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Mediação e Recepção (Maria Immacolata Vassalo de Lopes) Discussão sobre conceitos e processos de recepção, mediação e midiatização. Conexão: recepção-mediação-midiatização Intuito: levar esse pensamento latino-americano ao âmbito internacional das teorias da comunicação Mediações: “perspectiva teórica integrada da produção, produto e audiência” - Produção de sentidos; usos dos conteúdos; composição textual dos mesmos. Uso cultural e político que as pessoas fazem dos meios de comunicação em seu cotidiano passa a ser o foco dos estudos em recepção. Estudos em recepção (a partir dos anos 1980), dois eixos: - “reflexão e deslocamento dos meios às mediações” (Martín-Barbero) - hibridização cultural (Canclini) Experimentação de métodos: Objetivo de tentar entender a complexidade das mediações Desenho global: produção de mensagens; usos dos textos e composição textual. Teoria compreensiva. Recepção deve integrar: - natureza micro (o sujeito e o ambiente controlado por ele) - natureza macro (a estrutura social, tudo o que escapa ao controle do sujeito) - Recepção diz respeito ao contexto em “as pessoas vivem suas vidas diárias e em que, ao mesmo tempo, se inscrevem em relações de poder estruturais e históricas que extrapolam suas atividades cotidianas”. O conceito de mediação Superar a análise fragmentada da comunicação, em áreas autônomas: produção, mensagem, meio e audiência. - Um lugar que possibilita a compreensão da interação entre “o espaço da produção e o da recepção” / Espaço de produção e espaço do consumo da comunicação - Produção midiática atende a exigências comerciais, mas também aquelas que vem da trama cultural e dos modos de ver, de percepção e uso. - Parte do trinômio comunicação-cultura-política e critica o “exclusivismo e o determinismo dos paradigmas informacional-tecnlógico, semiológico e ideológico” que marcam os estudos em comunicação no Brasil e na América Latina. Prioridade do comunicacional e não do midiático; novas interações, novas sensações, novos afetos Mediação aparece como um conceito que “acompanha permanentemente as mutações da sociedade especificamente no que diz respeito ao papel da comunicação” Sendo a nossa sociedade uma sociedade da comunicação, “os processos comunicacionais enquanto operadores de sentido e o mercado como operador de valor” que movem os vínculos entre os sujeitos. Surge assim o primeiro mapa das mediações: Importância desse mapa: Comunicação mediando todas as formas de vida cultural e política da sociedade. Inter-mediação: a linguagem passa por esse processo; a comunicação passa a ser ligar com as interfaces, “com os nós das interações”; hibridização das linguagens e dos meios Mutação tecnológica: Configura um novo sistema comunicativo Temporalidade: Crise da modernidade com o tempo; culto ao presente, ao simultâneo, ao instantâneo Espacialidade: múltiplos espaços; espaço comunicacional tecido pelas redes eletrônicas; “espaço imaginado da nação e de sua identidade” Mobilidade: migrações incessantes, navegação virtual dos internautas, novas figuras de sensibilidade, afetos Fluxos: Provocam “desordens sociais e políticas na cidade”, fluxos de informação, das imagens, linguagens, escrituras virtuais; desestabilização da cultura letrada e escolar. Tecnologia rompe barreiras, rompe fronteiras entre razão e imaginação, saber e informação, saber especializado e conhecimento comum. Tecnicidade: Entendê-la como constitutiva de uma noção antropológica da comunicação - Noção grega de techné: “destreza, habilidade de fazer, mas também de argumentar, de expressar, de criar, de comunicar através de formas materiais - Prevalência de outra noção de técnica: ligada ao aparato, máquina ou produto. - Ambas noções parecem insuficientes: “Na técnica há novos modos de perceber, ver, ouvir, ler, aprender, novas linguagens, novos modos de expressão, de textualidades e escrituras” - Sentido da tecnicidade se relaciona à “competência na linguagem” (saber-fazer; saber-inventar) não a um simples aparato. - Tecnicidade recupera o sentido original, é da ordem dos saberes, “práticas produtoras de inovações discursivas”. - Muitas interfaces em mediação, entre diferentes meios e entre estes e os vários “espaços comunicativos do consumo e da criação”. Tal lógica é direcionada às novas mídias digitais: “Novas formas de ação e novos tipos de relacionamentos sociais emergiram por meio do desenvolvimento dos meios de comunicação, permitindo novos modos de interação”. Exemplo análise de telenovela - Parte-se de um formato industrial; “o pesquisador por acionar elementos da linguagem televisiva em articulação com valores da produção e/ou da recepção dentro do mapa das mediações”, pois tal formato articula-se com competências de recepção (ritualidade e socialidade) e às lógicas de produção (tecnicidade) Midiatização Esquema para análise da midiatização de Eliseo Verón 1 – Relacionamento da mídia com outras instituições (não midiáticas) da sociedade. (mídia e sistema político, mídia e escola, mídia e religião) 2 – Relação dos meios com outros atores individuais (estratégias dos atores individuais em relação ao consumo de mídia) 3 – Relacionamento das instituições com os autores (mudança da cultura interna das organizações pelo trabalho da mídia) 4 – O modo como a mídia afeta o relacionamento entre instituições e atores (como os meios afetam o relacionamento entre atores individuais e instituições). Midiatização: “mudança social nas sociedades contemporâneas”. Lógica da mídia é parte do tecido social.
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