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Direito do Trabalho II - Aula 7 - Professora Eliane

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Rio de Janeiro, 17 de setembro de 2018. 
 
Direito do Trabalho II 
 
Professora Eliane Conde 
 
Aula 7 
 
# Continuação - Normas de Proteção do Trabalho da 
Mulher – (Art. 389 a 400, CLT) 
 
- Proteção à Maternidade – (Art. 391, 391-A, CLT e Art. 7º, 
XVIII, CF) 
 
SEÇÃO V 
 
DA PROTEÇÃO À MATERNIDADE 
 
Art. 391. Não constitui justo motivo para a rescisão do 
contrato de trabalho da mulher o fato de haver contraído 
matrimônio ou de encontrar-se em estado de gravidez. 
 
Parágrafo único. Não serão permitidos em regulamentos de 
qualquer natureza contratos coletivos ou individuais de 
trabalho, restrições ao direito da mulher ao seu emprego, por 
motivo de casamento ou de gravidez. 
 
Art. 391-A. A confirmação do estado de gravidez advindo no 
curso do contrato de trabalho, ainda que durante o prazo do 
aviso prévio trabalhado ou indenizado, garante à 
empregada gestante a estabilidade provisória prevista na 
alínea b do inciso II do art. 10 do Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias. (Incluído pela LEI Nº 12.812, 
DE 16 DE MAIO DE 2013); 
 
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se 
ao empregado adotante ao qual tenha sido concedida 
guarda provisória para fins de adoção. (Incluído pela LEI Nº 
13.509 DE 22 DE NOVEMBRO DE 2017) 
 
- Licença Maternidade – (Art. 392 a 394-A, CLT) 
 
Art. 392. A empregada gestante tem direito à licença-
maternidade de 120 (cento e vinte) dias, sem prejuízo do 
emprego e do salário. 
 
§ 1º - A empregada deve, mediante atestado médico, notificar 
o seu empregador da data do início do afastamento do 
emprego, que poderá ocorrer entre o 28º (vigésimo oitavo) 
dia antes do parto e ocorrência deste. 
 
§ 2º - Os períodos de repouso, antes e depois do parto, 
poderão ser aumentados de 2 (duas) semanas cada um, 
mediante atestado médico. 
 
§ 3º - Em caso de parto antecipado, a mulher terá direito aos 
120 (cento e vinte) dias previstos neste artigo. 
 
§ 4º - É garantido à empregada, durante a gravidez, sem 
prejuízo do salário e demais direitos: 
 
I - transferência de função, quando as condições de saúde o 
exigirem, assegurada a retomada da função anteriormente 
exercida, logo após o retorno ao trabalho; 
 
II - dispensa do horário de trabalho pelo tempo necessário 
para a realização de, no mínimo, seis consultas médicas e 
demais exames complementares. 
 
Art. 392-A. À empregada que adotar ou obtiver guarda 
judicial para fins de adoção de criança ou adolescente será 
concedida licença-maternidade nos termos do art. 392 desta 
Lei. (Redação dada pela LEI Nº 13.509 DE 22 DE NOVEMBRO 
DE 2017) 
 
§ 1º - Revogado pela Lei nº 12.010/2009 
 
§ 2º - Revogado pela Lei nº 12.010/2009 
 
§ 3º - Revogado pela Lei nº 12.010/2009 
 
§ 4º - A licença-maternidade só será concedida mediante 
apresentação do termo judicial de guarda à adotante ou 
guardiã. 
 
§ 5o A adoção ou guarda judicial conjunta ensejará a 
concessão de licença-maternidade a apenas um dos 
adotantes ou guardiães empregado ou empregada. (Redação 
dada pela Lei nº 12.873/2013) 
 
Art. 392-B. Em caso de morte da genitora, é assegurado ao 
cônjuge ou companheiro empregado o gozo de licença por 
todo o período da licença-maternidade ou pelo tempo 
restante a que teria direito a mãe, exceto no caso de 
falecimento do filho ou de seu abandono. (Incluído pela Lei 
nº 12.873/2013) 
 
Art. 392-C. Aplica-se, no que couber, o disposto no art. 392-A 
e 392-B ao empregado que adotar ou obtiver guarda judicial 
para fins de adoção. (Incluído pela Lei nº 12.873/2013) 
 
A licença maternidade prevista no Art. 392, CLT é de 120 
dias, podendo ser estendida para 180 dias de forma 
facultativa, nos termos da Lei 11.770/08, prevista também 
no Art. 7º, XVIII, CF. 
A mulher que adotar, bem como o homem, também tem 
direito a licença maternidade de 120 dias, conforme o Art. 
392-A e 392-C, CLT. 
Em caso de morte da genitora, a licença maternidade será 
concedida ao pai ou companheiro, se empregado, conforme 
o Art. 392-B, CLT. 
O Art. 1º da Lei Complementar 146/2014, assegura a 
garantia provisória de emprego a quem ficar com a guarda 
do bebê no caso de falecimento da genitora e, conforme o 
Art. 391-A, parágrafo único, essa garantia também é 
concedida ao empregado que adotar uma criança. 
 
Art. 394 - Mediante atestado médico, à mulher grávida é 
facultado romper o compromisso resultante de qualquer 
contrato de trabalho, desde que este seja prejudicial à 
gestação. 
 
Art. 394-A. Sem prejuízo de sua remuneração, nesta incluído 
o valor do adicional de insalubridade, a empregada deverá 
ser afastada de: (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) 
 
I - atividades consideradas insalubres em grau máximo, 
enquanto durar a gestação; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 
2017) 
 
II - atividades consideradas insalubres em grau médio ou 
mínimo, quando apresentar atestado de saúde, emitido por 
médico de confiança da mulher, que recomende o 
afastamento durante a gestação; (Incluído pela Lei nº 
13.467, de 2017) 
 
III - atividades consideradas insalubres em qualquer grau, 
quando apresentar atestado de saúde, emitido por médico de 
confiança da mulher, que recomende o afastamento durante 
a lactação. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) 
 
§ 1o (VETADO) (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) 
 
§ 2o Cabe à empresa pagar o adicional de insalubridade à 
gestante ou à lactante, efetivando-se a compensação, 
observado o disposto no art. 248 da Constituição Federal, por 
ocasião do recolhimento das contribuições incidentes sobre a 
folha de salários e demais rendimentos pagos ou creditados, 
a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço. 
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) 
 
§ 3o Quando não for possível que a gestante ou a lactante 
afastada nos termos do caput deste artigo exerça suas 
atividades em local salubre na empresa, a hipótese será 
considerada como gravidez de risco e ensejará a percepção 
de salário-maternidade, nos termos da Lei no 8.213, de 24 de 
julho de 1991, durante todo o período de afastamento. 
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) 
 
- Na hipótese, da empregada gestante exercer atividade 
insalubre, conforme o Art. 394-A, CLT, sendo o recebimento 
do adicional de insalubridade no grau máximo, será 
afastada da sua função enquanto durar a gestação sem 
prejuízo do recebimento do adicional, mas na hipótese do 
adicional ser no grau médio ou mínimo, o afastamento da 
sua função só ocorrerá por meio da apresentação de 
atestado médico, emitido por médico de sua confiança, que 
recomende o afastamento durante a gestação. 
No período da amamentação, o afastamento da função, para 
as atividades consideradas insalubres em qualquer grau só 
ocorrerá por meio da apresentação de atestado médico, 
conforme o Art. 394-A, III, CLT. 
 
Art. 395. Em caso de aborto não criminoso, comprovado por 
atestado médico oficial, a mulher terá um repouso 
remunerado de 2 (duas) semanas, ficando-lhe assegurado o 
direito de retornar à função que ocupava antes de seu 
afastamento. 
 
Art. 396. Para amamentar seu filho, inclusive se advindo de 
adoção, até que este complete 6 (seis) meses de idade, a 
mulher terá direito, durante a jornada de trabalho, a 2 (dois) 
descansos especiais de meia hora cada um. (Redação dada 
pela LEI Nº 13.509 DE 22 DE NOVEMBRO DE 2017) 
 
§ 1o Quando o exigir a saúde do filho, o período de 6 (seis) 
meses poderá ser dilatado, a critério da autoridade 
competente. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) 
 
§ 2o Os horários dos descansos previstos no caput deste 
artigo deverão ser definidos em acordo individual entre a 
mulher e o empregador. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 
2017) 
 
Os intervalos de 30 minutos durante a jornada de trabalho 
que a mulher tem direito, inclusive a adotante até que 
complete 6 mesesde idade serão definidos em acordo 
individual entre a empregada e o empregador, conforme o 
Art. 396, § 2º, CLT. 
 
- Gestante - Salário Maternidade - (Art. 72, §1º da Lei 8213) 
Art. 72. O salário-maternidade para a segurada 
empregada ou trabalhadora avulsa consistirá numa renda 
mensal igual a sua remuneração integral. (Redação 
Dada pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) 
§ 1o Cabe à empresa pagar o salário-maternidade devido 
à respectiva empregada gestante, efetivando-se a 
compensação, observado o disposto no art. 248 da 
Constituição Federal, quando do recolhimento das 
contribuições incidentes sobre a folha de salários e demais 
rendimentos pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa 
física que lhe preste serviço. (Incluído pela Lei nº 
10.710, de 2003) 
OJ 44 SDI-1 TST 
 
OJ-SDI1-44 GESTANTE. SALÁRIO MATERNIDADE. Inserida 
em 13.09.94. É devido o salário maternidade, de 120 dias, 
desde a promulgação da CF/1988, ficando a cargo do 
empregador o pagamento do período acrescido pela Carta. 
 
Atividades Insalubres e Perigosas (Art. 189 a 197, CLT e 
Art. 7º, XXIII, CF) 
 
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além 
de outros que visem à melhoria de sua condição social: 
 
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, 
insalubres ou perigosas, na forma da lei; 
 
SEÇÃO XIII 
 
DAS ATIVIDADES INSALUBRES OU PERIGOSAS 
(Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) 
 
Art. . 189 - Serão consideradas atividades ou operações 
insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou 
métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes 
nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em 
razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de 
exposição aos seus efeitos. (Redação dada pela Lei nº 6.514, 
de 22.12.1977) 
 
-- Atividade Insalubre - Adicional de insalubridade (Art. 
192, CLT) 
 
Art. 192 - O exercício de trabalho em condições insalubres, 
acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério 
do Trabalho, assegura a percepção de adicional 
respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte 
por cento) e 10% (dez por cento) do salário-mínimo da 
região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e 
mínimo. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977) 
 
O adicional de insalubridade previsto no Art. 192, CLT pode 
deixar de ser pago se o empregador neutralizar por 
completo a nocividade no ambiente de trabalho, ou com a 
utilização dos equipamentos de proteção, desde que 
neutralize por completo a nocividade, pois conforme a 
Súmula 289 do TST, o simples fornecimento do EPI não 
exime o empregador do pagamento. 
A Súmula 448 do TST, determina que não basta o agente 
fazer mal à saúde do trabalhador devendo a substância está 
relacionada na norma regulamentadora número 15 da 
portaria 3214/78. 
Se o trabalho realizado em condições insalubres não for 
habitual, e sim, intermitente, não afasta por si só o direito 
ao adicional (Súmula 47 do TST). 
 
 
 
 
 
 
 
Súmula nº 47 do TST 
INSALUBRIDADE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 
21.11.2003 
O trabalho executado em condições insalubres, em caráter 
intermitente, não afasta, só por essa circunstância, o direito 
à percepção do respectivo adicional. 
 
Súmula nº 80 do TST 
INSALUBRIDADE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 
21.11.2003 
A eliminação da insalubridade mediante fornecimento de 
aparelhos protetores aprovados pelo órgão competente do 
Poder Executivo exclui a percepção do respectivo adicional. 
 
Súmula nº 289 do TST 
INSALUBRIDADE. ADICIONAL. FORNECIMENTO DO 
APARELHO DE PROTEÇÃO. EFEITO (mantida) - Res. 
121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 
O simples fornecimento do aparelho de proteção pelo 
empregador não o exime do pagamento do adicional de 
insalubridade. Cabe-lhe tomar as medidas que conduzam à 
diminuição ou eliminação da nocividade, entre as quais as 
relativas ao uso efetivo do equipamento pelo empregado. 
 
Súmula nº 293 do TST 
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. CAUSA DE PEDIR. 
AGENTE NOCIVO DIVERSO DO APONTADO NA INICIAL 
(mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 
A verificação mediante perícia de prestação de serviços em 
condições nocivas, considerado agente insalubre diverso do 
apontado na inicial, não prejudica o pedido de adicional de 
insalubridade. 
 
 
Súmula nº 448 do TST 
ATIVIDADE INSALUBRE. CARACTERIZAÇÃO. PREVISÃO 
NA NORMA REGULAMENTADORA Nº 15 DA PORTARIA 
DO MINISTÉRIO DO TRABALHO Nº 3.214/78. 
INSTALAÇÕES SANITÁRIAS. (conversão da Orientação 
Jurisprudencial nº 4 da SBDI-1 com nova redação do 
item II ) – Res. 194/2014, DEJT divulgado em 21, 22 e 
23.05.2014. 
I - Não basta a constatação da insalubridade por meio de 
laudo pericial para que o empregado tenha direito ao 
respectivo adicional, sendo necessária a classificação da 
atividade insalubre na relação oficial elaborada pelo 
Ministério do Trabalho. 
II – A higienização de instalações sanitárias de uso público 
ou coletivo de grande circulação, e a respectiva coleta de 
lixo, por não se equiparar à limpeza em residências e 
escritórios, enseja o pagamento de adicional de 
insalubridade em grau máximo, incidindo o disposto no 
Anexo 14 da NR-15 da Portaria do MTE nº 3.214/78 quanto 
à coleta e industrialização de lixo urbano. 
 
-- Atividade Perigosa (Art. 193, CLT) - 30% do salário base 
Art. 193. São consideradas atividades ou operações 
perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo 
Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua 
natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco 
acentuado em virtude de exposição permanente do 
trabalhador a: (Redação dada pela Lei nº 
12.740, de 2012) 
I - inflamáveis, explosivos ou energia 
elétrica; (Incluído pela Lei nº 12.740, de 2012) 
II - roubos ou outras espécies de violência física nas 
atividades profissionais de segurança pessoal ou 
patrimonial. (Incluído pela Lei nº 12.740, de 
2012) 
§ 1º - O trabalho em condições de periculosidade 
assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por 
cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de 
gratificações, prêmios ou participações nos lucros da 
empresa. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 
22.12.1977) 
§ 2º - O empregado poderá optar pelo adicional de 
insalubridade que porventura lhe seja 
devido. (Incluído pela Lei nº 6.514, de 
22.12.1977) 
§ 3º Serão descontados ou compensados do adicional 
outros da mesma natureza eventualmente já concedidos ao 
vigilante por meio de acordo coletivo. (Incluído 
pela Lei nº 12.740, de 2012) 
§ 4o São também consideradas perigosas as atividades 
de trabalhador em motocicleta. (Incluído pela Lei 
nº 12.997, de 2014) 
 
O adicional de periculosidade é devido na forma do Art. 
193, § 1º, sendo de 30% sobre o salário base sem os 
acréscimos de gratificações, prêmios e participações nos 
lucros. 
Sendo devido para aqueles que trabalham com inflamáveis, 
explosivos, energia elétrica, segurança e motocicletas.

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