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INTRODUÇÃO TESTE OXIDAÇÃO/FERMENTAÇÃO As bactérias podem realizar tanto fermentação como respiração aeróbica. Para algumas bactérias anaeróbias o gás oxigênio pode ser letal, restringindo a ocorrência desses organismos a solos profundos e regiões em que o teor de oxigênio é praticamente zero. A esses organismos damos o nome de anaeróbios estritos. Há, no entanto, outros organismos que são considerados anaeróbios facultativos, uma vez que realizam a fermentação na ausência de oxigênio e a respiração aeróbia na presença desse gás, como é o caso de certos fungos (Saccharomyces cerevisiae - levedura) e de muitas bactérias. A fermentação é um processo químico, com a ausência de gás Oxigênio, que consiste na síntese de ATP (trifosfato de adenosina) sem o envolvimento da cadeia respiratória, etapa característica do processo de Respiração celular. Já a fosforilação oxidativa é uma via metabólica que utiliza energia libertada pela oxidação de nutrientes de forma a produzir trifosfato de adenosina(ATP). O processo refere-se à fosforilação do ADP em ATP, utilizando para isso a energia libertada nas reacções de oxidação-redução : propício à bactérias aeróbias estritas, que somente crescem na presença de oxigênio, por utilizarem este composto como receptor final de elétrons ( por exemplo, as bactérias do gênero Pseudomonas). Louis Pasteur (1822-1895), durante os anos de 1850 e 1860, mostrou através de uma série de investigações que a fermentação é iniciada por organismos vivos. Em 1857, Pasteur demonstrou a geração de ácido láctico por organismos vivos através do processo de fermentação para em 1860 demonstrar que são as bactérias as responsáveis pela acidificação do leite, um processo anteriormente considerado apenas uma mudança química. Seu trabalho em identificar o papel de microrganismos em deterioração dos alimentos foi responsável pelo desenvolvimento posterior do processo de pasteurização. PRESENÇA DE STAPHYLOCOCCUS AUREUS NA MUCOSA NASAL DE UM VOLUNTÁRIO O Staphylococcus aureus habita freqüentemente a mucosa nasal, a partir das quais contamina as mãos. Ele também é uma causa freqüente de infecções cutâneas nas mãos. Destas fontes, pode facilmente penetrar no alimento. Esta bactéria se apresenta como um coco gram positivo, imóvel, medindo de 0,5 a 1,0 micrômetro, agrupando-se em massas irregulares que lembram cachos de uvas. Apresentam-se como germes anaeróbios facultativos, mesófilos, com temperatura ótima de crescimento em torno de 30 a 37ºC. O S. aureus é a bactéria mais freqüente na mucosa nasal. Os portadores nasais podem, por meio das mãos, desempenhar papel importante na disseminação do microorganismo, principalmente por meio dos alimentos por eles manuseados. Os estafilococos também são conhecidos pela elevada capacidade de desenvolver resistência a vários antibióticos, principalmente dentro do ambiente hospitalar, onde esses medicamentos são amplamente utilizados. A principal droga de escolha para o tratamento é a oxacilina ou sua análoga, meticilina, pois possuem o mesmo mecanismo de ação. O fato de os estafilococos, principalmente o S. aureus, serem capazes de causar infecções e estarem localizados no nariz de profissionais da saúde, com destaque para a equipe de enfermagem, prestadora de cuidados e com contato mais próximo dos pacientes, tem causado grande preocupação, enfatizando a importância desse experimento que vem sendo cada vez mais realizado. TESTE DE CATALASE A catalase (formalmente denominada hidroperoxidase; E.C. 1.11.1.6) é uma enzima intracelular, encontrada na maioria dos organismos, que decompõe o peróxido de hidrogénio (H2O2) segundo a reacção química: 2 H2O2 → 2 H2O + O2. Esta enzima encontra-se nos peroxissomas em animais e plantas e também nos glioxissomas (apenas em plantas) e no citoplasma de procariontes. Pertence à subclasse das enzimas oxidorredutases (E.C. 1) que usam o peróxido como aceitador de electrões (E.C. 1.11) e também como dador electrónico (E.C. 1.11.1). A catalase é portanto uma peroxidase O chamado teste da catalase é usado em microbiologia e consiste na detecção de catalase em bactérias, servindo essencialmente para a distinção entre estafilococos e estreptococos. Uma gota de peróxido de hidrogénio a 3%(v/v) é depositada numa lâmina de microscópio; uma amostra (uma gota de cultura líquida do microorganismo a testar ou uma colónia colhida com uma ansa de inoculação ou um palito) é então esfregada nesta gota. Se aparecem bolhas, o organismo é catalase-positivo (possui catalase, caso dos estafilococos), se não é catalase-negativo (estreptococos). As bolhas são formadas pelo oxigénio molecular libertado na reacção da catalase. 1. Lowy FD. Staphylococcus aureus infections. J Med 1998; 339: 520-532, 2. DUNCAN, I. B. R. et al. Nasal carriage of Staphylococcus pyogenes by student nurses. Can Med Assoc J, v. 77, n. 11, p. 1001-09, 1957. 3. P. Chelikani, I. Fita, e P.C. Loewen, "Diversity of structures and properties among catalases", Cellular and Molecular Life Sciences (2004), 61, p.192-208.
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