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Inflamação Qual das seguintes afirmativas NÃO é verdadeira com relação ao sistema linfático? Os vasos linfáticos transportam lipídios do trato gastrointestinal para o sangue A linfa é mais semelhante ao líquido intersticial do que ao sangue O tecido linfático está presente somente em poucos órgãos isolados do corpo A estrutura única dos capilares linfáticos permite que o fluido flua para dentro, mas não para fora deles. A estrutura dos vasos linfáticos assemelha-se à das veias Resposta: c 2) Os linfonodos Filtram a linfa São outra denominação para as tonsilas Produzem a linfa São um local primário de armazenamento para o sangue Produzem um muco protetor Resposta: a 3) Uma doença que causaria a destruição das células T auxiliares resultaria em todos os seguintes efeitos, EXCETO: Incapacidade para produzir células T citotóxica Alteração do fluxo da linfa Ausência do desenvolvimento de plasmócitos Atividade diminuída dos macrófagos Risco aumentado de desenvolver infecções Resposta: b 4) Que órgão linfático tem função na produção de células T e hormônios que promovam a maturação das células T? Glândula tireóide Baço Timo Medula óssea linfonodos Resposta: c 5) Qual das afirmativas sobre a célula B é verdadeira? Elas se tornam funcionais durante o tempo em que permanecem no Timo Algumas se transformam em plasmócitos, que secretam anticorpos Algumas células B se transformam em NK As células B citotóxica são transportadas na linfa e no sangue para reaagir com os antígenos estranhos Elas matam as células infectadas por vírus, secretando perforina. Resposta: b 5) Todas as seguintes substâncias químicas ou células contribuem para a resistência inespecífica, EXCETO: Complemento Imunoglobulinas Células NK Lisozima pH Resposta: b Inflamação Conceito Características Processo Inflamatório Inflamação Aguda Inflamação Crônica REAÇÃO INFLAMATÓRIA Fase aguda Fase crônica Curta duração Dilatação de vasos perm. vascular, exsudação de fluidos e proteínas plasmáticas Migração de leucócitos (neutrófilos) • Regenerativa Longa duração Presença de linfócitos e macrófagos Proliferação de vasos e tecido conjuntivo • Degenerativa REAÇÃO EXAGERADA: Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica: Choque, coagulação disseminada, insuficiência múltipla de órgãos e morte. 5 Conceito Vasos e componentes do sangue Células teciduais Elementos da matriz extracelular 6 http://www.clevelandclinic.org/health/health-info/docs/0200/0217.asp?index=4857 What is inflammation? Inflammation is a process by which the body’s white blood cells and chemicals protect us from infection and foreign substances such as bacteria and viruses. In some diseases, however, the body’s defense system (immune system) inappropriately triggers an inflammatory response when there are no foreign substances to fight off. In these diseases, called autoimmune diseases, the body’s normally protective immune system causes damage to its own tissues. The body responds as if normal tissues are infected or somehow abnormal. http://www.answers.com/topic/inflammation Inflammation is the local response to injury, involving small blood vessels, the cells circulating within these vessels, and nearby connective tissue. 0,25 - neutrophil Características da Inflamação É um processo e não um fato Requer um estímulo inicial Agente biológico (infecções) Reação de hipersensibilidade Agente físico Necrose tecidual Características da Inflamação Ocorre somente em tecidos vivos É estereotipada Série de eventos que se sobrepõem É uma reação de defesa essencial à vida 9 http://www.answers.com/topic/inflammation The early phases of the inflammatory response are stereotyped: A similar sequence of events occurs in a variety of tissue sites in response to a diversity of injuries. The response characteristically begins with hyperemia, edema, and adherence of the circulating white blood cells to endothelial cells. The white cells then migrate between the endothelial cells of the blood vessel into the tissue. The subsequent development of the inflammatory process is determined by factors such as type and location of injury, immune state of the host, and the use of therapeutic agents. Pode ser mais perigosa que o estímulo inicial Pulmão normal Pneumonia Características 10 What diseases are associated with inflammation? Some, but not all, types of arthritis are the result of misdirected inflammation. Arthritis is a general term that describes inflammation in joints. Some types of arthritis associated with inflammation include: Rheumatoid arthritis Shoulder tendinitis or bursitis Gouty arthritis Polymyalgia rheumatica Other painful conditions of the joints and musculoskeletal system that are not associated with inflammation include osteoarthritis, fibromyalgia, muscular low back pain and muscular neck pain. Características da Inflamação É redundante Inflamação Lesão tecidual Agressão Características da Inflamação É um fenômeno de superfícies celulares Características da Inflamação Características da Inflamação Processo Inflamatório Inflamação Aguda Inflamação Crônica Inflamação Aguda Sinais cardeais Causas da inflamação aguda Fases da inflamação aguda Sinais clínicos Sinais cardeais Cornelius Celsus (escritor romano, 1AD) 17 Sinais clínicos Sinais cardeais Rudolf Ludwig Karl Virchow 1821 - 1902 18 http://www.unb.br/fm/patger4.htm Perspectivas Históricas Inflamação tem história antiga e rica intimamente relacionada com história das guerras, feridas e infecções Cornelius Celsus (escritor romano, 1 AD): Descreveu os quatro sinais cardinais da inflamação: Rubor, Tumor, Calor, Dor John Hunter (cirurgião escocês, 1793): Observou que inflamação não era uma doença mas uma resposta inespecífica que possuía um efeito salutar sobre seu hospedeiro. Julius Cohnheim (1839-1884): Forneceu uma das primeiras descrições microscópicas da inflamação: observou suas alterações vasculares (vasodilatação, alteração de fluxo, edema e emigração leucocitária) em membranas delgadas e transparentes (mesentério e língua de rã). Elie Metchnikoff: Descobriu o processo da fagocitose observando ingestão de espinhos-de-roseta por amebócitos de larvas de estrela do mar (1882) e de bactérias por leucócitos de mamíferos (1884). Ele concluiu que a finalidade da inflamação era trazer as células fagocitárias para a área invadida para que pudessem tragar as bactérias invasoras contradizendo a teoria prevalente na época (teoria humoral,de Paul Ehrlich) que a finalidade da inflamação era trazer os fatores do soro. Ambas as teorias - celular e humoral -estavam certas e Metchnikoff e Ehrlich ganharam o Premio Nobel de 1908.Sir Thomas LewisEstabeleceu o conceito de que substâncias químicas induzidas localmente pela agressão medeiam as alterações vasculares da inflamação (base da descoberta dos mediadores químicos e de potentes agente anti-inflamatórios) Inflamação Aguda Causas da inflamação aguda Ativação de imunidade inespecífica Quebra ou invasão das barreira epiteliais Físicos Químicos Biológicos Fases da Inflamação Aguda Exsudativa Celular Reparativa Fases da Inflamação Aguda Fase Exsudativa Aspectos Gerais 21 Inconstante. Desaparece em 3 a 5 segundos, nas formas discretas de lesão. Pode perdurar vários minutos na agressão mais acentuada (queimaduras) Fase Exsudativa Aumento do fluxo sangüíneo 22 Vasodilatação Vasos envolvidos: Arteríolas: Abertura de novos leitos microvasculares na áreaVasodilatação Conseqüências hemodinâmicas: Aumento de fluxo sangüíneo. Sinais cardinais - Calor e Rubor. Aumento da pressão hidrostática local: exsudação transitória de líquidos - pobre em proteínas - no espaço extravascular. Aumento da permeabilidade vascular 23 http://www.unb.br/fm/patger4.htm Permeabilidade Vascular aumentada - Tipos de Resposta (Base Experimental) 1)Resposta Imediata Transitória Características: Tem seu início logo após a agressão, alcança seu apogeu em 5 a 10 minutos e declina em 15 a 30 minutos. Ocorre exclusivamente em vênulas com menos de 100 mm (pequeno e médio calibres). Processa-se através de espaços (0,5 a 1 m m de largura) entre as células endoteliais Espaços são determinados por real contração das células endoteliais e alargamento de suas junções Causas e Mecanismos: Causada pela Histamina e pela maioria dos mediadores químicos e por agressão leve (aquecimento da pele a 54o C por 5"). Indícios sugerem que as vênulas têm maior quantidade de locais de alta afinidade (receptores) para a Histamina do que o endotélio arteriolar e capilar (receptores tipo H1). 2) Reações Imediatas Mantida Características: São encontradas nas lesões graves, em geral associadas com necrose das células endoteliais. Extravasamento tem início imediatamente após a lesão e mantido num alto nível por horas e/ou dias. Causas e Mecanismos: Todos os níveis da microcirculação são afetado, incluindo vênulas, capilares e arteríolas com grave lesão e descamação endotelial, adesividade plaquetária e vasos trombosados. Causada por lesão direta dos vasos pelo estímulo agressor. Ex. queimadura grave. 3) Resposta Retardada Prolongada Características: Começa após um lapso de tempo, perdura por várias horas ou até dias e envolve vênulas e capilares. Lesão comum: Ocorre após agressão térmica de leve a moderada (queimadura solar), após irradiação-X ou ultravioleta, com certas toxinas bacteriana reações de hipersensibilidade retardada. Causas e Mecanismos: Mecanismo desconhecido. Extravasamento deve-se à lesão direta do endotélio sendo predominantemente intercelular. Exsudação de líquidos Rede vascular normal Inflamação Mediadores da Fase Exsudativa Derivados da Ativação de Proteínas Plasmáticas Sistema de coagulação / fibrinólise Anafilotoxinas Cininas Factor F X F IXa F IX F XIa F XI Surface Contact Collagen FXII activator F XIIa F XII Intrinsic Pathway Ca2+ Ca2+ Ca2+ Cascata da Coagulação Factor F X F VII F VIIa F III (Tissue Thromboplastin) Tissue/Cell Defect Extrinsic Pathway Ca2+ Ca2+ Fibrinogen Fibrin monomers Fibrin polymers Thrombin Prothrombin I Factor F Xa Ca2+ Platelet Factor 3 Crosslinked Fibrin Meshwork F XIIIa F XIII F V F Va F VIIIa F VIII Biomaterials Research - Manfred Maitz Mediadores The Complement Cascade C5 C5a Ba Properidin D C3 P C3a B The Alternative Pathway C3b C3bB C3bBb C3bBbP C3bBb3b C5b C4 C4a C2 C2b C3 C3a The Classical Pathway Antibody + C1qrs C4b C4b2a C4b2a3b The Membrane Attack Complex C6 C7 C8 C9 C9 C9 C9 C9 C9 C9 C9 C9 C9 C9 C5 C5b C5a 70-100 Å Sistema Complemento Complexo de ataque à membrana Sistema Complemento Mediadores da Fase Exsudativa Aminas vasoativas Histamina Serotonina Cininas: FAP, prostaglandina, leucotrienos, tromboxanos, fragmentos C5a, C3a e C4a, bradicinina. Citocinas IL-1 Mediadores da Fase Exsudativa Metabólitos do ácido araquidônico Prostaglandinas Leucotrienos Características da Inflamação É redundante Inflamação Lesão tecidual Agressão Características da Inflamação É redundante Inflamação Lesão tecidual Agressão Mediadores: Metabólitos do AA Patogenia da Inflamação Aguda Eventos Vasculares Vasoconstrição Transitória Vasodilatação Aumento da permeabilidade vascular Exsudação de líquidos Hemoconcentração e estase do sangue Patogenia da Inflamação Aguda Fase Exsudativa Fase Celular Fases da Inflamação Aguda Celular Marginação e Pavimentação Marginação e pavimentação Rolagem Adesão Firme ativação endotelial Transmigração e Migração Eventos celulares Destruição do Agente Agressor Enzimas Líticas Fagocitose Destruição do Agente Fagocitose Eventos Celulares Destruição do Agente Fagocitose Eventos Celulares Destruição do Agente Fagocitose Eventos Celulares Destruição do Agente Fagocitose Eventos Celulares Destruição do agente agressor Fagocitose Seqüência completa dos eventos celulares Células Efetoras da Inflamação Aguda PMNs granulócitos Mononucleares Fagócitos mononucleares Granulócitos Polimorfonucleados (PMNs) Neutrófilos 53 transmission electron micrograph showing a neutrophil, a type of white blood cell, moving from inside a capillary of an endothelial cell into the site of an infection in neighboring connective tissue. Neutrophils attack invaders and engulf them by phagocytosis. X6000 Granulócitos Polimorfonucleados (PMNs) Neutrófilos 54 Os neutrófilos são células piogênicas, ou seja, dão o aspecto purulento nas inflamações, aquele “líquido leitoso” do pus. O pus é formado por substâncias bacterianas, bactérias mortas, sangue, mas principalmente por neutrófilos que morreram em combate. Eles possuem receptores de superfície denominados LFA-1( presente também em macrófagos ) , que é uma molécula de adesão, se ligando ao ICAM-1 dos endotélios, que se refere ao receptor de neutrófilos nos vasos. Ao se ligar ao endotélio, o neutrófilo realiza a diapedese, que é o processo no qual o neutrófilo atravessa os póros do endotélio dilatado em entra no tecido. O endotélio se dilata pela presença de vasodilatadores como histamina, prostaglandina E2, prostaciclina e componete C5a do complemento. Os neutrófilos possuem em sua membrana receptores para o componente C3b do complemento . O C3b estimula a fagocitose pelos neutrófilos e o componente C5a é um importante quimiotáxico para eles, aumentando também o seu metabolismo. O C3b é gerada pela fixação do complemento e quando liberada na reação se liga ao receptor de superfície do neutrófilo fazendo opsionização, ou seja, ajuda na ingestão do material pelos fagócitos. Os neutrófilos ainda possuem receptores da fração FC das IgGs chamadas de FCgamaR. Estas imunoglobulinas IgG (neste caso são opsoninas) envolvem o material a ser fagocitado e se liga a este receptor de superfície, ocorrendo a emissão de pseudópodes e englobamento da partícula. O citoplasma destes granulócitos neutrófilos é rico em grânulos específicos (que se coram por corantes neutros), mas também possuem grânulos azurófilos que não são específicos para eles. Os grânulos azurófilos contém fosfatase ácida , mielo-peroxidase, proteínas básicas e glicosaminas sulfatadas ( se coram em púrpura pela coloração de Romanowsky). Já os grânulos específicos contém fosfatase alcalina, colagenase, lactoferrina e lisozima A mieloperoxidase(MPO) é uma enzima que compõem o sistema “peróxido de hidrogênio-MPO-hialida”. Este é o sistema mais eficiente e mais importante anti-microbiana presente no grânulos azurófilos dos neutrófilos. O mecanismo de ação dela se baseia no seguinte: O neutrófilo sintetiza peróxido de hidrogênio por ação da enzima superóxido desmutase (SOD) a partir de 2 moléculas de superóxido. A MPO converte o peróxido de hidrogênio em presença de uma hialida como o cloreto(Cl-) em HOCl-, que é um poderosíssimo oxidante.Isto mata a bactéria por oxidar sua membrana plasmática e criar ligação moleculares prejudiciais ( faz união dos radicais sulfidrila dos aminoácidos cisteína das proteínas superficiais). Devemos destacar aqui uma doença denominada doença granulomatosa crônica da infância (DGC), que se caracteriza por defeito nos genes que codificam a MPO. Não havendo a MPO, a criança fica muito vulnerável a infecções oportunistas e recidivantes. A lisozima presente nos fagócitos em geral, hidrolisa (quebra) a parede de bactérias gram-positivas principalmente. Este enzima hidrolisa a ligação entre a cadeia de ácido N-acetil-murâmico e o N-acetil-glucosamina da parede celular (camadas de peptidoglicana*). A lactoferrina é um ligante do ferro, que é importantíssimo para a vida e desenvolvimento da bactéria. Quando a lactoferrina é liberada no meio por exocitose, ela se liga a todo o ferro que encontra no caminho e mata a bactéria de fome, pois ela não tem ferro para ingerir. Essa lactoferrina também é encontrada na saliva humana. A APB (proteína bactericida de aumento da permeabilidade) é uma substância altamente catiônica que altera a permeabilidade da membrana plasmática das bactérias (que é altamente aniônica) e as mata por osmose (entrada excessiva de líquido). Colagenase digere o colágeno nos tecidos, e é responsável por criar o “abcesso” presente na inflamações purulentas ( furúnculo p. exemplo). Isso ocorre por que no pus estão presentes quantidade enorme de neutrófilos mortos que tiveram suas membrana plasmáticas rompidas, o que liberou para o meio as suas enzimas, incluindo a colagenase. As enzimas hidrolíticas em geral necessitam de um pH ideal entre 4 e 5.Essas enzimas hidrolíticas descritas acima estão presentes nos lisossomas dos neutrófilos na forma inativa pois o pH está alto. Quando se fundem ao fagossoma formando o fagolissoma , o pH abaixa e ativa as enzimas, que vão agir sobre as bactérias presentes do fagossoma e fazer a digestão. Granulócitos Polimorfonucleados (PMNs) Neutrófilos 55 or defense against invasion by foreign agents which includes disease producing micro-organisms known as pathogens. The immune system is divided into non-specific mechanisms, which are aimed at foreign agents in general, and and involve Granulócitos Polimorfonucleados (PMNs) Neutrófilos 56 Granulócitos Polimorfonucleados (PMNs) Neutrófilos 57 Granulócitos Polimorfonucleados (PMNs) Eosinófilos Fagócitos: Monócitos/Macrófagos Células Mononucleadas 59 Macrophages (Greek: "big eaters", makros = large, phagein = eat) are cells within the tissues that originate from specific white blood cells called monocytes. Monocytes and macrophages are phagocytes, acting in both nonspecific defence (or innate immunity) as well as specific defense (or cell-mediated immunity) of vertebrate animals. Their role is to phagocytize (engulf and then digest) cellular debris and pathogens either as stationary or mobile cells, and to stimulate lymphocytes and other immune cells to respond to the pathogen. Células Mononucleadas (MNs) Monócito Macrófago atacando E. coli Células Mononucleadas Linfócitos Células Mononucleadas (MNs) Linfócitos Ta NK NK NK Mastócito Células Mononucleadas Células Mononucleadas (MNs) Mastócitos Mediadores Químicos da Fase Celular Proteínas Plasmáticas Anafilotoxinas Metabólitos do ácido araquidônico Sistema Complemento 70 Sistema complementoO sistema complemento é composto por proteí-nas plasmáticas que apresentam atuação impor-tante na resposta imune do organismo. As princi-pais funções do sistema complemento são: ativa-ção e lise celular, eliminação do complexo imu-nológico, controle da reação inflamatória e parti-cipação nas reações de auto-imunidade e hiper-sensibilidade12,13.Os componentes do sistema complemento são produzidos em sua maior parte no fígado e são ativados nos processos inflamatórios ou em caso de dano tecidual12.A - proteínas plasmáticas efetorasA-1 via clássica: C1q, C1r, C1s, C4, C2 e C3A-2 via alternativa: fator D, C3 e fator BA-3 complexo de ataque à membrana: C5, C6, C7, C8 e C9 B - proteínas reguladoras solúveisB-1 reguladora positiva: properdinaB-2 reguladoras negativas: inibidor de C1 estera-se (C1-INH), proteína ligadora de C4 (C4BP), fator H, fator I, carboxipeptidase B, proteína S e clusterina C - receptores: receptor do componente C1 (CR1), C2 (CR2), C3 (CR3), C4 (CR4) e C5a (C5aR). D - proteínas reguladoras da membrana: fator de aceleração de queda (DAF), proteína co-fator de membrana (MCP), CD59 e fator de restrição homóloga (HRF).A ativação do sistema complemento é ampla e potente, caracterizada pelo envolvimento multi-enzimático e pelo efeito em cascata. As vias clás-sica e alternativa são ativadas de formas distintas e interagem ao nível de C3, a fim de formar uma via única que resulta em lise celular 14,15. A ter-ceira via de ativação do complemento é denomi-nada de via das lectinas, onde a proteína ligadora de manose (MBL) pode iniciar o processo de ati-vação, independentemente da presença de anti-corpos ou C1q16 (figura 1).Interação do complemento e o HIVO soro humano é capaz de inativar e destruir os retrovírus animais - de aves, felinos e murinos – pela via clássica do sistema complemento, inde-pendente de anticorpo17. Com o surgimento do HIV, no final da década de 70, os estudos mos-traram que o vírus ativa o sistema complemento humano, porém, esta ativação não é eficaz na neutralização e na lise do HIV17,18. O questiona-mento sobre a ausência de atividade lítica do complemento humano e sobre os possíveis meca-nismos de escape do vírus frente ao sistema com-plemento mostraram a necessidade de compreen-der melhor a interação entre o HIV e o sistema complemento.Foi relatado que o sistema complemento é ati-vado pela presença de partículas do HIV, pelas vias clássica e alternativa18,19.A ativação direta do sistema complemento pela via clássica inicia-se pela ligação do C1q com as glicoproteínas presentes na superfície do vírus17. O local exato da interação entre os componentes do complemento e as partículas do HIV foi de-monstrado pelo Ebenbichler et al, em 1991, onde todos os componentes de C1 foram utilizados e somente o C1q apresentava interação com o ví-rus20. A seqüência de aminoácidos 591-620 da gp-41 é o principal segmento responsável por esta ligação e a expressão deste epítopo é melhor ob-servada após a ligação entre a gp-120 e a molécu-la de CD4. Portanto, mudança de configuração do complexo CD4-gp-120-gp-41 favorece a intera-ção entre gp-41 e C1q20. No estudo realizado pelo Marschang et al, em 1997, os autores indicam o sub-componente da gp-41 (seqüência de aminoá-cidos 601-620) como o sítio de ligação entre C1q e gp-41, e o considera como principal domínio na etapa inicial da ativação do sistema complemento na infecção pelo HIV21. A ligação do fragmento de complemento com partículas do HIV aumenta a infecção das células susceptíveis (CD4 positi-vas) e favorece a infecção das células que não ex-pressam a molécula de CD4 na sua superfície19,22. Os autores também sugerem que o grau de ex-pressão deste epítopo na superfície celular pode determinar a intensidade da ativação do sistema complemento e portanto, possível participação na patogênese da infecção pelo HIV21. A ativação do complemento por partículas do HIV resulta em depósito de fragmentos de com-plemento (C1q, C4b, C3b) na superfície do vírus. A opsonização da partícula viral pelo C3 leva à interação desta com as células que expressam re-ceptor de complemento na superfície. A interação do complexo C3-HIV com o receptor de comple-mento nas células facilita a formação de sincícios e conseqüentemente, a maior transmissão interce-lular do HIV17. Este é considerado um dos meca-nismos mais importantes na disseminação do HIV, pois os receptores de complemento estão amplamente presentes nas células do organismo, como os linfócitos T do sangue periférico (15% com CR tipo 1 e 40% com CR2), monócitos, ma-crófagos, células gliais (CR1 e CR3) e células dendríticas foliculares (CR1, CR2 e CR3)18,23. Devido à presença de vários tipos de receptores de complemento na superfície das células dendrí-ticas foliculares - e portanto, grande número de vírus no local - , o centro germinativo do linfono-do é considerado um reservatório importante na infecção pelo HIV18.Apesar da ativação da via clássica do comple-mento na infecção pelo HIV ocorrer sem a parti-cipação de anticorpos, ela é potencializada pela presença de anticorpos contra o vírus, principal-mente os anticorpos-gp-120 e preferencialmente anticorpos da região V322,24. A formação do com-plexo C1q-C3-gp-41 pode interferir na fixação do anticorpo neutralizante na molécula de gp-120 e gp-41, tornando a atividade neutralizante inefi-ciente25.A gp-120 do envelope viral é constituída por complexo de oligossacarídeos e portanto, os resí-duos de manose podem se ligar a esta glicoproteí-na. Desta ligação resulta a ativação de C1q e con-seqüente lise do vírus, ou ainda, pode promover a disseminação da infecção pela ligação das células que apresentam receptores de C3 na sua superfí-cie16,26. In vitro, a proteína ligadora de manose pode inibir a ligação de gp-120 com a molécula de CD4. O efeito neutralizante pode estar relacio-nado à ativação do complemento e portanto, à lise do vírus27.Durante o processo de amadurecimento, o HIV incorpora proteínas da membrana celular, incluin-do as moléculas reguladoras da membrana do sis-tema complemento como: DAF (CD55) e p18 (CD59)27. O efeito destes componentes celulares na virólise mediada por complemento foi de-monstrado no trabalho realizado por Saifuddin et al, onde a resistência do HIV à lise estava asso-ciada à alta expressão de proteínas CD59 e CD55 nas células28. Desta forma, o vírus pode controlar a ativação do complemento e inibir a sua lise17. Além da mudança na expressão da molécula re-guladora do complemento, a infecção pelo HIV também pode induzir menor expressão de fator de aceleração de queda (CD55) nos leucócitos e inibidor da citólise mediada pelo complemento (CD59) nos linfócitos T22. Avaliação do sistema complemento in vivo e o HIV Apesar de inúmeros estudos in vitro mostrarem a ativação do sistema complemento na infecção pelo HIV, o estudo sistemático nos pacientes é es-casso, com resultados controversos29-33. Em 1987, Perricone et al publicaram um estu-do sobre a ativação do sistema complemento nos pacientes com infecção pelo HIV29. Dos 16 paci-entes avaliados, cinco indivíduos apresentavam complexo relacionados à AIDS (ARC) e onze pa-cientes com linfadenopatia relacionada à sin-drome (LAS); o homossexualismo e uso de dro-gas foram fatores de risco para estes pacientes. Neste estudo observaram uma redução significan-te de atividade hemolítica total, por via clássica e alternativa, sendo que cinco pacientes do estágio ARC apresentaram menor atividade hemolítica total e da via clássica em relação aos pacientes do grupo LAS. Redução estatisticamente significante também foi observada nos componentes do siste-ma complemento, exceto C4 e C7. Os autores propuseram que essa "deficiência adquirida de complemento" representaria importante papel na falha da defesa contra o HIV29. A relevância da ativação da via clássica do sis-tema complemento e sua correlação com a gravi-dade da infecção pelo HIV, foi observada em es-tudo realizado por Senaldi et al em 199030. O es-tudo incluiu 75 pacientes HIV positivos, com ida-de entre 22 e 45 anos (média de 34 anos): 33 indi-víduos assintomáticos, nove com linfadenopatia generalizada, nove com complexo relacionado à AIDS e 23 pacientes com AIDS. A investigação sobre a ativação do sistema complemento foi rea-lizada pela mensuração dos fragmentos da ativa-ção (C4d, Ba, C3d), componentes íntegros (C4, fator B, C3), além de contagem de linfócitos T CD4 positivos, beta2-microglobulina, neopterina e formação de complexo imune circulante. Os au-tores observaram aumento significante de C4d, Ba, C3d nos indivíduos com infecção pelo HIV em relação ao grupo controle (32 indivíduos sem infecção pelo HIV) e este aumento estava direta-mente relacionado ao avanço da doença. O au-mento de complexos imunes circulantes, beta 2-microglobulina e neopterina foi acompanhado de queda significante de contagem de linfócitos T CD4 positivos, assim como foi observado para C4d. Os componentes C4, fator B e C3 não apresentavam diferença significante entre os indi-víduos infectados e controles. Os autores con-cluem que a ativação do sistema complemento ocorre em qualquer estágio da infecção pelo HIV, porém existe uma correlação positiva entre a pro-porção da ativação da via clássica e a gravidade da infecção. Essa relação linear entre a conversão de C4, gravidade da doença e redução dos linfóci-tos T CD4 positivos sugerem que a ativação da via clássica faz parte intrínseca da patogênese na infecção pelo HIV30. Um outro estudo comparativo da ativação do sistema complemento foi realizado por Füst et al, em 199131. Ele incluiu 18 pacientes infectados assintomáticos, sendo onze com ARC, dez paci-entes com AIDS e um grupo controle de 20 indi-víduos soronegativos para HIV; não se observou diferenças significativas nos níveis de C4, C3 e fator B nos grupos estudados. Nos pacientes in-fectados pelo HIV, o nível de complexo C1r-C1s- C1INH foi estatisticamente maior que nos paci-entes soronegativos, porém não houve diferença entre os grupos de pacientes soropositivos, de-monstrando a ativação da via clássica em todos os estágios da doença. Não houve diferença signifi-cativa nos níveis de complexo C3bBbP da via alternativa entre os grupos do estudo31. Em 1995, Nielsen et al publicaram um estudo comparativo sobre o nível sérico de MBL em 80 pacientes infectados pelo HIV e 123 indivíduos sadios, sem infecção32. Níveis indetectáveis de MBL foram encontrados em 10% dos pacientes com infecção pelo HIV, e 2,4% no grupo contro-le. Níveis médios semelhantes de MBP foram ob-servados entre os dois grupos de pacientes. Nos pacientes com infecção pelo HIV, o nível sérico de MBP não apresentou valor preditivo para a evolução da doença. Os autores sugerem que o nível sérico de MBL não influencia na evolução da infecção pelo HIV32. Senaldi et al, em outro estudo sobre MBL em 199533. Avaliaram 92 pacientes infectados pelo HIV (idade média de 34 anos): 46 indivíduos as-simtomáticos, 25 com linfadenopatias relaciona-das a Síndrome e 21 com AIDS e um grupo con-trole (n=161). Junto com a MBP, foram também avaliados C4d, C3d, neopterina, beta2-microglo-bulinas e linfócitos T CD4 positivos. Níveis inde-tectáveis de MBL foram encontrados em 4,3% em ambos grupos. O nível de MBL foi mais elevado nos pacientes infectados pelo HIV, porém não observa-ram diferença significativa entre as três cate-gorias dos HIV positivos. O trabalho não de-monstrou correlação entre MBL, linfócitos T CD4 positivos, neopterina e b -2-mi-croglobulina, nem com C4d e C3d. Os autores sugerem que du-rante a infecção pelo HIV, os pacientes apresen-tam níveis mais elevados de MBL, porém não há correlação com a gravidade da doença33. Com relação a faixa etária pediátrica, não há relatos na literatura sobre o envolvimento do sis-tema complemento de acordo com a fase da do-ença. Conclusão A via clássica do sistema complemento é ativa-da por: ligação entre C1 e gp41 do vírus HIV; depósito de fragmentos de complemento na superfície do vírus (receptores do comple-mento) ligação do complemento a anticorpos contra gp120 e gp41 do HIV. Mediadores da Fase Celular Metabólitos do ácido araquidônico Prostaglandinas Leucotrienos Mediadores Químicos da Inflamação Aguda Citocinas Mediadores Químicos da Inflamação Lesão tecidual Isquemia Traumatismo Neoplasia Microorganismos Partículas estranhas PRODUÇÃO MEDIADORES INFLAMAÇÃO Mediadores vasoativos Histamina Serotonina Bradicinina Anafilotoxinas Leucotrienos / PGs PAF Fatores quimiotáticos C5a Produtos lipoxigenase Linfocinas Monocinas Aumento da permeabilidade vascular Recrutamento e ativação de células inflamatórias Inflamação Fases da Inflamação Aguda Exsudativa Celular Reparativa Fase Reparativa Reparação Resolução (regeneração) Organização (cicatrização) Inflamação crônica
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