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09 penal

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Caso 09: 
 
 
a) O dolo é uma conduta intencional, mas que tem comoobjetivo atingir certo 
resultado ilícito. E como a conduta dolosa apresenta dois elementos essenciais: 
consciência e vontade, é neste último que irá se perquirir a intenção/objetivo 
tanto de provocar o resultado ilícito (dolo direto) quanto de assumir o risco de 
sua produção (dolo eventual). Contudo, no crime culposonão irá acontecer 
simplesmente porque o agente não tinha a intenção de atingir um resultado 
ilícito ou de assumir o risco da produção de um resultado ilícito (pois que 
orienta a sua conduta a uma finalidade lícita), mas, sim, porque, apesar de ter, 
também, cometido uma conduta consciente e voluntária, gerou um 
dano/resultado involuntárioem razão da violação de um dever objetivo de 
cuidado (negligência, imperícia ou imprudência), desde que a sua ocorrência, lhe 
fosse, no mínimo, previsível (culpa inconsciente) ou que ele o tenha previsto, 
mas que em nenhuma hipótese o tenha assumido (culpa consciente –aqui, o 
agente age de modo a evitar resultado típico previsto como possível). 
 
b) Inicialmente é importante destacar que, segundo o posicionamento dos tribunais 
superiores, a embriaguez do agente condutor do automóvel, por si só, não pode 
servir de premissa bastante para a afirmação do dolo eventual em acidente de 
trânsito com resultado morte. 
 
A embriaguez ao volante é uma circunstância negativa que deve ser levada em 
consideração no momento de se analisar se o réu agiu ou não com dolo eventual. 
No entanto, não existe uma presunção de que o condutor que mata alguém no 
trânsito praticou o crime com dolo eventual.Para que fique, então, configurado o 
dolo eventual, de acordo com o STF e o STJ, além da embriaguez ao volante é 
necessário que haja outros elementos nos autos de que o condutor estivesse 
dirigindo de forma a assumir o risco de provocar acidente sem se importar com 
eventual resultado fatal de seu comportamento. 
 
Certo é que somente porque o agente estava, durante a noite, com osfaróis do 
veículo desligados e que não possuía habilitação para conduzir veículo 
automotor que deve-se concluir que esses elementos agregados a embriaguez 
caracterizariam o dolo eventual. A uma, porque o fato de a pessoa conduzir sem 
habilitação não quer dizer que não saiba dirigir e que, também, não saiba o fazer 
de maneira prudente (já que muitos habilitados não apresentam a capacidade 
técnica adequada para dirigir um veículo automotor). A duas, porque ele não 
estava dirigindo em alta velocidade e, sim, em baixíssima velocidade (50km/h). 
E por fim, o fato dos faróis estarem desligados, considerando que o modelo do 
veículo era bem antigo (ano de 1976), e que não acenderia de maneira 
automática, não se pode presumir que ele estava indiferente com vida ou com a 
integridade física alheia. 
 
Em outros termos, deve Antonino responder pela prática de homicídio culposo 
(culpa consciente). 
 
 
c) A conduta restará, portanto, tipificada no art. 302 do Código de 
TrânsitoBrasileiro (Lei n.9503/1997). Caso fosse dolosa, responderia pelo art. 
121 do Código Penal.

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