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CIÊNCIA POLÍTICA PROF. LENILDO GOMES Nicolau Maquiavel A expressão Maquiavélico / Maquiavelismo – ideia de perfídia, procedimento astucioso, velhaco, traiçoeiro. Maior preocupação em toda a sua obra: o Estado – real, capaz de impor a ordem – Maquiavel rejeita a concepção idealista. Regra metodológica: ver e examinar a realidade tal como ela é e não como se gostaria que ela fosse. Busca da verdade efetiva das coisas. Pergunta essencial: como fazer reinar a ordem? Como resolver o inevitável ciclo de estabilidade e caos? A ordem: não é natural, deve ser construída pelos homens para se evitar o caos e a barbárie. Ela jamais será definitiva. A questão da política: resultado de feixes de forças, proveniente das ações concretas dos homens em sociedade. O mundo da política não leva ao céu, mas sua ausência é o pior dos infernos. Natureza humana e história: em todos os tempos, em todas as partes, observa a presença de traços humanos imutáveis. “Os homens são ingratos, volúveis, simuladores, covardes ante os perigos, ávidos de lucro” (O Príncipe) O conflito e a anarquia são desdobramentos necessários dessas paixões e instintos malévolos. História: privilegiada fonte de ensinamentos. A história é cíclica, repete-se indefinidamente, já que não há meios absolutos para “domesticar” a natureza humana. A ordem sucede a desordem e esta, por sua vez, clama por uma nova ordem. Poder político: possui origem mundana. Nasce da própria “malignidade” que é intrínseca à natureza humana. O poder é a única forma de domesticar o conflito. Ele não é permanente devido às paixões humanas. Fator de instabilidade: duas forças opostas na sociedade – uma que quer dominar e outra que não quer ser dominada. Problema político: encontrar mecanismos que imponham a estabilidade das relações. Há basicamente duas formas de combater a anarquia que resulta da natureza humana: o Principado e a República. A escolha não se dá por idealização, mas pela situação concreta. Necessidade de um governo forte para combater a corrupção e deterioração sociais. O Príncipe não é um ditador; é, mais propriamente, um fundador do Estado, um agente da transição numa fase em que a nação se acha ameaçada de decomposição. Quando a sociedade já encontrou o equilíbrio, o poder político cumpriu sua função “educadora”, ela está preparada para a República. A atividade política, tal como pensava Maquiavel, era uma prática do homem livre de freios extraterrenos, do homem sujeito da história. O poder se funda na força mas é necessário virtù para se manter no poder. A força explica o fundamento do poder, porém é a posse da virtù a chave por excelência para o sucesso do príncipe. Sem virtù, sem boas leis, geradoras de boas instituições, e sem boas armas, um poder rival poderá impor-se. Um príncipe sábio deve guiar-se pela necessidade – “aprender os meios de não ser bom e a fazer uso ou não deles, conforma as necessidades” A virtù política exige também os vícios, assim como exige o reenquadramento da força. O agir virtuoso é um agir como homem e como animal. A política tem uma ética e uma lógica próprias. Maquiavel descortina um horizonte para se pensar e fazer política que não se enquadra no tradicional moralismo piedoso. Texto: SADEK, Maria Tereza. Nicolau Maquiavel: o cidadão sem fortuna, o intelectual de virtù. in: WEFFORT, Francisco C.(organizador). Os Clássicos da Política... Volume 1, 13ª edição, São Paulo, Ática, 2001. Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7
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