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NASCIMENTO E EXTINÇÃO DOS ESTADOS

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NASCIMENTO E EXTINÇÃO DOS ESTADOS 
1. Nascimento. 
2. Modo originário. 
3. Modos secundários. 
4. Confederação. 
5. Federação. 
6. União pessoal. 
7. União real. 
8. Divisão nacional. 
9. Divisão sucessoral. 
10. Modos derivados. 
11. Colonização. 
12. Concessão dos direitos de soberania. 
13. Ato de governo. 
14. Desenvolvimento e declínio. 
15. Extinção. 
16. Conquista. 
17. Emigração. 
18. Expulsão.
 19. Renúncia dos direitos de soberania.
 1. NASCIMENTO
	 Concorrendo os três elementos necessários — população, território e governo — nasce um Estado. 
	Resta saber, porém, como esses elementos se reúnem ou de que forma nasce o Estado. 
	Neste ponto não indagamos das causas genéticas da formação social, mas, sim, do ato formal do nascimento ou de criação de um Estado, conforme com o depoimento da história, o consenso dos povos e os princípios de direito internacional. 
	O conhecimento dos fatores determinantes do surgimento e do perecimento dos Estados mais antigos perdeu-se na poeira dos tempos. 
	Mesmo em relação aos que chegaram aos tempos atuais, como a Índia, a China e o Egito, a história da sua origem permanece embuçada nas brumas de um passado muito remoto. 
	Os primeiros Estados, ao que se tem apurado por indução dos sábios, teriam surgido, originariamente, como decorrência natural da evolução das sociedades humanas. 
	Emergiram do seio das primitivas comunidades e caminharam, paulatinamente, para a instauração de forma política específica. 
	E, se mais nos adentramos procurando desvendar na nebulosidade das priscas eras a gênese da ordem civil, veremos que se nos impõe, ainda pelo critério indutivo, a conclusão de que, antes do aparecimento do fenômeno que hoje chamamos Estado, já existiam regras de comportamento social ditadas pelo direito natural, e que este gerou o Estado erigindo-o em órgão da sua positivação. 
	Extinguiram-se os Estados primitivos oriundos dessa ordem natural primitiva, e sobre os seus escombros ergueram-se os Estados do mundo atual. 
	Na sua maioria, representam estes o renascimento ou a reformação dos velhos impérios extintos, conservando, muitas vezes, o nome e as tradições, porém ostentando nova configuração geográfica e política.
	Como o desaparecimento da organização estatal não implica, geralmente, o desaparecimento dos agrupamentos étnicos, conservam-se estes mantendo a sua continuidade histórica. 
	A comunidade romana, por exemplo, sobreviveu ao aniquilamento do Império ocasionado pelas invasões dos bárbaros, assim como a comunidade judaica, depois da destruição de Jerusalém, se conservou coesa até restabelecer, na Palestina, as vetustas tradições do velho Estado de Israel.
	É oportuno ressaltar aqui, mais uma vez, a nítida diferença que existe entre Nação e Estado. 
	A Nação é uma entidade de direito natural. 
	O Estado, ao revés, é um fenômeno jurídico; é obra do homem, portanto, contingente e falível. Sua estrutura pode desintegrar-se num dado momento, desaparecer e reaparecer. Tal como um ser vivo — disse Montaigne —, o Estado nasce, floresce e morre. Essa interpretação mística do fenômeno estatal, desenvolvida por Hegel, Schelling, Krause e outros corifeus da chamada escola orgânica, fundada, aliás, na filosofia platônica, não convém à objetividade com que devemos encarar os fatos do nascimento e da extinção dos Estados. 
	Se o Estado em si, na sua estrutura morfológica e na sua realidade vital, se compara ao ritmo da vida orgânica, tal não ocorre em relação à comunidade nacional, pois esta, independentemente daquele, se eterniza na sucessividade das gerações.
	 O Estado não morre por completar um determinado ciclo orgânico. 
	A perpetuidade, aliás, é um dos pressupostos jurídicos da sua condição, e, contrariamente às leis naturais que regem a vida dos seres, a sua velhice é um penhor de vigorosa durabilidade. 
	Um dos fatores que levam o Estado à morte está em que a sua estrutura, de certo modo, se apoia na força, e esta gera a resistência. 
	Sujeitas-e a sua estrutura às mutações do poder que são imperativos necessários da evolução humana. 
	Feitos estes esclarecimentos preliminares, vamos analisar aqui os fatos que assinalam o nascimento, o crescimento ou declínio e o desaparecimento dos Estados. 
	A condição de Estado, como já vimos, requer a presença simultânea dos seus três elementos constitutivos — população, território e governo —, sendo, entretanto, diversos os modos como se realiza a combinação desses elementos e como se explica o surgimento da entidade estatal. 
	Três são os modos de nascimento dos Estados: originário, secundários e derivados. 
	Desdobram-se, cada um deles, em vários casos específicos. Para bem estudá-los faremos primeiro o seguinte enquadramento sinótico:
 2. MODO ORIGINÁRIO
	 Pode surgir o Estado, originariamente, do próprio meio nacional, sem dependência de qualquer fator externo. 
	Um agrupamento humano mais ou menos homogêneo, estabelecendo-se num determinado território, organiza o seu governo e passa a apresentar as condições universais da ordem política e jurídica. 
	Roma e Atenas são exemplos típicos da formação originária. 
	Esse núcleo inicial, via de regra, é homogêneo, isto é, uma comunidade identificada por vínculos de raça, língua, religião, usos, costumes, sentimentos e aspirações comuns, e que, atingindo lentamente certas e determinadas condições, adota um sistema de organização social e administrativa tendente a facilitar a concretização dos anseios comuns. 
	Os Estados primitivos, sem dúvida, foram precedidos de uma lenta preparação nacional, mas nos tempos atuais tivemos exemplos de criação de Estados originariamente, sem o estágio preparatório a que nos referimos, ou seja, sem que o núcleo humano inicial apresentasse esse aspecto de homogeneidade próprio dos chamados Estados Nacionais. 
	Assim ocorreu, por exemplo, no caso já citado do Estado da Califórnia, na América do Norte, onde legiões de indivíduos de todas as origens formaram uma população numerosa e reuniram-se, em 1849, numa assembleia constituinte, organizando o seu governo próprio e proclamando ao mundo a fundação do seu Estado, posteriormente incorporado à federação dos Estados Unidos da América do Norte. 
	Deixando de lado maior indagação sobre a formação dos Estados antigos para fixarmos a sociedade humana no momento exato em que ela, por força de variadas circunstâncias, se organiza em Estado, constatamos que no mundo moderno inúmeras são as circunstâncias que cercam e determinam o nascimento de novas unidades políticas. Queiroz Lima assim enumera essas circunstâncias: “Irredutibilidade de interesses; necessidade de autonomia econômica e política; divergências de raças, índoles e aspirações, ou coligação de povos unidos pela identidade de raça ou por um forte laço de interesse comum; influência dissolvente de uma guerra infeliz ou imposição de um inimigo vencedor; e, finalmente, combinações políticas das grandes potências em congresso internacional”. 
	Diante desse panorama realmente verídico, perde muito do seu valor a regra geral da formação originária e se avultam em importância os modos secundários e derivados. 
3. MODOS SECUNDÁRIOS
	 Uma nova unidade política pode nascer da união ou da divisão de Estados. São casos de união: 
a) confederação; 
b) federação; 
c) união pessoal; e 
d) união real. 
4. CONFEDERAÇÃO
	 É uma união convencional de países independentes, objetivando a realização de grandes empreendimentos de interesse comum ou o fortalecimento da defesa de todos contra a eventualidade de uma agressão externa. São exemplos dessa forma de união, nos tempos antigos, as confederações gregas dos Beócios, dos Arcádios, dos Acheus e dos Estólios. 
	Os antigos cantões da Suíça uniram-se formando a Confederação Helvética, que ainda subsiste,agora com feição própria de uma união federal. Mais recentemente, tivemos a Confederação dos Estados Unidos da América do Norte (1776-1787) e a Confederação Germânica (1815). A atual Comunidade dos Estados Independentes (CEI) é um exemplo da união sob a forma confederativa. A partir de um manifesto lançado pela Rússia, Ucrânia e Bielorrúsia, outras nove repúblicas também ex-integrantes da extinta URSS formalizaram sua adesão, dando início a um processo de unificação política e econômica cujas bases definitivas ainda hoje estão sendo processadas. 
5. FEDERAÇÃO
	 É uma união nacional mais íntima, perpétua e indissolúvel, de províncias que passam a constituir uma só pessoa de direito público internacional. Exemplo clássico de união federal é a América do Norte. Temos, ainda, no continente americano, México, Brasil, Argentina e República Bolivariana da Venezuela. 
6. UNIÃO PESSOAL
	 É o governo de dois ou mais países por um só monarca. É uma união de natureza precária, transitória, porque decorre exclusivamente de eventuais direitos sucessórios ou convencionais de um determinado príncipe. Registra a história, entre outros, os seguintes exemplos de união pessoal:
 a) Alemanha e Espanha sob o poder de Carlos V; 
b) Inglaterra e Hanover sob o governo de George IV; 
c) Polônia e Sarre, sob o reinado de Augusto etc. 
7. UNIÃO REAL 
	É a união efetiva, com caráter permanente, de dois ou mais países formando uma só pessoa de direito público internacional. Exemplos: a) Suécia e Noruega; b) Áustria e Hungria; c) Inglaterra, Escócia e Irlanda, que se juntaram para a formação da Grã-Bretanha. São casos de divisão: a) divisão nacional, e b) divisão sucessoral. 
8. DIVISÃO NACIONAL
	 É a que se dá quando uma determinada região ou província integrante de um Estado obtém a sua independência e forma uma nova unidade política. Há os exemplos da divisão da monarquia de Alexandre, do retalhamento do primeiro império napoleônico e da separação dos chamados Países Baixos em 1830. Na reorganização da Europa, depois da primeira guerra mundial, vários casos de divisão nacional se verificaram por conveniência e imposição dos vencedores. 
9. DIVISÃO SUCESSORAL
	 É uma forma típica das monarquias medievais: o Estado, considerado como propriedade do monarca, era dividido entre os seus parentes e sucessores, desdobrando-se, assim, em reinos menores autônomos. O direito público moderno não dá agasalho a essa antiquada forma de criação de Estado. 
10. MODOS DERIVADOS
	 Segundo estas hipóteses, o Estado surge em consequência de movimentos exteriores, quais sejam: 
a) colonização; 
b) concessão dos direitos de soberania; e c) ato de governo. 
11. COLONIZAÇÃO
	 Foi a forma primeiramente utilizada pelos gregos que povoaram as terras e criaram Estados ao longo do Mediterrâneo. Modernamente, temos os exemplos do Brasil e das demais antigas colônias americanas povoadas pelos ingleses, espanhóis e portugueses, as quais se transformaram posteriormente em Estados livres. 
12. CONCESSÃO DOS DIREITOS DE SOBERANIA
	Ocorria frequentemente na Idade Média, quando os monarcas, por sua livre vontade pessoal, outorgavam os direitos de autodeterminação aos seus principados, ducados, condados etc. Nos tempos atuais, a Irlanda, o Canadá e outras “colônias autônomas” da British Commonwealth of Nations caminham progressivamente para a sua completa independência, através de concessões feitas pelo governo inglês. 
13. ATO DE GOVERNO
 	É a forma pela qual o nascimento de um novo Estado decorre da simples vontade de um eventual conquistador ou de um governante absoluto. Napoleão I criou assim diversos Estados, tão somente pela manifestação da sua vontade incontestável. 
14. DESENVOLVIMENTO E DECLÍNIO
	 O Estado se desenvolve, em sentido progressivo, quando fortalece e sublima a sua ordem social, jurídica e econômica, em consonância com a civilização nacional.
	O seu eventual declínio, ao revés, provém da corrupção dos costumes, do amortecimento da consciência cívica, do abastardamento da raça, do relaxamento do sistema educacional, da perversão da justiça etc. Em tais contingências entra o Estado num processo de depauperamento orgânico — como dizem os teóricos da escola organicista —, tornando-se presa fácil aos conquistadores estrangeiros. Quando não consegue o Estado reagir no sentido de restabelecer em bases seguras a normalidade da sua vida, poderá sofrer o colapso geral e a morte. 
	Assim desapareceram: Cartago pelas dissenções internas; Roma pela incapacidade de organizar a resistência contra as hordas bárbaras; o Império de Carlos Magno pelo esfacelamento feudal; o Império Grego do Oriente pela sua desastrosa indolência bizantina; e a Polônia (três vezes) pela debilidade das suas forças internas e pela inconstância da sua nobreza. 
15. EXTINÇÃO
 	Causas gerais ou específicas ocasionam a extinção (morte) dos Estados, como resumimos no seguinte quadro: Em geral, ocorre o desaparecimento do Estado como unidade de direito público sempre que, por qualquer motivo, faltar um dos seus elementos morfológicos (população, território e governo). As uniões e divisões de Estados, que ensejam a formação de novas entidades estatais, determinam, ipso facto, o desaparecimento dos Estados que se uniram ou daquele que se dividiu. 
16. CONQUISTA
 	Quando o Estado, desorganizado, enfraquecido, sem amparo de um órgão internacional de justiça e segurança, é invadido por forças estrangeiras, ou dividido violentamente por um movimento separatista insuflado por interesses externos. Por essa forma ocorreu três vezes o eclipse da Polônia na órbita internacional, em 1772, em 1793 e no decurso da primeira guerra mundial. 
17. EMIGRAÇÃO 
	Quando, sob a pressão de qualquer acontecimento imprevisto, toda a população nacional abandona o país, como se deu com os helvéticos ao tempo de César. 
18. EXPULSÃO
 	Quando as forças conquistadoras, ocupando plenamente o território do Estado invadido, obrigam a população vencida a se deslocar para outra região. Foi o que ocorreu em diversos países da Europa por ocasião das invasões bárbaras. 
19. RENÚNCIA DOS DIREITOS DE SOBERANIA
	 É forma de desaparecimento espontâneo. Uma comunidade nacional pode renunciar aos seus direitos de autodeterminação, em benefício de outro Estado mais próspero, ao qual se incorpora, formando um novo e maior Estado. 
	Várias unidades feudais com prerrogativas de Estado, na Idade Média, desapareceram por este modo, passando a integrar a poderosa monarquia francesa de Luiz XI. Mais recentemente tivemos o exemplo do Estado mexicano do Texas, o qual, tendo proclamado a sua independência em 1837, deliberou posteriormente, em 1845, abrir mão da sua soberania para ingressar na federação norte-americana. 
	A Baviera, o Wurtenberg e o Grão-Ducado de Bade também desapareceram por renúncia dos direitos de soberania, passando a integrar o Império Alemão.

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