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Direito Tributário 2° Bimestre

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1 
Luiza Martins 
DIREITO TRIBUTÁRIO – 2º BIMESTRE 
 
18 DE OUTUBRO DE 2019 
 
1) CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO 
 
O primeiro bimestre envolveu a incidência. 
Uma vez que verificada a incidência, o que acontece com o tributo, como que ele 
é cobrado? Por meio do lançamento tributário. 
Assim, eu tenho a hipótese (que é um fato jurídico tributário) e a incidência, diante 
do fenômeno da incidência eu preciso constituir o crédito tributário, ou seja, eu 
preciso dar valor a ele. 
Antes de ter um conceito ou uma definição eu recorro ao artigo 142 do CTN. 
 
Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito 
tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a 
verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria 
tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, 
propor a aplicação da penalidade cabível. 
Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob 
pena de responsabilidade funcional. 
 
Quem pode realizar o lançamento? A autoridade tributária. O procedimento 
tendente a verificar a matéria tributável, definir o sujeito da obrigação jurídica e 
determinar o valor do crédito tributário e eventual aplicação de multa. 
 
Em linhas gerais o que é lançamento tributário? Assim, posso entender o 
lançamento como norma do artigo 142, posso entender como procedimento todo 
aquele conjunto de ato sucessivo que leva a um resultado final que é o ato. Mas 
basicamente o que temos diante de um caso concreto e depois de verificada a 
incidência, eu tenho que verificar qual foi o fato que levou a incidência/ quem 
conduziu a incidência/ quem é o sujeito passivo e o ativo/ qual o valor tributado? 
 
a) DEFINIÇÃO: Paulo de Barros Carvalho. 
 
Em resumo: as normas gerais e abstratas por meio do lançamento eu consigo ter 
uma norma individual e concreta. Eu consigo diante da verificação de que a pessoa 
auferiu renda. 
No documento que materializa o lançamento eu tenho a descrição dos fatos, qual 
o sujeito passivo, a descrição do crédito. 
Por exemplo: multa de trânsito. 
Por meio do lançamento com a notificação eu me torno obrigada a tomar 
providencias relacionadas a este crédito, sendo almejado pelo Estado o 
pagamento. 
 
- Ato jurídico: 
Paulo Barros de Carvalho: 
Diz que é um ato jurídico administrativo tem que se lembrar, quais são as 
características de todo e qualquer ato administrativo, quais são os elementos 
integrativos de todo e qualquer ato administrativo. 
O lançamento tem forma definida em lei (a lei diz o que precisa conter o 
documento ou procedimento de lançamento, de modo que qualquer desvio ou 
mudança eu posso suscitar a nulidade); o lançamento deve ser realizado pelo 
agente competente (p. ex. a competência do Diretran para multar); objeto/ 
conteúdo, devendo ter a exigência do credito tributário; preciso ter um motivo e 
pressuposto (deve ser motivado) e a finalidade. 
 
- Da categoria dos simples constitutivos ou modificativos e vinculados 
Isso porque os atos emanam da vontade de um único órgão, de uma só vontade. 
Ou seja, se estou falando de um tributo federal, os tributos emanam dos auditores 
da receita federal (uma única vontade). 
 
Constitutivos – Paulo de Barros Carvalho: “por meio do lançamento eu tenho a 
constituição de direitos e deveres, porque é quando eu tenho o nascimento de uma 
obrigação tributaria” – isso é questionável porque nós estudamos o fenômeno da 
incidência (pois em alguns momentos quando eu verifico a subsunção do fato a 
norma e vejo que o FG concorreu haverá a incidência que ocorre de maneira 
automática e infalível – assim tenho um vínculo obrigacional nesse momento). 
 
O Paulo de Barros parte de outra premissa, pois é possível concordar que a 
incidência conduz a instauração de um vínculo obrigacional, a diferença que para 
2 
Luiza Martins 
ter esse vínculo obrigacional e devidamente aperfeiçoado a incidência, seria 
necessária a linguagem competente. 
 
Os efeitos modificativos são evidentes. O lançamento é um divisor de águas, se 
antes do crédito tributário ele era existente (muito embora não soubesse o seu 
valor), com o lançamento eu defino o crédito tributário, ele se torna exigível (pode 
ser cobrado). 
Podendo ser cobrado, mas não ter execução fiscal e nem constrição de bens. 
 
É vinculado porque a sua forma está prevista em lei. 
 
• (142, §único) diante da ocorrência do fato gerador não pode a autoridade 
tributária tem obrigatoriedade de realizar o lançamento. 
 
Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob 
pena de responsabilidade funcional. 
 
- Mediante o qual insere na ordem jurídica brasileira uma norma 
individual e concreta 
 
Isso quer dizer que estou definindo e individualizando o sujeito. De uma norma 
geral e abstrata eu extraio uma norma que caiba especificamente no caso concreto. 
 
- Que tem como antecedente o Fato Jurídico Tributário 
 
No lançamento há menção a um fato gerador já ocorrido. 
 
- É, como consequente, a formalização do vínculo obrigacional, pela 
individualização dos S.A. e pela determinação da Base de cálculo e 
alíquota correspondente. 
 
Sujeito ativo entorno de um objetivo e o sujeito passivo, formado por base de 
cálculo e alíquota. Porque nos autos de lançamentos terá o cálculo. 
 
- Bem como pelo estabelecimento dos termo-nos espaço-temporais em 
que o crédito há de se exigido. 
 
No alto de infração de trânsito (tem data para pagamento, data para pagamento 
com desconto, com juros, apresentação de impugnação), de acordo com o artigo 
161 do CTN. 
 
Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, 
seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades 
cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei 
tributária. 
§ 1º Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são calculados à taxa de um 
por cento ao mês. 
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica na pendência de consulta formulada pelo 
devedor dentro do prazo legal para pagamento do crédito. 
 
 
b) NATUREZA JURÍDICA 
 
Para Paulo de Barros de Carvalho o lançamento tem natureza CONSTITUTIVA. 
 
Existem três naturezas jurídicas possíveis: constitutiva ou declaratória (no 
lançamento ele declara a ocorrência do fato gerador) e a mista (adotada pelo CTN). 
 
A crítica do Paulo de Barros: como que eu posso ter uma obrigação sem ter o 
crédito tributário? Ele está certo. Porque uma obrigação tributária se eu retiro o 
objeto eu não tenho mais a obrigação. Sustentando que não pode ter uma 
obrigação jurídica sem um crédito tributário, eles não podem ser separados. 
 
Aos que sustentam que a natureza jurídica do lançamento é DECLARATÓRIA: a 
pessoa declara a ocorrência por meio do lançamento ou verifico a declaração da 
ocorrência do fato gerador e o nascimento da obrigação tributária. 
E sim, no início tem eficácia jurídica do crédito tributário, mas tem eficácia mínima 
jurídica, pois eu sei o que é um crédito, mas não tenho a sua definição. 
 
Resumindo: o lançamento ele declara a ocorrência do fato gerador e a instauração 
do vínculo obrigacional. O Dalsenter segue está linha. 
 
Na corrente CONSTITUTIVA – tem eficácia constitutiva, porque tenho a 
representação de um mero evento social. O lançamento traz o evento para o 
3 
Luiza Martins 
mundo jurídico tornando o fato jurídico tributável, de modo que com o 
lançamento eu tenho a constituição da obrigação tributária (deveres e direitos). 
 
Resumindo: novas relações jurídicas é a criação de novos direitos e deveres. 
Crítica do Dalsenter - Pela teoria constitutiva, antes do lançamento nada existe no 
mundo jurídico. Existindo apenas como evento social, não jurídico. 
 
Corrente MISTA – o lançamento tributário constituiu o crédito tributário, mas 
antes ele declara a obrigação tributária. 
Ocorrendo assim, tanto o efeitodeclaratório porque o lançamento declara a 
ocorrência de um fato gerador que leva a uma obrigação tributária, só que no 
momento do lançamento que eu tenho a constituição do crédito. 
 
NÃO VAI COBRAR NA PROVA! 
 
Hipótese de incidência tributária – fato jurídico tributário —— crédito tributário 
 Lançamento tributário 
 
 
 Obrigação tributária 
 
 
c) ATRIBUTOS DO LANÇAMENTO 
 
• presunção de legitimidade e veracidade – verifico que quando há um 
lançamento eu preciso desconstitui-lo. Essa presunção é relativa, podendo 
deixar prova em sentido contrário, para demonstrar que o lançamento é 
descabido, até porque pode ser adotada a ideia de que estamos diante um 
erro administrativo. 
• Exigibilidade – o lançamento determina que o crédito tributário passe a 
ser exigível, significa que há no sujeito um crédito devidamente constituído 
e se não utilizada qualquer providencia pode impedir a expedição de 
regularidade fiscal. Sendo essas divididas em duas: na primeira há contra o 
sujeito um crédito devidamente constituído e pode impedir a certidão 
negativa (nada deve – 205, CTN) e a certidão positiva (há créditos 
tributários exigíveis contra o sujeito e impede ele de exercer algumas 
atividades). 
Artigo 206 do CTN, Certidão positiva com efeitos negativos, há créditos 
exigíveis contra essa pessoa, mas a sua exigibilidade está suspensa. 
Artigo 151 – hipóteses de suspensão da exigibilidade do crédito: 
Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: 
I - Moratória; A exigibilidade está suspensa, eu não posso ser cobrado pelo fisco. 
II - O depósito do seu montante integral; se eu deposito em juízo ou administrativamente o 
valor, o fisco não pode me cobrar. 
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário 
administrativo; se quando eu recebo a notificação de um lançamento tributário ou auto de 
infração eu apresento uma impugnação, de natureza administrativa. Enquanto perdurar o 
processo eu não posso ser cobrado. 
IV - A concessão de medida liminar em mandado de segurança. Se tenho uma liminar ou 
tutela de urgência, não posso ser cobrada. 
V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação 
judicial; (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001). 
VI – O parcelamento. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) se eu parcelo não posso ser 
cobrado, se eu pedir o parcelamento a causa suspensiva já não existe e pode ser cobrado. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações 
assessórios dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela 
consequentes 
. 
• Ato vinculado – aquele previsto em lei, e é uma atividade obrigatório. De 
modo que, em caso de descumprimento dessa atividade, aquele que tem 
competência para realizar o lançamento pode sofrer a imposição de uma 
responsabilidade previstas na Constituição Federal. 
• Ato administrativo não executório – superada as exigências de cobranças 
amigável, esse crédito é encaminhado para a inscrição em dívida ativa. 
Com a CDA, o título passa de exigível para executável, de maneira 
coercitiva após não cumprimento e tentativa de que seja cumprido. 
• Ato privativo do fisco – considerem que sim. 
• Retroage à data da ocorrência do fato gerador – artigo 144 do CTN. 
O lançamento refere-se a um fato passado, se no passado, dizia que era 
menor, será aplicado o menor. No que diz respeito a penalidade será 
aplicada a que melhor beneficia o contribuinte. 
 
4 
Luiza Martins 
Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e 
rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. 
 § 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador 
da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, 
ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao 
crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir 
responsabilidade tributária a terceiros. 
 § 2º O disposto neste artigo não se aplica aos impostos lançados por períodos certos de 
tempo, desde que a respectiva lei fixe expressamente a data em que o fato gerador se 
considera ocorrido. 
 
• Notificação – sem notificação o contribuinte não tem ciência do crédito 
tributário e não haverá a exigibilidade. Posso ter um lançamento 
devidamente produzido com auto de infração lavrado, se a notificação 
ocorre do decurso do prazo decadencial de 5 anos, eu posso falar que esse 
crédito decaiu. 
 
SÚMULA 397 STJ – O contribuinte do IPTU é notificado do lançamento pelo envio 
do carnê ao seu endereço 
 
 
MODALIDADES E ESPÉCIES DE LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO 
 
Para realizar a distinção, o critério estabelecido é o grau de participação do 
contribuinte na constituição do crédito. 
 
1. DE OFÍCIO – AQUILO REALIZADO PELO FISCO. Aquele que não há 
participação alguma do contribuinte, estamos diante do lançamento de 
ofício. 
Por exemplo: IPVA, IPTU. 
 
a. ORIGINÁRIO OU DIRETO: quando a legislação assim estabelece. 
 
Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos 
seguintes casos: 
I - Quando a lei assim o determine; 
 
b. NÃO – ORIGINÁRIO: são aqueles que decorrem de um lançamento 
anterior (por declaração ou homologação). 
 
POR DECLARAÇÃO: incisos II, III do artigo 149 do CTN. Quando ocorre 
a notificação para apresentar esclarecimentos, ou informações para o 
fisco. Eu não cumpro esse dever instrumental ou se eu faço, eu passo 
de maneira insatisfatória (informações que não merecem confiança). 
Por exemplo: ITBI. 
 
Artigo 149. II - Quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na 
forma da legislação tributária; 
III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos termos 
do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido 
de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não 
o preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade; 
 
POR HOMOLOGAÇÃO: nos casos que tenho que apresentar a 
declaração de IR, e não faço e não apresento. Assim é realizada o 
lançamento de ofício pela União. 
Artigo 149. V - Quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa 
legalmente obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte; 
 
Isso não está de acordo com o artigo 142 do CTN. 
 
Mas de acordo com o Carazza, o lançamento é ato privativo do fisco, o único tipo 
possível é o lançamento de ofício, os demais são apenas deveres instrumentais. 
Por exemplo, o lançamento por declaração, eu presto as informações ao fisco e 
com base nessas informações ele faz o lançamento de ofício. 
O fato de o contribuinte apresentar uma declaração, isso é lançamento? Não, 
tanto que a legislação fala sobre dever instrumental de apresentar a declaração, 
eu não tenho um lançamento. Eventualmente no caso de omissão e inexatidão 
o fisco realiza o lançamento e é de ofício. E se está tudo certo, eu vou ter os 
chamados tributos sem lançamento. 
 
2. POR DECLARAÇÃO OU MISTO (ARTIGO 147 DO CTN): aquele que eu 
verifico uma participação média do contribuinte (o contribuinte presta 
5 
Luiza Martins 
informações ao fisco e com base nessas informações será constituído o 
crédito tributário. 
Por exemplo: declaração de bagagem. 
 
3. POR HOMOLOGAÇÃO (ARTIGO 150 DO CTN): aquele que o contribuinte 
faz tudo, apurando o crédito tributário e paga de maneira ANTECIPADA 
(aquele pagamento realizado sem o prévio exame da autoridade fiscal). 
Por exemplo: IR. 
 
HOMOLOGAÇÃO TÁCITA – pelo decurso do tempo. Ou HOMOLOGAÇÃO 
EXPRESSA. 
 
O fisco uma vez realizado o fato gerador, se encaminha para incidência o fisco tem 
um prazo para realizar a incidência (de 5 anos) com prazo decadencial, que não se 
suspende nemse interrompe. 
E a decadência em matéria tributária está relacionada a perda do direito do fisco 
em constituir um crédito tributário pelo lançamento por conta da perda do prazo 
de 5 anos. 
O problema é saber o prazo inicial da contagem deste prazo, pois eu tenho os artigo 
150, §4° do CTN – que diz que o prazo é de 5 anos (homologação – contados da 
data de ocorrência do FG) e o artigo 173 CTN, ao prazo do lançamento de oficio, e 
deve ser realizado no prazo de 5 anos, contados do primeiro dia do exercício 
subsequente daquele que o lançamento deveria ter sido feito. 
Uma vez constituído definitivamente o crédito tributário, temos o início do prazo 
de protesto que é de 5 anos, sendo ele prescricional (para cobrança judicial do 
tributo, por meio de execução fiscal), esse prazo pode ser suspenso e interrompido, 
nas hipóteses de parcelamento (interrompe – o prazo recomeça), liminar e 
deposito (suspensão da legitimidade). 
 
21 DE OUTUBRO DE 2019 
 
1. PAGAMENTO ANTECIPADO DE FORMA CORRETA – lançamento por 
homologação (artigo 150, §4º da CF) 
 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, 
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o 
patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades 
nelas mencionadas. 
 
Fato gerador: 01.01.2015 
O prazo para recolhimento: 15º dia do mês subsequente há ocorrência do FG. 
Prazo: 15/02/2015 —> declaração ✅, pagamento ✅. 
 
O prazo da fazenda para realizar a homologação é de 5 anos (decadencial), 
contados a partir da ocorrência do FG. Para hipótese de pagamento antecipado 
maneira correta o fisco detém o prazo de 5 anos contadas da data de ocorrência 
do fato gerador para realizar a homologação do pagamento. Isso será esgotado 
31.12.2019, porque é um prazo de decadencial. 
O fisco pode fazer homologação expressa (nunca vi) ou tácita (pelo decurso do 
prazo de 5 anos), por isso ficamos sujeitos a uma fiscalização por parte do fisco. 
 
2. AUSÊNCIA DE DECLARAÇÃO E DE PAGAMENTO (artigo 173, inciso I) – 
lançamento de ofício. 
 
Fato gerador: 01.01.2015 
Prazo para recolhimento: 15º dia do mês subsequente. 
Prazo: 15/02/2015 —> declaração ❌, pagamento ❌. 
 
01.01.2016 ——————— — decadencial——————————— 31.12.2020 
 
Para ter a cobrança é necessário constitui-lo. Quem irá fazer a constituição deste 
crédito? O fisco irá atuar e multar, fazendo o lançamento. Uma hipótese de 
lançamento é o auto de infração (lançamento gênero e o auto de infração é a 
espécie). 
Qual o tipo de lançamento? É o lançamento de ofício (173, inciso I do CTN). 
 
Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 
(cinco) anos, contados: 
I - Do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido 
efetuado; 
 
6 
Luiza Martins 
Lançamento de ofício - O termo inicial da contagem de prazo é o primeiro dia do 
exercício subsequente aquele em que o lançamento poderia ser realizado. 
 
A partir do momento da notificação (constituição definitiva do crédito tributário) 
passa correr o prazo de 5 anos prescricional para ter a execução fiscal do crédito. 
 
3. DECLARAÇÃO E AUSÊNCIA DE PAGAMENTO – lançamento de ofício. 
 
Fato gerador: 01.01.2015 
Prazo para recolhimento: 15º dia do mês subsequente 
Prazo: 15.02.2015 —> declaração ✅, pagamento ❌ (constituição de 10 mil reais, 
mas não realiza o pagamento). 
 
16.02.2015 ——————————prescricional ——————— execução fiscal 
 5 anos 
 
Não haverá nova constituição, eu não preciso de lançamento de ofício, por quê? O 
crédito já foi constituído por meio da declaração do sujeito. 
Começa a correr um prazo prescricional de 5 anos, para que o fisco promova a 
execução fiscal, que começa a correr a partir do dia seguinte do vencimento. 
O prazo decadencial não admite suspensão ou interrupção, mas o prescricional 
sim. 
Então, declarado + não pago a legislação determina que o crédito poderá ser 
inscrito diretamente em dívida ativa para a cobrança via execução fiscal. 
Por isso, que em época de declaração de IR recomendasse que mesmo sem todos 
os documentos para verificar sobre os tributos a serem pagos, e depois realiza a 
retificadora e pagam os valores adequados. 
 
Uma variável: 
Se declarado 10 mil, mas o correto seria 40 mil. Como deve ser feito? 10 mil vai ser 
cobrado e vai direito para a inscrição em dívida ativa, e a diferença de 30 mil vai 
ser feito de que forma? O fisco, com lançamento de ofício, contados os prazos a 
partir do primeiro dia do exercício subsequente. 
 
O fisco tem o prazo de 5 anos para constituir a diferença de 30 mil. Dentro desses 
5 anos tem que ser constituído o crédito. 
 
01.01.2016 ———————— decadencial (5 anos) ——————— 31.12.2020 
 
4. DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO 
 
Artigo 150. § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da 
ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha 
pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, 
salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. 
 
Fato gerador: 01.01.2015 
Prazo para recolhimento: 15º dia do mês subsequente. 
Prazo: 15.02.2015 —> declaração e pagamento. 
 
Recolhe tributo a menor (dolo), o prazo de 5 anos para a constituição e realização 
de lançamento do valor que deixou de ser recolhida, contada da data que a 
autoridade tributária tem conhecimento que houve a prática dolosa. 
 
No entanto, o STJ o prazo seria de 10 anos (150, §4º + 173, Inciso I + 5 anos) depois 
disso teria o prazo prescricional para a cobrança (tese dos 5 mais 5). Hoje não existe 
mais essa tese. 
 
Fato gerador ——————150, §4º ———————173, I ——————— 5 anos. 
 
 
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 
1. NOÇÕES GERAIS 
 
Quando estamos falando de suspensão são aqueles atos que impedem a cobrança, 
impossibilitando certidões de irregularidade fiscal. 
Quando eu já posso ser cobrada, não tem como se utilizar da certidão negativa (205 
CTN). 
Porém, posso me utilizar de recursos para obter a suspensão e possuir uma 
certidão positiva com efeitos de negativa (206 CTN). 
 
7 
Luiza Martins 
• REGRA: eu posso falar em constituição do crédito tributário quando ele 
foi constituído. 
Por que haveria necessidade de falar em constituição do crédito tributário se ele 
sequer foi constituído? Não, mas as coisas não funcionam assim. 
 
As hipóteses de suspensão da exigibilidade – artigo 151 do CTN. 
 
Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: 
I - Moratória; 
II - O depósito do seu montante integral; 
 III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário 
administrativo; 
 IV - A concessão de medida liminar em mandado de segurança. 
V – A concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação 
judicial; (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) 
 VI – O parcelamento. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações 
assessórios dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela 
consequentes. 
 
Quais dessas que eu verifico a constituição do crédito tributário? Dos incisos III e 
VI. 
Na LIMINAR é comum nos termos o ajuizamento de uma medida e pedimos uma 
tutela de urgência e a liminar, para suspensão da exigibilidade. Com a concessão 
dessa liminar impede que o fisco realize a suspensão? O prazo decadencial ele não 
se interrompe, e vai constituir o crédito tributário, mas não terá atos de cobrança. 
Assim o lançamento terá a seguinte observação “o lançamento realizado com a 
finalidade de evitar a decadência”. 
 
- EXCEÇÕES – artigo 141 CTN. 
 
Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou extingue, ou 
tem sua exigibilidade suspensaou excluída, nos casos previstos nesta Lei, fora dos quais não 
podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei, a sua 
efetivação ou as respectivas garantias. 
 
Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: 
 I - Suspensão ou exclusão do crédito tributário; 
 
2. ESPÉCIES 
 
2.1. MORATÓRIA (151, I CTN): pressupõe a dilação do prazo para 
pagamento do tributo. 
 
Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: 
 I - Moratória; 
 
- ARTIGO 152 AO 155 DO CTN 
Na análise dos artigos 152 e 153, estabelecer uma classificação das moratórias e 
os requisitos necessários para a concessão da moratória. Sempre será a LEI que 
irá trazer. 
 
- CLASSIFICAÇÃO GERAL: a União concede uma moratória de imposto 
de renda, o qual poderá ser pago até 2021. Isso se aplica de modo geral, a todos 
aqueles que estão submetidos a cobrança do Imposto de renda, não há qualquer 
delimitação, sem necessidade de despacho da autoridade administrativa. 
 
 AUTÔNOMA (ARTIGO 152, I, ‘A’, CTN): aquela 
concedida por meio daquela que o sujeito tem competência para instituir o tributo. 
Por exemplo: é a União concedendo um tributo de sua própria competência. São 
os Estados/ Municípios concedendo tributos de sua própria competência. 
 
Art. 152. A moratória somente pode ser concedida: 
I - Em caráter geral: 
a) pela pessoa jurídica de direito público competente para instituir o tributo a que se 
refira; 
 HETERÔNOMA (ARTIGO 152, I, ‘B’, CTN): seria a 
União conceder para tributos que não são de sua competência. 
A doutrina é dividida, uns dizendo que isso não é possível, até porque o artigo 
151, inciso da CF ressalta que não é possível. 
Tem aqueles que falam, que a União atuando no plano internacional 
representando a Nação Brasileira, ela poderia agir em interesse da nação para 
conceder uma moratória/ isenção. 
 
8 
Luiza Martins 
b) pela União, quanto a tributos de competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos 
Municípios, quando simultaneamente concedida quanto aos tributos de competência 
federal e às obrigações de direito privado; 
 
 INDIVIDUAL (DESPACHO DA AUTORIDADE ADM). 
ADMINISTRATIVA) – 152, II. Para a concessão é necessário um despacho da 
autoridade administrativa, concedendo uma moratória porque é realizada uma 
análise (não gera um direito adquirido). 
 
Artigo 152. II - Em caráter individual, por despacho da autoridade administrativa, desde 
que autorizada por lei nas condições do inciso anterior. 
 
 TOTAL: estende a toda a base territorial. 
 PARCIAL: fixa uma determinada região do território 
dentro da qual eu verifico a possibilidade de concessão da moratória, ou ainda em 
relação à sujeitos, microempresas que empreguem até três funcionários. 
 
Parágrafo único. A lei concessiva de moratória pode circunscrever expressamente a sua 
aplicabilidade à determinada região do território da pessoa jurídica de direito público que 
a expedir, ou a determinada classe ou categoria de sujeitos passivos. 
 
- REQUISITOS: IMPLÍCITOS 
 OBRIGATÓRIOS (ARTIGO 153, I E II, CTN): eu preciso 
ter a previsão do prazo da moratória e as condições para a sua concessão. 
 
Art. 153. A lei que conceda moratória em caráter geral ou autorize sua concessão em 
caráter individual especificará, sem prejuízo de outros requisitos: 
I - O prazo de duração do favor; 
II - As condições da concessão do favor em caráter individual; 
 
 FACULTATIVOS (ARTIGO 153, III, CTN): 
possibilidade do fisco, facultativamente determinar que a moratória se aplica a 
produtos específicos ou ainda exigir a prestação de uma garantia, até a concessão 
de parcelamento. 
Para a doutrina para termos a moratória é necessário estarmos diante de uma 
situação de extrema gravidade/ calamidade. O parcelamento não, é uma técnica 
arrecadatória que pode ser utilizada para qualquer momento, tanto é que a cada 
dois/ três anos têm o parcelamento. 
Dessa maneira, a moratória parcelada seria uma espécie de parcelamento, por isso 
a relação de moratória com parcelamento. 
 
III - sendo caso: 
a) os tributos a que se aplica; 
b) o número de prestações e seus vencimentos, dentro do prazo a que se refere o inciso I, 
podendo atribuir a fixação de uns e de outros à autoridade administrativa, para cada caso 
de concessão em caráter individual; 
c) as garantias que devem ser fornecidas pelo beneficiado no caso de concessão em caráter 
individual. 
 
- ANULAÇÃO DA MORATÓRIA: concedida de maneira irregular ou de meio 
fraudulento, isso interfere na aplicação de penalidade ou não. 
 
Art. 155. A concessão da moratória em caráter individual não gera direito adquirido e 
será revogado de ofício, sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de 
satisfazer as condições ou não cumprira ou deixou de cumprir os requisitos para a concessão 
do favor, cobrando-se o crédito acrescido de juros de mora: 
I - Com imposição da penalidade cabível, nos casos de dolo ou simulação do beneficiado, ou 
de terceiro em benefício daquele; 
II - Sem imposição de penalidade, nos demais casos. 
Parágrafo único. No caso do inciso I deste artigo, o tempo decorrido entre a concessão da 
moratória e sua revogação não se computa para efeito da prescrição do direito à cobrança 
do crédito; no caso do inciso II deste artigo, a revogação só pode ocorrer antes de prescrito 
o referido direito. 
 
Eu posso falar da cobrança do crédito que tenha sido objeto da moratória em duas 
situações, nas duas eu teria a cobrança de juros de mora. A primeira situação é o 
erro do fisco e a outra é a prática ilícita pelo contribuinte. 
No caso de erro do fisco o contribuinte não será apenado pecuniariamente. Mas se 
agindo com dolo, para uma fraude terá uma multa qualificada. 
 
Se é por erro e equívoco do fisco, eu posso ser cobrado sem multa desde que 
observado o prazo prescricional, se já ultrapassado eu não posso ser cobrado. 
Se eu estou na hipótese do inciso I e prático algum ato fraudulento para enganar o 
fisco o prazo prescricional se suspende, e será cobrado com juros e multa. 
 
9 
Luiza Martins 
2.2. PARCELAMENTO (ARTIGO 155-A): é necessário ter a lei, assim como 
acontece com a moratória. 
 
O PARCELAMENTO ORDINÁRIO – tem um prazo razoável e permite o 
parcelamento e as parcelas serão acrescidas de juros, sendo aplicadas sobre ela a 
SELIC. 
 
Diferença entre moratória e parcelamento: Na moratória eu verifico a dispensa de 
juros e multa, no parcelamento não tem isso, apenas quando a lei estabelece que 
será dispensado. 
 
Por isso que no parcelamento ordinário pode ser pago para ter regularidade fiscal 
e a certidão positiva com efeitos de negativa, e quanto tem o programa de 
parcelamento eu migro do parcelamento ordinário para o programa especial 
(porque esse prevê hipóteses de redução de juros e multa, e até de exclusão da 
multa). 
 
O parcelamento é concedido pela autoridade tributante, não há que se falar em 
parcelamento sem lei. 
 
Outra diferença, na moratória eu preciso estar diante de uma situação de extrema 
gravidade, no parcelamento é uma técnica arrecadatória, sendo ato discricionário 
do fisco, aplicada as disposições artigos 152 a 153 e 155 ao parcelamento 
. 
Eu posso ter um tratamento diferenciado nas empresas em recuperação judicial, o 
parcelamento. 
 
O parcelamento suspende a exigibilidade do crédito (no sentido de que, enquanto 
eu estiver pagamento regulamente as prestações eu não serei cobrada e terei 
direito a certidão positiva com efeitos de negativa), e sim interrompe o prazo 
prescricional (então se eu aderir o parcelamento e deixar de pagar, oprazo 
prescricional ele começa do zero). 
 
Art. 155-A. O parcelamento será concedido na forma e condição estabelecidas em lei 
específica. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) 
§ 1o Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do crédito tributário não exclui a 
incidência de juros e multas. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) os programas especiais 
de parcelamento preveem essa possibilidade de exclusão ou redução. 
§ 2o Aplicam-se, subsidiariamente, ao parcelamento as disposições desta Lei, relativas à 
moratória. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) 
§ 3o Lei específica disporá sobre as condições de parcelamento dos créditos tributários do 
devedor em recuperação judicial. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) 
 § 4o A inexistência da lei específica a que se refere o § 3o deste artigo importa na aplicação 
das leis gerais de parcelamento do ente da Federação ao devedor em recuperação judicial, 
não podendo, neste caso, ser o prazo de parcelamento inferior ao concedido pela lei federal 
específica. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) se tem uma lei que fala sobre as 
hipóteses de recuperação judicial, poderá ela ser aplicada em detrimento da lei geral. 
 
2.3. DEPOSITO INTEGRAL DO TRIBUTO: pode ser verificado na esfera 
administrativa, quanto na judicial. 
Na esfera administrativa: eu sou notificado e ao invés de pagar o tributo apresento 
uma defesa administrativa, só que verificando que a discussão na esfera 
administrativa pode durar um bom tempo. Sobre esse valor irá incidir juros e será 
atualizado. 
Para que não tenha qualquer problema eu tenho opção de realizar o deposito 
administrativo, impedindo a fluência dos juros. 
 
SÚMULA 112 STJ – O depósito somente suspende a exigibilidade do crédito 
tributário se for integral e em dinheiro. 
 
Se realizado em valor menor, não suspenses a exigibilidade. 
 
A consequência do depósito na esfera administrativa e judicial, não tenho qualquer 
problema a título de cobrança. 
 
Esse depósito é uma garantia de juízo, caso não fosse possível ele será convertido 
em renda e o crédito tributário é extinto ou pode ser levantado o dinheiro pelo 
contribuinte. 
 
Art. 156. Extinguem o crédito tributário: 
VI - A conversão de depósito em renda; 
 
10 
Luiza Martins 
Poderia haver qualquer exigência no sentido de obrigar o sujeito a realizar o 
deposito e discutir o tributo (por exemplo: na esfera administrativa para recorrer, 
poderia ter alguma lei que para recorrer eu preciso fazer o depósito ou 
arrolamento de bens)? NÃO, mas em 2002, para recorrer era necessário o 
arrolamento de bens ou depósito. 
 
SÚMULA VINCULANTE 21 - É inconstitucional a exigência de depósito ou 
arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso 
administrativo. 
 
Até 2001 tínhamos apenas o Mandado de Segurança como apto para promover a 
suspensão da exigibilidade. 
 
2.4. RECLAMAÇÕES E RECURSOS ADMINISTRATIVO: enquanto tiver em 
curso a exigibilidade será suspensa. Encerrado o processo 
administrativo a exigibilidade é mantida. 
Recuso CACF 
 
2.5. CONCESSÃO DE LIMINAR 
Concessão de tutelas de urgência e evidência. 
A liminar tem como objetivo suspender a exigibilidade do crédito tributário, 
determinando-se que a autoridade coautora se abstenha de promover de qualquer 
ato de cobrança (certidão positiva com efeitos de negativa). 
 
Podendo ser tratado em conjunto com o depósito. NÃO PRECISA DE JUIZ PARA 
REALIZAR O DEPÓSITO. 
 
Cessadas as hipóteses de suspensão terá a inscrição em dívida ativa, com certidão 
de dívida ativa que é título de execução fiscal. 
 
25 DE OUTUBRO DE 2019 – AULA DO NELSON 
 
28 DE OUTUBRO DE 2019 – TRABALHO 
 
01 DE NOVEMBRO DE 2019 
O pagamento do tributo não afasta a possibilidade de aplicação de uma penalidade 
– artigos 157 e 158 do CTN. 
Ao contrário do que acorre no direito civil que o pagamento da última parcela 
presume o pagamento das anteriores, isso não ocorre no direito tributário, por 
exemplo IPVA. 
 
Contagem de prazo no pagamento – 161 do CTN. O pagamento tem o prazo de 30 
dias para ser feito, caso a lei não disponha em sentido contrário. 
 
No prazo, o termo inicial da contagem do prazo – a partir da data da notificação 
do contribuinte. 
Superado esse prazo o contribuinte está em mora, sujeito a aplicação de 
penalidades e juros de mora. Esses juros de mora no porcentual de 1% ao mês. 
No âmbito federal temos a SELIC como parâmetro, com 5 ou 6% ao ano. 
Cada Estado vai ter competência para estabelecer o índice que entender mais 
adequado, assim como os municípios. 
 
 
IMPUTAÇÃO DE PAGAMENTO 
 
A imputação de pagamento, qual é a escolha que deve ser adotada pelo fisco para 
cobrança de tributos. 
Quando simultaneamente o sujeito passivo tiver mais débitos perante o Estado é 
possível fazer uma eleição do que seria cobrado antes. 
O imposto acaba entrando no inciso II do artigo 163 do CTN. 
 
Por que essa ordem? Tem a hipótese de responsabilidade do tributo. Mas como 
estado é melhor cobrar um imposto ou uma taxa (a melhor ordem de cobrança)? 
Tributo, cujo prazo prescricional está se esgotando na cobrança. 
 
Art. 163. Existindo simultaneamente dois ou mais débitos vencidos do mesmo sujeito 
passivo para com a mesma pessoa jurídica de direito público, relativos ao mesmo ou a 
diferentes tributos ou provenientes de penalidade pecuniária ou juros de mora, a autoridade 
administrativa competente para receber o pagamento determinará a respectiva imputação, 
obedecidas as seguintes regras, na ordem em que enumeradas: 
I - Em primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria, e em segundo lugar aos 
decorrentes de responsabilidade tributária; 
II - Primeiramente, às contribuições de melhoria, depois às taxas e por fim aos impostos; 
III - na ordem crescente dos prazos de prescrição; 
11 
Luiza Martins 
IV - Na ordem decrescente dos montantes. 
 
CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO 
 
É uma das hipóteses de extinção do crédito tributário. 
 
EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 
1. PAGAMENTO 
 
REPETIÇÃO DO INDÉBITO – artigo 168 c/c 165 CTN 
 
Há situações em que o contribuinte pode pagar o tributo de maneira indevida (não 
tinha que pagar nada), equívoco (pagar duas vezes), leitura da legislação tributária 
e realizado o pagamento, pode ter pago e o tributo ter sido declarado 
inconstitucional (não deveria ter pago). 
 
Pagamento indevido ou a maior. 
 
Nos casos em que a pessoa paga a maior ou realiza o pagamento por duas vezes. 
Toda a vez que realiza o pagamento indevida está com a ofensa a capacidade 
contributiva, pois o contribuinte está pagando mais do que é devido. Surgindo 
assim o direito de formular o pedido de repetição do indébito. 
 
Repetição do indébito é o gênero e tem duas espécies, podendo ser via 
compensação ou restituição (aquilo que será via precatória), existem situações 
que isso é uma opção e outras não. 
 
Há um prazo para o contribuinte pleitear a repetição do indébito, sendo um prazo 
prescricional de 5 anos, previsto no artigo 168 do CTN, sem o prévio protesto. 
 
Art. 168. O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do prazo de 5 (cinco) 
anos, contados: 
I - nas hipótese dos incisos I e II do artigo 165, da data da extinção do crédito tributário; 
(Vide art 3 da LCp nº 118, de 2005). 
II - Na hipótese do inciso III do artigo 165, da data em que se tornar definitiva a decisão 
administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tenha reformado, anulado, 
revogado ou rescindido a decisão condenatória. 
 
No artigo 165 do CTN – termos iniciais: prazo de 5 anos da data do pagamento 
para pedir a restituição do indébito. 
 
Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição 
total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o 
disposto no § 4º do artigo 162, nos seguintes casos: 
I - Cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face 
da legislação tributária aplicável,ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato 
gerador efetivamente ocorrido; 
 
ARTIGO 166 – REPETIÇÃO DO INDÉBITO DOS TRIBUTOS INDIRETOS (aquele tributo 
pago está inscrito no preço final da mercadoria, compondo o preço), como 
acontece com o IPI, ISS, ICMS, PIS/ COFINS. Aquele que o ônus tributário é 
transferido à um terceiro na cadeia produtiva. 
 
Artigo 166 - A repetição do indébito será possível no tributo indireto, se aquele que 
comprove o pagamento não ter repassado a um terceiro, se não tem repassou ao terceiro 
comprove a repetição do indébito. 
 
Por exemplo: combustível. Pedido de autorização para questionar o ICMS. Como 
promover a restituição do ICMS? O tributo direto é absorvido pelo consumidor. 
 
• Contribuinte de fato: aquele considerado o consumidor final, poderia 
pleitear a repetição do indébito? Sim, de acordo com o entendimento do 
STJ nos casos de energia elétrica, por estarmos diante de uma concessão 
deve ser resguardado do consumidor final de pleitear a repetição do 
indébito. 
 
SÚMULA 71: Embora pago indevidamente, não cabe restituição de tributo indireto. 
 
SÚMULA 546: Cabe a restituição do tributo pago indevidamente, quando 
reconhecido por decisão, que o contribuinte "de jure" não recuperou do 
contribuinte "de facto" o "quantum" respectivo. 
12 
Luiza Martins 
• Contribuinte de direito: aquele que a lei determina como sujeito obrigado 
ao pagamento do tributo. Tem relação pessoal e direta com o FG. 
• Contribuinte “de fato”: o consumidor final é um contribuinte de fato? Não, 
somos consumidores. 
 
Como funciona o cálculo do valor a ser devolvido? Quando eu vou pleitear a 
restituição não será de acordo com o valor histórico, esse valor irá sofrer juros e 
correção monetária. 
A correção monetária serve para recompor o valor por conta dos efeitos da 
inflação. 
 
SÚMULA 162 STJ: na repetição do indébito tributário, a correção monetária incide 
a partir do pagamento indevido. 
 
SÚMULA 188 STJ: os juros moratórios, na repetição do indébito tributário, são 
devidos a partir do trânsito em julgado da sentença. 
 
Na esfera federal, aplica-se a SELIC que é hibrida – juros e correção monetária. 
Assim na esfera federal eu não preciso fazer a correção e aplicar juros. 
 
Art. 167. A restituição total ou parcial do tributo dá lugar à restituição, na mesma 
proporção, dos juros de mora e das penalidades pecuniárias, salvo as referentes a infrações 
de caráter formal não prejudicadas pela causa da restituição. 
Parágrafo único. A restituição vence juros não capitalizáveis, a partir do trânsito em julgado 
da decisão definitiva que a determinar. 
 
Como faz o cálculo. 
Pois se eu pago um tributo de maneira indevida considerando os juros e multa, tem 
que saber quanto que será a título de juros e multa. Com o seguinte exemplo: 
sujeito recolheu R$ 2.000,00; de juros de mora recolheu R$ 1.000,00, 
correspondente a 50% do valor devido a título de tributo. De multa de mora, R$ 
400,00 equivalente à 20%, e por ter atrasado o cumprimento da obrigação 
acessória de R$ 500,00 (o fato de entregar a declaração com atraso, já gera a 
imposição da multa), independentemente de ter que pagar multa ou não. Se eu 
considerar que eu paguei o tributo de maneira indevida, o que eu posso 
considerar como repetição? O descumprimento de uma obrigação acessória 
implica na multa (então essa multa será devida), não afasta o dever de cumprir a 
obrigação acessória. 
 
PARCIALMENTE EQUIVOCADA: 
O valor correto a ser pago era de R$ 1.000,00, e eu paguei R$2.000,00. Tenho 
direito a devolução de 1.000,00. 
Foram calculados com base no tributo supostamente devido, se o tributo 
supostamente devido ele foi calculado de maneira equivocada. Uma parte dele era 
indevida. 
 
 
ARTIGO 169 DO CTN – Prescreve em 2 ANOS o prazo para que o contribuinte 
coloque ajuíze uma ação anulatória em face do ato administrativo que negar o seu 
pedido de restituição. CAI NA PROVA! 
 
Por exemplo: pessoa se acidentou e o veículo teve perda total, mas o IPVA foi pago 
ao longo do ano. Se o sujeito se acidenta em fevereiro e tenha pago o IPVA 
integral, ele tem direito a restituição de algum valor? SIM, dos 10 meses que não 
fui proprietário dele. Da mesma maneira, acontece no furto, roubo. Os 
documentos necessários é um pedido administrativo (pagamento de maneira 
devida e uma parte dele acabou se tornando indevida, com direito a devolução), 
com análise é realizada a devolução. 
 
Considerando assim, que ao final da análise a secretária da Fazenda nega o pedido, 
exerce o direito de repetição dentro do prazo de 5 anos, o que fazer? O artigo 169 
CTN responde que tem o prazo de 2 anos para ajuizar uma ação anulatória do ato 
administrativo que negou o pedido de repetição do indébito. 
 
Art. 169. Prescreve em dois anos a ação anulatória da decisão administrativa que denegar 
a restituição. 
Parágrafo único. O prazo de prescrição é interrompido pelo início da ação judicial, 
recomeçando o seu curso, por metade, a partir da data da intimação validamente feita ao 
representante judicial da Fazenda Pública interessada. 
 
2. COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
2.1. BASE LEGAL – artigo 170/ 156, INCISO II DO CTN. 
13 
Luiza Martins 
No âmbito federal, disposições na Lei n° 9.430/1996 nos artigos 76 e 74 
(operacionalizam a compensação – como ocorre). Instrução normativa da Receita 
Federal 1.717/2017 
 
2.2. CONCEITO – “encontro de contas – que cada um tem o crédito e um 
débito – ESTADO E CONTRIBUINTE” 
 
A compensação é uma espécie de repetição do indébito (assim como é a 
restituição). 
O que determina o sujeito escolher por uma ou outra via? A análise do caso a caso. 
 
Verifico na compensação o contribuinte e o Estado são credores e devedores entre 
si. Então eu sou devedor do estado em relação a um tributo e o estado deve restituir 
o tributo que foi pago de maneira indevida. O Estado é credor em relação a este 
tributo que é devido e devedor em relação ao tributo que deve devolver. 
 
Por exemplo: se o estado me deve R$1.000,00 e eu devo R$ 10.000,00 eu preciso 
pagar apenas R$ 9.000,00. 
 
Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso 
atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos 
líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. (Vide 
Decreto nº 7.212, de 2010). 
Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo, a lei determinará, para os efeitos deste 
artigo, a apuração do seu montante, não podendo, porém, cominar redução maior que a 
correspondente ao juro de 1% (um por cento) ao mês pelo tempo a decorrer entre a data da 
compensação e a do vencimento. 
 
2.3. REQUISITOS 
- LEI: apenas com lei autorizando a realização da compensação, no 
âmbito dos estados e municípios. 
- CRÉDITOS LÍQUIDOS E CERTOS: 
- MESMAS PARTES: 
posso realizar um crédito de ICMS com débito de IR da PJ? NÃO. Porque são de 
outras esferas. 
 
A lei federal autoriza a compensação de espécies distintas desde que sejam 
administrados pela Secretária da Receita Federal. 
 
O que deve ser realizada algumas ressalvas é a compensação com relação as 
contribuições previdenciárias, antes apenas poderiam ser compensadas com 
contribuições previdenciárias. Hoje a lei mudou. 
 
Posso compensar uma taxa com crédito de IPI; posso compensar um crédito PIS/ 
COFINS com débito IR da PJ. 
 
-TRÂNSITO EM JULGADO: para falarmos em compensação é 
necessário o trânsito em julgado da decisão que reconheceu o crédito. 
 
Art. 170-A. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação 
judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. 
(Incluído pela Lcp nº 104, de 2001). 
 
Este artigo seria dispensável, porque o artigo 170 quando fala sobre créditos 
líquidos e certos já permite concluir que deve ter o trânsito em julgado. 
 
2.4. SÚMULAS 212 E 213 DO STJ 
 
SÚMULA 212 STJ:a compensação de créditos tributários não pode ser deferida em 
ação cautelar ou por medida liminar cautelar ou antecipatória. 
 
SÚMULA 213 STJ: o mandado de segurança constituição ação adequada para a 
declaração do direito à compensa tributária. 
 
Essas súmulas não se contradizem entre si. Quando falam que o Mandado de 
segurança é ação adequada para a declaração da compensação, não é a mesma 
coisa do deferimento de uma liminar. 
É comum o MS em matéria tributária em reconhecer o meu direito de realizar a 
compensação do âmbito publico e com base nessa decisão nos formulamos o 
período de restituição e compensação junto a receita federal. 
 
Em 2017 o STF reconheceu que o ICMS não compõe a base de cálculo PIS/ COFIS, 
porque o ICMS é sobre o faturamento/ receita. 
 
 
14 
Luiza Martins 
04 DE NOVEMBRO DE 2019 
 
4. TRANSAÇÃO – artigo 171 DO CTN 
 
4.1. CONCEITO – “ACORDO ENTRE O FISCO E O SUJEITO PASSIVO” 
 
Esse acordo é caracterizado pelas concessões mútuas entre as partes, de modo que 
essas concessões elas conduzem a extinção do crédito tributário. O que NÃO 
significa é que dessa transação não possa originar uma outra relação jurídica 
tributária. 
 
Por exemplo: município de Blumenau, utilizou disso mesmo levando em conta a 
crítica da indisponibilidade do crédito tributário. Só que o argumento para ter a 
transação e não suscitar qualquer indisponibilidade (pode ter uma renúncia fiscal 
e repercussão na responsabilidade fiscal). Outro argumento utilizado para levar a 
diante é que lei permite estar com agente público na hora de transacionar e com 
base em critérios objetivos estabelecidos. 
A transação, envolvia créditos prescritos que já seriam atingidos por conta da 
prescrição da hipótese do inciso. Como transacionar um crédito já prescrito? 
Tratando de umas premissas de moralidade. 
 
4.2. BASE LEGAL 
 
Art. 171. A lei pode facultar, nas condições que estabeleça, aos sujeitos ativo e passivo da 
obrigação tributária celebrar transação que, mediante concessões mútuas, importe em 
determinação de litígio e consequente extinção de crédito tributário. 
Parágrafo único. A lei indicará a autoridade competente para autorizar a transação em 
cada caso. 
 
Esse instituto ganhou mais ‘força’ por conta da arbitragem. 
 
5. REMISSÃO: é uma hipótese de extinção do crédito tributário. 
 
A anistia é uma hipótese de exclusão do crédito tributário, as hipóteses estão no 
artigo 175 do CTN. 
 
O ponto comum entre remissão e anistia é que nos dois casos eu verifico o PERDÃO. 
A diferença é que a remissão atinge o crédito tributário, o tributo e a multa. A 
anistia se volta apenas a penalidade pecuniária. 
 
No artigo 172 do CTN, as hipóteses em que eu posso aplicar a remissão. 
 
Por exemplo: diante da situação econômica do sujeito passivo a lei, determina que 
com o despacho da autoridade administrativa o sujeito pode ter direito a remissão. 
Outra hipótese, diante do valor diminuto do crédito tributário (tem uma lei que diz, 
que os créditos tributários de até R$ 500.00 não serão objeto de cobrança). Há uma 
portaria da procuradoria da fazenda nacional, nos créditos tributários de até X mil 
reais, não serão executados. 
A terceira hipótese as características de uma determinada região do território do 
ente tributante podem ter a concessão de remissão, como por exemplo um 
determinado bairro de Curitiba atingido pelas chuvas, poderão ter a remissão por 
conta das chuvas. 
 
ANISTIA – hipótese de exclusão do crédito tributário. O maior exemplo está nas 
hipóteses de parcelamento, lei 9.011/2011. 
É comum a possibilidade de pagar os tributos à vista, com a redução ou exclusão 
da multa, através do parcelamento. 
 
5.1. BASE LEGAL 
Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho 
fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo: 
I - À situação econômica do sujeito passivo; 
II - Ao erro ou ignorância excusáveis do sujeito passivo, quanto a matéria de fato; 
III - à diminuta importância do crédito tributário; 
IV - A considerações de eqüidade, em relação com as características pessoais ou materiais 
do caso; 
V - A condições peculiares a determinada região do território da entidade tributante. 
Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, 
quando cabível, o disposto no artigo 155. 
 
5.2. CONCEITO: 
Hipótese de extinção do crédito tributário. 
 
 
15 
Luiza Martins 
6. PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA 
 
6.1. PRESCRIÇÃO 
 
A. BASE LEGAL – artigo 156, inciso V do CTN, 174, caput do CTN 
(prescreve em 5 anos o direito do fisco de cobrar o tributo), 201 a 
204 (questões de dívida ativa). 
 
B. CONCEITO: haverá prescrição se esse prazo para o fisco realizar a 
cobrança, sendo a perda do direito do fisco de cobrar judicialmente o tributo por 
meio da execução fiscal, em razão do decurso do prazo de 5 anos. 
 
O TERMO INICIAL é da data que verifica a constituição definitiva do crédito 
tributário, essa constituição definitiva é no momento que sou notificado. 
 
C. CAUSAS SUSPENSIVAS: recursos administrativos suspendem a 
EXIGIBILIDADE, reclamações suspendem, as liminares em mandado de segurança 
suspendem exigibilidade e o prazo prescricional, as tutelas de urgência e evidência 
suspendem a exigibilidade e a contagem do prazo prescricional. 
 
O parcelamento suspende a exigibilidade e não a contagem do prazo prescricional. 
 
Do artigo 151, inciso I a V do CTN. 
 
D. LEI DE EXECUÇÕES FISCAIS N° 6.830/80 NOS ARTIGOS 2º, §3º. 
Quando tem a inscrição do crédito em dívida ativa eu verifico outra suspensão do 
prazo prescricional, de 180 dias. 
 
Art. 2º - Constitui Dívida Ativa da Fazenda Pública aquela definida como tributária ou não 
tributária na Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, com as alterações posteriores, que 
estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e 
balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. 
§ 3º - A inscrição, que se constitui no ato de controle administrativo da legalidade, será feita 
pelo órgão competente para apurar a liquidez e certeza do crédito e suspenderá a 
prescrição, para todos os efeitos de direito, por 180 dias, ou até a distribuição da execução 
fiscal, se esta ocorrer antes de findo aquele prazo. 
 
Art. 40 - O Juiz suspenderá o curso da execução, enquanto não for localizado o devedor ou 
encontrados bens sobre os quais possa recair a penhora, e, nesses casos, não correrá o prazo 
de prescrição. 
§ 1º - Suspenso o curso da execução, será aberta vista dos autos ao representante judicial 
da Fazenda Pública. 
§ 2º - Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano, sem que seja localizado o devedor ou 
encontrados bens penhoráveis, o Juiz ordenará o arquivamento dos autos. 
§ 3º - Encontrados que sejam, a qualquer tempo, o devedor ou os bens, serão desarquivados 
os autos para prosseguimento da execução. 
§ 4o Se da decisão que § 4o Se da decisão que ordenar o arquivamento tiver decorrido o 
prazo prescricional, o juiz, depois de ouvida a Fazenda Pública, poderá, de ofício, reconhecer 
a prescrição intercorrente e decretá-la de imediato. (Incluído pela Lei nº 11.051, 
de 2004) 
§ 5o A manifestação prévia da Fazenda Pública prevista no § 4o deste artigo será 
dispensada no caso de cobranças judiciais cujo valor seja inferior ao mínimo fixado por ato 
do Ministro de Estado da Fazenda. (Incluído pela Lei nº 11.960, de 2009). 
 
No artigo 40 desta lei tem a PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE – aquela verificado no 
curso da ação/ da execução fiscal. 
Quando tem a inscrição o devedor é citado para realizar o pagamento no prazo de 
5 dias ou nomear bens a penhora no mesmo prazo. Realizado o pagamento no 
mesmo prazo e nomeado os bens à penhora fisco manifesta o interesse ou não. 
Uma vez definida que esses bens são aptos a garantir o juízo será lavrado um termo 
de penhora, a partir da data de lavratura do termo de penhora o contribuinte tem 
o prazode 30 dias para opor embargos à execução. 
 
Isso autoriza falarmos de prescrição intercorrente? Não. 
 
Há situações que o despacho que ordena a citação para pagamento ou penhora e 
o devedor não tem bens em seu nome será determinada a suspensão da execução 
pelo prazo de 1 ano. Esgotado esse prazo o exequente se manifestará, se antes de 
um ano encontrado bens segue execução, caso não seja encontrado essa execução 
será arquivada. Se desse despacho que determina o arquivamento decorrer 5 
anos, o juiz pode decretar de ofício a prescrição intercorrente. 
 
E. CAUSAS INTERRUPTIVAS: artigo 174, § único do CTN. Causas que 
levam o prazo prescricional ser retomado do início. 
16 
Luiza Martins 
Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados 
da data da sua constituição definitiva. 
Parágrafo único. A prescrição se interrompe: 
I - Pela citação pessoal feita ao devedor; 
I – Pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; (Redação dada pela Lcp 
nº 118, de 2005) 
II - Pelo protesto judicial; 
III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; 
IV - Por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento 
do débito pelo devedor. 
Ajuizado uma data, mas o despacho em momento posterior já pode ser verificado a 
prescrição. 
 
SÚMULA 323 DO STF - 
 
6.2. DECADÊNCIA: 
 
A. BASE LEGAL 
B. CONCEITO 
C. MODALIDADES 
 -Lançamento por homologação (artigo 150, §4º do CTN): a partir 
da data de ocorrência do FG, aplicável aos tributos que são sujeitos a homologação. 
 
 -Lançamento de ofício (artigo 173, inciso I do CTN): primeiro dia 
do exercício subsequente 
Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 
(cinco) anos, contados: 
I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido 
efetuado; 
 
7. CONVERSÃO DO DEPÓSITO EM RENDA: essa precede uma hipótese de 
suspensão da exigibilidade do crédito tributário. 
Se eu tenho uma decisão final em uma ação judicial em que eu promovi o deposito 
do crédito tributário (decisão favorável), temos a: 
 - Extinção do crédito tributário (decisão judicial transitada em julgado); 
 - Outra hipótese de perda/ desfavorável da decisão judicial acontece o 
que com o valor depositado em conta, ele é convertido em renda da União. 
 
A conversão em renda constitui um crédito tributário. 
 
8. PAGAMENTO ANTECIPADO E HOMOLOGAÇÃO (ARTIGO 150, §§ 1º e 4º, 
CTN). 
Até 2005 prevalecia que o pagamento antecipado + homologação que determinava 
a extinção do crédito tributário, após 5 anos. 
 
Pagamento antecipado em 1998 —— 5 anos ——— homologação 2003 —— 2008. 
 
Assim a pessoa teria até 2008 para realizar a discussão de um crédito de 1998, era 
o entendimento do STJ (tese dos 5 + 5). 
 
Se eu considerar que a extinção do crédito tributário se dá com o pagamento + 
homologação, apenas dai o sujeito terá a possibilidade de repetir o indébito. 
 
Acontece que no ano de 2005 vem a lei complementar 118, no seu artigo que se 
auto denominou como interpretativo e diz que a extinção do crédito tributário não 
se dá com o pagamento antecipado + homologação, apenas do pagamento 
antecipado. Porém está sujeito a homologação (o prazo começa do pagamento 
antecipado), de modo que o sujeito teria até 2003 para perseguir de 1998. 
 
Resumindo: é da data do pagamento antecipado que começa a contar o prazo de 
5 anos. 
 
Detalhe disso é que na época o artigo 3° que modificou o entendimento ele se auto 
determinou interpretativo, assim ele atraia a aplicação do artigo 106, inciso I do 
CTN, que diz que a lei se aplica de forma pretérita as normas interpretativas. 
Significa que em 2005 quando veio essa lei, ela poderia ser aplicada inclusive a 
processos já em curso/ fatos geradores já ocorridos. 
 
Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação 
atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da 
autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando 
conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. 
§ 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob 
condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento. 
17 
Luiza Martins 
§ 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, 
praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do 
crédito. 
§ 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, considerados na apuração 
do saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação. 
§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência 
do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, 
considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se 
comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. 
 
08 DE NOVEMBRO DE 2019 
 
9. CONSIGAÇÃO EM PAGAMENTO (ARTIGO 164, §2° DO CTN). 
 
Existem três possibilidades de consignação em pagamento: 
 a. No caso de recusa do recebimento do tributo: instrumento adequado 
para se livrar do crédito tributário. 
 b. casos que a autoridade tributária condiciona o pagamento do tributo ao 
pagamento de outro tributo: recusa se receber, mas aceita se pagar outro tributo. 
 c. autoridade condiciona o cumprimento de um tributo ao cumprimento 
de uma obrigação acessória: por vezes essas exigências são ilegais. 
 d. quando um único tributo está sendo exigido por duas pessoas jurídicas 
de direito público: considerando que a Debora tem um imóvel um imóvel no limite 
do município dela com outro município. Ajuíza a ação e depositar o valor que 
entende correto, e será decidido. 
 
O simples fato de realizar o ajuizamento da ação faz com que o crédito tributário 
seja extinto? NÃO. Apenas quando definido o município competente o valor 
satisfaz a pretensão do IPTU e extingue o crédito tributário. 
 
No caso de improcedência, em que a pessoa depositou R$ 1.000,00 e a decisão do 
judiciário foi no sentido de que deve pagar R$ 1.200,00 para SJP, haverá a extinção 
do crédito tributário? Não, porque há uma diferença que deve ser liquidada. 
 
Extingue o crédito tributário a consignação em pagamento nos termos do artigo 
164, §2° - aquela consignação julgada procedente. 
 
IPTU - SJP IPTU - CTBA 
IPTU: 1,2% IPTU: 1,04% 
R$ 1.200,00 R$ 1.000,00 
Dif: R$ 200,00 
 
Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo sujeito 
passivo, nos casos: 
I - De recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou de 
penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória; 
II - De subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem 
fundamento legal; 
III - De exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico 
sobre um mesmo fato gerador. 
§ 1º A consignação só pode versar sobre o crédito que o consignante se propõe pagar. 
§ 2º Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado e a importância 
consignada é convertida em renda; julgada improcedente a consignação no todo ou em 
parte, cobra-se o crédito acrescido de juros de mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis. 
 
O artigo 113 do CTN – o descumprimento de uma obrigação acessória, torna ela 
uma obrigação principal sujeita a aplicação de multa. 
 
10. DECISÃO ADMINISTRATIVA IRREFORMÁVEL ARTIGO 151, III DO CTN 
 
Por exemplo: quando uma pessoa leva uma multa, as opções são a realização do 
pagamento da multa, ou apresentou uma defesa prévia. Enquanto isso está sendo 
discutido não pode ocorrer a colocação das multas, quando há uma decisão sobre 
esse recurso, se eu sou condenado e não tomar qualquer providencia a minha 
pontuação será afetada e irei recorrer no poder judiciário. 
Se a decisão na esfera administrativa é favorável,o que acontece extingue a 
decisão. Poderia o Estado se insurgir contra uma decisão administrativa? SIM, 
porque é possível a administração publica rever os seus atos. 
 
No entanto, se a administração profere uma decisão afastando o ilícito e que não 
há qualquer problema na conduta dele não é possível! É uma decisão 
administrativa irreformável, não seria o trânsito em julgado. 
 
Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: 
18 
Luiza Martins 
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário 
administrativo; 
 
O Estado juiz da sua própria causa. Porque se é o Estado que autua e julga, qual a 
razão do estado ir ao judiciário e rever os seus atos. Isso questiona se há moralidade 
administrativa, o Estado proferiu uma decisão que não era devido e agora quer 
discutir. 
 
Assim, a decisão administrativa irreformável é aquela que extingue o crédito 
tributário e favorável ao contribuinte, caso seja desfavorável ao contribuinte pode 
rever no judiciário. 
 
11. DECISÃO JUDICIAL COM TRÂNSITO EM JULGADO 
 
A decisão judicial com trânsito em julgado extingue o crédito tributário. O Estado 
apenas terá a sua pretensão satisfeita com o pagamento decorrente de uma 
decisão judicial. 
 
12. DAÇÃO EM PAGAMENTO (BENS IMÓVEIS) 
 
Art. 156. Extinguem o crédito tributário: 
XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei. 
(Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) (Vide Lei nº 13.259, de 2016) 
 
A norma geral que fala sobre pagamento em bens imóveis é uma lei complementar 
e depois preciso de uma lei que estabeleça as condições. De modo que eu poderia 
concluir que seria possível uma lei complementar estabelecer a possibilidade de 
dação em pagamento de bens móveis e depois uma lei ordinária estabelecendo as 
condições do crédito tributário. 
 
A dação em pagamento em bens imóveis não estaria em conflito com a ideia de 
tributo? Porque no artigo 3° do CTN que tributo é toda prestação pecuniária, 
quando falo isso significa que é pago em dinheiro. NÃO TEM CONFLITO. Porque 
uma das primeiras críticas da dação em pagamento de bens imóveis que os tributos 
faziam presumir o pagamento em dinheiro. 
 
Outra crítica a dação em pagamento não ofenderia o poder de licitar do Estado 
(artigo 37 CF)? O STF em determinado momento considerou que isso em tese 
pioraria o dever de licitar do Estado, mas isso também já é superado. 
 
Porque em 2016 tivemos a lei ordinária 13.259/2016 que trouxe as condições 
necessárias para realizar o pagamento dos tributos com bens imóveis. Tive uma 
norma de 2001, afirmando ser possível a dação em pagamento em bens imóveis e 
apenas 2016 uma lei disciplinando. 
Demorou para ser criada pelas críticas que possuía. 
 
 
EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 
- ARTIGO 175 DO CTN 
 
Art. 175. Excluem o crédito tributário: 
I - A isenção; 
II - A anistia. 
Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das 
obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou 
dela consequente. 
 
Essas hipóteses de propõem a impedir o lançamento. 
Pois no caso da extinção do crédito, o crédito é constituído pelo lançamento e a 
compensação apenas é feita porque teve um crédito anterior. 
 
Mesmo diante de hipóteses de exclusão do crédito tributário, a obrigação acessória 
a eles atreladas ao crédito elas não são dispensadas. Significa dizer que se eu sou 
beneficiaria de uma isenção isso não me afasta o dever instrumental de emitir nota 
fiscal. 
 
1. ISENÇÕES 
 
1.1. ISENÇÕES NA CF/88 
 
Na própria constituição temos a palavra ‘isentas’, mas é uma imunidade. Porque 
está no texto constitucional. 
19 
Luiza Martins 
O fundamento de toda e qualquer isenção está na Constituição Federal, artigo 150, 
§6° da CF, em que a concessão de benefícios fiscais serão concedidos por meio de 
lei. 
E apenas pode ser concedida por aquele que tem competência para constituir o 
tributo. 
 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, 
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
§ 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito 
presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser 
concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule 
exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou 
contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 3, de 1993) 
 
1.2. CRÍTICAS AS TEORIAS DAS ISENÇÕES 
 
A primeira teoria é TEORIA CLÁSSICA – RUBENS GOMES: está diante de um fator 
legal consubstanciado na dispensa do pagamento (dispensa legal do pagamento). 
Tem um problema, porque tem um princípio da simultaneidade normativa que é 
aplicável a isenção (que a norma de incidência atua simultaneamente a norma de 
isenção). 
De acordo com esta teoria não respeito a simultaneidade, porque primeiro eu teria 
uma norma de incidência, dando origem ao vínculo obrigacional e apenas depois 
eu teria uma norma de isenção/ isentiva. 
Com base nessa teoria clássica parte do pressuposto que o crédito tributário é 
constituído e depois vem uma isenção. Mas não é o que ocorre porque a isenção 
se dá junto com a norma de incidência e impede o lançamento e a incidência. 
 
TEORIA DO JOSÉ SOTO – “hipótese de não incidência legalmente qualificada”, mas 
também de “não incidência constitucionalmente qualificada”. Está equivocada. 
 
É verificada a incidência quando acontece o fato e está alinhado a descrição 
normativa. A não incidência é quando não tem nenhuma relação. 
 
TEORIA DA ISENÇÃO COMO FATO IMPEDITIVO DA INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA – diz 
respeito a simultaneidade normativa, dando a impressão que primeiro corre na 
frente a norma de isenção e esta norma impede a incidência. 
 
Para verificar a incidência de um tributo quais são os critérios utilizados? Fato 
ocorrido e a descrição normativa, o critério material, espacial, pessoal, sujeito 
passivo, critério quantitativo, base de cálculo e alíquota. A lei que vai determinar 
se aquele comportamento praticado faz ter a incidência ou não, mas tenho 
critérios para verificar. 
 
NORMA ISENTIVA – atinge dos critérios e retira o dever prestacional (por exemplo: 
pessoa com moléstia grave). Mas quando ela atinge a NORMA DE INCIDÊNCIA ela 
deve atingir os seus critérios, sem destruí-los por completo, apenas parcialmente. 
Por quê? Pois se no IR em retiro o sujeito passivo eu inviabilizo a cobrança do IR de 
modo geral. 
Tem que ser uma MUTILAÇÃO PARCIAL DOS CRITÉRIOS E NÃO COMPLETA. 
Assim como as imunidades as isenções são normas de estrutura, só que aqui elas 
atingem a regra matriz de incidência. 
 
• CONCEITO DO PAULO BARROS: a regra de isenção investe contra um ou 
mais dos critérios da norma padrão de incidência, mutilando-os parcialmente. 
 
• FENÔMENO DAS ISENÇÕES: é o encontro de duas normas jurídicas, sendo 
uma de regra matriz de incidência tributária e outra a regra de isenção, em seu 
caráter supressor da área de abrangência de qualquer dos critérios da hipótese ou 
da consequência da primeira. 
 
11 DE NOVEMBRO DE 2019 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS ISENÇÕES 
 
1. FORMA DE CONCESSÃO: 
Isenções absolutas (geral) e especificas. Quando estou falando do caráter geral são 
sobre os sujeitos que são alcançados pela isenção. 
Em caráter específico é a isenção sobre aposentadoria de pessoas que tenham 
contraindo alguma doença grave, é necessário um despacho da autoridade 
20 
Luiza Martins 
tributária contendo a isenção, porque será analisada a situação do sujeito e ele 
atende aos requisitos para se beneficiar da isenção. 
Poderia pensar numa isenção absoluta ao que diz respeito ao próprio imposto de 
renda, porque é bem verdade que as pessoas que tem rendimento +/- 2 mil reais 
por mês estarão isentas do imposto de renda, bem como aquele que ganha 100 mil 
por bem é sujeito a alíquotas progressivasno imposto de renda (tem parcela de até 
2 mil reais colocado a salvo de tributação). 
 
2. NATUREZA: 
• Onerosas/ condicionadas: a doutrina entende que as isenções concedidas 
com determinadas condições são possíveis ainda o sujeito que se beneficiou dela 
pleitear em juízo indenização (caso seja retirada de maneira indevida). 
SÚMULA 544 DO STF: Isenções tributárias concedidas, sob condição onerosa, não 
podem ser livremente suprimidas. 
 - Elas podem ser suprimidas desde que motivadas. 
 
• Simples/incondicionadas: aquelas sem condições. 
 
3. PRAZO: 
• Indeterminado: isenção de imposto de renda de pessoas cometidas por 
doenças graves. Um dia isso pode ser suprimido, mas não é certeza. 
• Determinado/ certo: isenção de ICMS (Renault para instalação no Paraná), 
ela irá terminar em algum momento. 
 
O problema sob o ponto de vista do prazo se em algum momento elas podem ser 
revogadas (544) como fica o sujeito que estava levando em conta que ele poderia 
se utilizar daquela isenção e ela é extinta? Tem a aplicação do princípio da 
anterioridade, se sim em que termos? Isso equivaleria ao restabelecimento da 
tributação, mas não equivale ao princípio da anterioridade porque eu vou saber 
quando irá terminar. 
 
Na isenção por prazo indeterminado tem que respeitar a anterioridade? Sim, para 
que o contribuinte não seja pego de surpresa, porque a extinção de isenção quer 
dizer a retomada da tributação, ou seja, antes era zero e vou voltar a pagar e 
equipara-se a majoração do tributo (104, III do CTN). 
 
Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua 
publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda: 
III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável 
ao contribuinte, e observado o disposto no artigo 178. 
 
Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas 
condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o 
disposto no inciso III do art. 104. (Redação dada pela Lei Complementar nº 24, de 1975) 
 
A isenção pode ser alterada por lei a qualquer tempo com exceção aos pedidos 
de isenção por prazo certo e sobre determinadas condições, as demais não 
teríamos problemas. 
 
4. AREA DE ALCANCE (ARTIGO 176, § ÚNICO) 
• Amplas: todo território nacional. 
• Regionais: Áreas especificas. 
• Gerais: diz respeito a todos os tributos. 
• Especiais: apenas há alguns tributos. 
 
5. OBJETO 
• Objetivas: concedidas em razão do objeto. Por exemplo: imóveis 
com até X valor são isentas de determinado tributo. 
• Subjetivas: para a sua concessão são levadas em contas as 
características do sujeito. Por exemplo: maiores de 60 anos terão isenção do IPTU. 
• Mistas: aspectos objetivos e subjetivos. Por exemplo: imóveis de 
até 300 mil reais cujo proprietário tenha mais de 65 anos esses imóveis terão 
isenção de IPTU. 
 
6. ISENÇÃO AUTONOMICAS E HETERONOMAS 
 
• ISENÇÃO AUTONOMICA: aquela isenção concedida por quem tem 
competência para instituir o tributo. Por exemplo: a união tem competência para 
instituir IR ela tem competência para isentar. 
• ISENÇÃO HETERONOMAS: seriam aquelas em que a união concederia 
isenção de tributos estaduais ou municipais. Os tributos estaduais e municipais não 
são de competência da União. 
Artigo 151, III da CF – existe uma vedação expressa. 
21 
Luiza Martins 
Art. 151. É vedado à União: 
III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos 
Municípios. 
 
No entanto existe parte considerável da doutrina que fala que seria possível a 
concessão de isenção heterônoma nos casos ação da união no plano internacional, 
agindo no interesse do estado brasileiro poderia conceder uma isenção p. ex. de 
ICMS. 
 
• ARTIGO 176 A 179 DO CTN 
Art. 176. A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que 
especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se 
aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração. 
A isenção decorre de lei. P. ex. quando houve a transformação do porto de Paranaguá de 
autarquia para empresa pública, a lei falava a administração dos portos faz jus a imunidade 
prevista no artigo 150, III, “a” – a lei falava que o porto tinha imunidade, a ideia de colocar 
na lei era afastar a necessidade do porto de recorrer ao judiciário para terem a imunidade 
(porque empresas publicas apenas usufruir de imunidade de forem prestadoras de um 
serviço público essencial), o fato dessa lei estabelecer isso de nada interessa tem que 
entrar com ação da mesma forma (não é a lei que irá trazer a imunidade). 
“Será de acordo com as condições e requisitos exigidos para a sua concessão” – de acordo 
com a natureza eu posso ter uma lei que diga que é onerosa e outra que não tem requisitos. 
“Os tributos a que se aplica” – o prazo de duração. 
Parágrafo único. A isenção pode ser restrita a determinada região do território da entidade 
tributante, em função de condições a ela peculiares. 
Diz respeito a área de alcance das isenções – amplas e restritas. 
 
Art. 177. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva: 
I - Às taxas e às contribuições de melhoria; 
Quanto aos tributos alcançados. 
“Salvo disposição de lei em contrário” – a lei pode estabelecer de maneira diferente. Em 
regra, as isenções não são extensivas as taxas e contribuições de melhoria, porque são da 
ideia de retributividade, vinculados a uma situação estatal. Não são objeto de isenção, mas 
podem vir a ser, desde que a lei disponha a este respeito. 
 
II - Aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão. 
A isenção não será concedida aos tributos instituídos após à sua concessão, mas uma lei 
pode dizer que terá alcance aos tributos que vierem a ser instituídos. 
 
Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas 
condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o 
disposto no inciso III do art. 104. (Redação dada pela Lei Complementar nº 24, de 
1975) 
As isenções que não podem ser suprimidas por contexto legal são aquelas concedidas em 
prazo certo sob determinadas condições, os demais podem respeitando a anterioridade. 
 
Art. 179. A isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por 
despacho da autoridade administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça 
prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei ou 
contrato para sua concessão. 
 A forma de concessão em caráter absoluto ou específico (precisa de um despacho 
requerendo a isenção). 
 
§ 1º Tratando-se de tributo lançado por período certo de tempo, o despacho referido neste 
artigo será renovado antes da expiração de cada período, cessando automaticamente os 
seus efeitos a partir do primeiro dia do período para o qual o interessado deixar de promover 
a continuidade do reconhecimento da isenção. 
§ 2º O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, quando 
cabível, o disposto no artigo 155. 
 
18 DE NOVEMBRO DE 2019 
 
EXCLUSÃO DO CRÉDITO 
 
ANISTIA 
Verificada antes do lançamento, não tem o lançamento. Podendo abranger penalidades já 
constituídas. 
Dispostas 180 a 183 do CTN 
Não posso falar em anistia nos casos de crimes e contravenções penais, apenas em face de 
penalidades, infrações e multas. Mesmo que esteja diante de uma que não seja classificado 
como crime, se tiver dolo, fraude ou simulação não posso falar em anistia da mesma 
maneira. 
No artigo 180, não pode ser concedida a anistia no caso de conluio, no entanto a lei poderá 
superar essa hipótese. 
 
• PROIBIÇÕES 
• CONCESSÕES 
- EM CARÁTER GERAL: concedida em relação a toda e qualquer infração, não 
restrições com relação aos tributos nas penalidades sua competência. 
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Luiza Martins 
- LIMITADA: 
Alínea “a” – em relação a legislação de determinado tributo, infrações

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