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Emergências Obstétricas

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA
CURSO DE ODONTOLOGIA
Emergências Obstétricas
Definições
Trabalho de parto - processo que se inicia com a primeira contração uterina e termina com o nascimento do bebê.
Feto – termo referente ao bebê em desenvolvimento antes do nascimento
Gestação de Risco – “aquela na qual a vida ou saúde da mãe e/ou do feto e/ou do recém-nascido, têm maiores chances de serem atingidas que as da média da população considerada" (Caldeyro-Barcia, 1973).
Obstetrícia – É a especialidade médica que cuida da gestante desde a fecundação até o puerpério (pós-parto).
Envolve três fases: 
● Gravidez: da concepção ao trabalho de parto
 
● Parto: período durante o qual a criança e a placenta são expelidos do corpo da mãe para o mundo exterior.
 
● Pós-parto (puerpério): período no qual os órgãos de reprodução restauram suas condições e tamanhos primitivos, durando aproximadamente seis semanas.
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	Os fatores geradores de risco podem ser agrupados em quatro grandes grupos, que são:
Características individuais e condições sócio- demográficas desfavoráveis; 
História reprodutiva anterior à gestação atual; 
Doenças obstétricas na gestação atual; 
Intercorrências clínicas
Fatores de Risco Gestacional
Óbito materno
	
	Durante muito tempo, o óbito materno foi considerado um fato natural e inerente à condição feminina. No entanto, cerca de 98% desses óbitos seriam evitáveis caso fossem asseguradas condições dignas de vida e de saúde à população.
	Quanto às causas de morte materna, predominam as obstétricas diretas (74%), e entre essas, a eclampsia, hemorragias, infecção puerperal e aborto. 
	A maioria desses óbitos é evitável mediante uma boa assistência no pré-natal, parto, puerpério e urgências e emergências maternas.
	
	Define-se o óbito materno como aquele ocorrido durante a gestação ou até 42 dias após o seu término, independentemente da duração ou localização da gravidez, por qualquer causa relacionada com ou agravada pela gravidez ou por medidas tomadas em relação a ela, porém não por causas acidentais ou incidentais.
	Causa obstétrica direta de morte materna é aquela resultante de complicações obstétricas do estado gestacional, de intervenções, omissões, tratamento incorreto ou de uma sequência de eventos resultantes de qualquer uma dessas situações. 
 
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Emergência obstétrica
	
	Apesar se ser um fenômeno fisiológico normal, a gravidez pode apresentar em seu decurso, algumas intercorrências podem ameaçar a vida da mãe e/ou da criança, configurando situações de emergência que exijam a intervenção do socorrista
	Rezende (2006) afirma que as urgências e emergências obstétricas são situações que põem em risco a vida da grávida e do feto e cuja resolução exige uma resposta quase imediata por toda a equipe de saúde
	
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Emergências no Pré-Parto
Anatomia Reprodutiva
 - Útero
 - Canal do parto
 - Placenta
 - Cordão umbilical
 - Saco Amniótico
 - Vagina
 - Períneo
 
O útero vai ocupando todo o abdômen à medida que a gestação evolui, com isso o feto e a mãe ficam mais expostos ao risco de trauma. 
Falar da mudança anatômica que os órgãos da mulher passam durante a gravidez.
A vagina e a parte inferior do útero são conhecidas como canal de parto.
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Emergências no Pré-Parto
Alterações Hemodinâmicas:
Débito cardiaco- a partir da 10ª semana de gestação, há aumento do débito cardíaco de 1,0 a 1,5 litros por minuto;
Batimentos cardíacos - durante os primeiro s3 meses, há aumento de 15 a 20 batimentos carduçados por minuto;
Pressão arterial - no 2ª trimestre da gestação, há diminuição de 5 a 15mmHG, voltando aos níveis normais no final da gravidez;
Volume sanguíneo - o volume de sangue aumenta de 40 a 50% do normal no ultimo trimestre da gestação;
Obs.: A maioria das alterações é causada pela compressão do útero sobre a vaie cava inferior, deixando parte do sangue da gestante "ocluída" na porção inferior do abdômen e nos membros inferiores.
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Sangramento vaginal no final da gestação
	O Sangramento vaginal, às vezes, pode ocorrer no final da gestação, e se for excessivo pode constituir uma emergência, que poderá ser fatal para a mãe do feto;
Deslocamento pré-maturo da placenta:
Placenta em posição normal, mas se separa da parede uterina, não fornecendo ao feto nutrientes e oxigênio adequadamente.
Conduta
Acionar o serviço médico de urgência (SAMU 192) e, em seguida:
Tratar a vítima de acordo com seus sinais e sintomas, o que normalmente incluirá o choque hemodinâmico. Colocar a vítima deitada sobre seu lado esquerdo (para evitar que o útero gravídico pressione a veia cava) com as pernas e pés elevados. Mantê-la aquecida, mas não em excesso;
Colocar um absorvente higiênco sobre a abertura vaginal, mas não obstruí-la. Guardar, para avaliação médica, todos os absorventes encharcados e outras evidências de perda de sangue, assim como qualquer tecido eliminado;
Se o sangramento for causado por trauma, controlar a perda de sangue com pressão direta;
Rotura uterina
A parede uterina, especialmente o fundo fica mais delgada com a evolução da gestação. O útero poderá romper se:
A vitima possuir cicatriz uterina fraca proveniente de uma cesariana;
A vitima já tiver passado por muitas gestações;
O bebê for muito grande para a pelve;
O trabalho de parto for longo e doloroso.
20% das mulheres e 50 % dos bebês morrem em decorrência da rotura uterina
Os Sinais e sintomas da ruptura do útero incluem:
Sensação de ruptura do abdome
Dor forte e constante
Náuseas
Choque
Pequeno sangramento vaginal
Interrupção de contrações uterinas perceptíveis
capacidade de sentir o bebe na cavidade abdominal
Conduta
Acionar o serviço médico de urgência (SAMU 192), tratar o choque e não permitir que a vítima ingira nada por via oral, pois será necessária uma cirurgia.
Aborto
	O aborto espontâneo ocorre por várias razões e envolve a expulsão da placenta e do feto antes que ele consiga sobreviver sozinho.
Sinais e sintomas do aborto espontâneo
Perda de tecidos;
Sangramento vaginal intenso;
Incapacidade de sentir o útero;
Dores semelhantes às cólicas na parte interior do abdome;
Útero localizado abaixo da cicatriz umbilical.
Conduta
Ativar o serviço médico de urgência (SAMU 192) e, em seguida:
Perguntar à mulher quando foi seu último período menstrual. Se tiver ocorrido há mais de 24 semanas, preparar-se para um possível parto de bebê prematuro;
Fazer uma avaliação inicial, monitorando as funções vitais;
Administrar o atendimento adequado com base nos sintomas da mulher. Ajudar a controlar o sangramento vaginal, colocando um absorvente higiênico sobre a abertura do canal. Nunca obstruir a vagina na tentativa de controlar o sangramento. Se o sangue encharcar o absorvente, deve-se substituí-lo.
Guardar todos os tecidos eliminados ou as evidências de perda de sangue, como lençóis, toalhas, roupas intimas ensanguentadas, pois devem ser levados para o hospital junto a mulher;
Dar apoio emocional para a mãe ou familiares. O sofrimento intenso é normal e deve ser esperado por parte dos pais.
Toxemia gravídica (pré-eclâmpsia)
	Afeta cerca de uma em cada 20 gestantes, ocorrendo mais frequentemente nos últimos 3 meses de gestação, afetando com maior chance mulheres entre 20 e 30 anos, grávidas pela primeira vez;
Pressão arterial elevada e Inchaço dos membros;
Aumento repentino de peso (2kg ou mais por semana);
Visão embaçada ou pontos na frente dos olhos;
Inchaço pronunciado da face, dedos, pernas ou pés (edema leve dos pés e das pernas é normal);
Diminuição da micção;
Dor de cabeça forte e persistente;
Vômitos persistentes.
Confusão mental;
Dor abdominal, principalmente no abdome
superior
Conduta
Acionar o serviço médico de urgência (SAMU 192) e, em seguida:
Posicionar a vítima sobre o seu lado esquerdo para evitar obstrução dos principais
vasos sanguineos, a fim de permitir um suprimento de oxigencio mais eficiente para o feto;
Manter a vítima calma e quieta, enquanto espera pelo resgate, manter as luzes fracas e evitar fazer barulhos altos.
Obs.: Crise convulsiva.
Falar do procedimento de crise convulsiva (Crise convulsiva durante a gestação).
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Gravidez Ectópica
	Implantação do óvulo fora do útero – na cavidade abdominal, tubas uterinas, parede externa do útero, no ovário, ou na parte externa do colo uterino.
	A placenta invade o tecido adjacente, causando a ruptura dos vasos sanguíneos, desencadeando uma hemorragia potencialmente fatal.
Sintomas: 
Dor abdominal repentina e aguda, localizada em um dos lados;
Período menstrual atrasado;
Dor sob o diafragma;
Dor irradiada para um ou os dois ombros;
Abdome inchado e sensível;
Massa palpável no abdome (embrião ou coágulo sanguíneo);
Batimentos cardíacos acelerados;
Choque.
A gravidez ectópica é a principal causa de morte no primeiro trimestre da gestação, ocorre uma a cada 200 gestações.
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Conduta
	Lembrar-se: O sangramento através da vagina normalmente é pequeno em uma gravidez ectópica. Deve-se considerar uma possível gestação ectópica em qualquer mulher em idade fértil, especialmente se algum dos sinais ou sintomas relacionados anteriormente estiverem presente.
Acionar o serviço médico de urgência (SAMU 192) e, em seguida:
Colocar a vítima deitada de costas com os joelhos elevados;
Mantê-la aquecida;
Tratar o choque.
Transporte da grávida
	A gravida deverá ser transportada em decúbito lateral esquerdo sempre que possível, a menos que tenha alguma contra indicação como suspeita de fratura de coluna ou pelve, transportando-a nesse caso em decúbito dorsal, mas empurrar manualmente o útero para o lado esquerdo.
A causa mais frequente de traumas na grávida é causada por acidentes de transito, quedas e agressões diretas sobre o abdômen.
Acidentes de transito: Relacionados a fraturas quando pelve materna, poderá ocorrer lesão craniana, quando feto se encontra em posição cefálica;
2. Quedas: relacionadas ao deslocamento da placenta, podendo ocorrer traumas, como sangramento vaginal, ou trabalho de parto prematuro;
3. Agressões por objetos penetrantes: Atingem o feto em 2/3 dos casos e cerca de 80% das gestantes.
Parto
Dilatação(1º estágio): Dilatação do colo uterino para permitir a passagem da cabeça do bebê do corpo do útero para o canal do parto.
Movimentação do bebê através do cana de parto (2º estágio)
3º estágio = expulsão da placenta
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Ajuda no parto
	Se perceber que o parto é iminente ou que o transporte da gestante não será possível por alguma razão, deve-se auxiliar o parto. Tomando as seguintes precauções:
Se julgar que haverá tempo hábil 
Não se esquecer de utilizar proteção adequada
Não tocar na vagina em momento algum; tocar na área vaginal apenas durante o parto e na presença de outro socorrista
Não deixar a mulher utilizar o banheiro, mesmo se ela sentir que precisa evacuar (cabeça do bebê pressionando o reto)
Não segurar as pernas juntas nem tomar nenhuma atitude para atrasar o parto
Reconhecer as próprias limitações
Se tomar todas as providencias para o parto e este não ocorrer no prazo de 10 minutos, transportar a paciente.
Parto emergencial
	Socorristas não fazem o parto! Mães fazem! O papel do socorrista é ajudar a mãe no seu trabalho de parto.
	O ideal é que o parto seja feito em um ambiente hospitalar, por um médico, preferencialmente um obstetra. O parto poderá ser tranquilo se o socorrista conhecer esses procedimentos: 
Tomar as precauções para o controle de infecção;
Cubra com plástico e panos limpos uma cama, mesa grande, ou qualquer outa superfície plana, mesmo no chão; coloque a gestante por cima deste pano;
Lave bem as mãos e braços com sabão ou o que estiver disponível no momento, não se seque com pano, nem com toalha e nem toque em mais nada;
Quando as contrações vierem muito seguidas e demoradas, coloque a parturiente com os joelhos dobrados e afastados o bastante. Pode ser que você já veja a cabeça da criança;
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 5. Peça a paciente que mantenha calma e faça uma força comprida para baixo toda vez que começar a contração;
 6. Continue incentivando-a a fazer força e junte as mãos como uma cuia para sustentar a cabeça do bebê;
7. Enquanto sai a cabeça, mantenha as mãos na posição descrita, segurando a criança. A saída acontece espontaneamente pela ação das contrações;
8. Quando sair toda a cabeça, perceba se o cordão umbilical não está rodeando o pescoço do bebê, se estiver, desenrole-o delicadamente, passando por cima da cabeça (nesse momento peça para a mãe não fazer força); na sequencia, aparecerão os ombros e imediatamente o corpo;
Cabeça coroando
9. A criança nasceu. Segure-a pelas axilas, coloque-a sobre o ventre da mãe com a cabeça voltada para baixo para favorecer o fluxo do muco que está localizado na boca e no nariz, e limpe com pano, pois assim previne-se a asfixia. seque e cubra o bebê para aquecê-lo, pois ele perde temperatura muito rápido. Observe se o bebê chora;
10. Entre 5 a 10 minutos após o parto, ocorre o deslocamento da placenta; não puxe o cordão umbilical em hipótese alguma para retirar a placenta, isso pode levar a uma hemorragia grave. Pode-se fazer massagens leves no ventre da mãe, em direção aos membros inferiores ;
11. O parto está terminado, se o médico ainda não chegou, ou ainda não estão em um hospital, é preciso cortar o cordão umbilical. Sempre leve a placenta ao hospital para que o médico possa ver.
12. É obrigatório levar a mãe e criança ao hospital, pois só lá terão um suporte adequado.
complicações do parto: sangramento vaginal excessivo, convulsões, infecções.
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Nota: 
Cordão umbilical: não é necessário cortar antes da ressuscitação do bebe;
Esperar até que a criança respire espontaneamente e o cordão pare de pulsar;
O instrumento cortante e os fios devem ser, se possível, esterilizados
Amarrar o cordão em dois locais com um fio, e cortar o cordão entre os fios, com uma lâmina tesoura ou faca.
 D) não esqueça a mãe: prestar atenção e 
Tratar as possíveis complicações do parto.
Providenciar suporte para atender à mãe e 
ao recém-nascido.
Referências
Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR 
Manual do Socorrista. Atendimento à gestante Vítima de trauma
Urgências e Emergências Maternas: guia para diagnóstico e conduta em situações de risco de morte materna / Secretaria de Políticas de Saúde, Área Técnica da Saúde da Mulher.Brasília: Ministério da Saúde, 2000, 2ª edição.

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