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�PAGE � SUMÁRIO 31 INTRODUÇÃO � 42 DESENVOLVIMENTO � 73 CONCLUSÃO � 8REFERÊNCIAS � �� INTRODUÇÃO Iniciaremos este portfólio enfatizando as concepções de infância e de demostrar como se construiu historicamente, relatando de forma breve a antiguidade até chegar à atualidade. A criança era vista como um ser inferior, o sentimento de infância não existia, e como as crianças eram inseridas na sociedade. Sua educação é vista como projeção política, entretanto para que isso se efetivasse, a criança deveria ser moldada desde a infância, e em tudo o que é necessário a um bom cidadão. A mudança de paradigmas entre a idade média e moderna no século XVII, configura-se como um período de grande importância para a evolução dos temas relacionados à infância. O período da Ditadura Militar foi de extrema importância para o reconhecimento da Educação Infantil. As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, ao referir-se à concepção de criança. Abordaremos a evolução nas concepções de criança pela BNCC, a fim de destacar as características que prevaleceram hoje ao se tratar da criança. DESENVOLVIMENTO Iniciaremos a nossa discussão enfatizando a Concepção de Infância, relatando a antiguidade até chegarmos a atualidade. Para a sociedade da época a infância não tinha características próprias, as crianças eram vistas como ser inferior, selvagem, intratável, indisciplinada, traiçoeira, astuciosa e insolente. Áries (1981) historiador francês afirma que o sentimento de infância não existia na idade média, as crianças já eram inserida na sociedade dos adultos e assim participavam de jogos, afazeres domésticos ou trabalhava como aprendizes, as vestes das crianças eram improprias e similares à do adulto, que impedia a liberdade de movimento, como correr, sujar-se, subir em arvore, impedindo os a fazer tudo aquilo que faz parte do mundo infântil. A relação criança/infância foi se transformando a partir da difusão de novos pensamentos e condutas da igreja católica que se preocupou em discipliná-la. Essas novas condutas fizeram com que surgissem novos modelos familiares que ressaltavam os laços de sangue. Somente no século XVIII que a concepção infância se efetivou, a partir dai as crianças são percebidas na sua singularidade por possuírem sentimentos próprios. Áries (1981, p. 168) o sentimento da infância se desenvolveu paralelamente ao sentimento da família, se manifestando por meio da intimidade e dialogo familiar, nesse contexto a criança surge para ser amada e educada, os pais passaram a se sentir responsáveis pelo futuro da criança, nesse período surge a individualização da criança que se refere à percepção da criança como indivíduo. Com isso pais passaram a se preocupar com a educação das crianças, essa concepção de individuo fez com que a criança se tornasse alvo de controle da família, tal fato favoreceu o surgimento da instituição escolar, a criança começou a ser reconhecida como um individuo social, inserida dentro da sociedade que tem “vez”, tem “voz” tem sua forma de vive-la, que influência e por ela também é influenciada. Dessa forma a sociedade passou a criar instituições especificas dentre elas a escola, que foram criados com o intuito de educar e disciplinar moralmente as crianças. De acordo com Costa (2009) a escola surge junto com a ideia de que a infância é um período da vida que precisa ser cuidada e moldada. Nas concepções atuais, elas são consideradas como ser histórico-social, condicionadas por vários fatores seja eles sociais, econômicos, culturais ou até mesmo político. De acordo com Gagnebin (1997, p. 86) a palavra infância não diz respeito a faixa etária, mas sim aos anos iniciais de sua vida que se caracteriza por incapacidade e pela carência de fala, a concepção de infância de hoje foi uma invenção da modernidade sendo constituída historicamente. Constatamos que a forma de compreender a criança e a infância tem passado por grandes evoluções nas últimas décadas, bem como nos diversos documentos oficiais elaborados pelo Ministério da Educação e Cultura – MEC. Historicamente a educação da criança era de competência exclusiva da família, pois era através do convívio familiar em contato com adultos e outras crianças, que ela interagia com sua cultura embora sua participação na sociedade ainda fosse bastante limitada (PASCHOAL., MACHADO, 2009) Não se tinha um Estado formado e as propostas educativas existentes da época eram iniciativas de instituições religiosas. Durante o império e na República velha, surgiram instituições apoiadas nas ideias froebelianas, que atendiam na sua grande maioria crianças de baixa renda e que já funcionavam como instituições alfabetizadoras. O período da ditadura militar, foi de extrema significância para o reconhecimento da educação infantil, pois representou o marco da produção de documentos fundamentais que reconhecem os direitos das crianças, tais como a Constituição Federal (1988), o Estatuto da criança e do Adolescente – ECA (1990) e a Política Nacional de Educação Infantil – PNEI (1994). O período foi marcado pelas lutas democráticas a favor da educação pública, em especial a educação infantil que passou a ser tratada como um direito. É na década de 80 que a sociedade desperta para reinvindicação de seus direitos antes esquecidos, tendo como consequência a promulgação da Constituição de 1988 e consequentemente da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96 e do Estatuto da criança e do Adolescente, que estabelecem diante a articulação de seus artigos, a educação infantil como direito da criança, dever do Estado, e a primeira etapa da educação básica.(MEDEIROS et al 2012, NASCIMENTO, 2012). A preocupação com relação a educação dos menores de 5 anos expressa tanto na Constituição de 88 quanto na LDB de 96. Com a Constituição Federal de 1988, o atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a 6 anos de idade torna-se dever do Estado. Com a promulgação da LDB, em 1996, a educação infantil passa a integrar a Educação Básica, em 2006 a LDB antecipou o acesso ao Ensino Fundamental para os 6 anos, a educação infantil passa a atender a faixa etária de 0 a 5. É incluída na LDB em 2013 à obrigatoriedade de matrícula de todas as crianças de 4 e 5 anos em instituições de Educação infantil. Com a inclusão da Educação Infantil na BNCC, mais um importante passo é dado nesse processo histórico de sua integração ao conjunto da Educação Básica. Como primeira etapa da Educação Básica, a educação infantil é o início e o fundamento do processo educacional, a entrada na creche ou pré-escola significa a primeira separação das crianças dos seus vínculos afetivos familiares para se incorporarem a uma socialização estruturada. As creches e pré-escolas tem o objetivo de ampliar o universo de experiencias, conhecimentos e habilidades dessas crianças, diversificando novas aprendizagens de maneira a complementar a educação familiar, para isso as práticas do diálogo e o compartilhamento de responsabilidade entre a instituição de educação infantil e a família são essenciais. As Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (DCNEI, Resolução CNE/CEB nº 5/2009), definem a criança como “sujeito histórico e de direitos, que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura” (BRASIL, 2009). A educação básica caracteriza o cotidiano da infância trazendo consigo muitas aprendizagens, a interação durante a brincadeira entre crianças e delas com os adultos, é possível identificar, por exemplo, a expressão dos afetos, a mediação das frustações, os conflitos e as emoções. Nesse sentido a Base Nacional Comum Curricular(BNCC), apresenta diretrizes que norteiam os currículos de todo o país, a fim de proporcionar uma educação mais igualitária. CONCLUSÃO Com este portfólio conclui-se que houve grandes transformações ocorridas ao longo da Educação Infantil. As pesquisas até então realizadas contribuiu na construção mais humanizada do conceito de infância e criança. Para ser mais exata, a infância e a fase em que a criança deve brincar, explorar, conhecer-se, conviver, participar, expressar, sendo tanto os pais quanto aos educadores peças importantes nessa transmissão, para que o ambiente social a que ela convive seja estimulante ao desenvolvimento cognitivo. A educação infantil dialoga com a concepção de criança como parte do processo de formação e aprendizado, por isso é importante que ela seja introduzida na escola desde a educação básica. Esse trabalho me fez refletir como futuro pedagogo, a importância de conhecer a história e como se constituiu a concepção de infância, e como vem sendo trabalhado esse conceito na BNCC. Toda criança tem direito a educação, e é muito importante a implementação de políticas mais consistentes, que venha contribuir para a melhoria da qualidade da educação infantil. Cabe a nós pedagogos o acesso ao conhecimento respeitando sua infância, suas características e especificidades, ou seja, a escola precisa fazer sentido para a criança, para que ela veja nesse espaço como lugar de plenas realizações. REFERÊNCIAS NIEHUES, M. R.; COSTA, M. de O. Concepções de infância ao longo da história. Ver. Técnico Científica (IFSC), v.3, n.1(2012). P. 284-289. Disponível em:https://periódicos.ifsc.edu.br/index.php/rtc/artide/download/420/342.acesso em: 17 de jul.2018. HEYWOOD, Colin. Uma história da infância. Porto alegre :Artmed, 2004.p 21-47 ÁRIES, Philippe. História social da criança e da família.2 ed. Tradução: Dora Flaksman. Rio de Janeiro: Afiliada, 1981 COSTA. Marli de Oliveira. Infância e “artes” das crianças: memorias, discursos e fazeres (Sul de Santa Catarina-1920 a 1950. Tese de doutorado. Porto Alegre: UFRGS,2009. GAGNEBIN, Jeanne Marie. Infância e Pensamento.in: GHIRALDELLI JR., Paulo. (org). infância, escola e modernidade. 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Sistema de Ensino Presencial Conectado pedagogia vilma fernandes vitorino nogueira a relação criança/infância Concepção de infância na história e na atualidade Londrina/PR 2018 VILMA FERNANDES VITORINO NOGUEIRA a relação criança/infância Concepção de infância na história e na atualidade Trabalho de Pedagogia apresentado à Universidade Pitágoras Unopar, como requisito parcial para a obtenção de média semestral na disciplina de Sociologia da Educação; Legislação Educacional; Teorias e Práticas do Currículo; Filosofia da Educação; Práticas em Pedagogia: Condições de Aprendizagem na Educação Infantil; Ed. Cultura Brasileira. Orientador: Prof. Marcio Gutuzo Saviani; Natália Gomes dos Santos; Mari Clair Moro Nascimento; Marcia Bastos de Almeida; Patricia Alzira Proscêncio; Luciane Batistela Bianchini; Renata de S. F. Bastos de Almeida. Londrina/PR 2018