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PSICOLOGIA AMBIENTAL E SUA CONEXÃO COM A EDUCAÇÃO 
AMBIENTAL
Márcio Balbino Cavalcante
http://www.psicopedagogia.com.br/opiniao/opiniao.asp?entrID=617
Resumo
Desde o surgimento da espécie humana na Terra, as formas de modificação e 
apropriação em relação a natureza se intensificaram e ocasionaram diversos impactos 
ambientais na construção do espaço geográfico. A situação vigente requer um trabalho 
interdisciplinar, que faça uso de estratégias dinâmicas e se ampare numa visão holística, 
para assim proporcionar conhecimentos, habilidades e criticidade aos indivíduos, 
sensibilizando-os para a importância da natureza como meio à perpetuação da vida. A 
Psicologia Ambiental, disciplina que teve sua origem na década de 1960, tem como 
objetivos analisar, explicar e fornecer informações capazes de identificar as condições 
envolvidas na congruência pessoa-ambiente e no bem estar e, portanto, ajudar a 
tomada de decisões em questões ambientais, pode ter na Educação Ambiental uma fiel 
aliada na busca constante de mudanças efetivas diante da atual fase ambiental em que 
vive nosso planeta.
Palavras-chave: Psicologia Ambiental, Educação, Educação Ambiental.
ABSTRACT
From the appearance of the human species in the Earth, the modification forms and 
appropriation in relation to nature intensified and they caused several environmental 
impacts in the construction of the geographical space. The effective situation requests 
an interdisciplinary work, that he/she makes use of dynamic strategies and seek 
protection in a vision holística, for like this to provide knowledge, abilities and 
criticidade to the individuals, touching them for the importance of the nature as middle 
to the perpetuation of the life. The Environmental Psychology, disciplines that had his/
her origin in the decade of 1960, has as objectives to analyze, to explain and to supply 
information capable to identify the conditions involved in the consistency person-
atmosphere and in the good to be and, therefore, to help the socket of decisions in 
environmental subjects, he/she can have in the Environmental Education a faithful one 
allied in the constant search of effective changes before the current environmental 
phase in that he/she lives our planet.   
  
Words - key: Environmental psychology, Education, Environmental Education. 
Introdução
Desde o surgimento da espécie humana na Terra, as formas de modificação e 
apropriação em relação a natureza se intensificaram e ocasionaram diversos impactos 
ambientais na construção do espaço geográfico. O advento do hábito sedentário levou o 
homem a desenvolver novas habilidades tecnológicas necessárias a edificações de casas, 
manejo do solo, uso do fogo, produção de tecidos e vestuários; ferramentas de trabalho; 
o transporte; a roda; a tração animal; o aproveitamento de energia; dentre outras.
Como sabemos, em aproximadamente duzentos anos de industrialização do planeta, a 
produtividade de bens materiais e seu consumo se deu de forma bastante acelerada, 
ocorrendo uma considerável degradação do meio ambiente, comprometendo a qualidade 
de vida da população. Nesse sentido, a crise ecológica que destrói o planeta Terra, põe 
em risco a sobrevivência da diversidade dos sistemas vivos, incluindo aí o próprio 
homem. A maioria dos problemas ambientais do planeta provém de um certo estilo de 
cultura adotado pela nossa sociedade.  Este estilo desconsidera a interdependência 
existente na natureza, como ilustra a afirmação de Guatarri (1997, p. 07) na sua obra 
“As três ecologias”,
O Planeta Terra vive um período de intensas transformações técnico-científicos, em 
contrapartida das quais engendram-se fenômenos de desequilíbrios ecológicos, que se 
não forem remediados no limite, ameaçam a implantação da vida em sua superfície. 
Paralelamente a tais perturbações, os modos de vida humanos individuais e coletivos 
evoluem no sentido de uma progressiva deterioração.
Neste sentido, Morin (2001), na obra “Terra-Pátria”, propõe a reformulação do 
pensamento para a compreensão da crise planetária que se instalou na Terra. Nesse 
contexto observa que as civilizações dispersas do planeta estão vivendo um momento de 
necessidade de interdependência em todos os aspectos e é preciso, então, que se 
consolide a fraternidade que surge com a conscientização da importância dessas inter-
relações entre a comunidade humana e o cosmo. Fala ainda da era planetária em que 
vivemos e a sua agonia, do cartão de identidade terrena, dos objetivos terrestres e da 
responsabilidade do ser humano na transformação da Terra-Pátria que deve iniciar-se 
pela transformação do pensamento e de atitudes frente à interdisciplinaridade e a 
conexão entre ramos do conhecimento afins. 
Assim, apontamos a necessidade de se promover a integração entre a Psicologia 
Ambiental e a Educação Ambiental como primeiro passo a ser dado, quando se deseja 
mobilizar pessoas para ações relacionadas à ética e a cidadania ambiental. Para isto, 
faz-se necessário promover um conhecimento capaz de educar e formar cidadãos 
conscientes de suas responsabilidades individuais, em relação à preservação e 
conservação do ambiente global, e assim promover o que Morin denomina de “cidadania 
terrestre”.
2. A Conexão Possível entre a Psicologia Ambiental e a Educação Ambiental
A situação vigente requer um trabalho de Educação Ambiental, que faça uso de 
estratégias dinâmicas e se ampare numa visão transdisciplinar, para assim proporcionar 
conhecimentos, habilidades e criticidade aos indivíduos, sensibilizando-os para a 
importância da natureza como meio à perpetuação da vida. 
Tem razão também Morin (2000a), quando afirma que uma lógica da complementaridade 
nos faz pensar para além das excludências e distinções. Essa lógica supõe o intercâmbio 
entre diferentes áreas de conhecimentos, sobretudo quando se trata do meio ambiente, 
tema que por si próprio demanda vários enfoques e disciplinas. 
A Psicologia Ambiental, disciplina que tem sua origem na década de 1960, tem como 
objetivos, segundo Moser (2003, p. 01), “analisar, explicar e fornecer informações 
capazes de identificar as condições envolvidas na congruência pessoa-ambiente e no 
bem estar e, portanto, ajudar a tomada de decisões em questões ambientais”, pode ter 
na Educação Ambiental uma fiel aliada na busca constante de mudanças efetivas diante 
da atual fase ambiental em que vive nosso planeta.   Desse modo, os cuidados com o 
planeta deve ser uma preocupação de profissionais de todas as esferas, em especial de 
educadores, no sentido de (re)educar ambientalmente os cidadãos terrestres.  
Para a mesma autora, buscar as condições de congruência entre indivíduo e ambiente é 
uma tarefa integrada para a Psicologia Ambiental. Esta relação significa, uma unidade 
harmoniosa e sustentável entre o bem-estar e a qualidade de vida dos seres vivos, 
humanos ou não, com o ambiente terrestre, tarefas cada vez mais difíceis e desafiadoras 
pelo estágio atual da nossa sociedade pós-moderna, caracterizada principalmente pelo 
processo de globalização.
2.1. A busca de uma consciência ecológica: uma perspectiva histórica
Relatamos aqui um breve histórico da preocupação humana com as questões ambientais 
a fim de situar o leitor na linha do tempo do ambientalismo do final da década de 60 até 
os dias atuais. Encontros, Conferências e Tratados mundiais foram realizados para 
discutir os problemas ambientais do planeta e apontaram para o desenvolvimento da 
Educação Ambiental e sua interação com outras áreas ambientais como estratégia de 
preservação e conservação da natureza.
Todos sabem que há muito tempo encontramos alterações ambientais e movimentos que 
defendem a preservação da natureza e a melhoria da qualidade de vida. Assim, os 
movimentos ambientalistas têm contribuído para o surgimento e desenvolvimento da 
Educação Ambiental. 
A obra da jornalista Ranchel Carson(1962), intitulada “Primavera Silenciosa” fermentou 
ainda mais as discussões acerca da questão ambiental no mundo inteiro. Nela Carson 
aborda a perda da qualidade de vida em várias partes do planeta, causada, sobretudo 
pela crescente queda da qualidade ambiental, produzida pela ganância dos lucros a 
qualquer custo, por meio da exploração predatória.
Em 1968 foi realizada, em Roma, uma reunião de cientistas dos países desenvolvidos 
para discutir o consumo, as reservas de recursos naturais não renováveis e o crescimento 
da população mundial até meados do Século XXI.        As conclusões do “Clube de Roma” 
deixam clara a necessidade urgente de se buscar meios para a conservação dos recursos 
naturais e controlar o crescimento da população, além de se investir numa mudança 
radical na mentalidade de consumo e procriação. Seus participantes observaram que: “o 
homem deve examinar a si próprio, seus objetivos e valores. O ponto essencial da 
questão não é somente a sobrevivência da espécie humana, porém, ainda mais, a sua 
possibilidade de sobreviver sem cair em um estado inútil de existência”.  
Um dos méritos dos debates e das conclusões do “Clube de Roma” foi colocar o 
problema ambiental em nível planetário, e como conseqüência disso, a Organizações das 
Nações Unidas – ONU – realizou em 1972, em Estocolmo, na Suécia, a primeira 
Conferência Mundial de Meio Ambiente Humano.    Para Zeppone (1999, p.17),“A 
Conferência gerou a declaração sobre o meio ambiente que reconheceu o 
desenvolvimento da Educação Ambiental como elemento crítico para o combate à crise 
ambiental no mundo”.
No ano de 1992, realizou-se no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, a Conferência 
Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento - Rio 92, a Cúpula da Terra culminou na 
articulação de tratados, acordos e convenções para a sustentabilidade da vida na Terra. 
Como resultado apresentou-se um plano de ação para o presente século, visando o 
equilíbrio e o respeito a vida, batizada de “Agenda 21”, esta carta contém compromissos 
assumidos em relação ao ambiente, constituindo-se como estratégia de sobrevivência a 
todos os seres vivos.                     Nos vinte anos que separam as conferências mundiais de 
Estocolmo e do Rio de Janeiro houve uma considerável mudança na concepção de meio 
ambiente. Na primeira se pensava basicamente na relação homem e natureza; e na 
segunda o enfoque é pautado pela idéia de desenvolvimento econômico. Essa mudança 
se fará sentir nos discursos, projetos e práticas que se autodefinem como sendo 
Educação Ambiental, mostrando a sua criatividade e importância, por outro lado temos 
práticas muito simplistas que refletem ingenuidade, oportunismo e confusão teórica, 
conceitual e política. 
Em 2002, a Rio +10, Conferencia realizada na África do Sul, comemorou os 10 anos da 
Rio 92, e recentemente a Conferência das Partes – COP 8 (2005), realizada em Curitiba, 
Brasil, deixaram claro que a natureza é finita, limitada e que funciona dentro de um 
sistema interdependente e que precisa de cuidados para manter seu equilíbrio natural 
(CAVALCANTE, 2002, p. 03).
2.2. Psicologia Ambiental: o comportamento humano x ambiente como objeto de 
estudo
A Psicologia Ambiental tem como ponto de interesse aspectos da relação comportamento 
humano e seu ambiente, considerando tanto o ambiente cultural, construído de acordo 
com as necessidades humanas quanto o ambiente natural. Algumas das características da 
Psicologia Ambiental são:
• Visão contextualizada do comportamento humano;
• Questão ambiental como interesse de estudo;
• Influência teórica e metodológica da Psicologia Social;
• Temas interdisciplinares; 
• Possibilidades de "Pesquisa-ação".
Para a psicologia Ambiental o efeito do ambiente sobre o comportamento humano não é 
analisado de forma  isolada ou unidirecional, ao contrário, considera-se o contexto em 
que ele ocorre importante para a sua analise. Enfatiza-se a relação recíproca entre o 
ambiente o comportamento humano, ou seja, tanto o ambiente influencia o 
comportamento, quanto é influenciado por ele.
A unidade de análise da Psicologia Ambiental é o relacionamento indivíduo-ambiente, e 
só se pode estudar essa relação através do exame de cognições e comportamentos que 
ocorrem em situações do mundo real. Fatores físicos e sociais estão entrelaçados 
vinculados em seus efeitos sobre percepção e comportamentos dos indivíduos (Altman; 
Rogoff, 1987, citado por Moser 2003).
Neste sentido, o estudo da inter-relação entre ambiente e indivíduo, geralmente exige 
um trabalho interdisciplinar entre especialistas de diversas áreas do conhecimento. 
Dependendo do tema, pode-se trabalhar conjuntamente com arquitetos, engenheiros, 
biólogos, planejadores urbanos, geógrafos, professores, biólogos, antropólogos, etc.
Para Moser (2003, p. 01), “a questão ambiental, atrelada à Educação Ambiental, parece 
ter sido, e continua a ser, um dos estopins do interesse pela área. Por tudo o que temos 
observado, vivido e protagonizado, a demanda social no Brasil atual se dirige para a área 
do ambientalismo e da intervenção”.               Considerando tanto o fato de ser 
interdisciplinar, quanto de ser ampla nos assuntos que trata, a psicologia ambiental não 
utiliza uma abordagem metodológica única. O que determina a escolha da metodologia é 
a situação-problema. 
No contexto da psicologia ambiental, o  trabalho é orientado para um problema ou visa 
ajudar na resolução de algo prático. O modelo utilizado freqüentemente é o da 
pesquisa-ação, no qual o psicólogo ambiental tenta contribuir para a união teoria-
prática. A participação, avaliação e percepção dos usuários nos ambientes é sempre 
considerada como base para análise. A dinâmica das relações pessoa-ambiente só pode 
ser comprometida através de estudos sistemáticos de representação social, ou seja, a 
relação das pessoas com seu ambiente é fundamental para entender parte dos 
comportamentos humanos.         
3. Conclusão
A Psicologia Ambiental, assim como a Educação Ambiental, ou melhor, a sua interação, 
pode contribuir para a efetiva mudança de atitudes, comportamentos, como também, 
para a análise da relação indivíduo-ambiente dentro do atual estágio ambiental que 
vivemos.                        Dessa forma, na perspectiva adotada neste trabalho, a cooperação 
entre estas duas vertentes do conhecimento ambiental, compreende a concretização da 
transformação das relações entre todos os atores da sociedade, a partir da possibilidade 
de criar novos padrões de organização espacial e coletiva construídos ao longo do tempo 
no espaço geográfico. Enfim, estas práticas devem se constituir um processo contínuo, 
no qual os indivíduos e comunidades envolvidas tomem consciência da possibilidade de 
um colapso ecológico e adquiram conhecimentos, valores, habilidades, experiências e 
determinação que os tornem aptos a agir, individualmente e coletivamente, tendo como 
princípio básico o respeito a todas as espécies de vida e dentro dos princípios que rege a 
natureza.
4. Referências Bibliográficas
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transversais. Brasília: MEC/SEF, 1998. 
CARSON, Raquel. Primavera silenciosa. Rio de Janeiro: Melhoramentos, 1962. 
DIAS, Genebaldo Freire. Educação ambiental: princípios e práticas. 4 ed. São Paulo: Gaia, 1994. 
DIEGUES, Antônio Carlos S. O mito moderno da natureza intocada.  São Paulo: Hucitec, 1998. 
CAVALCANTE, Márcio Balbino. Educação Ambiental: Uma alternativa para a sustentabilidade. In: IV Semana de Geo-
História, 2002. Guarabira: CH/UEPB, 2002.
GUATTARI, Felix. As três ecologias. 6. ed. Campinas: Papirus, 1997.
LEFF, Enrique. Educação ambiental e desenvolvimento sustentável. In: REIGOTA, M. (org.) Verde cotidiano: o meio 
ambiente em discussão. Rio de Janeiro: DP&A, 1999. 
MARIANO NETO, Belarmino. Geografia: textos, contextose pretextos para o planejamento ambiental. 1ª ed. 
Guarabira: Gráfica São Paulo, 2003.
MORIN, Edgar. Complexidade e transdisciplinaridade: a reforma da universidade e do ensino fundamental. Natal: 
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MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à Educação do futuro. 2.ed. São Paulo: Cortez, 2000a. 
MORIN, Edgar; KERN, Anne Brigitte. Terra-Pátria. 2.ed. Lisboa: Instituto Piaget, 2001.
MOSER, Gabriel. Examinando a congruência pessoa-ambiente: o principal desafio para a Psicologia Ambiental. Estudos 
de Psicologia. 8 (2), 331-333, 2003.
SAHTOURIS, Elisabet. A dança da Terra. Sistemas vivos em evolução: uma nova visão da biologia. Rio de Janeiro: Rosa 
dos Tempos, 1998.
ZEPPONE, Rosimeire Maria Orlando. Educação ambiental: teorias e práticas escolares. Araraquara: XM, 1999.
Publicado em 24/08/2007 17:41:00

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