Buscar

Resumo - Inflamação Crônica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Júlia Figueirêdo – FEBRE, INFLAMAÇÃO E INFECÇÃO 
PROBLEMA 3 – ABERTURA: 
ASPECTOS PATOGÊNICOS EM INFLAMAÇÃO 
CRÔNICA: 
A inflamação crônica corresponde à 
perpetuação, por meses ou anos, de 
quadros inflamatórios ativos, com presença 
de destruição celular e reparação tecidual 
por fibrose, o que compromete a função do 
local acometido. 
 
Comparação entre as características das formas 
aguda e crônica de inflamação 
Mesmo que a presença de 
neutrófilos seja típica da inflamação 
aguda, esses tipos celulares podem 
continuar presentes na manifestação 
crônica, devido à perpetuação de 
estímulos pelas bactérias necróticas 
ou por mediadores fagocitários, 
criando lesões “aguda em crônica”. 
O surgimento desse quadro pode ser 
decorrente da inflamação aguda, ou ser 
resultado direto de formas de agressão ao 
organismo. Suas principais etiologias são: 
 Infecções por organismos resistentes; 
 Distúrbios de hipersensibilidade, 
decorrentes da ativação excessiva do 
sistema imune, com possível presença de 
autoantígenos; 
 Exposição excessiva a agentes com 
potencial tóxico; 
 Hiper-reatividade de inflamossomos. 
Diferentemente das manifestações agudas, 
mediadas por alterações vasculares, esse 
processo tem como principais 
características: 
 Infiltração de macrófagos, 
plasmócitos e linfócitos (células 
mononucleares); 
 Destruição de tecidos, mediada por 
produtos inflamatórios; 
 Angiogênese; 
 Fibrose. 
 
 
Comparação entre uma lâmina de pulmão com 
inflamação crônica (A), evidenciando infiltrados 
leucocitários (*) e fibrose alveolar (setas), e uma 
lâmina do mesmo órgão num processo agudo (B), 
destacando-se o infiltrado de neutrófilos nos alvéolos 
e a congestão vascular 
Os tipos celulares envolvidos no processo 
de surgimento da inflamação podem auxiliar 
a compreender sua patogenia. Assim, os 
leucócitos mais relevantes em eventos 
inflamatórios crônicos são: 
 Macrófagos: correspondem aos 
principais efetores da inflamação 
crônica, derivados de monócitos 
circulantes que infiltraram tecidos. São 
encontrados, com outras denominações, 
em muitos órgãos, como pulmões, 
fígado, linfonodos e componentes do 
SNC, agindo como filtros para captação 
 Júlia Figueirêdo – FEBRE, INFLAMAÇÃO E INFECÇÃO 
de células potencialmente nocivas 
(sistema de fagócitos 
mononucleares). 
Após a migração tecidual mediada por 
quimiocinas, os monócitos sofrem 
alterações que aumentam sua meia-
vida (anteriormente de cerca de 24h) 
e sua capacidade fagocitária. 
A ativação dessas células ocorre de 
duas maneiras principais, a saber: 
o Via clássica: tem como principais 
indutores as endotoxinas 
bacterianas, substâncias estranhas 
ao organismo e o IFN-γ, gerado por 
linfócitos T. 
Nessa via, os macrófagos produzem 
óxido nítrico e espécie reativa de 
oxigênio (ERO), de forma a aumentar 
seu poder fagocitário, além de 
citocinas, que potencializem a 
inflamação. 
Além da participação na inflamação 
crônica, as células envolvidas nesse 
processo de recrutamento agem 
também no combate à 
microrganismos ingeridos. 
o Via alternativa: ocorre na presença de 
IL-4 e IL-13, secretadas não só por 
células T, como também por 
eosinófilos e mastócitos. Os 
macrófagos estimulados por essa via 
não apresentam potencial 
microbicida direto, agindo 
principalmente na reparação tecidual. 
Tais estruturas promovem a produção 
e liberação de fatores pró-
angiogênicos, a ativação de 
fibroblastos e a secreção de 
colágeno, sendo ativadas de forma 
secundária, após a participação de 
macrófagos de via clássica na 
destruição de organismos 
patogênicos. 
 
Comparação entre os processos de ativação 
clássica e alternativa em macrófagos 
Os macrófagos recrutados representam os 
fagócitos de maior relevância para a 
imunidade adaptativa mediada por célula, 
inseridos num contexto de feedback 
(apresentação antigênica e ativação 
fagocitária mediada, ambas envolvendo 
células T). 
 
Principais citocinas envolvidas na ativação de 
macrófagos (imunidade inata) e linfócitos (imunidade 
adquirida) 
Na inflamação crônica, esses tipos celulares 
são continuamente recrutados e ativados, 
podendo haver a formação de células 
gigantes multinucleadas a partir da ação 
de IFN-γ. 
 
 Júlia Figueirêdo – FEBRE, INFLAMAÇÃO E INFECÇÃO 
Célula gigante multinucleada (círculo) formada a 
partir de uma infecção 
 Linfócitos: esses tipos celulares são 
recrutados em todo tipo de estímulo 
imune, seja decorrente de agentes 
específicos ou de processos tumorais, 
sendo os mediadores inflamatórios 
principais em várias doenças 
autoimunes. 
Com a ativação linfocitária pela 
imunidade adaptativa, as células T e B 
se dirigem aos sítios danificados, por 
meio de processos quimiotáticos 
semelhantes aos que recrutam 
leucócitos. 
Nessas áreas, os linfócitos B podem 
transformar-se em plasmócitos, 
secretores de anticorpos, ao passo que 
os linfócitos T CD4 são ativados, 
liberando citocinas pró-inflamação, 
modulando assim o tipo de resposta 
tecidual, a saber: 
o Células Th1: responsáveis pela 
produção de IFN-γ, agente crucial para 
a via de ativação clássica dos 
macrófagos; 
o Células Th2: agem na via alternativa 
de ativação de macrófagos, 
produzindo IL-4, IL-5 e IL-13; 
o Células Th17: promovem o 
recrutamento de neutrófilos e 
monócitos para a área inflamatória, 
tendo como principal produto 
secretado a IL-17. 
 
Interação entre moduladores de resposta 
linfocitária e a ativação de leucócitos na resposta 
inflamatória 
Enquanto os linfócitos comprometidos 
com as linhagens Th1 e Th17 atuam na 
eliminação de vírus e bactérias e no 
desencadeamento de quadros 
autoimunes, os de resposta Th2 são 
ativados principalmente em infecções 
por agentes parasitários e na condução 
de processos alérgicos. 
O processo de interação bidirecional 
entre linfócitos e macrófagos, descrito 
anteriormente como feedback, é de 
grande relevância para a inflamação 
crônica. Nele, os macrófagos 
apresentam o antígeno, expressando 
coestimuladores, que se somam às 
citocinas secretadas para a estimulação 
de células T. Estas, por sua vez, levam à 
produção de ainda mais mediadores de 
ativação leucocitária, criando assim um 
ciclo de respostas celulares que 
perdura o caráter inflamatório. 
 
Resposta interdependente de linfócitos e 
macrófagos na manutenção da inflamação 
crônica 
Em reações crônicas de maior gravidade, 
a quantidade crescente de linfócitos e 
células apresentadoras de antígeno 
infiltrados pode levar o tecido a assumir 
caraterísticas de centros linfoides, com 
focos germinativos bem 
consolidados. Esse fenômeno é comum 
na artrite reumatoide. 
 Eosinófilos: são encontrados 
principalmente em focos inflamatórios 
mediados por parasitas ou em reações 
mediadas por IgE, como processos 
alérgicos. 
 Júlia Figueirêdo – FEBRE, INFLAMAÇÃO E INFECÇÃO 
 
Lâmina indicando necrose de parasitas mediada por 
eosinófilos 
A captação dessas células ocorre tanto 
por quimiocinas como também por 
produtos derivados de leucócitos e 
células epiteliais. Sua atuação, mediada 
pela proteína básica principal, pode 
causar necrose em tecidos; 
 
Representação esquemática da ação dos eosinófilos 
sobre a patogênese da asma, que pode levar ao 
remodelamento brônquico 
 Mastócitos: são células sentinelas 
dispersas pelo tecido conjuntivo, 
atuantes tanto em processos agudos 
quanto crônicos. Em indivíduos 
alérgicos, estes mediadores 
apresentam-se já munidos com 
anticorpos IgE destinados a antígenos 
ambientais, que, após o contato com 
seus receptores, estimulam a liberação 
de citocinas e prostaglandinas típicas 
de quadros inflamatórios agudos. 
Além desse papel importante em 
alergias, os mastócitos também podem 
participar em certas infecções, 
secretando citocinas diversas. 
INFLAMAÇÃO GRANULOMATOSA: 
A inflamação granulomatosaé um 
processo de destaque entre as inflamações 
crônicas, marada principalmente pela 
presença de aglomerados de macrófagos 
com alguns linfócitos circundantes 
esparsos, formando assim os granulomas, 
estruturas circunscritas que podem ou não 
apresentar núcleo necrótico. 
 
Exemplo de granuloma caseoso de origem 
infecciosa, evidenciando seus principais 
componentes 
Esse fenômeno é patognomônico de 
condições específicas, algumas delas com 
grande potencial lesivo. 
 
Principais doenças associadas à formação de 
granulomas 
A formação de granulomas pode ser 
decorrente de três processo, a saber: 
 Granulomas por infecção: a resposta 
continuada de células T a agentes 
nocivos como Mycobacterium 
tuberculosis leva à produção ativa de 
citocinas, que, por sua vez causam a 
ativação crônica de macrófagos. 
 Júlia Figueirêdo – FEBRE, INFLAMAÇÃO E INFECÇÃO 
A associação entre a hipóxia decorrente 
da interrupção local do fluxo sanguíneo e 
a necrose resultante da ação de ERO 
levam ao surgimento de zonas centrais 
de necrose caseosa, que não se 
desenvolvem em manifestações não 
infecciosas. 
 
Granuloma infeccioso por tuberculose 
 
Granuloma típico de infecção por tuberculose, 
evidenciando seus componentes principais 
Por ter grande relevância 
epidemiológica, a tuberculose deve 
sempre ser descartada frente à 
identificação de granulomas. 
 Granulomas por doenças autoimunes: 
a inflamação crônica de mucosas por 
autoanticorpos pode levar à perpetuação 
da atividade dos macrófagos; 
 Granulomas de corpos estranhos: 
resultam do englobamento de 
estruturas inertes ao organismo, como 
suturas, por macrófagos. 
 
Granuloma de corpo estranho na camada serosa do 
ceco 
Com o desenvolvimento dos granulomas, o 
agente nocivo é encarcerado, 
representando assim um útil mecanismo de 
defesa contra antígenos resistentes à 
degradação. No entanto, a manutenção 
desses clusters e a fibrose deles resultante 
pode ser um elemento importante no 
desenvolvimento de disfunções orgânicas 
na área afetada.

Continue navegando