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PRÉ-NATAL/PARTO/PUERPÉRIO - OBSTETRICIA

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PRÉ-NATAL/PARTO/PUERPÉRIO: 
Pré-Natal: 
A avaliação pré-natal deverá ser iniciada logo após a descoberta 
da gravidez. Nessa avaliação serão realizados exames clínicos e 
laboratoriais para o acompanhamento do desenvolvimento fetal. A 
periodicidade das consultas será determinada pelo médico, mas 
geralmente é mensal, aumentando a frequência nos últimos dois 
meses. Quando houver possibilidade de acompanhamento por parte da 
enfermagem essa deverá priorizar o aprendizado de cuidados que 
envolvam a gestante, puérpera e ao recém-nascido. 
Na assistência pré-natal devem ser levados em consideração: 
 
Idade da gestante: as adolescentes apresentam maior 
incidência de anemia, hipertensão induzida pela gravidez, trabalho de 
parto prematuro, bebês pequenos para a idade gestacional. As 
mulheres mais velhas têm maior incidência de hipertensão, gestação 
complicada por problemas clínicos e bebês com anomalias genéticas; 
Condições socioeconômicas: principalmente gestantes 
adolescentes apresentam dificuldades econômicas para manutenção de 
cuidados durante e após a gestação; 
Uso de drogas: drogas lícitas e ilícitas comprometem o 
desenvolvimento fetal e podem levar a crises de abstinência nos recém-
nascidos; 
História pessoal de anomalias genéticas, diabetes, doenças 
sexualmente transmissíveis, doenças cardíacas e doenças mentais. Uso 
contínuo de remédios; 
História familiar de anomalias genéticas, diabetes e doenças 
cardíacas. Atualização da imunização (vacinas). 
Exames de imagem: Ultrassonografia para acompanhar o 
desenvolvimento fetal 
Exames laboratoriais: 
Urina: verificação de glicose, proteína e infecção; 
Tipagem sanguínea; 
Hematócrito e hemoglobina 
Sorologia para toxoplasmose 
Sorologia para tuberculose 
Sorologia para HIV; HPV; Sorologia para sífilis; Sorologia para 
rubéola; 
 Demais exames que o médico julgar necessários durante o pré-
natal. 
 
Procedimentos durante as consultas de rotina: 
 Avaliação dos sinais vitais; 
 Avaliação de ganho de peso; 
 Avaliação de aumento uterino (verificação da altura uterina); 
 
 Observação sobre a presença de edema; 
 Ausculta cardíaca fetal; 
 Avaliação geral. 
 
Orientações de enfermagem: 
 Utilizar sapatos de salto baixo; 
 Usar cintas para gestantes; 
 Fazer períodos de repouso com as pernas elevadas (edema); 
 Uso de sutiã adequado, 
 Incentivar o consumo de refeições frequentes e em pequenas 
quantidades; 
 Ingestão de líquidos entre refeições e não junto com 
alimentos; 
 Diminuir o uso da cafeína; 
 Não utilização de bebidas alcoólicas, fumo e medicações sem 
prescrição médica; 
 Ingerir em média dois litros de água por dia; 
 Incentivar exercícios físicos moderados e com 
acompanhamento médico; 
 Utilização de roupas confortáveis; 
 Não dirigir após o 7º mês; 
 Cuidado com traumas e quedas; 
 Não utilizar tintura nos cabelos; 
 Realizar consulta preventiva ao dentista; 
 Orientar em relação ao enxoval do recém-nascido; 
 Orientar a visitar o hospital antes do parto; 
 Orientação quanto à amamentação; 
 Orientação quanto a cuidados de higiene do recém-nascido; 
 Orientação quanto à vacinação e consulta ao pediatra. 
Cálculo da Data provável do parto: 
 
 
O objetivo desse cálculo é estimar o período provável do 
nascimento. Calcula-se a data provável do parto (DPP) levando-se em 
consideração a duração média da gestação normal (280 dias ou 40 
semanas depois da última menstruação). 
Pode ser calculado das seguintes maneiras: 
Com o disco (gestograma): colocar a seta sobre o dia e o mês 
correspondente ao primeiro dia da última menstruação e observar a 
seta na data (dia e mês) indicada como data provável do parto; 
 
 
 
 
Regra de Naegele: Outra forma de calcular a DPP é somar sete 
dias ao primeiro dia da última menstruação é subtrair três meses ao 
mês em que ocorreu a última menstruação (ou adicionar nove meses, 
se corresponder aos meses de janeiro a março). 
Nos casos em que os números de dias encontrado forem maior do 
que o número de dias do mês passar os dias excedentes para o mês 
seguinte, adicionando 1 ao final do cálculo de mês. 
 
 
Exemplos. 
* Data da última menstruação – 13/09/2008 
Data provável do parto – 20/06/2009 (13 + 7 = 20/9-3 = 6) 
* Data da última menstruação – 10/02/2004 
DPP – 17/11/2004 (10 + 7 = 17/2 + 9 = 11) 
 
* Data da última menstruação – 27/01/2004 
DPP – 03/11/2004 
Então: Para os meses de janeiro, fevereiro e março, soma-se 
7 ao primeiro dia da última menstruação e 9 ao mês da última 
menstruação e mantém-se o mesmo ano; 
Ex.: DUM 18/02/2010 (18+7/2+9/2010) 
DPP = 25/11/2010 
 
Dependendo do mês, se a soma do dia ultrapassar 30 ou 31, 
considera-se o mês seguinte. 
Ex: DUM = 27 / 03 / 2010 
 +7 +9 = 
 DPP = 34 / 12 / 2010 considerar: dezembro é de 31 dias 
(34 – 31 = 3), o Mês seguinte a dezembro é janeiro (01), aí 
muda o Ano também, então DPP = 03 / 01 / 2011. 
 
Para os meses de abril a dezembro, soma-se 7 ao primeiro dia 
da última menstruação, subtrai-se 3 ao mês da última menstruação e 
soma-se 1 ao ano da última menstruação. 
Ex: DUM = 10/05/2018 (10+7/5-3/2018+1) 
 DPP = 17/02/2019 
Se a data da última menstruação é no final do mês (30-31), 
considera-se o mês seguinte, subtrai-se 2 meses ao mês da última 
menstruação e soma-se 1 ao ano da última menstruação. 
Ex: DUM = 30/04/2006 (30+7/4-2/2006+1) 
 37/01/2007 
 DPP = 07/02/2007 
 
 
ALERTA: se a soma do Dia ultrapassar 30 ou 31 
dependendo do mês, considere o Mês seguinte. 
Ex: DUM = 27 / 03 / 2010 
 +7 +9 = 
 DPP = 34 / 12 / 2010 considerar: dezembro é de 
31 dias (34 – 31 = 3), o Mês seguinte a dezembro é 
janeiro (01), aí muda o Ano também, então, 
 DPP = 03 / 01 / 2011. 
 
Observação: Quando a data da última menstruação é desconhecida, 
mas o período do mês em que ela ocorreu é conhecido. 
Consideram-se as seguintes datas: 
No início do mês – a data da última menstruação será dia 05 do mês. 
No meio do mês – a data da última menstruação será dia 15 do mês. 
No final do mês – a data da última menstruação será dia 25 do mês. 
Se a gestante teve seu período menstrual no final de maio de 2018, por 
exemplo, a sua DUM será dia 25/05/2018. 
Definida a data da última menstruação, dá-se início ao cálculo da data 
provável do parto (DPP) conforme visto anteriormente. 
 
Parto 
 
O parto deverá ser decisão médica em relação às condições 
clínicas da gestante e do recém-nascido. Poderá ser natural 
(normal/vaginal) ou cirúrgico (cesárea). 
 
Quanto à classificação relacionada à idade gestacional 
pode ser: 
 Prematuro (Pré-termo): inferior a 37 semanas 
 Termo: entre 37 e 40 semanas 
 Pós-termo: acima de 41 semanas 
 
 
Parto pré-termo: 
O parto antes de termo é o que começa antes da 37.ª semana de 
gravidez. Como os bebês nascidos prematuramente podem ter 
problemas de saúde, os médicos tentam evitar o parto antecipado. O 
parto pré-termo (ou prematuro) é difícil de deter se se verificar uma 
hemorragia vaginal ou se as membranas que contêm o feto romperem. 
Se não ocorrer hemorragia vaginal e se as membranas não deixarem 
escapar líquido amniótico, o repouso absoluto, com líquidos 
administrados por via endovenosa, é útil em 50 % dos casos. No 
entanto, se o colo uterino se dilatar mais de 5 cm, o parto segue 
normalmente o seu curso até que o bebê nasça. O sulfato de magnésio 
aplicado por via endovenosa detém o parto em até 80 % das mulheres, 
mas pode provocar efeitos secundários, como aceleração da frequência 
cardíaca na mulher, no feto ou em ambos. A terbutalina administrada 
mediante uma injeção subcutânea também pode ser utilizada para 
deter o parto. Enquanto o parto antecipado se detém, pode ser 
administrado à mulher um corticosteróide como a betametasona para 
dilatar os pulmões do feto e reduzir o risco de ter problemas 
respiratórios (síndromede dificuldade respiratória neonatal) depois de 
nascer. 
 
Gravidez pós-termo e pós-maturidade: 
Uma gravidez depois do termo é a que continua para além das 42 
semanas. A pós-maturidade é uma síndrome em que a placenta começa 
a deixar de funcionar normalmente numa gravidez pós-termo e põe o 
feto em perigo. Por vezes, é difícil determinar se passaram as 42 
semanas, porque nem sempre é possível estabelecer a data precisa da 
concepção devido ao fato de os ciclos menstruais serem irregulares ou 
a paciente não estar certa do tempo que decorre entre eles. No início da 
gravidez, uma ecografia, que é segura e indolor, facilita a determinação 
da duração da gravidez. Posteriormente, mas antes da 32.ª semana (de 
preferência entre a 18.ª e a 22.ª) é útil fazer uma série de ecografias 
destinadas a medir o diâmetro da cabeça do feto, o que pode ajudar a 
confirmar a duração da gravidez. Depois da 32.ª semana, a 
determinação da duração da gravidez por meio de ecografias pode 
arriscar um erro de 3 semanas num ou noutro sentido. Se a gravidez 
continuar para além da 42.ª semana, contada a partir do primeiro dia 
do último ciclo menstrual, examina-se a mãe e o feto em busca de 
sinais de pós-maturidade, tais como uma redução do tamanho do útero 
e da mobilidade fetal. Os testes começam na 41.ª semana para avaliar o 
movimento do feto e a sua freqüência cardíaca, bem como a 
quantidade de líquido amniótico, que são parâmetros que decrescem 
consideravelmente nas gravidezes pós-maduras. Compara-se o 
tamanho da cabeça do feto com o do seu abdômen. Para confirmar um 
diagnóstico de pós-maturidade, pode-se fazer uma amniocentese 
(extração e análise do líquido amniótico). Uma indicação de pós-
maturidade é a detecção de uma coloração esverdeada do líquido 
amniótico, provocada pela matéria fecal do feto (mecónio); isto indica 
sofrimento fetal. Enquanto o exame não detectar sinais de pós-
maturidade, pode deixar-se que a gravidez pós-termo continue. No 
entanto, se o exame der resultados positivos, o parto é provocado. No 
caso de o colo uterino não ser suficientemente flexível para que o feto o 
atravesse, faz-se uma cesariana (parto cirúrgico feito por meio de uma 
incisão no abdômen e no útero da mãe). 
 
Fases do trabalho de parto: 
O parto é o momento mais esperado durante toda a gravidez. Nas 
últimas semanas a gestante poderá começar a sentir a “descida” da 
barriga. Os primeiros sinais de início de trabalho de parto são: 
 
 Expulsão do Rolhão (Tampão) Mucoso, que consiste 
na eliminação, pela vagina, de muco gelatinoso, rosado ou 
acastanhado. A sua expulsão pode ocorrer dias ou horas antes do parto 
e significa que o nascimento estará para breve; 
 Rotura (Ruptura/rompimento) da Bolsa de Águas, 
que é à saída de líquido amniótico pela vagina, devido à rotura das 
membranas que envolvem o bebê. Pode sair lentamente ou de repente, 
em grande quantidade. Normalmente, é claro e transparente. Nesta 
situação deve dirigir-se ao hospital da sua área de residência o mais 
rapidamente possível; 
 Contrações Uterinas Regulares - No início do trabalho 
de parto, as contrações são irregulares (isto é, os intervalos não são 
certos) e são pouco frequentes. Começa por sentir que a barriga fica 
rija, podendo não haver dor. Progressivamente, vão-se tornando mais 
regulares, mais intensas e mais próximas. Quando as contrações forem 
regulares, com intervalos de dez minutos, deve dirigir-se à 
maternidade. Nas últimas semanas de gravidez é comum ocorrerem 
contrações irregulares e indolores, sem que isto signifique o início do 
trabalho de parto. 
 
O parto é constituído por três etapas: dilatação, expulsão 
e dequitação (dequitadura). 
 
 Dilatação: O colo do útero, por onde o bebê passa para 
sair, começa a encurtar e a dilatar até cerca de dez centímetros. As 
contrações tornam-se cada vez mais regulares e próximas. É o período 
mais demorado do trabalho de parto, podendo demorar de 12 a 16 
horas, por vezes mais, num primeiro filho; 
Orientações de enfermagem: quando a gestante estiver 
deitada, procurar virar-se para o lado esquerdo, para facilitar uma 
melhor oxigenação do feto; No início e durante a contração, inspirar 
profundamente pelo nariz, como se estivesse a “cheirar uma flor”, e 
expelir o ar pela boca, como para “apagar uma vela”; Quando a 
contração terminar, inspirar e expirar profundamente; No intervalo 
das contrações, respire normalmente, relaxando o mais possível; 
 
 Expulsão: Começa quando a dilatação estiver completa. 
Pode demorar de 20 a 40 minutos no primeiro filho. O feto desce ao 
longo da bacia e acaba por sair para o exterior através da vagina e da 
vulva. Pode ser necessário efetuar um pequeno corte do períneo 
(espaço entre a vagina e o ânus - episiotomia), para facilitar a saída do 
feto e evitar “rasgaduras” perineais ou do ânus. 
Orientações de enfermagem: Em cada contração, inspire 
profundamente e, depois, não deixe sair o ar enquanto faz força. A 
seguir, expire; Aproveite o intervalo entre duas contrações para 
descontrair e recuperar as forças. 
 
 Dequitação (Dequitadura): Depois do nascimento do 
bebê, a placenta e as membranas que envolveram o feto saem por si (se 
não saírem, o médico tira-as), o médico pode fazer uma massagem na 
barriga para ajudar a placenta a desprender-se do útero. A seguir, se 
tiver sido necessário cortar o períneo durante o parto, há que fazer a 
sutura. 
 
 
 
PARTO NORMAL 
 
 O trabalho de parto inicia-se com as contrações que deverão 
ser duração e frequência adequadas; 
 Ocorre a dilatação do colo do útero (ideal 10 cm); 
 Ocorre o rompimento da bolsa amniótica; 
 Se necessário será feita anestesia peridural; 
 O feto encaixa-se na entrada da pelve; 
 
PARTO CESÁREO 
 
 Poderá ser programado ou realizado em casos de urgência; 
 A parturiente será anestesiada (raqui ou peridural); 
 O médico fará todo o preparo para a cirurgia; 
 É feita a incisão abdominal até atingir o útero; 
 A bolsa amniótica será rompida; 
 A criança é retirada e deverá ser cortado o cordão umbilical; 
 O recém-nascido receberá os cuidados imediatos; 
 A placenta é retirada e avaliada em relação a sua formação; 
 Os tecidos da puérpera serão suturados; 
 Realizar curativo compressivo sobre a incisão. 
 
Cuidados antes do parto: 
 Manter a gestante em jejum; 
 Administrar medicamentos prescritos; 
 Acompanhar a evolução do trabalho de parto; 
 Realizar tricotomia, se necessário; 
 Realizar lavagem intestinal, se prescrita; 
 Proporcionar ambiente confortável; 
 Apoiar à parturiente; 
 Identificar a parturiente com pulseira de identificação. 
 
 
PUERPÉRIO 
 
O puerpério é o período pós-parto, inicia logo após o nascimento e 
dura até 40 dias, está dividido em 3 (três) fases: 
 
Puerpério imediato: primeiras 24 horas; 
Puerpério mediato: de 25 horas até 72 horas; 
Puerpério tardio: de 73 horas até 40 dias. 
Esse período do puerpério é caracterizado por algumas mudanças 
fisiológicas da parturiente: 
 
Involução uterina: o útero entra em um processo de regressão 
gradativo até voltar ao seu tamanho original. Nas primeiras 24 horas a 
redução deverá ser de 50%. Cabe ao profissional de enfermagem 
observar e anotar esse processo. 
Técnica: com a mão no abdômen da puérpera, localizar o fundo 
do útero, que deverá estar próximo da cicatriz umbilical. 
 
Loquiação: é a secreção que sai do útero após o parto, 
semelhante a uma menstruação, mas com odor e características 
diferentes. O volume de loquiação será maior nos primeiros dias, 
diminuindo ao passar do tempo até cessar em torno de 15 dias. A sua 
coloração também sofre alterações indo do vermelho até o 
esbranquiçado. 
 
Colostro: é a secreção liberada pela mama nos primeiros dias de 
amamentação. Tem coloração amarelada, consistência grossa e rica em 
gordura. É a alimentação ideal do recém-nascido nos primeiros dias.Leite materno: apresenta uma consistência mais fina, mais 
transparente. É o alimento ideal nos primeiros 6 meses. Possuem todos 
os nutrientes necessários, propriedades imunológicas e água. Além de 
proporcionar momento de interação entre mãe e filho. 
 
Cuidados de Enfermagem 
 
 Observar sinais de hemorragia; 
 Aferir sinais vitais com frequência; 
 Observar coloração, odor e volume de loquiação; 
 Observar e anotar eliminação vesical; 
 Observar e anotar eliminação intestinal; 
 Estimular hidratação oral; 
 Observar, anotar e comunicar queixas álgicas; 
 Observar e anotar aspecto de cicatrização de incisão 
cirúrgica; 
 Avaliar regressão uterina; 
 Avaliar e anotar ingurgitamento de mamas e condições dos 
mamilos; 
 Observar e anotar aceitação alimentar; 
 Auxiliar a paciente para deambular; 
 Auxiliar a paciente em cuidados de higiene; 
 Observar a presença de cólicas uterinas durante a 
amamentação (regressão uterina). 
 
Complicações Pós-parto: 
 
 Hemorragia pós-parto: 
A hemorragia puerperal é a perda superior a meio litro de sangue 
durante ou após dequitação, é a terceira causa mais comum de morte 
materna durante o parto, após as infecções e complicações da anestesia. 
As causas variam e a maioria delas é evitável, sendo delas o 
sangramento da área onde a placenta descola do útero, esse 
sangramento pode ocorrer quando o útero não contrai adequadamente 
por ter sido distendido excessivamente, pelo trabalho de parto 
prolongado ou anormal, pelas múltiplas gestações ou pela 
administração de um anestésico miorrelaxante durante o trabalho de 
parto. A perda sanguínea grave geralmente ocorre logo após o parto, 
mas pode ocorrer até um mês mais tarde. As medidas de prevenção se 
dão antes da mulher entrar em trabalho de parto se a mulher 
apresentou episódios anteriores de hemorragia puerperal pode permitir 
ao médico preparar-se para enfrentar possíveis distúrbios 
hemorrágicos. A intervenção no parto é a mínima possível. Após a 
placenta ter descolado do útero, é administrada ocitocina à mulher para 
ajudar o útero a contrair e reduzir a perda sanguínea. Quando a 
placenta não descola espontaneamente até 30 minutos após a liberação 
do concepto, é removida manualmente. Quando a expulsão foi 
incompleta, removem - se os fragmentos remanescentes manualmente. 
Em casos raros, fragmentos infectados da placenta ou de outros tecidos 
devem ser removidos cirurgicamente (por curetagem). Após a expulsão 
da placenta, a mulher é monitorizada por pelo menos uma hora para se 
assegurar que o útero contraiu e também para se avaliar o sangramento 
vaginal. 
Quando ocorre um sangramento intenso, o abdômen da mulher é 
massageado para auxiliar a contração do útero e, a seguir, a ocitocina é 
administrada continuamente através de um cateter intravenoso. 
Quando o sangramento persiste, a mulher pode necessitar de transfusão 
sanguínea. A histerectomia (remoção do útero) é raramente necessária. 
 
 Atonia Uterina: Causa mais frequente de hemorragia pós-
parto é a atonia uterina, ou comprometimento do tono muscular 
uterino. Existem muitos sinusóides ou espaços sanguíneos entre as 
fibras musculares imediatamente abaixo da placenta. À medida que 
ocorre a separação da placenta, a musculatura uterina se contrai 
normalmente e os sinusóides se fecham, com a formação eventual de 
trombos. Quando as fibras musculares não se contraem e os vasos não 
sofrem constrição, ocorre a hemorragia. A atonia uterina é 
frequentemente devida à exaustão do músculo, que pode seguir-se tanto 
a um trabalho de parto prolongado quanto a um precipitado; pode ser 
devida à hiperdistensão do útero por gravidez múltipla, feto grande ou 
hidrâmnio ou pode ser causada por massagem excessiva do fundo 
uterino na terceira fase do trabalho de parto. 
 
 Lacerações do trato genital: Segunda maior causa de 
sangramento pós-parto. As lacerações baixas da parede vaginal e do 
períneo geralmente não sangram profusamente, mas aquelas que 
ocorrem no colo ou na porção superior do canal vaginal podem ser 
profundas e extensas a ponto de romper grandes vasos sanguíneos. 
Lacerações altas da parede vaginal e da cérvix ocorrem mais 
provavelmente após partos operatórios, especialmente se o colo não está 
completamente dilatado, podendo ocorrer ocasionalmente, também, em 
partos espontâneos. 
Em alguns partos os lábios são lacerados; se tais lacerações se 
estendem para o clitóris, podem causar um sangramento profuso. 
 
 Infecção puerperal: 
A infecção puerperal ou febre puerperal continua sendo uma das 
principais causas de mortalidade no puerpério. Origina - se do aparelho 
genital após parto recente, sendo, por vezes, impossível caracterizar a 
infecção que ocorre após o parto, para melhor conceituar morbidade 
febril puerperal, temperatura de no mínimo 38ºC, durante dois dias 
quaisquer, dos primeiros 10 dias do pós-parto, excluídas às 24 horas 
iniciais. É tendência atual, conquanto não sejam da genitália, incluir a 
infecção urinária, a pulmonar e a das mamas na morbidade puerperal. 
Alguns fatores relacionados às alterações ocorridas no organismo 
materno durante a gravidez, o trabalho de parto, o parto e o pós-parto 
podem predispor a mulher a adquirir infecção puerperal. Entre as 
diversas modificações que a gravidez imprime ao organismo materno, 
encontram-se algumas alterações da flora genital e do trato urinário, 
que podem levar à ocorrência de infecção. O corrimento vaginal, 
presente na maioria das gestantes e pouco valorizado no pré-natal, 
representa também uma alteração no mecanismo de defesa cérvico-
vaginal, sendo considerada uma infecção do trato genital baixo. No 
trabalho de parto, os microrganismos cervicovaginais podem ter acesso 
ao útero, correlacionando a endometrite puerperal com sua duração. 
Sabe-se que a duração de um franco trabalho de parto varia de acordo 
com diversos fatores, e conclui-se que quanto maior sua duração, maior 
o risco da parturiente adquirir infecção. A rotura das membranas 
ovulares, associada ao trabalho de parto prolongado, além do elevado 
número de toques vaginais, predispõe à contaminação da cavidade 
amniana por anaeróbios e aeróbios, comensais e patógenos. Estudos 
fizeram a correlação entre a presença de mecônio no líquido amniótico e 
o aumento da taxa de infecção materna. 
O papel da enfermagem na prevenção dessa complicação séria é 
importante e deve-se fazer o máximo de esforço para evitá-la. Higiene 
ao cuidar da paciente e o uso de técnicas assépticas quando indicadas, e 
o hábito de lavar as mãos antes de prestar assistência à mãe. Os partos 
devem ser conduzidos seguindo-se uma técnica de assepsia estrita, mas 
as precauções observadas na sala de parto não são suficientes, porque a 
infecção pode atingir a mãe durante o trabalho de parto ou no puerpério 
imediato. Comadres individuais devem ser providenciadas para impedir 
infecção cruzada. 
 
 Bolsa rota: Quando há perda de líquido, tanto a mãe como 
o RN ficam expostos a riscos. Não se sabe ao certo quanto tempo o 
organismo da mãe e do bebê leva para o desenvolvimento de uma 
infecção. Em alguns casos, observou-se que a incidência de infecção no 
bebê só aumenta após 24 horas de bolsa rota. 
 
 Endometrite (infecção/ inflamação do endométrio): 
Forma mais frequente de infecção puerperal, tem relação direta com 
cesariana e intervenções vaginais após partos prolongados, amniorex 
prolongado e com muita manipulação intravaginal e intraútero. O 
quadro clínico caracteriza-se por: subinvolução, dor a palpação e 
amolecimento corporal. Oscilação de temperatura entre 37,5ºC e 38ºC, 
a loquiação pode ser inodora se for por estreptococos B hemolítico do 
grupo A, fecalóide se for por enterococos, E. coli, bacteroides fragilis. 
 
 Corioamnionite: Infecção ovular caracterizada por um 
processo inflamatório agudo e às vezes difuso das membranas extra 
placentárias, placa coriônicada placenta e cordão umbilical. Pode 
ocorrer com membranas íntegras, e, mais comuns em casos de ruptura 
de membranas ovulares, decorrente do tempo prolongado de rotura 
e/ou da realização de toques vaginais. 
 
 Mastite Puerperal ou inflamação da mama: 
Complicação peculiar do período de aleitamento, sendo excepcional na 
gestação ou fora dela. Geralmente, manifesta-se precocemente, nos dez 
primeiros dias do puerpério, ou tardiamente. A mastite puerperal ou da 
lactação é um processo infeccioso agudo das glândulas mamárias que 
acomete mulheres em fase de lactação, com achados clínicos que vão 
desde a inflamação focal, com sintomas sistêmicos como febre, mal-
estar geral, astenia, calafrios e prostração, até abscessos e septicemia. 
Devido ao desconforto e a dor, e também por acreditarem que o leite da 
mama afetada fará mal ao bebê, muitas mulheres desmamam 
precocemente os seus filhos, se não forem adequadamente orientadas e 
apoiadas. Dependendo da gravidade, a amamentação deve ser suspensa 
quando se tratar de mastite supurativa, pois, além de muito dolorosa, o 
leite está infectado. 
 
 Distúrbios psicológicos do puerpério: o puerpério é 
uma fase de readaptação em que alterações fisiológicas podem vir 
acompanhadas de distúrbios de ordem psíquica, ligados às mudanças 
bioquímicas que ocorrem no organismo materno logo após o parto, 
como aumento da secreção de corticosteróide e a queda repentina dos 
níveis hormonais. É notória a cobrança imposta sobre a puérpera 
quanto a assumir uma postura idealizada, onde demonstre 
tranquilidade, receptividade e disposição para amamentar e cuidar da 
criança. A psiquiatria clínica classifica os distúrbios em três grandes 
grupos, apresentado da forma mais leve para a forma mais grave: 
Blues puerperal ou síndrome da tristeza pós – parto: 
Considerado um transtorno de ajustamento, segundo Classificação 
Internacional de Doenças (CID-10). Os sinais e sintomas iniciam nos 
primeiros dias após o parto com duração variável, estendendo-se de 
algumas horas até no máximo duas semanas, sendo a maior incidência 
no terceiro dia pós – parto. Tem prognóstico favorável, caracterizado 
por humor instável, crises de choro típicas, emotividade exacerbada e 
hipersensibilidade. Pode haver tristeza, ansiedade, fadiga, cefaleia, 
insônia, inquietação, hipocondria e ainda preocupação excessiva com a 
lactação, amamentação e saúde do bebê. As manifestações podem vir 
acompanhadas de distúrbios cognitivos como dificuldade de 
concentração, de raciocínio e perturbação da memória. A etiologia pode 
estar relacionada ao fator biológico representado pelas alterações 
hormonais que ocorrem de maneira intensa no organismo da mulher e 
também pode estar associado à perda ou diminuição do apoio social e 
por parte da família, contudo, quando o quadro se agrava, há risco de 
depressão puerperal. É necessário o estímulo da autoconfiança desta 
mulher e prestar orientação nos cuidados com o neonato. 
 
Depressão puerperal ou transtornos neuróticos pós – 
parto: Distúrbio de humor variando de grau moderado a severo, entre 
seis e oito semanas após o parto. Fatores predisponentes estão 
relacionados com mães que apresentam alterações de humor no período 
pré – menstrual (TPM), história prévia de depressão; genética, 
personalidade, condições existenciais e vivenciais relacionadas à 
gestação na adolescência, gravidez indesejada, etc. As principais 
manifestações são: tristeza, perda do prazer, choro fácil, abatimento, 
alterações do apetite, distúrbio do sono, fadiga, irritabilidade, 
hipocondria, dificuldade de concentração e memorização, redução do 
interesse sexual e ideação suicida. Tem as mesmas características de 
uma depressão normal, ou seja, a pessoa sente uma tristeza muito 
grande de caráter prolongado. Fisicamente, sintomas como alterações 
gastroinstestinais, com ressecamento de boca, de intestino, dores de 
cabeça, insônias. Tratamento é farmacológico, somado a psicoterapia e 
em casos onde a farmacologia não resolve eletroconvulsioterapia. No 
pré-natal deve – se incentivar a mulher a situar-se a nova realidade, 
preparando – a previamente para a maternidade. 
 
Psicose puerperal ou transtorno afetivo psicótico – 
puerperais: Distúrbio do humor caracterizado por perturbações 
mentais graves e agudas, frequentemente alucinatórias tendo início 
entre as primeiras duas ou três semanas após o parto. A sintomatologia 
que antecede a psicose puerperal é constituída por alterações no sono, 
inquietação, fadiga, depressão, irritabilidade, além de certa 
perplexidade inapetência, apresenta ideias de perseguição e confusão. 
Pode também haver episódio de humor agudo com sintomatologia 
maníaca e/ou depressiva. A característica principal desta é a rejeição 
total ao bebê, sentindo-se completamente aterrorizada e ameaçada por 
ele, como se fosse um inimigo em mulher sente-se, então, apática, 
abandona os próprios hábitos de higiene e cuidados pessoais. 
Caso apresente este quadro de profunda depressão, sem poder 
oferecer a seu filho o acolhimento necessário, este também entrará em 
depressão. As características apresentadas pelo RN são: falta de brilho 
no olhar, dificuldade de sorrir, diminuição do apetite, vômito, diarreia e 
dificuldade em manifestar interesse pelo que quer que esteja ao seu 
redor. Consequentemente, haverá uma tendência maior em adoecer ou 
apresentar problemas na pele, mesmo que esteja sendo cuidado. 
Quando há bloqueio materno em manifestar amor pelo filho, alguém 
deve assumir a tarefa de maternagem em que o bebê possa sentir-se 
amado e acolhido, pois sem amor não desenvolverá a capacidade de 
confiar em suas próprias possibilidades de desenvolvimento físico e 
emocional. O psiquiatra deve ser consultado urgentemente e, 
simultaneamente ao apoio farmacológico, será aconselhada a 
psicoterapia. 
 
 Infecção em incisão cirúrgica (abdominal ou 
perineal): É a infecção que ocorre após o parto, podendo ou não ser 
considerada como infecção hospitalar. Normalmente está associada à 
falta de cuidados de higiene, ou contaminação por profissionais que 
prestam assistência. Sinais e sintomas: dor no local da incisão, edema e 
calor local, presença de secreção e hipertermia. 
 
Cuidados de enfermagem 
 Observar sinais vitais (hipertermia); 
 Trocar curativo conforme orientação do médico ou 
enfermeiro; 
 Administrar medicamento; 
 Auxiliar nos cuidados de higiene.

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