Questões para a prova de Obrigações - Pagamento e adimplemento

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O que é o Princípio da Pacta Sunt Servanda?
A vontade das partes, uma vez manifestada, faz lei entre os contratantes. Segurança aos negócios.
Do que pode decorrer o não pagamento?
INADIMPLEMENTO CULPOSO - Ato culposo do devedor (culpa lato sensu) 
INADIMPLEMENTO FORTUITO - Fato a ele não imputável – Isenta o devedor de responsabilidade. 
O não cumprimento ocorre quando, não extinta a obrigação por outra causa, a prestação não é efetuada, nem pelo devedor, nem por terceiro.
O que é inadimplemento relativo?
No caso de mora do devedor, havendo cumprimento imperfeito da obrigação, com inobservância do tempo, lugar e forma convencionados (art. 394, CC)
O que é inadimplemento absoluto?
Pode ser na totalidade ou parcial. Quando a obrigação não foi cumprida nem poderá sê-lo de forma útil ao credor (art. 389, CC).
O que é inadimplemento culposo?
Quando a inexecução da obrigação decorre de culpa lato sensu do devedor.
Responsabilidade civil contratual tem seu fundamento legal no art. 389, CC. 
Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.
Responsabilidade delitual ou extracontratual (ou aquiliana) tem seu fundamento no art. 186, CC. Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Diferenças importantes: 
a) Ônus da prova: contratual – o inadimplemento presume-se culposo. O credor lesado só está obrigado a demonstrar que a prestação não foi cumprida, sendo presumida a culpa do inadimplente. Extracontratual - ao lesado cumpre provar culpa ou dolo do causador do dano. 
b) contratual decorre de uma convenção, a extracontratual tem a transgressão de um dever de conduta, decorrente de norma legal. 
c)capacidade do sujeito de direito sofre limitações na responsabilidade contratual, sendo mais ampla na extracontratual.
Qual a consequência do não cumprimento da obrigação?
Na hipótese de não-cumprimento da obrigação a consequência é o nascimento da obrigação de indenizar o prejuízo causado ao credor (PERDAS E DANOS)
O que é reponsabilidade patrimonial?
Art. 391, CC – Princípio da responsabilidade patrimonial. 
O patrimônio do devedor que responde por suas obrigações. Prisão por dívida civil não é admitida, exceto para o devedor de pensão alimentícia, decorrente do direito de família.
O que são contratos benéficos e onerosos?
Contratos benéficos ou gratuitos são aqueles em que apenas uma das partes aufere benefício ou vantagem (doações puras) – em detrimento do sacrifício da outra parte. Ex. comodatário responde por perdas e danos decorrentes da não conservação do bem (art. 582, CC).
Contratos onerosos – ambos obtêm proveito, correspondente a um sacrifício. Os contratantes respondem por dolo e culpa em igualdade de condições.
O que é inadimplemento fortuito?
quando a inexecução da obrigação decorre de fato não imputável ao devedor, mas “necessário, cujos efeitos não erampossíveis evitar ou impedir”, por caso fortuito ou força maior (art. 393, CC). 
As circunstâncias determinantes da impossibilidade da prestação, sem culpa do devedor, podem ser provocadas: Por terceiro; pelo credor; pelo próprio devedor, mas sem culpa; de força maior e caso fortuito.
 O que é a mora e o que é o inadimplemento absoluto?
Retardamento ou o imperfeito cumprimento da obrigação. Sendo útil ao credor o seu cumprimento, mesmo em atraso. Se inútil ao credor, o cumprimento, trata-se de inadimplemento absoluto e não mora. Essencial à mora é a existência de culpa do devedor.
 Explique as espécies de mora e como se configuram.
A do devedor (mora solvendi, mora de pagar); e a do credor (mora accipiendi, mora de receber).
MORA DO DEVEDOR (solvendi)
a) Espécies:
* mora ex re – ocorre sem necessidade de ação por parte do credor (pagamento com termo prefixado; débitos decorrentes de ato ilícito); 
* mora ex persona - todos os demais casos, devendo ser constituído em mora o devedor (interpelação ou notificação por escrito). 
 b) Requisitos: * exigibilidade da prestação; * inexecução culposa, por fato imputável ao devedor; * constituição em mora, para os casos de mora ex persona. 
c)Efeitos * Responsabilização por todos os prejuízos causados ao credor; * Perpetuação da obrigação;
MORA DO CREDOR (accipiendi)
Quando o credor ser recusa a receber configura mora accipiendi. 
a) Requisitos * vencimento da obrigação, pois antes disso não é exigível; * oferta da prestação; * recusa injustificada em receber; * constituição da mora, mediante a consignação em pagamento. 
b) Efeitos Art. 400, CC Ficará isento de responsabilidade pela conservação da coisa, liberando-se dos juros e da pena convencional. O credor arcará com o ressarcimento das despesas decorrentes de sua conservação. Enquanto não ressarcido, o devedor tem direito de retenção sobre a coisa.
 O que é a mora de ambos os contratantes?
Moras simultâneas – uma elimina a outra, pela compensação. Se ambas nela incidem, nenhuma pode exigir das outras perdas e danos.
Moras sucessivas – permanecem os efeitos pretéritos de cada uma. Cada um responderá pelos prejuízos ocorridos nos períodos em que a mora foi sua, operando-se a compensação.
O que é purgação da mora?
“Purgar ou emendar a mora é neutralizar seus efeitos.” Cumprindo a obrigação e reparando os prejuízos causados à outra parte. Somente será permitido purgar a mora se a prestação ainda for proveitosa ao credor. Art. 401, CC
Obrigação proveniente de ato ilícito o devedor está em mora a partir de quando?
398 do CC, nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora, desde que o praticou.
 Quando caracterizada a mora accipiendi, o devedor está isento de responsabilidade pela conservação da coisa?
Art. 400, CC Ficará isento de responsabilidade pela conservação da coisa, liberando-se dos juros e da pena convencional. O credor arcará com o ressarcimento das despesas decorrentes de sua conservação. Enquanto não ressarcido, o devedor tem direito de retenção sobre a coisa.
 Explique o que são as perdas e danos.
Na hipótese de não-cumprimento da obrigação a consequência é o nascimento da obrigação de indenizar o prejuízo causado ao credor.
Qual o posicionamento do STJ para penhora de parte do salário?
Pode ser excepcionada quando o montante do bloqueio se revele razoável em relação à remuneração por ele percebida, não afrontando a dignidade ou a subsistência do devedor e de sua família.
 Esclareça as situações previstas nos artigos 404, parágrafo único e 407 do Código Civil.
Pode o juiz conceder ao credor indenização suplementar e ainda que se não alegue prejuízo, é obrigado o devedor aos juros da mora
Nos contratos bancários, tendo como base a posição do STJ, responda:
A SELIC pode ser utilizada como parâmetro de limitação de taxa?
É inviável a utilização da taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) como parâmetro de limitação de juros remuneratórios dos contratos bancários.
Não sendo provada a taxa de juros remuneratórios, qual taxa deve ser utilizada?
Aplica-se a taxa média de mercado, divulgada pelo Banco Central, praticada nas operações da mesma espécie, salvo se a taxa cobrada for mais vantajosa para o devedor.
O julgador pode conhecer de ofício a abusividade de cláusula? O que é conhecer de ofício?
Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da abusividade das cláusulas
Conhecer de ofício é reconhecer sem que as partes tenham feito alegações.
Os juros contratados acima da média de mercado, por si só, são considerados abusivos?
O simples fato de os juros remuneratórios contratados serem superiores à taxa média de mercado, por si só, não configura abusividade.
Os artigos 591 e 406 do Código Civil aplicam-se aos contratos bancários?
São inaplicáveis aos juros remuneratórios dos contratos de mútuobancário as disposições do artigo 591 combinado com o artigo 406 do CC/02 (tese julgada sob rito do artigo 543-C do CPC — tema 26).
Em que situação é possível a revisão da taxa de juros remuneratórios?
É admitida a revisão das taxas de juros remuneratórios em situações excepcionais, desde que caracterizada a relação de consumo e que a abusividade (capaz de colocar o consumidor em desvantagem exagerada — artigo 51, §1º, do CDC) fique cabalmente demonstrada, ante às peculiaridades do julgamento em concreto.
 Como é tratada a capitalização mensal dos juros nos contratos bancários?
A previsão no contrato bancário de taxa de juros anual superior ao duodécuplo da mensal é suficiente para permitir a cobrança da taxa efetiva anual contratada
Pedro realizou contrato de mútuo com Abreu, quando tomou emprestada a quantia de R$ 10.000,00 para pagamento em uma única parcela no dia 10/01/2019. Não convencionaram pena convencional (multa), mas estipularam a taxa de juros moratórios de 1% e os remuneratórios em 2%. No vencimento Pedro não honrou a obrigação e agora no mês de maio quer purgar a mora, pois foi notificado por Abreu para pagar a importância devida, acrescida dos juros contratados, mais o prejuízo que Abreu teve por não ter conseguido honrar um contrato que firmou com Moacir. Abreu deveria pagar para Moacir a importância de R$ 10.000,00 na data de 15/01/2019 e o faria com o valor que recebesse de Pedro. No contrato que firmou com Moacir há previsão de multa no valor de 20%, mais juros moratórios de 1% ao mês. Pergunta-se:
Pedro pode questionar as taxas de juros cobradas por Abreu?
Não.
O que Pedro pode exigir além dos juros moratórios?
Indenização, perdas e danos.
O que Pedro precisa demonstrar para buscar o reparo das perdas e danos?
O dano e nexo de causalidade
Sobre a culpa “In re ipsa”.
Envolvendo responsabilidade (aspecto cível) e não a responsabilidade penal. A culpa presumida (culpa in re ipsa) não é aceita, atualmente, no Direito Penal, tendo em vista que se trata de responsabilidade penal objetiva. A culpa não se presume, deve ser provada.
Identifique semelhança e diferenças entre arras e cláusula penal.
Semelhança – ambas servem de garantia para o cumprimento de um contrato
Diferenças – nas arras existe um cunho real. Deve ocorrer a entrega efetiva de algo para firmar o contrato, enquanto na cláusula penal não há necessidade da entrega de algo (dinheiro ou coisa). As arras o seu descumprimento, se estipulado é um direito da parte, enquanto que a cláusula penal é um ato culposo da parte.
A cláusula penal pode ser reduzida pelo juiz, o que não ocorre com a arras.
O que são arras? Quais suas modalidades/espécies? Explique.
Arras constitui uma prestação (em dinheiro ou espécie), que indica um “sinal” de que as partes têm o íntimo propósito de concluir o contrato em que é prestada.
Arras confirmatórias são prestadas para indicar o compromisso com o negócio firmado, no qual não se pactua o direito de arrependimento.
Arras penitenciais são típicas de contratos em que se firma o direito de arrependimento sendo lícito às partes desfazerem o negócio e voltarem atrás com a palavra proferida, não podendo assim requerer indenização.
Quais as consequências para o caso de o contratante que recebeu as arras desistir do negócio? E se for quem deus as arras, quais as consequências?
Na primeira hipótese devera restituir o valor recebido como arras mais o equivalente. Na segunda hipótese quem deu as arras irá perde-las.
A parte lesada, que não deu causa ao descumprimento do contrato, pode exigir a pena convencional compensatória junto com a retenção das arras, segundo entendimento do STJ? Justifique.
Na hipótese de descumprimento contratual – explicou a ministra –, as arras funcionam como uma espécie de cláusula penal compensatória, mesmo sendo institutos distintos. Nesse sentido, “evidenciada a natureza indenizatória das arras na hipótese de inexecução do contrato, revela-se inadmissível a sua cumulação com a cláusula penal compensatória, sob pena de violação do princípio non bis in idem (proibição da dupla condenação a mesmo título)”.
Caso arras e cláusula penal compensatória sejam previstas cumulativamente, “deve prevalecer a pena de perda das arras, as quais, por força do disposto no artigo 419 do Código Civil, valem como ‘taxa mínima’ de indenização pela inexecução do contrato”, concluiu Nancy Andrighi.
A remissão pode ser concedida quando presente a solidariedade passiva? E quais as consequências relativamente aos demais devedores?
Sim, às consequências são de que devera ser deduzida do montante total a quota parte do remido.
Diferencie inadimplemento absoluto do relativo.
pode ser na totalidade ou parcial. Quando a obrigação não foi cumprida nem poderá sê-lo de forma útil ao credor (art. 389, CC).
no caso de mora do devedor, havendo cumprimento imperfeito da obrigação, com inobservância do tempo, lugar e forma convencionados, mas ainda pode ser aproveitado de maneira útil. (art. 394, CC)
Em que situação o devedor é isento de responsabilidade no inadimplemento?
Quando o credor ser recusa a receber configurando a mora accipiendi. 
 O que juros remuneratório e compensatório?
Os juros são ditos compensatórios/remuneratórios quando devidos como remuneração pela utilização de capital pertencente a outrem, a exemplo daqueles pagos nas operações de mútuo (ex. empréstimo de dinheiro). 
Já os juros moratórios decorrem do inadimplemento ou retardamento no cumprimento de determinadas obrigações ou contratos e são calculados a partir da constituição em mora.
 Explique as espécies e modalidades de mora.
MORA DO DEVEDOR (solvendi)
a) Espécies:
* mora ex re – ocorre sem necessidade de ação por parte do credor (pagamento com termo prefixado; débitos decorrentes de ato ilícito); 
* mora ex persona - todos os demais casos, devendo ser constituído em mora o devedor (interpelação ou notificação por escrito). 
 b) Requisitos: * exigibilidade da prestação; * inexecução culposa, por fato imputável ao devedor; * constituição em mora, para os casos de mora ex persona. 
c) Efeitos * Responsabilização por todos os prejuízos causados ao credor; * Perpetuação da obrigação;
MORA DO CREDOR (accipiendi)
Quando o credor ser recusa a receber configura mora accipiendi. 
a) Requisitos * vencimento da obrigação, pois antes disso não é exigível; * oferta da prestação; * recusa injustificada em receber; * constituição da mora, mediante a consignação em pagamento. 
b) Efeitos Art. 400, CC Ficará isento de responsabilidade pela conservação da coisa, liberando-se dos juros e da pena convencional. O credor arcará com o ressarcimento das despesas decorrentes de sua conservação. Enquanto não ressarcido, o devedor tem direito de retenção sobre a coisa.
MORA SIMULTÂNEAS – uma elimina a outra, pela compensação. Se ambas nela incidem, nenhuma pode exigir das outras perdas e danos.
MORA SUCESSIVAS – permanecem os efeitos pretéritos de cada uma. Cada um responderá pelos prejuízos ocorridos nos períodos em que a mora foi sua, operando-se a compensação.
O que é purgar a mora?
“Purgar ou emendar a mora é neutralizar seus efeitos.” Cumprindo a obrigação e reparando os prejuízos causados à outra parte. Somente será permitido purgar a mora se a prestação ainda for proveitosa ao credor. Art. 401, CC
 Os juros moratórios e compensatórios podem ser cobrados concomitantemente?
Sim.
Qual a limitação de juros remuneratórios para particulares?
Limitação de 12% ao ano.
Art. 1º da Lei da Usura. É vedado, e será punido nos termos desta lei, estipular em quaisquer contratos taxas de juros superiores ao dobro da taxa legal
Quais as funções da cláusula penal.
Dupla função, atua como meio de coerção (intimidação), para compelir o devedor a cumprir a obrigação e, assim, não ter de pagá-la; e ainda, como prefixação das perdas e danos (ressarcimento) devidos em razão do inadimplemento do contrato.
Qual a limitação da cláusula penal.
Regra Geral - (art. 412 do CC/02):o valor da cláusula penal não pode exceder o valor da obrigação principal, sob pena de se tornar fonte de enriquecimento sem causa.
A parte lesada, que não deu causa ao descumprimento do contrato, pode exigir a pena convencional compensatória? E eventuais prejuízos que somam valor superior ao valor da cláusula?
Não, pois já foi pré-fixado as perdas e danos.