricional estão previstos no art. 174 do CTN da seguinte forma: 
"Art. 174 (...) 
 
(...) 
Parágrafo único. A prescrição se interrompe: 
 
I - pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; 
II - pelo protesto judicial; 
III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; 
IV - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo 
devedor." 
Verifica-se que as três primeiras formas de interrupção são sempre judiciais. A última pode ser judicial 
ou extrajudicia 
 
 
 
 
 
 
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9. Do Crime contra a Ordem Tributária 
 
 
Lei 8.137/90 
 
CAPÍTULO I 
Dos Crimes Contra a Ordem Tributária 
 
Seção I 
 
Dos crimes praticados por particulares 
 
Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária s uprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e 
qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: 
 
I - omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias; 
 
II - fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de qualquer 
natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal; 
 
III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento 
relativo à operação tributável; 
 
IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou 
inexato; 
 
V - negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, relativa a 
venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê- la em desacordo 
com a legislação. 
 
Pena - reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
 
Parágrafo único. A falta de atendimento da exigência da autoridade, no prazo de 10 (dez) dias, que 
poderá ser convertido em horas em razão da maior ou menor complexidade da matéria ou da 
dificuldade quanto ao atendimento da exigência, caracteriza a infração prevista no inciso V. 
 
Art. 2° Constitui crime da mesma natureza: 
 
I - fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar outra fraude, 
para eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento de tributo; 
 
II - deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social, descontado ou 
cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres públicos; 
 
III - exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficiário, qualquer percentagem sobre 
a parcela dedutível ou deduzida de imposto ou de contribuição como incentivo fiscal; 
 
IV - deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatuído, incentivo fiscal ou parcelas de 
imposto liberadas por órgão ou entidade de desenvolvimento; 
 
V - utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita ao sujeito passivo da 
obrigação tributária possuir informação contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida à Fazenda 
Pública. 
 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
 
Seção II 
 
Dos crimes praticados por funcionários públicos 
 
 
 
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3 
 
Art. 3° Constitui crime funcional contra a ordem tr ibutária, além dos previstos no Decreto-Lei n° 
2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal ( Título XI, Capítulo I): 
 
I - extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a guarda em razão da 
função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento indevido ou inexato 
de tributo ou contribuição social; 
 
II - exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da 
função ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa 
de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los 
parcialmente. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. 
 
III - patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária, 
valendo-se da qualidade de funcionário público. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e 
multa. 
 
Art. 11. Quem, de qualquer modo, inclusive por meio de pessoa jurídica, concorre para os crimes 
definidos nesta lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida de sua culpabilidade. 
 
Art. 15. Os crimes previstos nesta lei são de ação penal pública, aplicando-se-lhes o disposto no art. 
100 do Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezemb ro de 1940 - Código Penal. 
 
Art. 16. Qualquer pessoa poderá provocar a iniciativa do Ministério Público nos crimes descritos 
nesta lei, fornecendo-lhe por escrito informações sobre o fato e a autoria, bem 
como indicando o tempo, o lugar e os elementos de convicção. 
 
Parágrafo único. Nos crimes previstos nesta Lei, cometidos em quadrilha ou co-autoria, o coautor ou 
partícipe que através de confissão espontânea revelar à autoridade policial ou judicial toda a trama 
delituosa terá a sua pena reduzida de um a dois terços. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.080, de 
19.7.1995) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Capitulo II – TRIBUTAÇÃO 
 
2.SIMPLES NACIONAL 
 
 
Para enquadramento no Simples Nacional, é necessário observar vários requisitos, como: 
 
Faturamento; 
Atividade; 
Participação Societária do sócio pessoa física em outras empresas; 
Débitos tributários; 
Cessão ou locação de mão de obra; 
Não receber lucros do exterior; Entre 
outras... 
 
2.1.Opção pelo Simples Nacional 
 
A opção pelo SIMPLES NACIONAL será realizada por meio da Internet, no Portal do SIMPLES NACIONAL 
- solicitação de opção - pelo simples nacional. 
 
No momento da opção, o contribuinte deve declarar se não está impedido, considerando as vedações 
impostas pela LC 123/2006 para fruição dos benefícios tributários concedidos. 
 
 Empresas em Início de Atividade 
Após efetuar a inscrição no CNPJ, bem como obter as suas inscrições Estadual e Municipal, caso 
exigíveis, a partir de 01/01/2009, a ME ou a EPP terá o prazo de até 30 dias, contado do último 
deferimento de inscrição (seja a estadual ou a municipal), para efetuar a opção pelo Simples 
Nacional, desde que não tenham decorridos 180 dias da inscrição no CNPJ. 
 
Após esse prazo, a opção somente será possível no mês de janeiro do ano-calendário seguinte. 
 
(Base legal: art. 2º, IV, art. 6º, §5º, I, §7º da Resolução CGSN nº 94, de 2011.) 
 
Observação: Depois de decorridos 180 dias da data de abertura da constante do CNPJ, a empresa não será 
considerada empresa eminício de atividades e, portanto, não poderá efetuar a opção pelo SIMPLES 
NACIONAL naquele mesmo ano (Resolução CGSN 23/2007). 
 
 Empresas já Constituídas 
A opção pelo Simples Nacional somente poderá ser realizada no mês de janeiro, até o seu último 
dia útil, produzindo efeitos a partir do primeiro dia do ano-calendário da opção (base legal: art. 
16, §2º, da Lei Complementar nº 123, de 2006). 
 
 
 
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No entanto, é possível o contribuinte se antecipar a esse prazo e fazer o agendamento da opção. 
 
O agendamento da opção pelo Simples Nacional é a possibilidade de o contribuinte manifestar o interesse 
pela opção pelo Simples Nacional para o ano subsequente, antecipando as verificações de pendências 
impeditivas ao ingresso no Regime. 
 
O agendamento não é obrigatório para ingresso ao Simples Nacional, ele é apenas uma antecipação das 
verificações das pendências da pessoa jurídica. 
 
Este poderá ser efetuado acessando o Portal do Simples Nacional, menu "Simples - Serviços", na sequência 
clicar em "Opção", nos serviços disponíveis selecionar "Agendamento de Opção pelo Simples Nacional". 
 
O agendamento está disponível no Portal do Simples Nacional entre o primeiro dia útil de novembro e o 
penúltimo dia útil de dezembro do ano anterior ao da opção. 
 
 Indeferimento da Opção 
Se a opção for indeferida, será expedido termo de indeferimento pela autoridade fiscal integrante 
da estrutura administrativa do respectivo ente federado que decidiu pelo indeferimento, inclusive 
na hipótese de existência de débitos tributários. O contribuinte poderá recorrer através de 
processo administrativo, na forma da legislação vigente no respectivo ente federado. Se, após o 
recurso, houver decisão favorável ao contribuinte, com opção retroativa, os tributos e 
contribuições devidos pelo SIMPLES NACIONAL poderão ser recolhidos sem cobrança de multa 
de mora, mas com incidência dos juros de mora. 
 
2.2. Não Poderão Optar pelo Simples Nacional 
 
A Legislação trouxe algumas alterações para o Simples Nacional, dentre elas algumas atividades 
que não poderiam ser optantes pelo Simples Nacional passam a partir de 2018 a poderem efetuar 
a opção. Vamos analisar abaixo: 
 
Conforme previsto no art. 17 da Lei Complementar nº 123 de 2006, não poderão recolher os 
impostos e contribuições na forma do Simples Nacional a microempresa ou a empresa de 
pequeno porte: 
 
a) Que explore atividade de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria 
creditícia, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a 
receber, gerenciamento de ativos (asset management), compras de direitos creditórios 
resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring); b) Que 
tenha sócio domiciliado no exterior; 
c) de cujo capital participe entidade da administração pública, direta ou indireta, federal, estadual 
ou municipal; 
d) Que possua débito com o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, ou com as Fazendas 
Públicas Federal, estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não esteja suspensa; 
e) Que preste serviço de transporte intermunicipal e interestadual de passageiros, exceto quando 
na modalidade fluvial ou quando possuir características de transporte urbano ou metropolitano 
ou realizar-se sob fretamento contínuo em área metropolitana para o transporte de estudantes 
ou trabalhadores; 
f) Que seja geradora, transmissora, distribuidora ou comercializadora de energia elétrica; 
g) Que exerça atividade de importação ou fabricação de automóveis e motocicletas; 
h) Que exerça atividade de importação de combustíveis; 
i) Que exerça atividade de produção ou venda no atacado de: 
a) cigarros, cigarrilhas, charutos, filtros para cigarros, armas de fogo, munições e 
pólvoras, explosivos e detonantes; b) bebidas a seguir descritas: 
b.1) Alcoólicas; 
b.2) Cervejas sem álcool; 
j) Que realize cessão ou locação de mão-de-obra; 
 
 
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k) que se dedique ao loteamento e à incorporação de imóveis; 
l) Que realize atividade de locação de imóveis próprios, exceto quando se referir a prestação de 
serviços tributados pelo ISS; 
m) Com ausência de inscrição ou com irregularidade em cadastro fiscal federal, municipal ou 
estadual, quando exigível. 
 
O que muda para 2018 ? 
 
A partir de 01.01.2018, a vedação em relação a atividades exploradas tem alteração quanto a produção ou 
venda no atacado das seguintes bebidas: Artigo 17-A, inciso X, letra “b 
 
a) cervejas sem álcool, que são classificadas como não alcoólicas; e 
b) bebidas alcoólicas 
 
Exceções 
 
A partir de 01.01.2018, a atividade de produção e venda no atacado de bebidas alcoólicas não está 
vedada, quando for praticada por: Artigo 17-A, inciso X, letra “c 
a) micro e pequenas cervejarias; 
b) micro e pequenas vinícolas; 
c) produtores de licores; e 
d) micro e pequenas destilarias 
 
Estas ME e EPP optantes pelo Simples Nacional deverão obrigatoriamente ser registradas no 
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e obedecerão também à regulamentação da 
Agência Nacional de Vigilância Sanitária e da Secretaria da Receita Federal do Brasil quanto à 
produção e à comercialização de bebidas alcoólicas. Artigo 17, § 5° 
 
2.3. Atividades Concomintantes no Simples Nacional 
 
No Simples Nacional existem algumas atividades que estão na lista permitida e vedada ao 
Simples Nacional. Para estas atividades deverá ser analisado se a atividade propriamente 
desenvolvida se enquadra em algum requisito de impedimento listados nos artigos 3º §4º e artigo 
17 da Lei Complementar. 
 
Estas atividades estão listadas no Anexo VII da Resolução CGSN 094 de 2011. Por exemplo: 
 
ANEXO VII 
(art. 8°, § 2°) 
Códigos previstos na CNAE que abrangem concomitantemente atividade impeditiva e permitida ao Simples Nacional 
(Vigência: 01/01/2015) 
Alterado pela Resolução CGSN n° 117/2014 (DOU de 05.12.2014) efeitos a partir de 01.01.2015 Redação Anterior 
Subclasse CNAE 
2.0 DENOMINAÇÃO 
1113-5/02 FABRICAÇÃO DE CERVEJAS E CHOPES Acrescentado pela Resolução CGSN n° 135/2017 (DOU de 28.08.2017), 
efeitos a partir de 01.01.2018 
4635-4/02 COMÉRCIO ATACADISTA DE CERVEJA, CHOPE E REFRIGERANTE 
4635-4/03 COMÉRCIO ATACADISTA DE BEBIDAS COM ATIVIDADE DE FRACIONAMENTO E 
ACONDICIONAMENTO ASSOCIADA 
4684-2/99 COMÉRCIO ATACADISTA DE OUTROS PRODUTOS QUÍMICOS E PETROQUÍMICOS NÃO 
ESPECIFICADOS ANTERIORMENTE 
4924-8/00 TRANSPORTE ESCOLAR 
4929-9/02 TRANSPORTE RODOVIÁRIO COLETIVO DE PASSAGEIROS, SOB REGIME DE FRETAMENTO, 
INTERMUNICIPAL, INTERESTADUAL E INTERNACIONAL 
4929-9/04 
ORGANIZAÇÃO DE EXCURSÕES EM VEÍCULOS RODOVIÁRIOS PRÓPRIOS, INTERMUNICIPAL, 
INTERESTADUAL E INTERNACIONAL Acrescentado pela Resolução CGSN n° 119/2014 (DOU de 24.12.2014) efeitos a partir de 
01.01.2015 
http://www.econeteditora.com.br/bdi/res/rs14/resolucao117_cgsn_2014.php
http://www.econeteditora.com.br/bdi/res/rs11/resolucao094_cgsn_2011_anx7_redant.php
http://www.econeteditora.com.br/bdi/res/rs17/res_cgsn_135_2017.php
http://www.econeteditora.com.br/bdi/res/rs14/resolucao119_cgsn_2014.php
 
 
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4929-9/99 OUTROS TRANSPORTES RODOVIÁRIOS DE PASSAGEIROS NÃO ESPECIFICADOS 
ANTERIORMENTE Acrescentado pela Resolução CGSN n° 119/2014 (DOU de 24.12.2014) efeitos a partir de 01.01.2015 
4950-7/00 TRENS TURÍSTICOS, TELEFÉRICOS E SIMILARES 
5011-4/02 TRANSPORTE MARÍTIMO DE CABOTAGEM - PASSAGEIROS Acrescentado pela Resolução CGSN n° 119/2014 (DOU de 
24.12.2014) efeitos a partir de 01.01.2015 
5091-2/02 TRANSPORTE POR NAVEGAÇÃO DE TRAVESSIA, INTERMUNICIPAL, INTERESTADUAL E 
INTERNACIONAL 
5099-8/01 TRANSPORTE AQUAVIÁRIO PARA PASSEIOS TURÍSTICOS 
5099-8/99 OUTROS TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS NÃO ESPECIFICADOS ANTERIORMENTE 
5111-1/00 TRANSPORTE AÉREO DE PASSAGEIROS REGULAR 
5112-9/01 SERVIÇO DE TÁXI AÉREO E LOCAÇÃO DE AERONAVES COM TRIPULAÇÃO5112-9/99 OUTROS SERVIÇOS DE TRANSPORTE AÉREO DE PASSAGEIROS NÃO-REGULAR 
5229-0/01 SERVIÇOS DE APOIO AO TRANSPORTE POR TÁXI, INCLUSIVE CENTRAIS DE CHAMADA 
5229-0/99 OUTRAS ATIVIDADES AUXILIARES DOS TRANSPORTES TERRESTRES NÃO ESPECIFICADAS 
ANTERIORMENTE 
6201-5/01 DESENVOLVIMENTO DE PROGRAMAS DE COMPUTADOR SOB ENCOMENDA 
6202-3/00 DESENVOLVIMENTO E LICENCIAMENTO DE PROGRAMAS DE COMPUTADOR CUSTOMIZÁVEIS 
6203-1/00 DESENVOLVIMENTO E LICENCIAMENTO DE PROGRAMAS DE COMPUTADOR NÃO-CUSTOMIZÁVEIS 
6619-3/02 CORRESPONDENTES DE INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS 
6619-3/99 OUTRAS ATIVIDADES AUXILIARES DOS SERVIÇOS FINANCEIROS NÃO ESPECIFICADAS 
ANTERIORMENTE Acrescentado pela Resolução CGSN n° 119/2014 (DOU de 24.12.2014) efeitos a partir de 01.01.2015 
7810-8/00 Excluído pela Resolução CGSN n° 131/2016 (DOU de 12.12.2016), efeitos a partir de 12.12.2016 Redação Anterior 
8299-7/99 OUTRAS ATIVIDADES DE SERVIÇOS PRESTADOS PRINCIPALMENTE ÀS EMPRESAS NÃO 
ESPECIFICADAS ANTERIORMENTE 
 
 
 
2.4.Base de Cálculo 
 
O SIMPLES NACIONAL incide sobre a receita bruta mensal. Por receita bruta, entende-se o 
resultado das atividades constantes dos objetivos sociais da empresa. A receita bruta abrange, 
portanto, o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos 
serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia, excluídas as vendas canceladas 
e os descontos incondicionais concedidos. 
 
Não devem ser consideradas no cálculo dos tributos integrantes do SIMPLES NACIONAL, as 
demais receitas auferidas pela empresa, não originárias de seus objetivos sociais, como é o caso 
das receitas de aplicações financeiras, ganhos obtidos em bolsa de valores, no mercado de 
balcão ou de mercadorias, juros recebidos, descontos auferidos, etc. 
 
Porém a Resolução CGSN 129 de 15 de Setembro de 2016, trouxe algumas alterações em relação a 
receita bruta, vejamos: 
 
Compõem também a receita bruta do Simples Nacional: 
 
I - o custo do financiamento nas vendas a prazo, contido no valor dos bens ou serviços ou destacado no 
documento fiscal; 
 
II - as gorjetas, sejam elas compulsórias ou não; 
 
III - os royalties, aluguéis e demais receitas decorrentes de cessão de direito de uso ou gozo; e IV - as verbas 
de patrocínio. 
 
Não compõem a receita bruta do Simples Nacional: 
 
I - a venda de bens do ativo imobilizado; 
 
II - os juros moratórios, as multas e quaisquer outros encargos auferidos em decorrência do atraso no 
pagamento de operações ou prestações; 
 
http://www.econeteditora.com.br/bdi/res/rs14/resolucao119_cgsn_2014.php
http://www.econeteditora.com.br/bdi/res/rs14/resolucao119_cgsn_2014.php
http://www.econeteditora.com.br/bdi/res/rs14/resolucao119_cgsn_2014.php
http://www.econeteditora.com.br/bdi/res/rs14/resolucao119_cgsn_2014.php
http://www.econeteditora.com.br/bdi/res/rs16/res_cgsn_131_2016.php
 
 
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III - a remessa de mercadorias a título de bonificação, doação ou brinde, desde que seja incondicional 
e não haja contraprestação por parte do destinatário; 
 
IV - a remessa de amostra grátis; 
 
V - os valores recebidos a título de multa ou indenização por rescisão contratual, desde que não 
corresponda à parte executada do contrato 
 
Na hipótese de devolução de mercadoria vendida por ME ou EPP optante pelo Simples Nacional, em 
período de apuração posterior ao da venda, deverá ser observado o seguinte: 
 
I - o valor da mercadoria devolvida deve ser deduzido da receita bruta total, no período 
de apuração do mês da devolução, segregada pelas regras vigentes no Simples 
Nacional nesse mês; 
II - caso o valor da mercadoria devolvida seja superior ao da receita bruta total ou das 
receitas segregadas relativas ao mês da devolução, o saldo remanescente deverá ser 
deduzido nos meses subsequentes, até ser integralmente deduzido. 
 
Na hipótese de cancelamento de documento fiscal em período de apuração posterior ao da 
operação ou prestação, o valor do documento cancelado deve ser deduzido da receita bruta total 
no período de apuração da operação ou prestação originária 
 
2.5.Tributos Abrangidos pelo Recolhimento Unificado 
 
O Simples Nacional abrange os impostos federais, estaduais e municipais 
 
 Tributos da Competência Federal 
- Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ; 
- Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI; 
- Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL; 
- Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS; 
- Contribuição para o PIS; 
- Contribuição para a Seguridade Social - INSS, a cargo da pessoa jurídica (empresas sujeitas ao anexo IV 
recolherão à parte). 
 
 Tributo da Competência Estadual 
- Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de 
Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS 135 
 
 Tributo da Competência Municipal 
- Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS 
 
2.6.Limites de Faturamento 
Consideram-se microempresas e empresas de pequeno porte a sociedade empresária, a 
sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se 
refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente 
registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, 
conforme o caso, desde que: 
 
I - no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a 
R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e 
 
 
 
 
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II - no caso da empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior 
a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três 
milhões e seiscentos mil reais). 
 
A partir de Janeiro de 2018 estes limites sofrem alterações: 
 
I - no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a 
R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e 
 
II - no caso da empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior 
a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ R$ 4.800.000,00 (quatro 
milhões e oitocentos). 
 
Como ficará portanto a Migração para este limite no ano de 2017/218 
 
A EPP que em 31.12.2017 tiver receita bruta anual (2017) superior a R$ 3.600.000,00 até R$ 4.800.000,00 será 
considerada optante pelo Simples Nacional em 01.01.2018. 
 
A receita auferida que for superior a R$ 3.600.000,00 estará sujeita as regras atuais, ou seja, majoração da 
alíquota máxima em 20%. 
 
Caso a EPP não queira ser optante pelo Simples Nacional deverá comunicar a exclusão, por opção, até 
o final de janeiro de 2018. Artigo 79-E 
 
2.7.Das Alíquotas 
 
As alíquotas das tabelas do SIMPLES NACIONAL devem ser aplicadas sobre a base de cálculo 
mensal. No entanto, para identificar a alíquota correspondente, o contribuinte deve acumular o 
total das receitas auferidas nos 12 meses anteriores ao mês da tributação. Uma vez obtido o 
montante, deve compará-lo com as faixas de receita bruta da respectiva tabela de incidência, a 
fim de identificar a alíquota a ser aplicada sobre a receita bruta daquele mês. 
 
2.8.Pessoas Jurídicas com mais de uma atividade 
 
As pessoas jurídicas que possuem mais de uma atividade, as quais sejam tributadas em anexos 
diferentes, deverá segrega-las para fins de apurar cada receita em seu anexo correspondente. 
 
2.9.Da Majoração da Alíquota 
 
Para fins de majoração da alíquota devemos considerar o limite da receita bruta auferida no ano-
calendário, conforme estabelece o inciso II e o § 1º do artigo 3º da Lei complementar nº 123/2006. 
 
Considerando uma empresa que não adote sublimite e que não aufira receita decorrente de 
exportações e ultrapasse o limite de receita no ano-calendário em curso, a parcela excedente